terça-feira, 30 de março de 2010

A Cesar o que é de Cesar: 10 motivos para BC retardar alta de juros - Ricardo Gallo

Toda analise de cenários prospectivos em economia têm dois lados, pelo menos…. Com diria um economista, por um lado …. e por outro lado…. haja lado! Como não podia deixar passar esta , segue , na minha opinião, alguns motivos que podem ter levado os 5 membros do COPOM a deixar a decisão de alta de juros para próxima reunião: Não sabemos ainda o tamanho do aperto monetário Chinês. Se a inflação lá não der trégua, o aperto pode ser muito mais forte, como advoga o renomado banco americano Goldman Sachs. Neste caso, poderíamos ter uma queda mais forte das commodities, que de fato estão pressionando bastante os custos de produção por lá. Aí os efeitos de tal queda poderiam trazer inflação para baixo aqui!
A situação fiscal nos estados periféricos na Europa é crítica e vai demandar uma forte redução de gastos públicos e na demanda interna por lá. E o pior é que tal questão fiscal pode chegar a França assim como já é assunto na Inglaterra. Excluindo a Alemanha, as finanças públicas européias estão em péssimo estado. Há o risco deste ajuste fiscal (necessário…) fazer com que a recuperação econômica por lá seja abortada. Menos demanda externa. O mesmo se aplica aos EUA. Já estão previstos aumento de impostos por lá . Mais uma locomotiva que pode ter que abortar o crescimento. O núcleo da inflação nos USA, Japão e na Europa estão baixo demais. E se continuar assim, teremos 75% da economia global exportando deflação para nós. Os juros internos aqui já estão subindo, pois bancos já começaram a subir suas taxas de empréstimos em antecipação a um aumento de juros do BC do B. O BC já anunciou que vai voltar a subir os depósitos compulsórios, o que tende a diminuir a oferta de crédito e a aumentar ainda mais seu custo. O governo tende a ter um superavit fiscal maior este ano do que no ano passado, pelo fim de algumas renúncias fiscais e pelo aumento da arrecadação. Menos dinheiro para ser gasto e portanto menos demanda. Há em todo ano de eleição um aumento dos gastos públicos no primeiro semestre por motivos legais e políticos. No segundo semestre deve haver uma certa redução no ritmo de contratações e de gastos dos governos federal e estaduais. Redução de demanda.
A taxa do dólar estável e o aumento das importações colocam um freio na vontade dos empresários de aumentar suas margens de lucro.
Nunca antes na história deste País tantos brasileiros deveram tanto! Os consumidores e empresários racionais reagem a alta dos juros conforme o tamanho de sua dívida: quanto maior a dívida mais eles retraem seus gastos num cenário de alta de juros. E aqui vai o conselho, pois meia palavra basta ….
Resumo: a demanda vai cair. Só não sabemos se será devido a uma alta forte dos juros ou por uma reação dos agentes econômicos ao cenário. Fiquemos de olho. O resto é especulação….

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