Moedas – Os dados de produto e emprego piores consolidaram a queda do USD no dia. O Euro apresentou alta mais discreta ontem por causa da proximidade da reunião do ECB (realização de lucros para se garantir de eventuais surpresas). Já o ganho do AUD foi maior por causa da perspectiva de retorno do RBA ao receituário monetário - aumento de juros (inflação surpreendeu).
BRL – Os gringos resolveram realizar lucros e provocaram alta e oscilação no dia ontem (compraram 2,3 bi de dólares). Com isso o dólar se sustentou na casa de 1,58, mas ainda não é possível dizer se este nível representa um ponto de sustentação importante (uma mudança no comportamento de parcela do) ou foi apenas uma realização. Ontem o BC ficou de fazer a pesquisa de swap e publicar o edital. Isso não aconteceu e se não mudar de idéia ao longo do dia estará injetando 1,3 bi de dólares no mercado.
Juros – Apesar da ênfase do parágrafo que menciona que o “o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado”, os Dis não fizeram ajuste significativo na curva (mesmo tendo havido uma grande oferta de papéis pré-fixados no leilão tradicional). O mercado preferiu a cautela porque vê o discurso do BC com desconfiança (acha que ele é dúbio).
Bolsas – Ásia – O Japão (como sempre) seguiu o padrão ocidental e subiu forte pelo segundo dia (earnings e warnings positivos de grandes corporações multinacionais), mesmo com dados econômicos que mostram que o impacto do terremoto está sendo muito pior que o imaginado. Já a China continuou presa aos boatos (que se ampliaram ontem): maior taxação dos ganhos em bolsa, aumento dos juros e valorização de 10 pct do Yuan no final de semana. A queda das bolsas chinesas fez os mercados de Sidney, Seul e Taiwan devolverem as altas iniciais e fecharem próximo da estabilidade.
Europa – Ajudadas pelo recuo nos spreads dos sovereign bonds da Grécia, as bolsas européias descontaram a subida de NY no dia anterior (o discurso de Bernanke ocorreu depois que a Europa estava fechada). O FTSE destoou (ficou praticamente estável) por causa do recuo na confiança do consumidor.
S&P – Os eventos corporativos se sobrepuseram aos dados econômicos piores (de emprego e produto) e as bolsas de NY prosseguiram em alta. Esta semana, 40 pct das empresas do S&P divulgaram resultado. Os números vieram bem melhores que o esperado em uma gama variada de empresas. Além disso, os warnings (aumento no valor de dividendos, maior buyback e perspectiva de lucros maiores para o exercício social) também vieram bons. Já havia algumas temporadas que o mercado não reagia tão bem aos anúncios de earnings ou warnings.
Bovespa – A bolsa paulista continuou descolada do movimento externo ontem. Os setores que acusaram maiores baixas foram: bancos, siderurgia e empreendimentos imobiliários. A justificativa dada para a queda foi a perspectiva de alta dos juros e recuo na atividade (entretanto o argumento parece fraco porque o mercado de DI não mudou substantivamente as projeções).
Commodities – Depois de vários dias em queda, o preço dos metais ficou estável ontem (mesmo com boatos de toda ordem na China). Os grãos voltaram as cair – ontem com mais força (os preços têm oscilando com o sobe e desce nas previsões de safra) e o petróleo caiu ligeiramente em Londres.
Ásia – Depois de três quedas seguidas, a bolsa de Shanghai subiu apoiada por um PMI estável que assim como diminui o risco de mais medidas restritivas também evidencia que a economia resiste. Se as preocupações deixaram, momentaneamente, de incomodar os investidores chineses, nas demais praças isso não ocorreu (desconsiderado o Japão onde a bolsa não abriu hoje). Apesar das palavras confiantes de autoridades australianas na economia, as quedas no preço dos metais, a alta do AUD e o receio com o desempenho da economia chinesa fizeram a bolsa de Sidney cair. Em Seul, o motivo central foi a divulgação de um aumento menor na produção industrial que levou os investidores a realizarem ganhos.
Commodities – Os metais não dão trégua e voltam a recuar. Os grãos se recuperam timidamente das fortes perdas de ontem e o petróleo está estável (negócios na bolsa de Londres parados).
Treasuries americanos – Emprego e PIB piores levaram os juros para baixo ontem (há que se acrescentar que os leilões de venda de títulos pelo Tesouro darão uma trégua a semana que vem e o QE2 do Fed reinará). Com a praça londrina fechada, os negócios são escassos e as taxas se mostram estáveis
Europa – Os indicadores de confiança (positivos) divulgados hoje fizeram as bolsas européias mudarem de curso (Londres não funciona) e elas sobem ligeiramente na parte da manhã.
S&P futuro – Sem Londres, o pré-mercado praticamente inexiste e o índice recua 0,1.
- Este mês, o Tesouro colocou mais títulos que o anunciado (47,8 contra 45 bi). Este é um fato pouco corriqueiro e chama a atenção porque o mercado financeiro tem externado grande desconfiança em relação ao governo Dilma (seja em relação à própria Fazenda, ou em relação aos procedimentos do BC).
- Na 2ª feira, o próprio ministro discutirá os números da balança de abril. Como o fato não é comum, deve querer comentar algum assunto relevante. A balança comercial apresentou resultado fraco até o dia 24,influenciada pela maior importação de combustíveis.
A ata do Copom ratificou a leitura que o mercado fez do comunicado da semana passada (e precificado nos dias após a reunião): “o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado”. Entretanto, cabe ressaltar que deixou a porta aberta para correções ao acrescentar no parágrafo 33 que: “Esses elementos (ações macroprudenciais e, principalmente, ações convencionais de política monetária) e os desenvolvimentos no âmbito fiscal e parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas”. A colocação sugere a possibilidade de voltar a usar medidas macroprudencias. Além disso, o texto do parágrafo pode dar margem a interpretação dúbia: (1) a de que pode apertar a política se necessário, ou (2) a de que acredita que alcançará o objetivo de conter a inflação e as expectativas sem colocar em risco o crescimento desejado pelo governo.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
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