Moedas – A expectativa de alta dos juros na próxima semana não está sendo suficiente para fazer a moeda européia subir. A fraqueza política dos mandatários da Alemanha e França, a resistência de Portugal em recorrer ao EFSF, o corte no rating promovido pelas agências e dúvidas em relação à capacidade financeira de alguns bancos irlandeses estão atrapalhando o desempenho da moeda. Sem os problemas que a Europa enfrenta, o AUD voltou a ganhar valor por causa da perspectiva positiva em relação à questão líbia e a diminuição das preocupações com o Japão. A moeda japonesa perdeu valor e deve ajudar as empresas exportadoras japonesas.
BRL – O governo tirou a carta da manga – IOF sobre emissão de títulos de até 360 dias - e liberou o mercado para operar sem o receio de medidas ao final do dia. Com isso, o espaço que havia para alguma valorização foi ocupado rapidamente (as atuações mais intensas do BC ocorrem quando a paridade ameaça romper os 1,65), já que as atuações do BC têm sido mais tímidas. Ajudado pelo quadro externo ao longo das últimas semanas, a autoridade vai ter que alterar sua estratégia para levar adiante o propósito de não permitir a subida do BRL.
Juros – Hoje será divulgado o Relatório de Inflação e o mercado espera que a rigidez técnica do documento prevaleça (nele não há muito espaço para rodeios). Acreditando num tom mais duro contra a inflação, o mercado antecipou a alta dos juros na BM&F ontem. Há que se considerar, entretanto, que a liquidez dos negócios não foi das melhores. A subida das commodities agrícolas e petróleo também favoreceram o movimento, assim como o crescimento das operações de crédito em Fevereiro (número que evidencia o esvaziamento dos efeitos das medidas tomadas em Dezembro que objetivavam um recuo mais duradouro).
Bolsas – Ásia – As bolsas asiáticas se recuperaram das perdas iniciais (decorrentes da queda de NY e da instabilidade que ainda reina no Japão). Na Austrália, Coréia e Seul os índices fecharam em alta, mas as bolsas chinesas fecharam no vermelho porque voltou a se especular sobre um provável aumento dos juros nos próximos dias.
Europa – As bolsas européias passaram uma boa parte do dia de ontem descontando a perda da bolsa americana no dia anterior. Depois que as bolsas americanas abriram e sinalizou que o recuo do dia anterior não persistiria, a maioria se recuperou das perdas. A bolsa de Londres subiu porque o peso das commodities é maior no FTSE (as ações de Basic Materials foram destaque de alta).
S&P – Na 2ª, as bolsas haviam recuado sem que nada justificasse. Ontem, recuperaram – com folga - a perda do dia anterior sem um trigger específico (a liquidez continuou fraca). No pré-mercado o S&P caía repercutindo a fraqueza da Europa, mas o investidor americano não ratificou tal tendência.
Bovespa – Ontem a bolsa paulista voltou a underperformar o S&P (nesta semana a diferença de desempenho soma quase 1 pct a favor da bolsa americana). As ações de real estate, da Petrobrás e de bancos estão apresentando queda.
Commodities – Os metais voltaram a cair (receio com alta dos juros na China), mas os grãos e o petróleo se recuperam das perdas do dia anterior. O que deve ser ressaltado, entretanto, é que a vol desses mercados diminuiu nesses últimos dias.
Ásia – Acompanhando o vai e vem de NY, hoje as bolsas asiáticas abriram o dia descontando a subida das bolsas americanas (ontem foi o contrário). O movimento de recuperação do Nikkei (com as empresas retomando a produção, o Iene caindo e diminuindo as preocupações com a usina nuclear) ajudou a reforçar a alta na região. A exceção mais uma vez foi Shanghai que recuou ligeiramente porque continua repercutindo a expectativa de uma iminente elevação nos juros. Apesar de várias praças apresentarem alta, a preocupação com a elevação de juros não é exclusiva dos chineses. Nas moedas, o destaque ficou por conta do Iene que voltou a perder valor para tranqüilidade das autoridades japonesas. O Euro e o AUD tiveram oscilações pequenas na sessão asiática. A moeda européia, como já foi dito, sofre com as incertezas políticas e o AUD continua apresentando tendência de alta em decorrência das expectativas positivas de crescimento mundial que dá sustentação às commodities.
Commodities – Voltam a apresentar pequenas oscilações na abertura dos negócios na Europa. O cobre e o petróleo recuam ligeiramente. Já nos agrícolas, trigo e café recuam e soja e milho sobem.
Treasuries americanos – O leilão de títulos do Tesouro (papéis de cinco anos) ajudou a consolidar a alta dos juros ontem que já se delineava no mercado com a alta das bolsas e commodities. Hoje tem o leilão de papéis de sete anos e as taxas persistem em alta com a melhora das expectativas.
Europa – Enfrentando as incertezas políticas e financeiras que assolam a região, as bolsas européias se apóiam no movimento de fora (Ásia e US) e sustentam alta pela manhã. Já o Euro sem o mesmo suporte recua ligeiramente. Os diversos indicadores de expectativas divulgados à pouco desapontaram mas não impedem a melhora das bolsas.
S&P futuro – Prosseguia em alta como na tarde de ontem, registrando elevação de 0,6 às 08:15.
O BC divulgou os dados das operações de crédito do mês de Fevereiro e elas voltaram a crescer de forma mais robusta que em Janeiro. Como a autoridade tem mencionado que é saudável um nível menor (que o atual) de crescimento das operações, especulações sobre novas medidas devem começar a circular.
No mês de Janeiro, o resultado das contas do Tesouro não permitia uma avaliação precisa da real disposição do governo em conter gastos. As despesas apresentaram um crescimento muito forte em função dos restos a pagar de 2010. Isso ficava nítido quando se olhava a despesa de outros custeios e capitais que somava 19,s bi (contra 13,1 de Janeiro do ano anterior). Em Fevereiro, a conta mencionada cresceu pouco mais de 500 milhões – 5,7 pct – em relação ao ano anterior. Como a receita, nominalmente, cresce a um ritmo superior o Governo conseguiu entregar o que prometeu. Como foi só um primeiro número, a desconfiança que os analistas externam ainda levará algum tempo para ser totalmente superada
quarta-feira, 30 de março de 2011
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