quinta-feira, 17 de março de 2011

Mercados

Moedas – A moeda européia, que por dois dias ficou descolada do Iene e do AUD (enquanto a moeda européia deu mais importância às iniciativas das autoridades em costurarem um acordo que possa por fim às desconfianças em relação ao equilíbrio - financeiro e econômico - dos chamados países periféricos, o Iene e o AUD se prenderam aos problemas mundiais – China, terremoto/repatriação de capitais e conflitos políticos nos países árabes), finalmente andou de acordo com o padrão usual e caiu como as outras. A propósito do Iene, a moeda entrou em uma espiral de alta no fechamento (as especulações sobre repatriação de capitais se ampliaram apesar do BOJ ter mencionado que isso não esteja ocorrendo).

BRL – Mesmo com a possibilidade de adiamento das medidas na área cambial e uma atuação mais tímida do BC, o BRL seguiu o movimento (as incertezas) externo. Os eventos de fora estão conspirando a favor das autoridades.

Juros – Apesar de ter ficado a maior parte do tempo em alta (principalmente enquanto os mercados globais apresentavam melhora), os DIs acabaram fechando em queda na BM&F (o ambiente ainda é de muita incerteza, o que significa que a postura de adiar a alta de juros que se observa mundo afora pode prosseguir e contaminar as decisões aqui).

Bolsas – Ásia – A recuperação da bolsa japonesa após as fortes quedas dos dias anteriores embalou a recuperação dos mercados na Ásia. A visão oportunista do terremoto voltou a predominar em algumas praças e ajudou a consolidar a alta das ações (assim como as indicações melhores para a economia chinesa fizeram a bolsa de Shanghai subir).

Europa – Desde a abertura os mercados europeus se mostravam reticentes em acompanhar o movimento asiático. Como NY não apresentou o mesmo comportamento (mais otimista) dos dois dias anteriores e as incertezas em relação ao Japão voltaram a se elevar, as bolsas firmaram na baixa.

S&P – NY cansou de carregar o mundo nas costas e sucumbiu à instabilidade derivada do terremoto no Japão. Desde que o QE2 começou a afetar os mercados não tinha havido um período em que as quedas próximas de 2 pct fossem tão frequentes como agora.

Bovespa – Depois de dois dias descolada de fora (na intensidade do movimento), não resistiu à fraqueza das bolsas de NY e recuou em linha com o S&P (o momento é de muita instabilidade).

Commodities – Apresentaram forte melhora no início dos negócios na sessão européia (respondendo ao humor dos asiáticos), mas perderam o ímpeto de alta ao longo do dia por causa da instabilidade observada nas bolsas e moedas.

Ásia – Entre o fechamento das bolsas em NY e a abertura dos negócios na Ásia, a expectativa piorou com a súbita valorização do Iene (prenúncio de repatriação), dando uma perspectiva ruim para a abertura das bolsas. O Nikkei abriu caindo 5 pct e arrastou as demais bolsas asiáticas para baixo. Entretanto, a bolsa japonesa iniciou um processo de recuperação que foi até o final (não foi suficiente para sair do vermelho, mas as quedas foram mais suaves – as bolsas da Coréia e da Austrália fecharam no zero a zero) por causa de uma reversão brusca na trajetória do Iene. Nenhuma atuação do BoJ na moeda foi confirmada. O que deve ter provocado a reversão foram rumores de que o G7 se reuniria (confirmado por Noda que ainda hoje – 20:00 - ocorrerá uma teleconferência).

Commodities – A reunião do G7 acalmou os mercados asiáticos e faz a Europa começar o dia em alta. Por isso, as diversas commodities se recuperam do recuo na sessão americana (esvaziaram muito do ganho ontem à tarde) e sobem forte.

Treasuries americanos – Continuaram recuando forte ontem em decorrência da instabilidade observada nos diversos mercados. Hoje, depois das quedas acentuadas dos dois últimos dias voltam a subir.

Europa – A movimentação do Iene no final do dia de ontem está possibilitando aos mercados reafirmarem sua visão oportunista do problema do Japão (a reconstrução traz benefícios), principalmente após a confirmação da reunião de emergência do G7 hoje. Com isso, as bolsas européias e o Euro já abriram em alta.

S&P futuro – Vai no embalo da reunião do G7 e subia 0,9 às 08:00.

- O G7 agendou uma reunião (teleconferência) para hoje às 20:00. As questões envolvendo o Japão estarão em pauta e deve servir para que qualquer dúvida que possa existir seja resolvida e, principalmente, que o discurso seja unificado (atitudes como essa têm sido positivas nos momentos de crise).

O fluxo cambial foi superavitário em seis bilhões de dólares, apesar da semana passada ter tido apenas três dias úteis. A magnitude das entradas em período muito curto de tempo fez com que as sobras de mercado (liquidas das compras do BC) fossem elevadas e provocassem um recuo das posições vendidas dos bancos para nove bilhões.

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