Moedas – O impacto dos dados da China sobre o Euro e o AUD não foram tão relevantes quanto o reflexo dos dados americanos sobre os mercados. Foi a partir da abertura das bolsas de NY e a contínua alta das ações que as moedas subiram com mais ímpeto (curiosamente, os dados melhores nos US deveriam fazer o USD valorizar e não o contrário). O movimento da moeda australiana foi mais intenso porque é mais correlacionada a crescimento (e os metais foram destaque de alta nas commodities). Já o Euro esvaziou o movimento, próximo do fechamento, com a notícia de que a decisão sobre a Grécia poderia ser adiada para Julho.
BRL – Apesar do viés altista da moeda, o BRL descolou do movimento de fora (principalmente do AUD) e ficou praticamente estável. O mercado brasileiro não se empolgou tanto com as novidades de fora (convenhamos que as diferenças – entre o projetado e o real – não foram significativas). Mais uma vez, o volume de negócios foi menor que a média (a atuação do BC também foi tímida).
Juros – Como os dados de China e US divulgados ontem fazem supor verdadeira a hipótese de sustentabilidade do crescimento mundial (pelo menos foi isso que os mercados precificaram), os juros que vinham recuando nos últimos dias (mesmo depois do comunicado do BC ter sugerido que a alta da Selic possa prosseguir além de Julho) inverteram o comportamento e subiram, principalmente a ponta longa. A indicação dada pelo ministro Carlos Luppi (contratações continuaram forte) para o número do Caged de Maio talvez tenha feito a diferença para o mercado de juros (o dólar não se empolgou muito com os dados de fora).
Bolsas – Ásia – As bolsas tomaram o rumo de alta com o dado chinês não revelando os números ruins que o mercado temia (a inflação veio dentro do esperado e as vendas caíram ligeiramente). O dado mais esperado era o de produção industrial e acabou ficando um pouco acima da expectativa (embora a variação tenha sido menor que a de Abril). Depois que os mercados estavam fechados, o PBoC anunciou a elevação do compulsório bancário e a única bolsa que ainda estava aberta – a de HK – acabou fechando em baixa.
Europa – Repercutindo a alta na Ásia (China) e em NY (Retail Sales com queda menor), as bolsas européias desconsideraram o rebaixamento da Grécia (até o spread dos sovereign bonds que havia aberto em forte alta recuou) e a elevação do compulsório bancário na China e subiram.
S&P – Apoiadas na alta da Ásia e com dados americanos apresentando recuo menor que o esperado, as bolsas de NY subiram forte. Entretanto, mais uma vez o volume de negócios foi fraco; o que prejudica a análise. Os eventos na China (Produção Industrial) e nos US (Retail Sales) justificavam outro tipo de comportamento por parte do investidor, mas a cautela imperou apesar da alta.
Bovespa – Mais um dia descolada de NY, Europa e ontem até da Ásia (desempenho pior na maioria dos setores), a bolsa paulista subiu apenas ligeiramente. A briga pelo preço de encerramento de posições nos derivativos continuou afetando a precificação. Assim como observado no dólar futuro, os investidores reagiram com apatia aos dados de fora.
Commodities – Aproveitando-se dos dados da China que fizeram os mercados asiáticos subirem e dos americanos que deram tração ao movimento de alta, o preço do petróleo e do cobre aumentou (na expectativa de que crescimento não arrefeça como se supunha até anteontem). Já os grãos caíram por conta de notícias de clima mais favorável para a produção/colheita.
Ásia – Os mercados asiáticos só precificaram o lado bom da história ontem (dados chineses não foram ruins como o esperado). A alta do compulsório ficou para hoje e os investidores reagiram mal (há que se questionar o porquê dessas reações exageradas). Principalmente a banda chinesa, Austrália incluso. As ações de Raw Materials, que tinham performado bem ontem no Ocidente com a alta dos metais e petróleo, foram destaque de baixa na Ásia. A banda mais ocidental (Japão e Coréia) se prendeu aos dados americanos e subiram. A alta do Kospi foi favorecida pela divulgação de forte recuo na taxa de desemprego.
Commodities – O aumento do compulsório chinês e o adiamento da conclusão sobre o empréstimo para a Grécia que fizeram as bolsa e as moedas caírem também afetam as commodities. O petróleo é o que apresenta a maior baixa. Já os metais e os grãos oscilam em torno da estabilidade.
Treasuries americanos – Seguiu a melhora dos mercados (sustentada pelo view de que a moderação no crescimento ainda é incerta com os dados divulgados) e se recuperou ontem. Hoje o quadro mudou (as incertezas estão de volta) e os juros recuam. É importante assinalar que, de novo, tem dados relevantes para serem divulgados nos US e a história do dia ainda não está definida.
Europa – O adiamento da decisão do empréstimo grego para Junho está afetando os títulos dos países europeus periféricos e provocando baixa no Euro. Essa falta de decisão pode afetar ainda mais o humor dos investidores, mas as bolsas não caem na magnitude que seria de se esperar nos negócios pela manhã (afinal a Ásia esvaziou o movimento do dia anterior). O dado de produção industrial na Zona do Euro, assim como a melhora na confiança do consumidor em UK, ajuda a segurar a queda
- O ministro das finanças de Luxemburgo disse que o acordo para ajudar a Grécia pode atrasar e vir a ser aprovado apenas na reunião mensal de Julho (e não no próximo dia 24).
- O presidente do RBA mencionou hoje que alta nos juros ainda pode ser necessária e dá sustentação ao AUD (diferentemente do que acontece com o Euro).
Apesar dos alertas de membros do ECB (e do próprio Trichet), os ministros de finanças reunidos ontem (extraordinariamente por causa do rebaixamento da S&P) mostraram-se propensos a abraçar a proposta de extensão voluntária dos próximos vencimentos por sete anos. Dentre os principais países, a França foi o único a rechaçar a idéia (em linha com o Banco Central). Na próxima segunda-feira, eles voltam a se reunir para encontrar uma solução que possa ser apresentada para os chefes de Estado. No dia 24, eles se encontrariam para tomar a decisão final sobre o assunto. Entretanto, houve notícia de que a decisão pode atrasar. Para que convocar uma reunião de emergência para atrasar a decisão. Como não poderia deixar de acontecer, a leitura do mercado foi ruim e os spreads dos sovereign bonds estão precificando o ocorrido (forte alta).
quarta-feira, 15 de junho de 2011
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