quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mercados

Moedas – Os mercados apresentaram melhora desde a sessão asiática (na sessão americana as bolsas acabaram caindo no final do pregão) e as moedas subiram em relação ao USD. No caso do Euro, apesar de dados econômicos conflitantes a moeda acabou respondendo à queda nos spreads dos sovereign bonds dos chamados países europeus periféricos (a Grécia se comprometeu a ampliar a privatização). Já o AUD subiu por conta da alta dos metais. Tanto o Euro quanto o AUD fizeram o movimento inverso ao do dia anterior.

BRL – Novamente acompanhou o movimento das principais moedas e subiu ajudado pelas vendas de gringos no futuro (900 MM) que estão apostando em alta das commodities no mercado internacional e que provoca a subida das moedas dos países que são exportadores desses produtos.

Juros – A única notícia diferente no dia foi a mudança de postura da S&P em relação ao Brasil, mas isso não deveria ter servido como justificativa para a alta dos juros observada na BM&F. O fato é que a elevação foi substantiva (há algum tempo não ocorria com essa intensidade). O argumento da alta das commodities não parece razoável porque os agrícolas caíram.

Bolsas – Ásia – Abriram o dia indicando queda (ainda repercutindo baixas nas bolsas ocidentais e preocupação com a desaceleração chinesa), mas se recuperaram ao longo do dia. A postura do PBoC nas operações de curto prazo (menos dura) e que fez a taxas caírem no money-market trouxe certo otimismo aos investidores.

Europa – Os indicadores divulgados no dia não foram positivos (na Alemanha a surpresa foi o sentimento dos empresários não ter recuado como o esperado), mas as ações apresentaram alta no dia. A recuperação das bolsas asiáticas e a perspectiva da Grécia colocar à venda empresas estatais de forma rápida que fez os spreads dos sovereign bonds recuar deram sustentação para que o mercado fechasse em ligeira alta. No FTSE, a subida das commodities ajudou os setores de Oil & Gas e Basic Materials subirem e compensar a queda dos Financials (a Moody’s avisou que analisará o rating de 14 bancos ingleses e pode rebaixá-los). Setorialmente, o Dax teve comportamento parecido.

S&P – A subida das commodities e das ações de Raw Materials não foi suficiente para fazer as bolsas americanas se sustentarem no azul. NY demonstra preocupação com a possibilidade de perda de dinamismo da economia (principalmente porque daqui a pouco o QE2 termina).

Bovespa – Ontem foi o terceiro dia seguido em que a bolsa paulista teve desempenho melhor que as bolsas de fora e apesar da alta mais forte das ações de uma empresa do setor de telecomunicações, a elevação dos preços foi generalizada (sugerindo que o mercado buscou descontar as diferenças de comportamento entre a bolsa daqui e as de fora). A recuperação no preço dos metais e do petróleo deu substância ao movimento (as ações de Raw Materials têm peso significativo no índice). Difícil é aferir o impacto do outlook positivo dado pela S&P.

Commodities – O petróleo e os metais se recuperaram das perdas do dia anterior, mas os agrícolas (apesar da vol recente) ainda se prendem ao fundamento de baixa delineado pelo USDA (quadro de suprimento adequado).

Ásia – O movimento dos mercados ocidentais no dia anterior não sensibilizou os investidores asiáticos. As bolsas já abriram com tendência de baixa e fecharam nas lows (exceção de HK que se recuperou no final do pregão arrastada pela tendência de melhora das bolsas européias depois da abertura). Nem a alta das commodities segurou a quedas das ações de Raw Materials (as ações de Oil & Gas subiram em algumas praças). A preocupação central é a China (receio de desaceleração). Os dados da balança comercial japonesa vieram melhores que o esperado (não houve o crescimento estimado das importações), apesar de expor as dificuldades que o país enfrenta depois do terremoto. O Euro e o AUD seguiram as bolsas e caíram na sessão asiática.

Commodities – As bolsas asiáticas caíram com receio de desaceleração na China, mas os metais sobem por causa do call de compra de bancos americanos. Esse conflito de posições é alimentado pelo excesso de liquidez e taxas de juros baixas que o QE2 tem disseminado. A situação de mercado do petróleo é o mesmo (mas estão, praticamente, no zero a zero hoje). Já os grãos se recuperam das perdas de ontem.

Treasuries americanos – Apesar da melhora dos mercados mundo afora, os juros americanos voltaram a recuar mesmo com o leilão de papéis de dois anos. NY se mostra preocupada com a possibilidade de perda de dinamismo da economia americana. Hoje, os mercados ainda estão praticamente de lado e o dia vai ser definido depois que NY abrir.

Europa – Deveria descontar o recuo das bolsas de NY ontem à tarde, depois que estavam fechadas (além disso, as bolsas asiáticas também recuaram hoje). Abriu em baixa e inexplicavelmente se recuperou. Às 08:15, gravitavam em torno da estabilidade, mesmo com dados piores em UK e na Alemanha.

S&P futuro – O índice chegou a recuar 0,8 na sessão asiática, mas se recuperou na sessão européia. Às 08:15, recuava 0,2.

- Apesar da revisão do PIB do 1º trimestre ter vindo como o esperado (+0,5) em UK. A qualidade do resultado não é boa, pois: o consumo das famílias e a FBCF vieram piores que o esperado. O número não decepcionou por causa dos maiores gastos do governo (ruim porque o objetivo é reduzir o déficit) e corrente de comércio favorável - as exportações cresceram mais e as importações caíram mais (também ruim porque a possibilidade disso reverter no futuro é elevada).

O BC terá que definir nos próximos dias a rolagem do swap reverso que vence na próxima quarta-feira (33.100 ou 1,65 bi). Nos mês passado deixou para fazer isso em cima da hora. Seria saudável que antecipasse o processo caso tenha interesse em rolar (para não criar tumulto como em Abril).

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