quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mercados

Moedas – Na 3ª, o AUD subiu com afirmações feitas por membro do RBA sobre a possibilidade de alta dos juros e os benefícios da valorização da moeda. Ontem, os dados de salários e confiança do consumidor colocaram dúvidas sobre a trajetória futura e a moeda australiana passou o dia todo em queda. No fechamento apresentou estabilidade em razão do movimento observado nas commodities e bolsas. Já o Euro fez o caminho inverso: subia durante o dia e zerou a alta no fechamento. Pelo que se viu nos mercados de commodities e ações, era de se esperar outro comportamento das duas moedas.

BRL – A informação da volta das entradas financeiras deu o tom do mercado ontem. Antes da divulgação do dado pelo BC o mercado apresentava ligeira alta que foi ampliada a partir de então, mesmo com o Euro devolvendo o ganho que tinha ao longo do dia. O volume do interbancário foi bem melhor (2,8 bi) do que nos últimos dias e chamou o BC para uma compra mais forte (470 MM). Já os gringos, venderam apenas 250 MM, liquidamente, na BM&F.

Juros – As commodities subiram forte, mas os DIs fecharam praticamente na estabilidade. Hoje tem leilão e pode exercer pressão sobre o mercado de juros futuros (o Tesouro tem colocado volumes maiores recentemente).

Bolsas – Ásia – As bolsas asiáticas deram prosseguimento a alta observada no pregão anterior e já abriram guepadas capitaneadas por Tóquio que repercutiam a subida do Iene (bom para as exportadoras) e o anúncio de um plano para resolver o problema com a usina de Fukushima. Influenciadas pelo comportamento do investidor japonês, as bolsas chinesas relevaram a alta no preço de imóveis que pode fazer com que o PBoC aperte mais a política monetária. A bolsa da Austrália esvaziou a alta em razão de dados de salários e confiança do consumidor que sugerem uma economia mais fraca (fato evidenciado pela perda de valor do AUD).

Europa – As bolsas européias descontaram a recuperação das bolsas americanas (por dois dias NY se recuperou à tarde com a Europa fechada) e a alta da Ásia, mesmo com dados ruins de emprego em UK e incertezas na Zona do Euro que fizeram o spread dos títulos gregos e portugueses voltarem a subir (os comentários pós-reunião de ministro de finanças sugerem a hipótese de renegociação da dívida grega) .

S&P – Acompanhou a tendência de alta das bolsas asiáticas e européias e fechou na high. O movimento foi reforçado pela significativa elevação de preços das commodities que fez as ações de Energy, Basic Materials e Industrials se destacarem. A divulgação de balanços das varejistas também beneficiou o setor de Consumo.

Bovespa – Os gringos continuaram como destaque de venda na bolsa, mas o que fez o mercado cair e se descolar de fora foi o viés de venda de alguns players (domésticos) no mercado futuro. O índice da bolsa paulista que na 3ª havia subido 1,3 pct mais que o S&P, ontem, compensou a diferença caindo 1,9 pct mais.que o índice americano. Os destaques de baixa foram as ações de Real Estate e Financials.

Commodities – Os fundamentos que guiaram os mercados nas duas últimas semanas foram deixados de lado pelo mercado e as commodities subiram forte. No petróleo, nada de se prender ao excesso de oferta que a Arábia Saudita vê hoje. Nos metais, para que se preocupar com a demanda chinesa mais fraca. Nos grãos, para que serviria a avaliação do quadro de suprimentos (mais confortável) feito pelo USDA. Tudo isso sem falar que um dos principais motivos de alta dos mercados – o QE2 – terminará em pouco mais de um mês.

Ásia – O mercado de ações bem que tentou reproduzir as altas da Europa e de NY ontem, mas a maioria das praças terminou o dia no vermelho (Sidnei, por causa da forte alta das commodities, e HK subiram). No Japão, o PIB mais fraco que o esperado (terremoto) atrapalhou. Em Shanghai, os investidores se mostraram temerosos que o dado divulgado ontem – alta no preço dos imóveis – possa levar o governo a apertar as regras. Nas praças de Seul e Taiwan pesou o medo de alta de juros (o crescimento está forte demais). As moedas ficaram praticamente estáveis na sessão asiática.

Commodities – Depois da forte alta de ontem, os diversos segmentos dão uma pausa nos negócios da sessão européia. O trigo destoa e prossegue em alta (risco de safra nos US e na Europa).

Treasuries americanos – As compras do Fed foram menores ontem e por isso não foi páreo para a onda de alta que tomou conta dos mercados e fez diversos ativos se valorizarem. Com isso os juros subiram, embora ainda timidamente. Hoje, a tendência de alta permanece

Europa – A continuidade da alta das ações em NY e dados de vendas melhores em UK faz as bolsas européias subirem apesar da subida no spread dos sovereign bonds dos chamados países problemáticos (a Espanha vendeu menos títulos do que pretendia no leilão de papéis de 10 e 30 anos).

S&P futuro – Acompanha a alta da Europa e subia 0,3 às 08:10.

- O Diretor-Gerente do FMI renunciou ao cargo. Os nomes mencionados para sucedê-lo são: Christine Lagarde (Ministra de Finanças da França) e Trichet.

O fluxo cambial da semana passada trouxe uma informação nova e relevante. A volta de forte saldo financeiro que fez o superávit semanal alcançar os 5,2 bi. Desde a primeira quinzena de Março isto não ocorria (momento em que começou a circular rumor de medidas – confirmadas no final daquele mês – e que levaram a antecipação das operações). Não dá para dizer se representa um movimento isolado, mas se vier a se consolidar ao longo tempo pode fazer com que o fluxo volte a ficar bastante positivo. É que o fluxo comercial tem melhorado nos últimos meses e devem continuar assim pelos próximos (a fase de ajuste pós-crise de 2008 já terminou no comercial e o saldo deve ficar parecido com o físico; de fato maior porque o financiamento de importações com mais de 360 dias transita pelo financeiro).

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