terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mercados voltam a subir, aproveitando sinais anti-crise de Japão e Portugal

Enquanto o debate sobre a solvência de países europeus volta a ganhar força, os investidores aproveitam o fluxo positivo de notícias desta terça-feira (11) para uma reflexão menos comum que o desejável – preços versus fundamentos.
Assim, o desempenho positivo dos mercados de ações nesta sessão é impulsionado por papéis de setores que ficaram para trás no mini-rali de ano novo, com destaque para o financeiro. A manifestação de confiança do Japão em relação à dívida de países europeus também ajuda a restabelecer a confiança.
Não à toa, os principais índices de ações na Europa marcam alta, assim como os contratos futuros sobre os benchmarks de Wall Street, apontando para uma abertura positiva para os mercados de ações nos EUA.
Excesso = Oportunidade
“Com a atual deterioração das condições dos mercados de crédito nos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), a atenção dos mercados deverá permanecer sobre a crise da dívida neste dia”, apontou o analista Kasper Kirkegaard, do Danske Bank.
Entretanto, a preocupação com a solvência dos países e - por tabela - de suas instituições financeiras, pode ter criado distorções e aberto espaço para oportunidades com ações de bancos, as quais registram forte desempenho positivo nesta sessão.
O exemplo é dado pelos analistas do Société Générale, que elevaram o setor para um “overweight tático”, justificando sua opção pelo desempenho em torno de 8% inferior à média do mercado, ao mesmo tempo em que o histórico sugere uma recuperação dos papéis.
“O setor aparenta estar sobrevendido”, afirmaram os analistas, que ressaltaram a natureza estratégica da opção, “uma vez que o risco soberano permanece”, apontaram em relatório.
Lição de casa
O déficit orçamentário português ficou inferior à meta de 7,3% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, período em que a receita do país cresceu mais do que o esperado, afirmou José Sócrates, primeiro ministro de Portugal. O ministro de finanças do país afirmou que “está fazendo o seu trabalho no sentido de enfrentar e resolver os desequilíbrios econômicos e financeiros que tem pela frente”, tentando evitar um socorro ao país. Fernando Teixeira dos Santos também criticou a Europa por não defender o euro.
Se os parceiros europeus não ajudam, o mercado recebe com maior entusiasmo o apoio do Japão. “A Zona do Euro planeja emitir uma ampla quantia de títulos de modo cooperativo no fim deste mês, para arrecadar fundos e ajudar a Irlanda. É apropriado ao Japão (...) adquirir os títulos para impulsionar a confiança nos esforços europeus”, afirmou o ministro japonês de finanças, Yoshihiko Noda.
Abrem-se as cortinas...
Também ganha destaque a Alcoa, que iniciou a nova temporada de resultados corporativos em grande estilo, ao registrar lucro líquido de US$ 0,21 por ação, superando as projeções de analistas para o quarto trimestre de 2010. Tradicionalmente, o desempenho da empresa é visto como um indicativo da tendência para o cenário corporativo nos EUA.
Já na Europa, são as ações de Barclays, Crédit Agricole e Lloyds destacam-se entre as altas, com ganhos de respectivamente 4,7%, 2,2% e 1,4%, após terem sido eleitas top picks no setor pelos analistas do Société Générale.
Internamente, os investidores avaliam a divulgação do IPC-Fipe, que apontou desaceleração da inflação na primeira prévia de janeiro, quando comparada ao mesmo período de dezembro. A variação foi de 0,61%.
Por fim, nos EUA, os investidores aguardam ainda os números do Wholesale Inventories,

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