segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mercados

Moedas – Durante a sessão asiática, o Euro e o AUD esboçavam perda na 6ª. Após o PIB da Alemanha a tendência se inverteu. Entretanto, como os mercados voltaram a piorar e as incertezas sobre o aumento dos juros pelo ECB cresceram (no caso do AUD a perspectiva de manutenção é maior), a moeda européia caiu forte. É importante lembrar que em meados de Março (quando a perspectiva de alta de juros começou a ser delineada) o Euro era cotado a 1,39. Outro fato relevante é que o QE2 – que provocou a onda de queda no USD, alta de commodities e ações - está próximo do fim.

BRL – No fechamento do dia se pôde constatar que o movimento da moeda brasileira ficou parecido com a oscilação de fora (Euro e AUD). Entretanto, é importante mencionar que a queda do BRL ocorreu antes que o recuo das moedas ocorresse lá fora. A exposição do mercado ao Real é elevada (uma parte grande das reservas internacionais decorre de passivos assumidos por vários agentes) e ajustes nas posições causam as oscilações para cima ou para baixo. A tentativa de reduzir a exposição num mercado com fluxo financeiro pequeno tem provocado algum atrito nos últimos dias.

Juros – Mais uma vez na semana o volume de negócios foi baixo e isso acaba comprometendo qualquer inferência sobre a ligeira alta observada na taxas dos DIs nos minutos finais do mercado de 6ª.

Bolsas – Ásia – O desejo do governo japonês de que os bancos assumam parte do prejuízo que a usina nuclear de Fukushima está tendo (não quer assumir os custos com dinheiro público) acabou fazendo as bolsas asiáticas caírem – o Nikkei chegou a cair 1,7 na low do dia. Entretanto, aquelas que fecham mais tarde e casam com a abertura da Europa (bolsas chinesas) se recuperaram com o otimismo provocado pela divulgação do PIB maior do 1º trimestre na Alemanha (o problema é que as bolsas européias acabaram fechando em queda depois).

Europa – O Fed e o ECB deram ênfase, conjuntamente, a importância de se prosseguir com a regulamentação das operações bancárias (principalmente em relação aos grandes bancos). O mercado que já vinha sofrendo com a instabilidade nas ações ligadas às commodities (Basic Materials e Oil & Gas) passou a pesar com os Financials. O mercado iniciou o dia otimista com os dados de crescimento na Zona do Euro, mas as incertezas mencionadas prevaleceram e no final caíram.

S&P – Apesar das baixas serem maiores nos setores de Financials, Basic Materials e Oil & Gas, como na Europa, as quedas se generalizaram (mesmo com o dado de Michigan melhor). As ações de Tecnologia acompanharam o movimento observado na Ásia. O mercado está próximo das highs pós-crise de 2008 e encontra alguma dificuldade de superar o patamar por causa das várias incertezas dominando o cenário econômico (Japão, crise árabe, Europa e fim do QE2). Além disso, o volume de negócios tem sido muito baixo, evidenciando pouco interesse dos investidores nos negócios com ações.

Bovespa – Acompanhou o movimento de fora e fechou na low do ano. Os setores com pior desempenho foram idênticos aos das bolsas de fora (ênfase para Financials e Raw Materials).

Commodities – Apesar da ligeira alta dos metais, em parte fruto do otimismo que tomou conta dos mercados com o PIB na Europa (principalmente a recuperação das bolsas chinesas no fechamento), o viés ainda é de baixa por causa das incertezas com o ritmo de crescimento da China. Os grãos chegaram a subir no melhor momento do dia, mas o quadro de suprimento mais tranqüilo, segundo o USDA, acabou prevalecendo e os produtos recuaram. No petróleo a vol não foi menor e o produto acabou fechando em ligeira alta. Não se pode deixar de relembrar dois pontos importantes: (1) que a margem subiu na CME e (2) que países importantes estão cortando a produção porque a demanda está fraca.


Ásia – Algumas bolsas tinham que descontar a alta de 6ª por causa do comportamento positivo das bolsas européias no início dos negócios (reação ao PIB melhor da Alemanha) que foi revertida durante o dia. O mercado já abriu com gap de baixa e a sessão terminou com a Ásia reproduzindo o movimento de 6ª da Europa e NY, mesmo com dados positivos no Japão – Machinery Orders. Os investidores que no pregão anterior haviam relevado a ação do PBoC tiveram tempo para refletir no final de semana. A alta das taxas do Money Market, hoje, ajudou a modificar o view. Os destaques de baixa foram os mesmos: Basic Materials, Oil & Gas e Financials (este último apesar de ter sido mencionado que as exigências normativas serão menores para os bancos asiáticos nesta nova rodada de regulamentação.

Commodities – Os problemas climáticos em certas regiões americanas alteraram o panorama de produção e podem levar o USDA a mudar o call sobre o suprimento agrícola. Com isso, os grãos sobem na sessão européia. Nos demais mercados (petróleo e metais) os fundamentos permanecem os mesmos e os preços caem.

Treasuries americanos – O viés baixista do mercado (compras do Fed não terão contrapartida de leilões do Tesouro por duas semanas) prevaleceu na 6ª ajudado pela queda das commodities e alta do USD. A possibilidade do Tesouro vir a paralisar (momentaneamente) a emissão de títulos, associada às compras do Fed, pode fazer os juros recuarem nas próximas semanas. Hoje, as taxas caem.

Europa – As incertezas já não eram pequenas. Com os problemas de Domenique-Khan e as dúvidas sobre os efeitos da paralisia que a não aprovação da ampliação do teto de endividamento pode ter sobre a economia, os investidores se mostram reticentes e as bolsas européias recuam. Entretanto ao invés de perder valor, o USDA se valoriza diante das principais moedas.

S&P futuro – Desde a sessão asiática reflete o tom mais forte da cobrança do governo americano em relação à aprovação da ampliação do endividamento. Às 08:15, recuava. Uma parte da alta que se observa hoje nas bolsas da Europa já foi embolsada na parte da tarde de ontem pelas bolsas de NY. Apesar disso, o índice continua subindo (0,2 às 08:00) indicando que o dia pode voltar a ser positivo para as ações. A agenda do dia traz dados que pode afetar o rumo do dia (principalmente o sentimento de Michigan).

- O problema com o Diretor-Gerente do FMI adiou o debate (importantíssimo) que deveria ter ocorrido ontem e cujo foco seria a extensão/ampliação da ajuda à Grécia. Quem sabe, o fato não precipite um sentido de urgência nos governantes da Zona (no passado foi preciso um empurrãozinho do mercado para eles se mexerem). Hoje, o spread dos papéis gregos volta a subir depois de vários dias em baixa.

Inicialmente, o Secretário do Tesouro americano havia mencionado a data de hoje como limite para que a não ampliação do valor de endividamento federal pelo Congresso pudesse paralisar o governo e colocar a economia em situação difícil. O prazo foi estendido para dois de Agosto. Entretanto, Geithner subiu o tom de urgência do tema. Mensalmente, o Tesouro coloca Treasuries/Notes à venda em duas tranches semanais. Esta semana terá que anunciar a venda de papéis de dois, cinco e sete anos que ocorrerá entre os dias 24 e 26 e aí de fato se poderá constatar se algum problema já existe no presente.

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