Os principais índices acionários europeus terminaram essa quinta-feira (3) predominantemente em queda, com a noite violenta no Cairo, onde seis protestantes foram mortos, influenciando as decisões dos investidores. Indicadores norte-americanos acima da expectativa, resultados corporativos abaixo do estimado e reunião do BCE (Banco Central Europeu) também impactaram a sessão.
O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou leve baixa de 0,28% e atingiu 5.983 pontos. Por outro lado, CAC 40, da bolsa de Paris, encerrou em baixa de 0,74%, atingindo 4.037 pontos. O SMI de Zurique caiu 0,13% e terminou o dia nos 6.545 pontos. Em Milão, o FTSE MIB obteve queda de 0,93% e terminou o dia com 22.444 pontos. O IBEX 35, de Madri, terminou o dia em queda de 1,36% e atingiu os 10.860 pontos.
A exceção foi o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, apresentou uma leve alta de 0,14%, atingindo 7.194 pontos.
DAX 30 +0,14
FTSE 100 -0,28
CAC 40 -0,74
SMI -0,13
FTSE MIB -0,93
Nesta sessão, foi divulgado o PMI Composite (Purchasing Managers Index) da Zona do Euro, que mediu o nível de atividade do setor privado em janeiro. O índice teve alta de 1,5 ponto e atingiu 57,0 pontos no mês, acima das expectativas do mercado.
O Banco Central Europeu optou pela manutenção da taxa de juros na Europa, mantendo a taxa básica inalterada em 1,00% ao ano, um patamar mínimo histórico. A decisão já era esperada pelo mercado.
Na coletiva sobre a reunião, Jean-Claude Trichet, presidente da autoridade monetária europeia, voltou a dizer que está acompanhando de perto a evolução da inflação, além de reiterar o compromisso da autoridade com a manutenção dos preços. Contudo, Trichet sinalizou que está disposto a esperar para confirmar se este não é apenas um salto temporário na inflação, causado pela valorização das commodities.
Na agenda norte-americana o destaque foi a divulgação de vários indicadores, como o Initial Claims, que mede o número do pedidos de auxílio-desemprego no país, que surpreendeu o mercado ao registrar um total de 415 mil novos pedidos, 10 mil a menos do que os 425 mil esperados pelos analistas.
Também nos EUA, outro indicador, o Factory Orders, que mede o volume de encomendas à indústria norte-americana, subiu 0,2% durante o mês de dezembro. Esse resultado foi acima do esperado pelo mercado, que previa variação negativa de 0,6%
Por fim, o ISM Services, que mede o setor de serviços, ficou em 59,4 pontos na passagem de dezembro e janeiro, resultado também superior às projeções de analistas, que estavam em torno de 57,0 pontos.
A anglo-holandesa Shell teve queda de 3,27%, na bolsa de Londres, após a maior petrolífera europeia anunciar resultados corporativos abaixo do esperado em sua divisão de refinamento. BP Plc e BG Group também acompanharam a queda e recuaram 2,06% e 1,91% respectivamente.
A Total, petrolífera listada em Paris, também registrou queda no dia após protestos contra o presidente do Iêmen, onde a empresa possui atividades. Seu recuo foi de 1,35%.
Por outro lado, o dia foi bom para as montadoras de automóveis, que acumulavam quedas nas ultimas semanas. Renault (+2,37%) e Peugeot (+0,12%) subiram em Paris, enquanto BMW (+1,52%) e Daimler (+0,78%) também alcançaram alta em Frankfurt. A exceção foi a Volkswagen, que caiu 1,01%.
Em Frankfurt, os bancos tiveram resultado misto, com o Deutsche Bank apresentando alta de 1,85%, após anunciar um aumento de receitas. O Commerzbank por sua vez, recuou em 0,19%.
O claro acirramento das tensões políticas no Egito, após noite marcada pela morte de seis manifestantes, levou o mercado a adotar um tom mais cauteloso sobre os possíveis desfechos e consequências dos eventos tanto para o país quanto para o mundo árabe em geral.
Embora a Irmandade Muçulmana, principal partido da coalizão islâmica e antigamente grupo com práticas violentas, tenha afirmado que não irá parar de protestar até que o presidente Hosni Mubarak renuncie, as chances de um extremista islâmico assumir o poder são pequenas, assim como as chances de que se feche o canal de Suez e de que os tumultos se espalhem para países grandes produtores de petróleo da região
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