Moedas – A recuperação do Euro, observada na sessão americana, não foi seguida pelas demais moedas (Iene e AUD). Enquanto a primeira se fixou na recuperação das bolsas americanas e européias (acreditando que as medidas que serão tomadas na próxima semana darão um rumo positivo para a estabilidade financeira da região), as duas outras continuaram atreladas aos problemas japoneses.
BRL – Após uma abertura com um forte gap de baixa (1,1 de queda em relação ao valor de fechamento do dia anterior), a cotação foi se recuperando (acompanhando o movimento de melhora do Euro e das bolsas americanas e européias). Ao final do dia, 2/3 da perda havia sido anulada. O volume do interbancário sugere que o fluxo pode ter sido positivo e o BC (comprando apenas 450 MM) pode ter deixado sobrar divisas no mercado (na 4ª da outra semana se poderá confirmar isso)
Juros – Apoiado na estatística de criação de emprego (com metodologia confusa é bom que se registre) e desprezando a forte baixa das commodities (acreditando que seja passageira), os juros subiram ontem. É importante não esquecer que hoje tem leilão e isso normalmente favorece a posição altista (se o Tesouro já aceitou colocar papéis à taxas mais altas que as atuais porque não aproveitaria a oportunidade para aumentar a venda – afinal tem que rolar parcela substantiva da dívida).
Bolsas – Ásia – Os problemas com os reatores da usina de Fukushima provocaram pânico entre os investidores japoneses e fizeram a Ásia abandonar a visão oportunista (pelo menos momentaneamente) de que as dificuldades no Japão possam criar uma demanda adicional de seus produtos.
Europa – Apesar das quedas observadas na Europa, os mercados melhoraram na parte da tarde após a abertura das bolsas americanas. O movimento seguiu a alta do Euro e repete de certa forma o que já havia ocorrido na 2ª.
S&P – Apesar de caírem ao final do dia, as bolsas americanas romperam com o pessimismo que reinou depois da forte queda da bolsa japonesa. Os termos do statement do FOMC agradaram os investidores (há um view positivo sobre o desempenho da economia nele e algumas preocupações externas no documento anterior foram deixadas de lado).
Bovespa – Embora não tenham subido como na 2ª, o movimento de recuperação (e de descolamento) foi igual.
Commodities – A melhora das bolsas e do Euro não foi acompanhada pelo preço das commodities. O petróleo e principalmente os grãos caíram forte na esteira dos problemas com o Japão.
Ásia – Embaladas pela alta do Nikkei (as preocupações com a usina nuclear diminuíram – ou deixaram de piorar), as bolsas asiáticas subiram. Os mercados já abriram guepados (pois as quedas foram excessivas nos dias anteriores) e embora tenham perdido ímpeto ao longo do dia (pois vai levar algum tempo para sair totalmente da situação de sobressalto) se recuperaram e fecharam próximos das highs estabelecidas na abertura. Algumas praças (Taiwan e Seul) voltaram a ver o problema japonês como uma oportunidade para o país. O Iene tentou inverter o comportamento de alta que vinha tendo, mas não conseguiu e fechou praticamente no zero a zero (O Euro e o AUD apresentaram oscilação pequena na sessão asiática).
Commodities – A atenuação das preocupações com o Japão está levando os diversos mercados a corrigirem os movimentos de queda dos dias anteriores e isso não é diferente nas commodities. Os grãos são os produtos com maior alta (o recuo de ontem foi muito forte), mas o petróleo e o cobre não ficam muito atrás.
Treasuries americanos – Após uma abertura em forte baixa (Japão), se recuperaram como os demais mercados.
Europa – O comportamento das bolsas européias ainda se mostra instável (subiu no inicio e voltou a cair) e não acompanha a recuperação observada na Ásia. Como já foi mencionado, vai levar alguns dias para o mercado sair totalmente do modo de sobressalto que a situação no Japão provocou. O downgrade de Portugal não pode ser responsabilizado pelo que acontece porque o spread dos títulos dos países periféricos não se alterou profundamente hoje e as expectativas quanto ao encaminhamento da crise financeira são positivas com as medidas esperadas para a semana que vem. Após se sustentar nos dois dias anteriores, o Euro perde valor hoje na sessão européia (o AUD e o Iene estão estáveis).
S&P futuro – Acompanha a queda da Europa e caía 0,4 às 08:10. Entretanto nos últimos dias, o mercado só tem se definido após a abertura de NY (e foi melhor do que os futuros previam).
- A Moody’s cortou o rating de Portugal, com outlook negativo (entretanto os spreads dos chamados países periféricos – em relação ao título alemão – não tiveram mudança substantiva já que há uma expectativa muito positiva em relação às medidas que serão adotadas a semana que vem).
Ontem, o MTB divulgou as contratações de Fevereiro. O Ministério preferiu seguir um critério de divulgação estatística que dificulta a interpretação dos dados. Definiu que incorporaria mensalmente, os dados não informados anteriormente, mas preservaria uma série sem ajustes para que o resultado do mês pudesse ser comparado temporalmente. Acontece que é um erro comparar um número real (embora ainda preliminar) com uma série irreal (pois de fato os números sem ajuste não existem). Parece óbvio que o ritmo de contratação de Fevereiro tenha mais a ver com os 2,55 MM de aumento no emprego do que com os 2,13 aferidos sem ajuste. Apesar dessa ressalva, o número do mês passado indica que a demanda por pessoal aumentou (voltou aos padrões do início de 2010). Entretanto, não é possível dizer ainda se ele persistirá.
quarta-feira, 16 de março de 2011
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