terça-feira, 19 de abril de 2011

Mercados

Moedas – As incertezas na Zona do Euro promoveram forte queda do Euro e arrastaram outras moedas para o mesmo caminho. Nem o outlook negativo dos US foi suficiente para alterar o rumo da moeda européia. Os spreads dos papéis gregos e portugueses voltaram a subir forte. O mercado precifica a possibilidade de renegociação da dívida da Grécia que o governo alemão, informalmente, espera que aconteça nos próximos 60 dias, segundo agências de notícias.

BRL – Foi no embalo do Euro e caiu forte (o primeiro futuro chegou a romper 1,60). O volume de negócios no mercado interbancário melhorou um pouco (natural quando altas bruscas como a de ontem acontecem), mas o BC comprou apenas 185 MM (não dá para saber se o fluxo foi positivo no dia). Os gringos compraram 350 MM no futuro.

Juros – Apesar de uma fonte ter tentado minimizar a fala de Tombini da 6ª, o mercado continuou ontem o trabalho de ajuste dos DIs à perspectiva de alta de 50 pontos na Selic. A elevação ocorreu mesmo com os gringos mantendo a disposição de aumentar a aplicação nos DIs (foram os únicos compradores do dia).

Bolsas – Ásia – O aumento do compulsório na China afetou as bolsas asiáticas (menos a bolsa de Shanghai). Mais uma dúvida (extensão do aperto monetário chinês) veio se somar aos problemas japoneses. A questão européia (eleição na Finlândia colocou duvida sobre a unidade européia que a decisão sobre a ajuda a Portugal requer) ficou de fora da precificação ontem.

Europa – Ontem, as bolsas da Alemanha e de Londres acabaram acompanhando o movimento da Europa e caíram forte com a precificação de reestruturação da dívida grega e os efeitos sobre o Euro e o spread dos papéis dos chamados países periféricos.

S&P – Os investidores americanos não demonstram estar preocupados com a Europa (acham que a possibilidade de default é pequena). Com isso, a queda das ações em NY acabou sendo menor. A influência do outlook negativo do S&P foi se diluindo ao longo do dia e o que preponderou foram as quedas das ações de Energy (call saudita) e de Financials (default na Europa pode prejudicar os bancos).

Bovespa – Acompanhou o que aconteceu fora. As ações do setor de petróleo (principalmente OGX) foram destaque na queda. Mineração e Siderurgia (um banco americano rebaixou as ações do setor na Alemanha) ajudaram a consolidar a baixa

Commodities – Os diversos segmentos foram isoladamente influenciados por questões específicas e tiveram comportamento dispare. O corte na produção de óleo saudita por falta de demanda colocou um freio nas posições especulativas e o petróleo caiu. Já os metais sentiram a alta do compulsório na China e recuaram. O trigo refletiu o clima frio na Europa e a possibilidade de quebra na safra do Texas (clima seco) e subiu forte. A soja e o milho apresentaram altas menores.

Ásia – As bolsas asiáticas reproduziram o movimento da Europa de ontem e recuaram (risco de contágio da crise financeira de países periféricos). A queda da bolsa de Shanghai foi maior por causa da política monetária restritiva do governo chinês.

Commodities – O petróleo continua caindo por causa do call saudita (excesso de oferta). Os metais se recuperam das baixas dos últimos dias, mesmo com a possibilidade de alta dos juros na China (um indicador antecedente mostra que o setor industrial resiste às iniciativas do governo). Nos agrícolas, o trigo continua subindo por causa dos riscos para a safra da Europa e dos US.

Treasuries americanos – Os juros chegaram a subir com o outlook negativo da S&P, mas a aversão ao risco (medo de default na Europa) acabou prevalecendo e as taxas voltaram a recuar ontem. Hoje, os juros estão praticamente estáveis.

Europa – Com dados econômicos melhores e pausa da alta dos spreads dos papéis de Grécia, Portuga e Irlanda, as bolsas européias se recuperam. Já abriram com gap de alta e sustentam o movimento sem grandes oscilações. O Euro toma o mesmo rumo, com membros do ECB reforçando a possibilidade de continuidade da alta dos juros.

S&P futuro – Como acabou fechando melhor que a Europa ontem, hoje está no zero a zero apesar da alta do FTSE e do Dax.

- O saldo da balança comercial da semana passada (251 MM) apresentou redução por causa da queda na exportação de minério de ferro e da alta na importação de petróleo e derivados (a Petrobrás já avisou que vai comprar mais gasolina para abastecer o mercado interno – a demanda subiu por causa da alta do álcool).

- Apesar da Standard & Poors ter colocado os US em outlook positivo, o preço dos treasuries subiu. Isso é um forte indício de que o mercado não levou a sério a iniciativa (os principais detentores de títulos não esboçaram nenhuma reação).

Segundo agências de notícias, as autoridades alemãs já trabalham com a perspectiva de renegociação da dívida grega (até junho). É incompreensível a mudez de Merkel e Sarkosy sobre um assunto tão relevante e em um momento também difícil. Dois meses são um prazo muito longo e a perspectiva de contágio tomaria corpo. Se a renegociação vier mesmo a ser considerada inevitável é possível que os lideres dos principais países acabem forçando que ela ocorra antes para que o processo de deterioração/contaminação cesse.

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