1. O ambiente internacional de baixo crescimento das economias maduras (Estados Unidos, Zona do Euro e Japão) implica em viés desinflacionário para os bens comercializáveis, como mostram as principais medidas de núcleo para a inflação nos EUA. Reiteramos que o vento desinflacionário é significativo e deve afetar a inflação doméstica ao longo dos próximos meses;
2. A “taxa de juros real neutra global” (1) está historicamente baixa e assim deve permanecer nos próximos trimestres já que o “hiato do produto global” segue no terreno negativo. Nos EUA, em especial, o recado do Banco Central (Fed) é bem claro em relação a isso (taxa nominal deve permanecer entre 0% e 0,25% por um período prolongado);
3. A taxa de juros real atual (6%) não se encontra muito distante do patamar neutro por nós estimado (entre 6% a 7%). No contexto de atividade econômica mundial mais fraca, não parece necessário colocar a taxa de juros real significativamente acima do patamar neutro. Além disso, vale lembrar que a taxa de câmbio real também se encontra em patamar relativamente apreciado o que sugere, neste momento, taxa de juros neutra relativamente mais baixa;
4. A maior eficácia da política monetária. Vale lembrar que mesmo sem o aumento de 50 pontos-base (p.b.) efetuado pelo Copom na reunião de julho, a modelagem econométrica do BC já apontava convergência da inflação para a trajetória de metas no início de 2012. A alta de 50 p.b. efetuada em julho, portanto, reforçou esse movimento;
5. As medidas de hiato do produto da economia doméstica apresentam trajetória de desaceleração, ao contrário do registrado até o início do 2T10. Estimamos que, em 2011, a economia apresente crescimento de 4,3%, não acima da taxa potencial, estimada entre 4,3% e 4,8%.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
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