O Banco Central foi explícito nesta ata do Copom e explicou por que parou de subir os juros. Disse que a taxa de juros de equilíbrio hoje é menor porque a "política monetária" ganhou potência. Ou seja, ela pode ser mais baixa porque faz mais efeito do que antes. "As pressões inflacionárias são contidas com mais eficiência".
Isso está no parágrafo 19 que é o ponto chave da ata. Com esse argumento, o que o Banco Central está fazendo é respondendo às críticas de que ele estava com uma comunicação confusa e que poderia estar tomando a decisão de suspender o ciclo de elevação dos juros pelo calendário político. Aqui no blog e na coluna o que tem sido sustentado é que o BC tinha espaço para parar de subir juros e está aí a notícia abaixo mostrando três meses de inflação zero, pelo IPCA, e a taxa em doze meses em 4,49%, ou seja, na meta.
O economista Luiz Roberto Cunha, da PUC, avalia que o BC foi bem claro no que ele disse, apesar de não dizer como calculou essa sua nova taxa de equilíbrio:
- Mas tirou dúvidas do mercado sobre as razões que o levaram a tomar a decisão que tomou. Isso é bom. Outros economistas de mercado com quem conversei hoje de manhã também percebem um avanço na comunicação do Banco Central - diz Luiz Roberto Cunha.
Em texto enviado para cá, o economista Luiz Otávio Leal também cita o parágrafo 19 como crucial para entender o recado do BC.
No texto, o BC responde aos críticos, dizendo que "as estimativas mais pessimistas não encontram amparo nos fundamentos"; em outras palavras, estão erradas.
Luiz Roberto admite que a inflação deve subir e ficar por volta de 0,4% ao mês nos próximos meses, mas isso não muda o quadro; portanto, os juros devem permanecer estáveis. Quanto a um cenário de queda da taxa, ele não ficou ainda visível pelo menos por esta ata. No fim de setembro, quando divulgar o relatório, deve, então, ficar mais explicada toda essa mudança da taxa de juros de equilíbrio detectada pelo Banco Central.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
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