terça-feira, 17 de maio de 2011

Mercados

Moedas – A dificuldade do governo americano em convencer o Congresso a aprovar a ampliação do limite de endividamento federal pode levar à paralisia do Estado e criar problemas para a economia. Como nos últimos dias, tanto Obama quanto Geithner e Bernanke elevaram o tom de alerta sobre o assunto e hoje venceu o primeiro prazo mencionado pelo secretário do Tesouro, o USD apresentou tendência de queda (agravada pela perspectiva de recuo da atividade industrial na região de NY). O AUD apresentou resistência maior por causa da pretensão do governo australiano (reforçada ontem) de cortar gastos e reduzir os juros. Já o Euro subiu mais porque os Ministros de Finanças concordaram com a ajuda a Portugal e espera-se que os problemas que Strauss-Kahn enfrenta com a justiça americana não atrapalharão a ampliação/extensão da ajuda à Grécia.

BRL – Oscilou de acordo com o movimento de fora e fechou com ligeira baixa. Qualquer possibilidade de descolamento (valorizar mais que fora) só se o fluxo financeiro voltar a ficar positivo. Ontem, o movimento do interbancário (1,6 bi) e a compra do BC (apenas 60 MM) indicam que isso não aconteceu.

Juros – A maior instabilidade dos mercados fora e a queda na projeção de inflação futura fizeram os juros recuarem na BM&F (num dia de fraca liquidez mais uma vez).

Bolsas – Ásia – Descontaram a alta indevida de 6ª, porque a Europa que havia motivado a subida de algumas bolsas na hora final do mercado (PIB alemão surpreendeu para cima) fechou em baixa. Além disso, os juros de curto prazo subiram na China com o compulsório, desmontando o view positivo da 6ª.

Europa – As bolsas americanas que nos últimos dias vinham sinalizando o movimento correto para as bolsas européias, ontem atrapalharam. A Europa que caía forte (no embalo da Ásia, Strauss-Khan e repercutindo as notícias da política americana) se recuperou e fechou com perdas pequenas quando NY chegou a apresentar variação positiva. Entretanto à tarde as bolsas americanas devolveram tudo e fecharam no vermelho.

S&P – As incertezas derivadas da falta de aprovação de medida no Congresso e a forte queda do Empire Manufacturing prevaleceram e as bolsas de NY fecharam em queda. Curiosamente, a maior baixa foi no setor de tecnologia e no after a HP informou que enfrenta dificuldades de manter os lucros no trimestre corrente (o S&P recuava mais 5 pontos).

Bovespa – O balanço da Petrobrás até que chegou a animar a bolsa paulista ontem, mas o efeito durou enquanto NY ajudou. Como NY caiu, aqui acompanhou e alta das ações da petroleira foi compensada pelas baixas nas ações de Bancos e Real Estate.

Commodities – Os fundamentos acabaram prevalecendo e petróleo e metais recuaram. No caso dos agrícolas, os problemas climáticos nos US deram suporte para altas no trigo e milho.

Ásia – As bolsas asiáticas abriram apáticas, reproduzindo as baixas de NY, mas se recuperaram no final. O setor de Basic Materials que, nos últimos dias tem sido destaque de baixa, hoje subiu. O call da HP de um trimestre corrente difícil que chegou a fazer o S&P futuro cair 7 pontos no after de ontem, não triggou baixas mais acentuadas na Ásia (o setor de IT tem peso relevante nas bolsas da região e a bolsa com maior contribuição – Taiwan – foi a que mais caiu ). As moedas começaram a esboçar ganho na sessão asiática (no caso do Iene houve desvalorização; o que é visto como positivo pelo governo e empresas). A alta do AUD foi ajudada por comentários do RBA: disse que a alta de juros pode ser necessária para conter a inflação (fazendo contraponto aos estudos de cortes de gastos que poderia levar os juros para baixo).

Commodities – Sem uma justificativa cabível, os diversos segmentos apresentam alta. A mais expressiva é no cobre (+0,9). Petróleo e grãos sobem mais timidamente.

Treasuries americanos – A combinação da compra de títulos pelo Fed com a possibilidade do Tesouro suspender a venda de títulos até que o Congresso aprove a ampliação do limite de endividamento deu sustentação a mais uma queda dos juros ontem. Embora nada tenha se alterado significativamente, hoje as taxas se recuperam das baixas dos últimos dias (no geral as taxas têm subindo nos dias de melhora de mercado).

Europa – As bolsas européias tentam acompanhar a melhora observada na Ásia. A bolsa de Frankfurt cai por causa de dado indicando piora na expectativa de investidores com a economia. Em UK, a maior inflação de Abril não causou apreensão (o call do BoE é de que a inflação é passageira e as quedas recentes das commodities reforça o view). O acordo da EU/IMF com Portugal reforça o movimento.

S&P futuro – O call da HP sobre um trimestre difícil chegou a fazer o índice cair ontem no after. Entretanto, tanto a Ásia quanto a Europa não repercutiram o fato e às 08:15 o S&P futuro apontava para ligeira alta.

- A inflação voltou a subir em UK no mês de Abril (4,5 YoY), mas curiosamente os mercados não reagem de maneira negativ. Indicação de que o call do BoE – que a inflação irá cair no futuro – tem credibilidade. A recente queda no preço das commodities justifica tal comportamento

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