terça-feira, 1 de março de 2011

Mercados

Moedas – O mercado acredita que o ECB vá aumentar os juros antes do Fed e isso tem favorecido a alta do Euro. Ontem, o primeiro ministro de Luxemburgo disse que em duas semanas é possível que seja anunciada a nova regra de socorro aos países europeus com problemas e que ela afastará o risco da região (mais um ponto favorável à moeda européia). Depois da alta de 6ª, o AUD ficou praticamente estável à espera da reunião do RBA (manteve os juros).

BRL – A atuação do BC para tentar conter a alta do BRL começou logo que o horário comercial dos bancos se iniciou e em ½ hora anunciou quatro leilões em sequência (os dois primeiros a termo; logo depois um de swap - 1,5 bi - e por último o leilão à vista – à tarde anunciou um outro). A forte interferência alterou o rumo do mercado e fizeram a moeda perder valor no final do dia (na contramão do mercado internacional). No mês de Março, os bancos deverão usar mais de 3 bi do fluxo de spot para equalizar a posição vendida (para os 10 bi anunciados pelo BC em Janeiro). Se o BC continuar colocando os mesmos 6,3 bi que colocou de swap, o mercado necessitará de 9,3 bi para cumprir com os dois compromissos.

Juros – O detalhamento dos cortes fiscais provocou a queda dos juros e o mercado devolveu o prêmio de alta maior que ocorreu na 5ª da semana passada. Em consequência a ponta longa apresentou tendência de inclinação positivamente maior.

Bolsas – Ásia – Apesar do receio com a crise do Oriente Médio, as altas da Europa e NY na 6ª prevaleceram e os mercados asiáticos após abrirem em queda se recuperaram e fecharam na high do dia (casos do Nikkei, Shanghai e HK). A exceção foi a bolsa de Seul que fechou próximo da low (queda de 1,2) por causa de ameaças do vizinho do Norte (como era feriado hoje os investidores preferiram não correr riscos).

Europa – Com exceção do FTSE que caiu por causa do balanço de um grande banco, as bolsas européias subiram repercutindo a diminuição da incerteza com o preço do petróleo depois que a Arábia Saudita aumentou o bombeamento do óleo.

S&P – Com a ajuda de dados econômicos positivos, as bolsas americanas também repercutiram as boas novas do mercado de óleo.

Bovespa – Mesmo com a queda das ações do setor de empreendimentos imobiliários (por causa do corte no programa Minha Casa Minha Vida), a bolsa paulista acompanhou o movimento externo e subiu.

Commodities – O mercado já não vê com tanto problema a crise líbia (Arábia Saudita pode suprir qualquer parada brusca no fornecimento e já começou a produzir mais) e o petróleo caiu puxando os metais para cima e também os agrícolas (a exceção foi a soja que caiu). A fala tranquilizadora de Wen Jiabao também ajudou a fortalecer a alta das commodities (ele disse que o país perseguirá um crescimento entre 7 e 7,5 e acham que neste patamar não estariam agredindo a natureza).

Ásia – A menor instabilidade no mercado de óleo, a alta das bolsas na Europa e nos US ontem e as indicações de moderação no crescimento industrial chinês (que pode diminuir a pressão por mais aperto monetário) fez as bolsas asiáticas subirem, com destaque para o Nikkei (as empresas japonesas são muito interdependentes do que ocorre no Ocidente). A tendência de queda do Iene na sessão asiática também ajudou o movimento. A pior performance ficou com a bolsa australiana, apesar do RBA ter mantido os juros estáveis e levado o AUD a perder valor (menor crescimento na China não é um bom indicador para a Austrália).

Commodities – Os diversos voltam para o modo de alta e as commodities sobem (inclusive o petróleo que tanto causou confusão nos últimos dias). Entretanto, os ganhos são modestos para os metais (por causa da perspectiva de menor crescimento na China) e os agrícolas apresentam a mesma vol.

Treasuries americanos – A melhora dos mercados com a diminuição das incertezas com o petróleo não provocou alta nos juros ontem por causa das compras do Fed (ração diária do QE2). Hoje, o mercado responde ao movimento dos demais mercados e sobe.

Europa – A alta na Ásia já seria um reforço para a continuidade dos ganhos das bolsas européias. Com dados positivos de emprego na Zona do Euro, alta de preços de imóveis e perspectiva melhor da indústria em UK, os mercados sobem (mesmo com o petróleo subindo). O que atrapalha um pouco o desempenho do FTSE é a revisão para baixo do crescimento da Inglaterra.

S&P futuro – No vácuo da Ásia e da Europa subia 0,4 às 08:15.

- O BC vendeu US$ 6,3 bi de swaps no mês de Fevereiro e o estoque dessas operações soma mais de US$ 9,8 bi (um valor que começa a fazer frente aos 11/12 bi vendidos por gringos no futuro).

- Amanhã o IBGE divulga a Produção Industrial do mês de Janeiro, a projeção da BGC Liquidez é de estabilidade em relação ao mês de dezembro (0,0%). Embora a produção de veículos automotores tenha contribuído para o resultado insatisfatório da indústria no mês, em razão das medidas de restrição ao crédito implantadas pelo BC, fica cada vez mais evidente que o momento ruim atravessado pela indústria não tem origem em eventos pontuais e já tem impactos em setores diversos da estrutura industrial brasileira. O constante aprofundamento do déficit comercial dos produtos industrializados e o iminente aperto monetário não prospectam alterações nesse cenário.

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