O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central adotou uma política conservadora ao
manter, ontem (2), em 8,75% ao ano a taxa básica de juro Selic, na opinião da professora do
Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Maria Beatriz
David. "É uma política muito conservadora, porque eles estão temendo aumento da inflação”,
explicou.
Ela lembrou que índices de preços divulgados esta semana mostraram, em sua maioria, um leve
aumento. “Mas, acho que não há risco de inflação." A economista acredita, contudo, que poderá
haver um novo corte da Selic até o final do ano. “Se não houver nenhuma pressão inflacionária,
porque os aumentos salariais terminam agora em setembro, com o dissídio dos bancários.”
Como a expectativa é de queda de preços de alguns alimentos a partir deste mês, ela apontou a
possibilidade de o Copom voltar a efetuar um pequeno corte no juro, embora não seja nada
muito significativo. “Este ano, eu acho que vão baixar, no máximo, mais 0,5 ponto percentual ou 1 ponto até dezembro.”
Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon/RJ),
Paulo Passarinho, a manutenção da Selic no patamar de 8,75%/ano já era esperada, “em função
do tipo de política econômica que nós temos e, principalmente, da orientação da diretoria do
Banco Central”.
Ele lamentou a decisão do Copom, afirmando que esses são os limites da política econômica.
Passarinho criticou a forma como o BC enfrentou a crise financeira internacional, mantendo uma
trajetória de juros altos especialmente no auge da crise, no ano passado. “Foi uma resposta, na
verdade, retardada."
De acordo com ele, efeito dessa política monetária “equivocada” foi compensado pela política
fiscal “mais frouxa” que instituições vinculadas ao Ministério da Fazenda, como o Banco do Brasil,
Caixa Econômica e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acabaram
por realizar.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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