terça-feira, 7 de junho de 2011

Mercados

Moedas – O debate sobre o novo empréstimo que está sendo estudado para a Grécia rolar os vencimentos de 2012 e 2013 contempla a hipótese dos credores dos títulos rolarem parte dos seus vencimentos. Como ainda não se sabe se haverá pressão por alguma obrigatoriedade e com a proximidade da reunião do ECB (será que os juros realmente podem subir no encontro de Julho como alguns membros insinuaram?), o Euro perdeu valor. O AUD não acompanhou o movimento apesar das baixas das commodities (os metais não recuaram tanto por causa do feriado na China) e ficou próximo da estabilidade.

BRL – Novo dia de perda (desta vez reforçada pela queda do Euro). Há que se observar que o volume de negócios menor na BM&F (no interbancário também foi mais fraco – a atuação do BC se resumiu a 100 MM) dificulta a análise. Abaixo de 1,59 percebe-se alguma resistência à continuidade de valorização do BRL (o Ministro da Fazenda veio com a ameaça de medidas na semana passada).

Juros – Mais do mesmo na véspera do IPCA de Maio: expectativa com a manutenção do termo suficientemente prolongado dá sustentação aos juros porque só duas altas de 0,25 estão precificadas. O volume de negócios foi fraco e metade dele se concentrou em vencimento que a precificação de mais altas embute menor risco de perda (Out.11).

Bolsas – Ásia – Várias praças não abriram por conta do feriado, mas a queda das bolsas americanas na 6ª (o Payroll confirmou a queda nas contratações que a ADP indicou na 4ª) fez a bolsa japonesa e australiana caírem.

Europa – Arrastadas pela continuidade da queda das bolsas de NY e ainda refletindo incertezas com a dívida grega, as bolsas européias voltaram a cair numa sessão com volume de negócios menor que o observado na média das últimas semanas.

S&P – Num dia sem indicadores, as bolsas americanas aprofundaram as baixas iniciais e caíram mais de 1 pct, ainda repercutindo o dado de emprego ruim e as indefinições políticas (ontem um economista – premio Nobel - nomeado por Obama para ocupar o Fed desistiu da indicação por causa da demora dos Republicanos em aprovarem seu nome). As ações de Energy foram destaque de baixa por causa da queda no preço do petróleo, seguidas pelas ações de Financials (receio de que a perda de dinamismo da economia provoque perdas para os bancos e discussões sobre mais exigência de capital para bancos que evite a possibilidade de crise sistêmica).

Bovespa – A baixa mais acentuada em NY triggou forte recuo por aqui. Nos últimos pregões, a bolsa paulista vinha se descolando das perdas de fora, mas ontem voltou ao comportamento que a fez ter desempenho muito pior desde Novembro de 2010.

Commodities – O petróleo sentiu o corte de preço efetuado pela maior exportadora saudita (nos contratos de fornecimento de longo prazo) e o WTI e Brent recuaram. A chuva na Europa trouxe de volta a expectativa traçada pelo Departamento de Agricultura americano (quadro de suprimento menos pressionado) e os grãos recuaram forte. Com o feriado chinês, os metais ficaram praticamente estáveis.

Ásia – A queda das bolsas americanas ontem fez o mercado asiático abrir com tendência de baixa. Entretanto, ao longo do dia houve recuperação e a maioria fechou em alta desprezando os sinais de menor crescimento vindo dos US (não descontando também a queda de 6ª). Não houve um trigger que justificasse o descolamento. A bolsa japonesa apresentou a maior elevação se recuperando da baixa de ontem (uma das poucas que funcionou). Nem a alta dos últimos dias do Iene (que afeta as empresas exportadoras e que levou o ministro das finanças a dizer que está monitorando o mercado) impediu o movimento. O USD tendeu a ganhar valor em relação às moedas asiáticas. Já frente ao Euro perdeu valor (a queda se estende na sessão européia). A manutenção dos juros na Austrália favoreceu a moeda americana.

Commodities – Por enquanto a aposta de grandes bancos de investimentos americanos na alta das commodities não está vingando. O petróleo não tem mostrado força de alta. Produtores da Arábia Saudita acusam que a demanda não está tão forte e o petróleo não tem tido fôlego pra sustentar os três dígitos (hoje recua ligeiramente). Curiosamente, especula-se que na reunião de amanhã a OPEC eleve a produção para limitar a alta de preços. Os metais não se sustentam por causa da perspectiva de menor crescimento e caem. Quanto aos grãos, o mercado espera a revisão que o USDA divulgará na 5ª para ver se houve alguma alteração no quadro de suprimento (na última delineou uma situação mais tranqüila de abastecimento que fez o mercado apresentar menor vol ao longo dos últimos 30 dias).

Treasuries americanos – Apesar da piora dos mercados, os juros ficaram praticamente no zero a zero ontem por causa dos leilões quinzenais de papéis que se inicia hoje (32 bi de vencimentos de três anos). Hoje sobem ligeiramente, mas ainda dependerá do movimento dos outros mercados.

Europa – Os dados de vendas e encomendas melhores na Europa dá alguma sustentação às bolsas européias e ao Euro e faz o mercado desconsiderar a ampliação da queda das bolsas de NY ontem à tarde (quando a Europa fechou o S&P caía apenas 0,3). Às 08:30, o Dax subia 0,6 e o FTSE 0,2.

S&P futuro – Hoje também não há indicadores relevantes e o índice subia 0,4 às 08:30.

- Na próxima quinta-feira o Departamento de Agricultura americano irá divulgar uma nova revisão das condições do mercado agrícola. Será uma oportunidade para o mercado conferir se as condições climáticas adversas dos últimos dias alteraram o diagnóstico de certa tranqüilidade externado em Maio (ontem houve queda dos grãos por causa das chuvas na Europa).

O RBA (Austrália) manteve a taxa básica de juros e mencionou que o nível se mantém apropriado

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