Moedas – Depois das altas dos dias anteriores, o Euro e o AUD deram uma pausa no movimento. O recuo da moeda européia tem a ver com a reunião da próxima 5ª. Os riscos são de baixa (aquela história de se correr o bicho pega se ficar o bicho come): se o ECB não aumentar a taxa, a alta dos dias anteriores fica comprometida, e se ele aumentar, os problemas financeiros dos países problemáticos podem aumentar afetando a moeda.
BRL – Uma nova ameaça – mais medidas podem ser tomadas – fez a moeda brasileira gravitar em torno da estabilidade ao longo do dia (no momento em que o upgrade de Brasil foi anunciado chegou a subir, mas o movimento se interrompeu rapidamente). O BC voltou a atuar forte no spot (500 MM) e ajudou a sustentar a moeda. Já os gringos praticamente mantiveram suas posições vendidas inalteradas (19,9 bi).
Juros – Um dos argumentos da agência de rating para melhorar a nota de Brasil foi a expectativa positiva em relação à questão fiscal, justamente um dos pontos de divergência entre o mercado e o BC na avaliação prospectiva da economia. O fato aliviou a pressão que se tem observado na curva longa (em parte em razão das colocações de papéis pelo Tesouro) e as taxas caíram. Foi mais um dia em que houve reação a uma notícia nova (grau de subjetividade relativamente alto) como as muitas outras. Já os curtos praticamente ficaram no zero a zero e não se pode deixar de registrar que o volume de negócios foi muito pequeno.
Bolsas – Ásia – Os dados americanos da 6ª animaram os negócios na abertura, mas as preocupações no Japão e o feriado na China fizeram as altas refluírem. A exceção foi HK onde notícias corporativas no setor de Financials (com peso de 56 pct no índice) ajudaram a sustentar uma alta mais forte.
Europa – Em dia de pouca liquidez, as bolsas européias fecharam praticamente estáveis. A perspectiva de elevação por causa do bid da Solvay na Rhodia não prevaleceu e as altas se diluíram. O mercado está em dúvida sobre os efeitos financeiros que a possível subida de juros da 5ª pode ter sobre os países problemáticos da Zona.
S&P – A liquidez dos negócios na NYSE repetiu o que foi observado na Europa (baixo volume de negócios) e assim como lá as bolsas americanas fecharam no zero a zero.
Bovespa – Apesar do upgrade ter influenciado a bolsa paulista, seus efeitos desapareceram rápido e a alta observada no dia decorreu da perspectiva de uma escolha rápida do nome que substituirá Agnelli na Vale (da alta de 0,63, a mineradora foi responsável por 0,36). O diretor executivo das operações do Canadá é o mais cotado e os investidores gostam do nome.
Commodities – Os metais ameaçaram subir no início do dia, mas sem a China – feriado – acabaram fechando em baixa novamente. A alta do petróleo persisitiu (principalmente do Brent que atingiu US$ 121 o barril), assim como do trigo e do milho (o USDA reportou condições de plantio piores no trigo).
Ásia – Com as bolsas de Shanghai e HK fechadas, as demais bolsas asiáticas sustentaram alta apesar da queda do Nikkei (ainda às voltas com as conseqüências do terremoto). Na Austrália, a manutenção dos juros ajudou as ações. Já na Coréia, as compras de estrangeiros fez o Kospi apresentar a alta mais robusta da região – 0,7. As afirmações de Bernanke – vai monitorar a inflação de perto – ajudaram o USD.
Commodities – A alta dos juros na China ajuda a consolidar a baixa observada nos diversos mercados. A exceção é o trigo (sob o efeito do relatório do USDA que menciona que as condições de plantio não são boas nos US).
Treasuries americanos – Novos comentários de membros do Fed provocaram baixas nas taxas dos treasuries ontem. O mercado não levou a sério as palavras de Bernanke – sobre estar atento à inflação – e os juros se mantém inalterados depois da baixa de ontem.
Europa – As bolsas européias repetem as condições de ontem (baixa liquidez) e abriram o dia com tendência de queda. O movimento se acentuou com a notícia de alta dos juros chineses. Já as moedas, aprofundam as quedas observadas na sessão asiática depois do speech de Bernanke (mais hawkish no view de alguns).
S&P futuro – Repercute o movimento na Europa e caía 0,3 às 08:05.
- Há alguns dias uma agência disse que o rating do país poderia ser cortado se a situação fiscal não mudasse. Ontem outra agência elevou a nota do Brasil mencionando como positivo o esforço demonstrado pelo governo para colocar suas finanças em ordem. Vai entender?
- O CMN decidiu em sessão extraordinária obrigar a realização de operação simultânea de câmbio nas renovações ou repactuações de empréstimos externos. O objetivo é fechar qualquer brecha para que se fuja do IOF.
- A Moody’s voltou a rebaixar o rating de Portugal.
- Mesmo sendo feriado, a China elevou as taxas de juros em 25 bp.
- O novo presidente da Vale é Murilo Pinto de Oliveira Ferreira.
- O BC da Austrália manteve os juros inalterados em 4,75.
O governo estuda novas medidas para tentar conter a entrada de dólares. Entretanto, o fluxo positivo dos primeiros dois meses (os dados de março só poderão ser analisadas quando o BC divulgar a NI) mostra que foram os resgates de aplicações de brasileiros – portfólio e empréstimos entre empresas – a maior fonte de ingresso. Em seguida vieram as operações de curto prazo já contempladas com a elevação do IOF. Menciona-se que a Fazenda pode tributar os investimentos em portfólio, mas por esse canal a entrada é irrisória (700 MM). Só sobrariam as emissões de títulos mais longas, os créditos diretos entre empresas ou bancos, os empréstimos intercompanies e os investimentos diretos. O espaço para medidas é pequeno e é importante considerar que o fluxo pode arrefecer daqui para frente já que não se espera que a repatriação de capitais de brasileiros siga tão forte. Na discussão que a Fazenda terá com o BC é possível que se conclua que a ação mais forte caiba ao BC e aí a saída plausível é a intensificação dos leilões de swap. Afinal o desejo do gringo vender dólar virtual não para: atingiu um volume inédito na 6ª – mais de 20 bilhões. Atuações no spot serão limitadas pela restrição normativa (compulsório) à venda dos bancos e enxugarão os eventuais excessos.
terça-feira, 5 de abril de 2011
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