VALE: FIQUE DE OLHO

Na China, o indicador que estragou o humor dos investidores foi a queda de 35,7% dos
investimentos diretos estrangeiros no país em julho ante igual mês do ano passado, totalizando
US$ 5,36 bilhões. Do Japão, veio a informação de que o PIB japonês cresceu 0,9% no segundo
trimestre ante o primeiro e 3,7% ante o mesmo intervalo de 2008, na primeira alta após cinco
trimestres seguidos de retração. Mas as previsões dos analistas eram de elevação de 1% e 3,9%.
Os mercados de commodities, como os metais, são fortemente afetados pelo temor dos
investidores externos, que nesta situação tendem a fugir, por exemplo, para os ativos em dólar.
A consequência desse cenário foi a queda Vale PNA (-4,21%%) e Vale ON (-4,16%). O mercado
ainda classificou como negativas para a Vale duas informações: a ofensiva da Xstrata para fechar
uma fusão com a Anglo American e a notícia que as siderúrgicas chinesas e a mineradora
australiana Fortescue Metals Group fecharam um acordo sobre os preços do minério de ferro que representa um desconto de 35% em relação aos preços de contrato do ano passado.
Esse porcentual de desconto é acima do que a Vale procura como base na negociação com os
chineses, ao redor de 28%. Apesar de não aceito oficialmente, a mineradora brasileira já divulgou
que algumas usinas de aço da China aceitaram, provisoriamente, operar com esse índice de
referência.
Mas, em meio a esse série de fatos negativo, partiu de sindicalistas informações que podem
indicar que o cenário global da mineração está melhorando para a Vale. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Metabase) de Mariana e Região, José Horta Mafra Costa, revelou que a Vale vai retomar a produção, em esquema de apenas um turno de trabalho, da mina de Água Limpa,
localizada no município de Rio Piracicaba, em Minas Gerais. De acordo com Costa, a reativação
da produção depende apenas do recebimento de uma peneira que teria sido emprestada à mina
de Alegria, em Mariana, também em Minas Gerais.