Moedas – Desde a sessão asiática o Euro apresentou tendência de alta (as bolsas ao invés de caírem acompanhando a queda de NY na 2ª subiram) que foi reforçada com os dados econômicos (vendas e encomendas) da Zona do Euro. Entretanto, o grande teste da moeda será amanhã e o rumo que tomará irá depender da decisão do ECB sobre os juros (vamos ver se o comitê confirma a posição (de alta em Julho) de alguns membros. Quanto ao AUD, o comunicado do RBA – o nível de juros é compatível com o momento atual – segurou o desempenho da moeda australiana (a manutenção dos juros tira um pouco do atrativo da operação de carry-trade)
BRL – Colou no movimento de fora (Euro) e subiu com a continuidade da venda de USD pelos gringos no futuro (+ 800 MM ontem).
Juros – O IPCA veio dentro do esperado e reforçou a expectativa de queda para Junho. Com isso e com uma NUCI menor e IGP-DI zerado, as taxas recuaram nos DIs futuros. Hoje, o mercado aguarda o comunicado para ver se o termo “suficientemente prolongado” irá permanecer no texto (o “X” da questão).
Bolsas – Ásia – As bolsas asiáticas abriram com tendência de baixa repercutindo as quedas de NY no dia anterior. Entretanto, a maioria se recuperou ao longo do dia sem que um trigger justificasse o movimento (os investidores fizeram uma aposta na recuperação nos US e acertaram).
Europa – Os dados de vendas e encomendas deram sustentação às bolsas européias (foram ajudadas também pela recuperação das bolsas de NY que acabaram anulando a queda do dia anterior que a Europa tinha que descontar). Entretanto, as altas foram tímidas porque a questão grega (dúvidas sobre o envolvimento dos atuais credores no pacote de ajuda que está sendo montado para rolar as dívidas que vencem em 2012 e 2013 – para tirar definitivamente a Grécia do mercado) ainda gera incerteza.
S&P – As bolsas americanas se mantiveram em alta até o discurso de Bernanke (as ações subiam capitaneadas pela alta das ações de Financials – a dúvida sobre a exigência de mais capital para bancos que havia feito o mercado cair na 2ª foi deixada de lado). Como o tom de preocupação com a economia foi maior que o esperado, os investidores venderam as ações e NY acabou fechando no vermelho.
Bovespa – Chegou a subir mais de 1 pct, mas perdeu ímpeto com o recuo das bolsas de NY (discurso de Bernanke).
Commodities – O discurso de Bernanke não afetou as commodities porque as bolsas já estavam fechadas. O petróleo subiu mesmo com o call baixista de alguns produtores da Arábia Saudita e estimativa de ampliação da produção pela OPEC. O cobre também aumentou (ligeiramente) apesar da China se desacelerando e os grãos não se intimidaram com o relatório do USDA amanhã.
Ásia – A visão econômica mais pessimista externada por Bernanke em seu discurso, e que afetou as bolsas de NY no fechamento de ontem, provocou quedas na Ásia (no dia anterior as bolsas asiáticas haviam relevado a queda de NY na 2ª). A bolsa de HK apresentou a maior baixa (é que é a única que avança no horário de funcionamento da Europa e as bolsas européias abriram com forte queda).
Commodities – Hoje as commodities refletem o discurso de Bernanke e caem. Números ruins na Alemanha também dão sustentação a baixa nos diversos segmentos. A decisão da OPEC ainda não foi anunciada.
Treasuries americanos – O discurso de Bernanke acusando piora econômica e limitações fiscais para estimular a economia fizeram o mercado inverter o comportamento e as taxas fecharem em queda ontem. A continuidade da piora hoje faz os juros caírem (mesmo com o leilão de papéis de 10 anos no dia).
Europa – As bolsas européias repercutem a queda de NY no fechamento de ontem e para agravar a situação, os spreads dos sovereign bonds sobem por causa do desencontro de informações sobre a participação de investidores no salvamento da Grécia. Não bastasse isso, os dados alemães (de produção industrial e exportações) vieram piores e aprofundam a percepção de moderação no crescimento mundial. As bolsas de Londres e Frankfurt recuavam mais de 1 pct.
S&P futuro – Repercute as baixas na Europa e caía 0,4 às 08:15.
- No discurso de ontem, Bernanke mencionou que: (1) o país cresce menos que o esperado, (2) a política acomodatícia ainda é necessária, e (3) os efeitos dos estímulos monetários estão perdendo força. Sem dúvida, os três argumentos são muito bons para justificar um novo afrouxamento monetário se a realidade não se alterar (a conferir!).
O recuo da inflação oficial na última quinzena (de 0,70 no IPCA-15 para 0,47 no IPCA) decorreu basicamente da queda na contribuição dos combustíveis. Para que o mercado esteja certo na projeção de número próximo de zero em Junho, além da queda já registrada nos combustíveis que ajuda com 0,10 e do esvaziamento na contribuição das tarifas de energia elétrica e água e esgoto e dos remédios (que contribui com outros 0,10), os alimentos deveriam apresentar contribuição negativa. Entretanto ainda assim, os itens que apresentam maior rigidez deveriam dar alguma contribuição (serviços, aluguel e condomínio).
O encontro entre Obama e Merkel ressaltou as diferenças de posições entre os dois países. Enquanto, para os US a Europa deve evitar o aprofundamento da crise a qualquer custo (há muito tempo os americanos não se importam com suas ações fiscais), Merkel fez questão de frisar que a sustentabilidade das ações é relevante e vai ser considerada. O presidente americano deixou claro que se o problema se agravar os US serão afetados. Se sensibilizou a chanceler alemã isso só o tempo dirá.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
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