Moedas – A entrevista de Bernanke acabou se revelando um não evento (não alterou nada as expectativas) e serviu para consolidar a visão baixista que o mercado tem para a moeda americana. Com isso, o Euro e o AUD perderam valor (entretanto, o movimento precisa ser confirmado pelos mercados asiáticos e europeus que estavam fechados).
BRL – Uma ação isolada de players que estavam vendidos e zeraram suas posições (fato natural diante do elevado ganho da moeda no mês) fez o BRL se descolar do movimento de fora e subir. O BC avisou que fará pesquisa de swap hoje e dependendo do resultado anunciará o volume do leilão entre 18:00 e 18:30 que ocorrerá amanhã (não há dúvidas que a autoridade mudou seu comportamento em relação ao uso dos instrumentos – deixou de lado o fator surpresa).
Juros – Os dados de crédito reforçaram a visão governista e os DIs voltaram a recuar (mais os longos). Nem o leilão de pré-fixado hoje foi suficiente para alterar a rota.
Bolsas – Ásia – A temporada de earnings (resultados acima do previsto) e warnings (maiores dividendos e aumento no volume de buybacks) motivou os investidores no início da sessão. Entretanto, em algumas praças as dúvidas econômicas voltaram a prevalecer e as ações caíram. Caso das bolsas da China (Shanghai e HK), Austrália e Coréia.
Europa – Os spreads dos sovereign bonds da Grécia voltaram a subir forte, mas os investidores europeus (principalmente os alemães) relevaram o tema. O foco tem sido os earnings e warnings positivos das grandes corporações multinacionais. A bolsa de Londres destoou e ficou estável (-0,02). As ações de Basic Materials (mineradoras) foram contaminadas pelas baixas observadas na Ásia (indubitável importância da China) e o mal resultado de alguns bancos fez as ações de Financials também recuar. Além disso, esperava-se que a recuperação das perdas provocadas pelo mau tempo do final do ano passado pudesse ser maior (houve certa frustração com o PIB apesar do número ter vindo de acordo com o que se esperava).
S&P – As bolsas de NY passaram o dia de ontem em queda até a entrevista de Bernanke. Embora não tenha havido nenhuma revelação bombástica, o não evento deixou o caminho livre para o mercado repercutir os warnigs positivos de várias empresas (aumento de dividendos e buybacks).
Bovespa – Como as quedas foram generalizadas entre os diversos setores, fica difícil pontuar uma razão para o descolamento da bolsa paulista dos mercados de fora (principalmente de NY). As ações de mineração, siderurgia e petróleo continuaram apresentando baixas significativas de preços porque concentram grande volume de negócios e têm o core business ligados às commodities que estão apresentando vol excessiva ultimamente. Um dado relevante a ser mencionado é que desde que o QE2 passou a interferir nos preços dos ativos (final de Agosto de 2010), o S&P subiu mais de 29 pct (ontem alcançou a high do período) e a bolsa brasileira menos de 2 pct.
Commodities – O dia foi de fortes baixas para os metais (medo com China) e grãos (visão melhor de safras mundo afora). Já o petróleo subiu sem um trigger específico (o mercado tem apresentado muita vol)
Ásia – Os mercados repetiram o dia de ontem: abriram com gap de alta e fecharam no vermelho. Os US de um lado (earnings e warnings positivos) puxando a bolsa japonesa, mesmo com dados mostrando que o terremoto afetou a economia mais que o esperado ou com a alta do Iene, e a China de outro (rumores sobre taxação maior do ganho em bolsa, alta de juros e de que o Yuan poderia valorizar 10 pct de uma vez neste final de semana) arrastando para baixo as bolsas da Austrália, Coréia e Taiwan (além das chinesas). O mesmo ocorreu com as moedas (a única diferença foi a valorização do Iene): perda de valor do USD. A moeda da Coréia subiu para highs de vários anos mesmo com as iniciativas contrárias do governo.
Commodities – Mesmo com rumores de toda ordem na China, os metais sobem se recuperando das perdas recentes. Os grãos apresentam comportamento misto e o petróleo cai em Londres.
Treasuries americanos – O aumento da projeção de inflação fez os juros reverterem a baixa observada até o momento da disponibilização do dado pelo Fed na tarde de ontem. Hoje serão vendidos US$ 29 bi de papéis de sete anos e mesmo assim os juros recuam ligeiramente.
Europa – As bolsas européias descontam a alta de NY depois da entrevista de Bernanke (exceto Londres que cai por causa da queda da confiança do consumidor divulgado ontem à noite). O trigger é o mesmo: earnings e warnings das grandes corporações (afetando particularmente o Dax). Pela primeira vez em vários dias, o spread dos títulos gregos recua.
S&P futuro – Apresenta estabilidade na sessão asiática.
- O Fed divulgou que manterá a política de compra até o final de Junho, mas acrescentou que continuará avaliando a necessidade de mais ação caso a economia requeira. Não foi taxativo se deixaria ou não de embarcar num novo QE – o QE3. Atualmente, vários membros do Fed resistem ao instrumento, mas não se pode desprezar o poder de Bernanke caso a situação exija uma ação. Já na entrevista, Bernanke mostra confiança na recuperação econômica (apesar do PIB do 1º tri mais fraco), o que afastaria a necessidade de mais compras.
- Circula rumores na China que o governo poderia valorizar em 10 pct o Yuan no feriado de comemoração do Dia do Trabalho
Algumas autoridades alemãs demonstram acreditar na possibilidade de um default grego. O governo de Merkel oficialmente não se pronuncia sobre o assunto (e o ECB não compra os títulos desses países como fazia antes). Como o Euro não tem sofrido com a alta dos juros dos papéis gregos, portugueses e irlandeses (o call hawkish do ECB tem favorecido a moeda européia), a omissão não tem causado nenhum transtorno. Não se sabe as razões para o comportamento da chanceler. Entretanto, é sabido que cresce pela Europa a resistência aos programas de ajuda (que tem feito os governos perderem assentos no parlamento/congresso). Se por qualquer razão, que não cabe tentar adivinhar, o Euro vier a sofrer com a piora nos spreads dos sovereign bonds, Merkel não terá escapatória e todos irão saber se há dificuldades internas para continuar a dar suporte ao programa de refinanciamento.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
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