quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mercados

Moedas – A volta do otimismo com o crescimento mundial associada à continuidade das compras de títulos pelo Fed (não há nenhuma indicação de mudança) e a perspectiva de alta dos juros na reunião de hoje do ECB provocaram alta substantiva do Euro. As operações na Europa e nos US acabaram ratificando o que se viu na Ásia, onde as moedas de diversos países apreciaram. No mesmo embalo foi o AUD, alcançando a taxa mais alta em décadas.

BRL – Repetia o que havia ocorrido na 3ª e colava no movimento de fora. Entretanto, inverteu o rumo com o aviso de que Mantega anunciaria medidas cambiais depois do mercado fechado. O BC voltou a fazer dois leilões, mas as compras foram reduzidas – 100 MM. Já os gringos, praticamente mantiveram a posição vendida mesmo com as ameaças da Fazenda.

Juros – Ensaiou acompanhar o modo de alta que volta a imperar nos mercados internacionais (perda de valor do US$, preços de diversos ativos e mercadorias subindo, pressão sobre a inflação e necessidade de elevação dos juros), mas a tendência não se consolidou no final do dia e as taxas fecharam praticamente estáveis. Os dados de hoje – IPCA, NUCI, Anfavea – e o leilão de pré-fixados seriam fatores de alta dos DIs, mas acabaram não vingando.

Bolsas – Ásia – A bolsa de Shanghai voltou do feriado não se importando com a elevação dos juros (o Taiex fez o mesmo) e acabou contribuindo para a alta observada nas demais praças. Mais uma vez a exceção foi o Japão, com o Nikkei não esboçando reação à perda de valor do Iene que contribui para os negócios das empresas exportadoras.

Europa – As bolsas européias aproveitaram o otimismo para descontarem as defasagens em relação ao desempenho de outras praças, particularmente as de NY, apoiadas na alta do Euro e na queda dos spreads dos papéis de países problemáticos como Portugal.

S&P – Influenciadas pela Ásia e Europa, as bolsas americanas abriram em alta, mas não houve sustentação por muito tempo e antes do almoço já estavam no vermelho. Em mais um dia de baixa liquidez acabaram fechando com ligeira alta.

Bovespa – O mercado já apresentava tendência de realização no dia e o aviso de que Mantega anunciaria novas medidas cambiais assustou os investidores (medo de aumento do IOF sobre renda variável) fazendo a baixa se aprofundar.

Commodities – A tendência observada na abertura se consolidou ao longo do dia. O cobre acabou fechando na máxima (correção de fortes perdas passadas) o petróleo ficou estável e os agrícolas caíram.

Ásia – A elevação dos preços dos combustíveis na China e a alta que pode provocar na inflação fez as bolsas asiáticas ficarem de lado.

Commodities – O cobre persiste em alta (não repercute os receios com a elevação dos juros na China que afetou o mercado de ações). Já os agrícolas se recuperam das baixas de ontem e o petróleo gravita em torno da estabilidade.

Treasuries americanos – Com a subida das bolsas, queda do USD e alta das commodities (uma volta ao modo de alta derivado do QE2), os juros americanos novamente subiram ontem. Hoje, os mercados estão de lado na sessão européia.

Europa – À espera da decisão do ECB, as bolsas na Europa refletem a incerteza com o pedido de ajuda de Portugal (é importante lembrar que nas últimas eleições os governos alemão e francês perderam poder decisório) e recuam ligeiramente. O Euro também perde valor pelo mesmo motivo.

S&P futuro – Acompanha a Europa e recuava 0,2 às 08:15.

- O BoE manteve os juros inalterados na reunião de hoje.

- O governo estendeu para 720 dias o IOF sobre operações de empréstimos.

O fluxo cambial da semana passada voltou a ficar positivo (depois do déficit de 1,2 bi na semana anterior). A posição vendida dos bancos alcançou 9,6 bi segundo estimativa da BGC Liquidez e com isso o ajuste necessário para o cumprimento do normativo de Janeiro (compulsório sobre o que exceder determinado limite) foi alcançado sem problemas. O BC enxugou o excesso de dólares na semana e deve continuar com essa política. No caso dos bancos, seria sensato não forçar vendas acima do limite porque o BC tem a prerrogativa de reduzir/punir ainda mais as vendas a descoberto.

Quando se fala em medidas cambiais logo se imagina ações que inibam as entradas financeiras oriundas de fluxo de empréstimos ou investimentos em portfólio. Entretanto no fluxo cambial de Março, 3,6 bi de USD vieram da contratação de exportadores (líquido das compras de importadores). Desde 2008, é a primeira vez que um montante desse é contratado liquidamente. Foi um número ainda isolado, mas caso venha a se repetir pode triggar medidas para conter seu crescimento

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