terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cenário Macro - 1

Indicadores da atividade industrial e do setor de serviços de Dezembro confirmam a aceleração do crescimento no último trimestre de 2010, ao redor do mundo. Na China, Índia, Coréia do Sul e Zona do Euro, diversos índices PMI Manufacturing e PMI Non-manufacturing registraram elevação. A principal exceção foi o PMI Manufacturing na China, que caiu no último mês do ano, mas tem perspectivas de voltar a subir em breve. Nos EUA, o ISM manufacturing também subiu e o comportamento das encomendas e dos estoques sugere que a alta pode ter continuidade.
Na China, o PMI Manufacturing de Dezembro ficou abaixo do esperado e abaixo do valor registrado em Novembro. Porém, a média móvel de três meses do índice permaneceu estável, em nível elevado. A diferença entre os sub-índices de encomendas e estoques também caiu, basicamente em função do recuo das encomendas. Dessa forma, a média móvel de três meses dessa diferença recuou, mas permanece em nível elevado, significativamente acima de zero (gráfico ao lado). Ou seja, as encomendas continuam a crescer mais rapidamente do que os estoques. Isso sugere que a atividade manufatureira continuará a crescer nos próximos meses e que, portanto, o recuo do PMI em Dezembro tende a ser passageiro. É provável que o contínuo aperto da política monetária acabe provocando a desaceleração do consumo doméstico e, consequentemente, da atividade industrial. No entanto, o aperto tende a ser implantado gradualmente e, além disso, parte expressiva da atividade industrial está ligada ao setor exportador, que segue em rápida expansão. Assim, parece provável que a indústria na China siga crescendo em ritmo forte nos próximos meses.
Nos EUA, o ISM Manufacturing subiu em linha com o esperado e atingiu 57. A princípio, a manutenção do ISM Manufacturing em patamar elevado surpreende, dado que a diferença entre encomendas e estoques caiu para zero e ficou próxima a esse patamar por vários meses. Seria natural, portanto, que o próprio ISM perdesse força, até que as encomendas voltassem a crescer e/ou os estoques caíssem. No entanto, isso não ocorreu e, em Dezembro, a diferença entre encomendas e estoques voltou a subir. O sub-índice de encomendas subiu quatro pontos e o sub-índice de estoques caiu cinco pontos e, dessa forma, a média móvel de três meses subiu de zero para quase cinco pontos (gráfico ao lado). A correlação ilustrada no gráfico continua a sugerir que o ISM Manufacturing acabará perdendo força, mas os dados de Dezembro enfraqueceram esse cenário.

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