Moedas – O mercado precificava que a alta dos juros se estenderia por outras reuniões e o speech de Trichet colocou dúvidas que provocou algum desmonte das posições altistas para o Euro. Considerando que o novo tremor no Japão trouxe novas incertezas, até o que o recuo da moeda européia foi pequeno. O AUD também foi afetado pela notícia do terremoto porque a alta observada até o momento do tremor refluiu. Os negócios repercutiam a queda na taxa de desemprego que pode empurrar o RBA a subir os juros; atraindo capitais. Pelo mesmo motivo, o Iene voltou a subir depois de vários dias em queda.
BRL – O mercado apresentava tendência de alta na 4ª (acompanhando o comportamento internacional de desvalorização do USD) até o anúncio da fala de Mantega sobre novas medidas. O mercado esperava por medidas fortes e o que foi anunciado foi a extensão do prazo das operações que serão taxadas com IOF de 6 pct. Além disso, o ministro cometeu um ato falho dizendo que a alta do BRL era inevitável. Como o BC não veio ao socorro de Mantega (continuou com atuação discreta – comprou apenas 20 MM e calou no leilão a termo e no swap), o que se viu ontem foi uma forte alta da moeda brasileira. Às 16:30 foi avisado que o ministro faria um novo pronunciamento depois do fechamento dos negócios, mas o mercado não alterou a aposta e o dia acabou consolidando o view de que a alta possa se aprofundar.
Juros – O dia de ontem foi de muita oscilação para os juros. Vários indicadores justificavam a subida das taxas, mas os negócios evidenciavam certa reticência na aposta de alta. Quando saiu a notícia da entrevista de Mantega, o mercado virou e o medo tomou conta do mercado de juros como havia acontecido anteontem com o câmbio.
Bolsas – Ásia – As bolsas asiáticas repercutiram a apatia observada na Europa e em NY no dia anterior. O Nikkei chegou a apresentar alta no início dos negócios por conta da expectativa de anúncio de medidas pelo BoJ (linhas de crédito para empresas que sofreram com o terremoto), mas o movimento foi esvaziado como tem ocorrido com freqüência nestes dias.
Europa – As bolsas européias repercutiam os efeitos do pedido de socorro português (as ações de bancos subiam e compensavam o recuo dos setores cíclicos que caíam por causa do aumento dos juros) até a notícia do terremoto no Japão. No fechamento, a alta das ações de bancos foi insuficiente para fazer frente as incertezas provocadas pelo terremoto e pela alta dos juros.
S&P – Como as bolsas européias, as bolsas de NY foram afetadas pela notícia do terremoto e fecharam em ligeira baixa. A liquidez dos negócios continuou baixa na NYSE.
Bovespa – A bolsa paulista que havia sido afetada pela fala de Mantega no dia anterior (receio de que medidas pudessem alcançar as ações) chegou a esboçar uma reação no início dos negócios de ontem que acabou não vingando por causa do efeito de um novo terremoto sobre as bolsas na Europa e nos US. A alta de 0,2 foi promovida no call de fechamento.
Commodities – O destaque do dia foi a continuidade da alta dos metais. Os grãos oscilaram durante o dia mas fecharam em baixa e o petróleo ficou praticamente estável em Londres (na Nymex subiu mais de 1 pct).
Ásia – Os mercados futuros indicavam quedas para as bolsas de Tóquio e Sidney, entretanto, desde a abertura o que se viu foi o comportamento inverso. A reação dos investidores japoneses ao novo terremoto foi oposta ao que foi precificado ontem na Europa e em NY. Como a bolsa japonesa não tem reagido esperava-se que o evento pudesse aprofundar as dúvidas e triggar novas baixas. Entretanto, surpreendentemente, a reação foi outra e os diversos mercados subiram (moedas, commodities e ações) na Ásia. O Nikkei capitaneou a alta das bolsas da região e subiu quase 2 pct. Os destaques de alta foram as ações de empresas exportadoras (a desvalorização do Iene foi grande nas últimas semanas).
Commodities – Os diversos segmentos repercutem a mudança de comportamento dos investidores asiáticos que sugere o retorno do modo de alta dos mercados que se observava antes da crise nos países árabes e do terremoto. Os metais sobem mesmo com as incertezas sobre a demanda chinesa. O petróleo e os grãos acompanham o movimento
Treasuries americanos – Após alguns dias de alta voltaram a recuar ontem. A decisão do BoE em manter os juros em UK e a titubeada do ECB em prosseguir com a alta iniciada ontem ajudaram a fortalecer o movimento. A imprevista reação asiática ao terremoto faz todos os mercados subirem e puxa os juros de volta para cima.
Europa – As bolsas européias descontam as perdas do pregão de ontem causado pelo terremoto no Japão e as diversas moedas voltam a subir (acompanhando o movimento asiático).
S&P futuro – Os futuros das bolsas americanas não acompanham a alta da Europa por causa da incerteza quanto à aprovação do Orçamento no Congresso e que pode paralisar o governo a partir de amanhã. Às 08:20, o índice subia 0,3.
- O ECB subiu 25 bp a taxa de juros de básica (o esperado). No speech, não deixou claro se o movimento persistirá. Disse que: nada sobre o futuro havia sido decidido – não é o primeiro de uma série – e que embora o risco de inflação fosse de alta a política do banco ainda era acomodatícia.
- O Governo aumentou o IOF do crédito para pessoas físicas de 1.5 para 3 pct em resposta ao número maior da inflação de Março.
O primeiro ministro de Portugal José Sócrates (que está demissionário depois que o programa de cortes não foi aprovado) anunciou que Portugal irá recorrer ao programa de socorro europeu. Há que se ressaltar que a estratégia de ajuda envolve o FMI e isso implica o atendimento de várias condições de ordem fiscal que o parlamento acabou de rejeitar. Como o país não tem um histórico fiscal confiável e a situação política é instável (eleições foram marcadas para Junho), a possibilidade de rápida resolução da questão é pequena e o risco de default aumenta. Apesar disso, o mercado de sovereign bonds não precificou esses problemas ontem.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
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