segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mercados

Moedas – O waiver concedido à Grécia e a confirmação da fraqueza do mercado de trabalho americano (que leva à perda de valor do USD) fizeram o Euro subir. Entretanto, é importante lembrar que na próxima 5ª, o ECB terá que dar indicações se vai de fato retomar a alta dos juros básicos (houve mudança de expectativa nos últimos dias). Embora os números adicionem incertezas sobre a trajetória de crescimento mundial, a moeda australiana – um grande player de commodities/crescimento – também subiu (menos).

BRL – Depois das fortes altas dos dias anteriores, o BRL se descolou do Euro e do AUD e subiu ligeiramente. Apesar do viés baixista ter ganhado força recentemente, a moeda passou sustentada o dia todo.

Juros – O mercado está propenso a acreditar que o termo suficientemente prolongado será mantido e por isso tende a precificar altas mais adiante nos DIs (a baixa liquidez de 6ª ajudou a consolidar o intento). É importante não esquecer que desde quando ele foi introduzido, o comportamento de algumas variáveis mudou. Como exemplo serve o alerta de Tombini para os analistas sobre as condições econômicas nos US (que na semana passada passou a fazer parte das manchetes de jornais). Se o uso do termo pretendia reduzir incertezas, os fatos estão se encarregando de desconstruir a iniciativa.

Bolsas – Ásia – Com a continuidade das indicações de moderação no crescimento (dados de 5ª nos US e Europa) e a expectativa com o Payroll (confirmação dos números fracos da ADP), as bolsas asiáticas prosseguiram caindo (ações dos setores de Raw Materials e Financials em baixa). As bolsas de Shanghai e Taiwan subiram (esse comportamento tem se tornado comum em véspera de finais de semana prolongados por feriados).

Europa – O investidor europeu ficou dividido entre considerar os efeitos positivos do waiver que o IMF está concedendo à Grécia (liberando a tranche prevista até o início de Julho) e repensar a perspectiva de menor crescimento que o número de emprego americano evidencia. Com isso os mercados, após oscilarem bastante ao longo do dia, fecharam próximos da estabilidade. A bolsa de Frankfurt subiu um pouco mais porque o país é, em última instância, o provedor de maior peso financeiro (e também quem mais se favorece de uma situação de maior estabilidade).

S&P – A confirmação da piora do mercado de trabalho consolidou na 6ª a trajetória de baixa iniciada com o dado da ADP dois dias antes. Como a mudança do emprego ocorre num momento delicado (próximo do término do QE2 - política de afrouxamento monetário - e num processo de disputa política acirrada em torno de questões orçamentárias - que é o que de fato está por trás da briga pela ampliação do endividamento), não se deve descartar a hipótese de essa realização possa continuar nos próximos dias/semanas.

Bovespa – O investidor doméstico continua vendo oportunidades na bolsa paulista (afinal ela vem apresentando desempenho pior há meses), mesmo com a piora do cenário internacional. Em razão disso, o desempenho das ações foi melhor aqui que no exterior.

Commodities – Apesar de terem apresentado bastante vol ao longo do dia, as commodities acabaram seguindo os parâmetros que têm influenciado os diversos segmentos. No caso dos grãos, os problemas com as safras fizeram os preços continuarem subindo na 6ª. Os metais foram influenciados pela alta da bolsa de Shanghai e o petróleo ficou estável.

Ásia – Com várias praças fechadas (as chinesas de Shanghai, HK e Taiwan e a de Seul) e baixa liquidez, as bolsas do Japão (-1,18) e da Austrália recuaram (-0,31) repercutindo a queda das bolsas de NY de 6ª (depois que o Departamento de Trabalho americano confirmou o forte recuo nas contratações e aumento na taxa de desemprego). O Euro e o AUD ficaram praticamente estáveis na sessão asiática.

Commodities – O petróleo recua com a redução de preços da maior exportadora saudita nos contratos de fornecimento de longo prazo. Os metais oscilam em torno da estabilidade com o feriado na China e os grãos caem ligeiramente apesar dos problemas com a safra de alguns produtos (na 5ª o Departamento de Agricultura americano fará a revisão dos dados de safra e suprimento).

Treasuries americanos – Com a confirmação da piora no mercado de trabalho, os juros voltaram a recuar na 6ª (num dia com viés baixista a compra do Fed aprofunda o movimento). Hoje, os mercados prosseguem com ligeira baixa.

Europa – As bolsas européias descontam a piora de NY na tarde de 6ª. Entretanto, a perda é pequena e a liquidez baixa diante do indicador que mostra forte recuo na confiança do investidor. Apesar da alta maior dos preços no atacado (que ajuda o call de alguns membros de que a subida de juros pode voltar na reunião do ECB de julho), o Euro recua com a elevação do spread dos sovereign bonds indicando que o waiver não será suficiente para alterar as desconfianças em relação à Grécia.

S&P futuro – Sem nenhum indicador para ser divulgado, o índice recuava 0,4 às 08:00.

Grécia recebeu um waiver do IMF (não cumpriu as condicionalidades), mas o aporte de recursos para suprir as necessidades de caixa de 2012 e 2013 só vai ser concluído mais adiante (final de Junho/1ª Quinzena de Julho). Como não se acredita que o mercado vá voluntariamente comprar títulos gregos não há alternativa a não ser conceder mais empréstimos. Apesar disso, as negociações prometem ser duras e alguma desavença pode ser observada até que um acordo final seja alcançado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário