quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mercados

Moedas – A alta dos juros na China pesou sobre diversas moedas ontem. Bernanke fez um discurso onde exaltou que as condições da economia melhoraram o que naturalmente favorece o USD. Na contramão, o Euro subiu e a única explicação plausível é que se o BoE aumentar os juros como o mercado teme (o pound subiu ontem) o caminho para o ECB fazer o mesmo fica livre (em UK e na Zona do Euro a inflação está acima do objetivo).

BRL – Com ações previsíveis e tendo contra si o fato dos juros estarem na ascendente, o BC não foi páreo para o mercado ontem e a moeda voltou para a low do ano. Restringir a posição vendida de bancos, ou a colocação de swaps não está sendo suficiente para conter o movimento especulativo a favor do BRL.

Juros – A velha máxima do “sobe no boato e cai no fato” funcionou bem ontem. Enquanto o mercado aguardava o anúncio de cortes de gastos os juros caiam. Logo após a definição de redução de R$ 50 bi das despesas, eles voltaram a subir. A alta das commodities agrícolas (provocada pelo relatório semanal do USDA) conspirou contra o anúncio de Mantega. Hoje o Tesouro realizará o leilão de pré e a menos que corte drasticamente a oferta tenderá a validar mais altas.

Bolsas – Ásia – Diferentemente da Europa e dos US, que no dia anterior haviam relevado a notícia, as bolsas asiáticas caíram com a alta dos juros na China. Não por causa da novidade que já era antecipada e mais porque o quadro atual evidencia que novas elevações serão necessárias e que não deveriam demorar para acontecer.

Europa – Com medo de que o BoE aumente o juro na reunião de hoje, as bolsas européias caíram ontem (o FTSE apresentou a maior queda). As dúvidas com o desempenho asiático depois da alta dos juros na China ajudou a consolidar o quadro de baixa.

S&P – As bolsas de NY foram arrastadas para baixo por causa das quedas na Ásia (juros na China) e na Europa (receio com a reunião do BoE). O recuo pode ser considerado tímido se comparado às altas observadas recentemente. Mais uma vez o volume de negócios foi baixo na NYSE.

Bovespa – Com quedas generalizadas, a bolsa paulista voltou ao modo de baixa que tem sido característico desde que cresceu a preocupação com a inflação e com a disciplina fiscal do governo. Para piorar as coisas, ontem os mercados ficaram preocupados com a possibilidade do BoE aumentar os juros em sua reunião de hoje.

Commodities – O relatório semanal do departamento de agricultura americano promoveu a subida no preço dos grãos ao indicar um quadro de suprimento mais apertado. As maiores altas foram do milho e do trigo. Ainda repercutindo a elevação dos juros na China, o cobre recuou. Já o petróleo, recuou em NY, mas subiu em Londres.

Ásia – O comportamento das bolsas na Ásia ficou dividido. Um grupo (China, Austrália e Japão) seguiu as condicionantes internas (dado de emprego positivo na Austrália, alto do Iene e encomenda de máquinas no Japão e melhora da liquidez no mercado monetário da China) e o outro (Seul, Taiwan e HK) foi fortemente afetado pela fuga dos chamados global funds das aplicações com receio dos efeitos da inflação sobre a atividade econômica (a bolsa paulista tem sofrido desse mal ultimamente). Em alguns países, as moedas se desvalorizaram por conta disso (movimento que certamente agrada os governos).

Commodities – Recuam por conta da queda das ações e da perspectiva que as altas de preços trazem para a economia (ações restritivas por parte das autoridades).

Treasuries americanos – A queda das bolsas, o speech de Bernanke reforçando a política de compra por acreditar que o desemprego continuará alto e um leilão de 10 anos melhor sucedido que o do dia anterior motivou os compradores das treasuries e as taxas caíram. O movimento de aversão à risco provoca novo recuo dos juros hoje.

Europa – A Europa começa a se ressentir do mal/receios que aflige os emergentes (inflação) e as bolsas recuam. Curiosamente, em UK há o temor de alta de juros por causa da inflação acima da meta e hoje a produção industrial surpreendeu negativamente. Às 08:25, o FTSE recuava 0,8 e o Dax 0,5. O Euro caía 0,6

S&P futuro – Desde Agosto (quando o QE2 foi considerado pela primeira vez), as bolsas americanas sofreram revés apenas quando os spreads dos papéis de países soberanos da Europa subiram e obrigaram o ECB tomar atitudes mais enérgicas (em Novembro). Hoje um novo quadro de preocupação se delineia (inflação) e por estar diretamente ligado aos efeitos da injeção de liquidez é fonte de ruído mais intenso e o Fed pode ter que começar a olhar as conseqüências além do horizonte americano. Arrastada pela queda na Europa, o futuro de S&P recuava 0,5.

- Hoje, o BoE anuncia a decisão de política monetária depois da reunião mensal (10:00). O mercado está dando especial atenção ao fato porque a inflação está acima da meta (sem perspectiva de recuo no curto prazo) e pode levar o BC inglês a mudar a política. A expectativa do mercado, entretanto, é que a taxa seja mantida

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