Moedas – O dado de inflação maior na Zona do Euro levou o mercado a acreditar na alta dos juros na semana que vem e favoreceu a valorização do Euro (a decisão de subir os juros não é trivial e a moeda pode apresentar muita instabilidade até a próxima 5ª feira). Falando em instabilidade, o AUD já começa a flutuar mais (sobe e desce) no nível (high) em que se encontra. É importante observar que o destaque do dia ficou por conta do Yuan que voltou a fazer nova máxima.
BRL – Diferentemente da 4ª, o BC não deu sossego ao mercado (fez três intervenções no spot e vendeu swap) e conseguiu frear a alta ensaiada pelo mercado na primeira hora e meia de pregão. Cabe observar que a forma de atuação não é a desejada. Comprar 1,1 bi no pronto empurra os bancos para uma posição (vendida) que normativamente objetiva impedir. Entretanto, a dificuldade para comprar o dólar virtual através do swap (ainda não há uma explicação razoável para o fato – o mercado diz que quer vender e ele é que não compra) empurrou o BC para a estratégia indesejada. É possível que demore alguns dias para que essa falta de sintonia entre o BC e o mercado acabe.
Juros – Não há escapatória, em dia de leilão de papéis pré-fixados o mercado sempre ganha fôlego para sustentar as expectativas altistas mesmo depois do documento mais dovish de 4ª. A necessidade de rolagem da dívida é um fator de alta constante para os DIs futuros mesmo com eventos macros que possam vir a sugerir o contrário.
Bolsas – Ásia – Os investidores se mostraram indecisos entre acompanhar a alta de NY no dia anterior ou assumir uma posição cautelosa diante dos indícios de que uma nova rodada de alta nos juros possa ocorrer em breve (principalmente na China). Após idas e vindas no decorrer do dia, as bolsas asiáticas fecharam em alta (exceção de Shanghai).
Europa – As bolsas européias caíram forte no call de fechamento (entre 12:30 e 12:35): na hora que a necessidade de capital dos bancos irlandeses foi divulgado. Passaram o dia sob o efeito da expectativa de alta dos juros na próxima semana e da divulgação do resultado do teste nos bancos da Irlanda.
S&P – As bolsas americanas também foram afetadas pelo teste de bancos irlandeses. Além disso, as ações de bancos recuaram com a divulgação de polêmico relatório sobre os bancos que recorreram à linhas do Fed. Já as ações de Energy, depois de passarem a manhã em alta, por causa da subida no preço do petróleo, fecharam no vermelho.
Bovespa – Ontem foi dia de fechamento de mês e trimestre e o efeito contábil acaba afetando a precificação. Foi isso que aconteceu com algumas ações que foram sustentadas com o propósito de mostrar uma situação melhor e fizeram a bolsa paulista se descolar do movimento de fora e subir.
Commodities – Ontem os preços do petróleo e dos agrícolas voltaram a flutuar com mais intensidade (o departamento de agricultura americano divulgou baixos estoques para trigo, milho e soja – justamente os que apresentaram maior elevação de preços). Os metais subiram, mas as altas foram mais tímidas.
Ásia – Os investidores chineses foram desfrutar o feriado prolongado (de 2ª e 3ª) preferindo olhar o lado positivo do PMI (mesmo com as medidas de contenção o desempenho econômico se mantém robusto) e deixando de lado as preocupações com a alta de juros que ele poderia trazer. A subida das bolsas de Shanghai, depois de três dias de baixa, ajudou na alta das ações de outros países que também temem pela elevação dos juros. A exceção foi o Nikkei. Os problemas causados pelo terremoto ainda afetam o dia-a-dia do país. Entretanto, as dificuldades estão possibilitando a desvalorização do Iene e isso favorecerá a nação mais adiante. O Euro e o AUD ficaram praticamente estáveis na sessão asiática.
Commodities – Depois das fortes altas de ontem, o preço do petróleo e dos grãos permanece praticamente estável (á exceção do milho que sobe mais de 5 pct). Entretanto, é importante assinalar que o dado de emprego americano pode alterar essa dinâmica. Quanto aos metais, se os investidores em ações não se preocuparam com as conseqüências do PMI isso não está acontecendo com o cobre que recua mais de 1 pct.
Treasuries americanos – Os comentários de um membro votante do Fed (de Mineápolis) fez os juros subirem ontem. Na opinião dele o Fed Funds subirá para 0,75 no final de 2011. Hoje, segue com a mesma tendência de alta, mas o dado das 09:30 é que definirá o rumo do dia.
Europa – As bolsas européias corrigem hoje a brusca queda observada no call de fechamento depois que a necessidade de capital de bancos irlandeses foi divulgada.
S&P futuro – A recuperação das bolsas na Europa (que tinham atrapalhado o desempenho das bolsas de NY ontem) provocava uma subida de 0,4 no índice às 08:10.
- O PMI subiu de 52,2 para 53,4 na China (alta inferior ao estimado). O mesmo indicador calculado por um grande banco subiu ligeiramente de 51,7 para 51,8.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário