O medo de desaceleração da economia chinesa, após mais uma elevação de juro em pleno dia de Natal, tornou um pouco difícil uma recuperação da Bovespa nesta reta final do ano. A Bovespa operou em baixa o tempo todo, testando novamente o patamar dos 67 mil pontos.
Na mínima, o índice à vista caiu 0,85%. Às 14h15, a Bolsa marcava desvalorização de 0,61%, aos 68.070,45 pontos, mas o volume financeiro é pálido - projeta para o fechamento R$ 2,6 bilhões -, o que prejudica uma avaliação mais precisa sobre o movimento do mercado.
Apesar de o aumento de juro na China ter sido pequeno, de 0,25 ponto porcentual para as taxas de depósito e de empréstimo, a decisão do Banco do Povo da China (PBoC) está sendo vista pelos analistas como uma sinalização de uma postura mais agressiva com relação à política monetária em 2011, com possibilidade de altas de juros mais frequentes.
O mercado já vinha esperando um novo aperto monetário na China, mas não contava que essa decisão viria agora. Essa foi a segunda alta de juro em dois meses. E nesta segunda-feira o Banco do Povo da China emitiu dois comunicados destacando os desafios que a autoridade monetária enfrenta para controlar o excesso de liquidez e a base monetária. Apesar da força da economia do país, a China "enfrenta tarefas árduas para
administrar a moeda, o crédito e a liquidez e evitar riscos financeiros", disse o banco central em comunicado após a reunião do quarto trimestre do Comitê de Política Monetária.
Segundo a revista Caijing, a China pode reduzir sua meta para a média do crescimento econômico anual entre 2011 e 2015 para 7%, de 7,5% no período de cinco anos anterior, citando como fontes autoridades do governo chinês não identificadas que participaram da elaboração do 12º plano econômico de cinco anos do governo chinês.
Nas commodities, o efeito China foi mais sentido hoje pelo petróleo, que recuava 0,70% por volta das 14h na Nymex, refletindo o temor dos investidores de que a alta de juros poderá reduzir a demanda energética do país, o segundo maior consumidor de petróleo do mundo.
No mercado de metais, a decisão foi contrabalançada pelo enfraquecimento do dólar.
Na Bovespa, as ações da Vale e da Gerdau caíam mais de 1%, ecoando o receio de uma demanda menor na China. Vale PNA recuava 1,26% e a ON cedia 1,37% às 14h14. Gerdau PN registrava baixa de 1,82% e Metalúrgica Gerdau PN, -1,61%.
Apesar da preocupação com a China segurar uma recuperação mais forte, alguns analistas não descartam a possibilidade de um ajuste positivo pequeno até quinta-feira, último pregão do ano, puxado pelos fundos de investimentos em função da nova carteira teórica do Ibovespa, que começa a vigorar em janeiro.
No exterior, as bolsas também operam no vermelho, em meio a um giro negociado mais baixo. A Bolsa de Xangai caiu 1,90%. Na Europa, com o mercado londrino fechado, o destaque é a bolsa de Frankfurt, que caía 1,15% às 14h20, impactada pelas ações das montadoras, após autoridades de Pequim anunciarem, no dia 23, restrições para o registro de novos carros na cidade em 2011, com o intuito de controlar o tráfego caótico da capital.
As ações do setor bancário dão prosseguimento às perdas da semana passada, quando sofreram ajustes após o Relatório Trimestral de Inflação preparar terreno para uma elevação na reunião do Copom de janeiro, a primeira sob o comando de Alexandre Tombini. Bradesco PN cedia 1,10% às 14h20, seguido por Itaú Unibanco PN, -0,71% e Banco do Brasil ON, -0,45%.
As ações do frigorífico JBS em queda de 2,25% são destaque negativo do Ibovespa hoje, após o grupo informar que está em estágio avançado de negociação com o BNDES para realizar a segunda emissão de debêntures conversíveis. Diferentemente da primeira emissão, que previa uma oferta pública de ações da JBS USA, a nova operação elimina essa obrigatoriedade. Em fato relevante, o JBS diz ainda que a nova emissão, de R$ 4
bilhões, pretende substituir integralmente os papéis da primeira emissão.
Do lado positivo, MMX ON subia 2,79%, seguida por Braskem PNA, +2,53% e TIM PN, +1,41%
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
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