quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mercados

Moedas – A fala de um membro do ECB sugerindo que a autoridade reagirá se a alta de preços das commodities tiver efeitos secundários (aumento de salários, por exemplo) fez o Euro subir. Entretanto, a alta do juro chinês (e seus efeitos sobre o preço de commodities) freou o movimento em outras moedas por algum momento, mas ao longo do dia o mercado resolveu relevar os efeitos da medida.

BRL – O BC interferiu menos no mercado ontem (só houve os leilões de spot) e a moeda brasileira voltou a subir. O BRL também foi ajudado pelo desprezo a alta dos juros chineses demonstrado pelos diversos mercados (até de commodities). Um freio mais firme por lá pode prejudicar o desempenho econômico do mundo.

Juros – O dado de inflação não trouxe informação nova que pudesse ratificar a previsão de alta ainda maior do IPCA (a contínua subida do número desde Outubro do ano passado tem motivado a elevação dos juros). Com isso, as taxas dos DIs voltaram a recuar na BM&F. Outro contraponto à tendência de alta foi anúncio de que o corte de gastos deve ser anunciado na 6ª (isso deve esfriar as apostas até lá porque o mercado vai esperar para ver o que o governo tem para mostrar).

Bolsas – Ásia – Os mercados que apresentaram comportamento mais cauteloso no mercado asiático (medo de China) estavam corretos, pois o PBoC anunciou aumentos dos juros. O Nikkei e a bolsa de Sidney preferiram olhar o comportamento das bolsas da Europa e em NY do dia anterior e subiram. Hoje saberemos qual aposta foi a mais acertada.

Europa – As bolsas européias atropelaram a alta do juro chinês, a proposta de nova taxação dos bancos ingleses pelo governo de UK e a produção industrial menor na Alemanha (também tinham que descontar a piora de NY na 2ª depois que a Europa já tinha fechado) e subiram.

S&P – Na ausência de notícias e com baixa liquidez as bolsas de NY foram no embalo dos diversos mercados, também subindo e relevando a novidade chinesa. As boas vendas do McDonald’s no mês de Janeiro levaram as ações do setor de Consumo a puxarem a alta.

Bovespa – Após um início titubeante por causa da alta dos juros na China, a bolsa paulista se descolou do movimento externo e subiu (após o movimento aqui, lá fora também se firmou relevando a medida chinesa). Justamente, as ações dos setores que mais caíram nessas últimas semanas se recuperaram: bancos, empreendimentos imobiliários e consumo. São setores que podem ser afetados pela elevação esperada nos juros e por isso, o recuo das taxas dos DIs futuros foi fundamental para consolidar a alta destas ações.

Commodities – A elevação dos juros na China, embora tenha afetado alguns itens, não alterou a trajetória de alta das commodities (se o mercado não tiver medo da China do que terá?). Logo após a decisão parecia que o mercado reagiria negativamente ao aumento, mas ao longo do dia o temor foi se desfazendo e o petróleo e o cobre passaram a subir. Nos agrícolas, o destaque ficou por conta da alta do trigo e, na ponta inversa, o recuo do açúcar foi mais exagerado ainda.

Ásia – O mercado asiático reagiu com mais cautela (que a Europa e NY) a alta dos juros na China. Respeitando as prováveis conseqüências negativas da medida, as bolsas asiáticas recuaram como um todo, apesar de algumas praças ainda terem iniciado os negócios em alta. Caso do Japão que chegou a subir 0,6.

Commodities – Mesmo com as ações caindo na Ásia, as commodities continuam apresentando tendência de alta nos negócios da sessão européia dos futuros. A exceção é o cobre que, respeitando a decisão chinesa, recua ligeiramente.

Treasuries americanos – A alta de preço dos diversos ativos ontem, mesmo com a temida subida de juros na China se confirmando, foi um sinal importante para reforçar a trajetória de elevação dos juros americanos que se vem observando há meses. A menor demanda pelo papel de três anos (indicando alguma dúvida em relação às decisões futuras do Fed) ajudou a consolidar a visão mais pessimista. Hoje, tem leilão de 10 anos, mas as taxas recuam um pouco depois das fortes altas de ontem.

Europa – A queda das bolsas na Ásia inibe hoje o desejo demonstrado ontem pelo mercado europeu de relevar a decisão chinesa. Na parte da manhã, o FTSE apresentava tendência de baixa e o Dax gravitava em torno do zero a zero.

S&P futuro – Às 08:10, recuava 0,3 nos negócios da sessão européia do índice. Como ontem, nenhum indicador econômico será divulgado.

OBS: - A China voltou a elevar os juros (em 0,25 pct) às vésperas da retomada das atividades pós comemoração da passagem de ano. A reação do mercado, inicialmente, foi de pessimismo, mas a trajetória foi se alterando ao longo do dia. Se os mercados continuarem relevando a decisão e o mundo continuar no modo de alta em que se encontra, o PBoC terá que carregar na dose de restrições ainda mais.

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