segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Bolsas europeias fecham sem tendência definida após mais um dia de protestos no Egito

Os principais índices acionários europeus terminaram a segunda-feira (31) sem tendência definida após o sétimo dias de protestos no Egito. A divulgação da inflação europeia, que veio acima do esperado, e vários indicadores norte-americanos também mexeram com o mercado.
Vale ressaltar que, com o fechamento do mês, 2011 apresentou o melhor janeiro para seguradoras e bancos europeus em mais de 10 anos. Nesta sessão, o índice CAC 40, da bolsa de Paris, apresentou leve alta de 0,08% e atingiu 4.006 pontos. O movimento de valorização também foi apresentado pelo FTSE MIB, de Milão, que subiu 0,12% e alcançou os 22.050 pontos. O Ibex 35, da Espanha, também terminou o dia em alta, de 0,55%, alcançando os 10.806 pontos.
Por outro lado, o FTSE 100, da bolsa de Londres, encerrou em baixa de 0,31%, atingindo 5.863 pontos, assim como a bolsa de Frankfurt, que apresentou baixa de 0,36%, atingindo 7.077 pontos. O SMI, de Zurique, obteve um recuo de 0,75% e fechou o dia com 6.479 pontos.
CAC 40 +0,08
FTSE 100 -0,31
DAX 30 -0,36
SMI -0,75
FTSE MIB +0,12

A população egípcia continua protestando contra o ditador Hosni Mubarak, pelo sétimo dia consecutivo, o que pressiona os mercados. Diante das tensões, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating da dívida soberana do país de "Ba1" para "Ba2", abaixo do grau de investimento, além de também alterar sua perspectiva de estável para negativa.
Os analistas acreditam que há uma elevação do risco político associado ao país, uma vez que a resposta das autoridades e a acomodação política podem prejudicar as já "frágeis finanças públicas".
Esses distúrbios políticos causam temores também a respeito do petróleo. Os investidores avaliam que, dependendo do que acontecer no Egito, o preço e a oferta de óleo no mercado mundial poderá ser pesadamente afetado, principalmente se os protestos se espalharem para outras regiões do mundo árabe.

Na agenda do investidor, foi o indicador de inflação que teve maior relevância na segunda-feira na Europa. De acordo com a Eurostat, órgão oficial de estatísticas da União Europeia, a inflação anual ao consumidor foi estimada em 2,4% em janeiro, resultado levemente acima do projetado por analistas.

As ações das empresas europeias no setor financeiro, como bancos e seguradoras, tiveram em 2011 o melhor janeiro desde 1998, com a confiança dos investidores de que a crise da dívida soberana será controlada. A percepção reflete a fala de autoridades, como Nicolas Sarkozy, presidente francês, e Angela Merkel, chanceler alemã, que asseguraram que fariam de tudo para defender a divisa comum do bloco, o euro.
Referências norte-americanas
Indicadores também foram divulgados nos Estados Unidos, com referências mistas. Enquanto o Personal Income, que se refere à renda dos norte-americanos, ficou levemente abaixo das expectativas ao registrar elevação de 0,4%, ante o 0,5% esperado pelo mercado, o Personal Spending, que se refere aos gastos da população, superou as estimativas de alta de 0,6% ao subir 0,7% em dezembro.

Os bancos não seguiram a tendência mensal de bons resultados nesta segunda-feira, com quedas de Sociéte Générale (-2,26%), Crédit Agricole (-1,46%) e BNP Paribas (-0,87%). Essas performances estiveram em linha com os desempenhos dos bancos na bolsa de Londres, com recuos de Royal Bank of Scotland (-2,39%), Barclays (-1,49%) e HSBC (-0,61%). O Lloyds Banking, por sua vez, apresentou alta, de 2,07%. Na Alemanha, Deutsche Bank e Commerzbank também viram suas ações caírem, em 0,32% e 0,05%, respectivamente.
Outro setor a não conseguir bons resultados na sessão foi o de aviação, mais sensível à instabilidade egípcia. A Lufthansa registrou recuo em Frankfurt, de 1,60%; a Air France caiu 1,91% em Paris; e a International Consolidated Airlines, resultado da fusão de British Airways e Ibéria, perdeu 1,76% em Londres.
Em Frankfurt e na França, as montadoras também decepcionaram. No mercado alemão, Daimler (-1,91%), BMW (-1,39%) e Volkswagen (-0,41%) recuaram; em Paris, a tendência foi seguida pela Peugeot, que registrou queda de 1,15%, enquanto a Renault terminou o dia estável.
Na ponta positiva, o Carrefour apresentou forte alta, de 6,28%, na França. Em Londres, foi o BG Group que se destacou, ao obter alta de 5,02%, enquanto a maior alta em Frankfurt foi da Allianz, com 1,60%.

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