segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ações atraem bancos chineses

"Os chineses estão ampliando sua participação no mercado de ações brasileiro, isso é certo", afirma Gerardo Mato, CEO do global banking do HSBC para América Latina. Segundo ele, em algumas transações grandes o HSBC tem visto "entidades financeiras" e bancos chineses entrando com força. Ele acredita que em operações que estão por vir o mesmo deve se verificar, sem querer dar detalhes.
De acordo com Anita Fung, responsável pela área de atacado (global banking and markets) do HSBC na Ásia/Pacífico, as empresas brasileiras continuam a vender a maior parte da emissão de ações nas Américas e na Europa. Isso acontece, segundo ela, pois "quando a emissão chega na Ásia, já foi totalmente vendida".
Para atender à demanda crescente por ativos brasileiros na Ásia é que o HSBC criou dois "Brazilian Desks" na região, um em Hong Kong e o outro na China. "Temos também um Chinese Desk no Brasil", conta.
"Nesses Brazilian Desks, se você quiser comprar ativos brasileiros na Ásia, você pode cotá-los no fuso horário adequado sem precisar esperar os mercados brasileiros abrirem", diz. Além disso, é possível desenhar produtos financeiros "que atravessem fronteiras", com uma parte passiva em moedas asiáticas e uma parte ativa em reais. "Esses desks ajudam a identificar potenciais investidores para clientes chineses no Brasil e vice versa", diz. Os desks só existem para países considerados prioritários pela instituição financeira, afirma.
Os negócios de atacado do HSBC na Ásia vem ganhando importância crescente para o banco. Dos lucros antes dos impostos de US$ 9,6 bilhões do HSBC no primeiro semestre deste ano, 58%, ou US$ 5,6 bilhões, vieram da área de global banking and markets. Desse último total, 36%, ou US$ 2,04 bilhões, vieram da região da Ásia/Pacífico.
Não é à toa que o CEO do banco, Michael Geoghegan, se mudou para Hong Kong. Mas, segundo Anita Fung, mais de 50% da receita de global banking and markets do HSBC na Ásia veio de fora de Hong Kong. "Nós estamos indo muito bem em Cingapura e na Coréia", diz. Segundo ela, o negócio de global banking e markets tem participação em 21 países diferentes na Ásia. "Nós não vemos a região como um bloco: temos forte presença local", afirma. Considerando-se os funcionários do banco no mundo todo, mais de um terço está na Ásia. Anita Fung e Mato estiveram no Brasil para participar de evento com os clientes do HSBC.(C.P.L.)

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