Uma corrida de investidores estrangeiros no fim do dia garantiu a alta e o volume expressivo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mesmo após a virada das bolsas americanas.
O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 1,70%, aos 60.190 pontos, e movimentou R$ 9,886 bilhões, no maior giro diário desde o dia 17, quando houve exercício de vencimento de opções.
Já em Wall Street, as bolsas também operaram no azul ao longo da maior parte do dia, mas reverteram a trajetória ao fim da jornada. O índice Dow Jones caiu 0,69%, enquanto o Nasdaq teve desvalorização de 0,68%, e o S & P 500 se depreciou em 0,57%.
Segundo um operador de mercado, a grande ordem de compra na Bovespa ocorreu ao fim do dia, com três dos quatro maiores operadores sendo estrangeiros.
De acordo com ele, o JPMorgan teve compra líquida de R$ 392 milhões, enquanto o Morgan Stanley ficou com R$ 211 milhões, o Merryl Linch com R$ 156 milhões e, do lado doméstico, o Bradesco teve R$ 158 milhões.
O destaque do dia partiu das ações da BM & FBovespa, que dispararam 11,11%, para R$ 12,20, e movimentaram R$ 887,6 milhões.
Novamente o JPMorgan foi o maior comprador dos papéis, com resultado líquido positivo de 23 milhões de ações, ou cerca de R$ 280 milhões pelo valor de fechamento.
Um rebalanceamento da carteira do índice MSCI, com maior peso para os papéis da BM & FBovespa, pode ter sido um dos fatores que estimularam a procura pelos papéis.
Sem notícias negativas na Europa e diante de indicadores mais favoráveis da economia americana, referentes ao setor industrial e imobiliário, os investidores tiveram certa motivação para voltar a comprar. O mercado ainda foi beneficiado pela melhora dos preços das commodities.
"Tivemos indicadores positivos da economia americana que sustentaram a alta de hoje, até em correção aos últimos dias, mas ainda não dá para ficar muito animado. A cautela continua, são momentos apenas de correção", observou o gestor de renda variável da Máxima Asset, Felipe Casotti.
Em análise técnica, o analista técnico da MyCAP, home broker da Icap Brasil, Raphael Figueredo, apontou que o Ibovespa voltou a testar a região de resistência e "divisor de águas" em 60.850 pontos, mas que é preciso rompê-la para dar continuidade ao processo de recuperação, ou seja, para buscar os 61.530 pontos e, posteriormente, os 62.300 pontos.
No âmbito corporativo, além da BM & FBovespa, figuraram entre as maiores altas do dia as ações PN da Vivo, com valorização de 7,56%, a R$ 50,21.
O conflito entre a espanhola Telefónica e a portuguesa Portugal Telecom pela Vivo ganhou mais um episódio hoje. Depois da afirmação da Telefónica sobre a possibilidade do lançamento de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) hostil à portuguesa, o órgão regulador do mercado português pediu explicações à espanhola.
Em entrevista ao Financial Times, o diretor financeiro da Telefónica, Santiago Fernandez Valbuena, afirmou que não está afastada a hipótese de lançamento de uma OPA hostil, caso a PT se recuse a vender sua participação na Vivo.
Também entre as principais valorizações do dia figuraram as ações ON da mineradora MMX, com apreciação de 6,58%, a R$ 10,2, e ON da Cosan, com alta de 6,00%, para R$ 20,14.
Na noite de ontem, a Cosan revelou, em dados preliminares, que encerrou o quarto trimestre fiscal com receita líquida de R$ 4,393 bilhões, um aumento de 87,0% em relação aos R$ 2,349 bilhões apurados em igual período do ano passado.
Já entre as maiores quedas do Ibovespa, as ações PN da AmBev caíram 2,44%, a R$ 170,10, enquanto os papéis ON da Brasil Ecodiesel cederam 2,35%, para R$ 0,83, e os PN da Gol perderam 2,03%, a R$ 19,7.
Na lista de maiores volumes do dia, destaque para os papéis PNA da Vale, que caíram 1,46%, a R$ 39,61, e giro de R$ 1,031 bilhão, além das ações PN do Itaú Unibanco, com alta de 3,36%, para R$ 33,19, e volume de R$ 693,1 milhões. Já os papéis PN da Petrobras subiram 1,88%, a R$ 27,05, e volume de R$ 553,8 milhões.
Foi acertado hoje o preço que o Bank of America receberá por American Depositary Share (ADS) que está vendendo do Itaú Unibanco em acordo celebrado com a Itaúsa. O preço do recibo que corresponde a ação ordinária é de US$ 16,00.
Pelos termos do acordo, a Itaúsa comprará 56.476.299 ações ordinárias, o que corresponde a um desembolso de US$ 903,62 milhões. Com isso, a participação direta e indireta detida pela Itaúsa no capital social do Itaú Unibanco passará de 35,43% para 36,68%.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Fundo chinês põe Brasil em destaque
China Investment Corporation (CIC), o poderoso fundo soberano chinês de US$ 300 bilhões, está avaliando alguns projetos no Brasil para expandir sua presença no país, disse ontem ao Valor seu presidente, Gao Xiqing. "Planejamos alocar mais dinheiro para o Brasil e outros emergentes do que para a Europa, por exemplo", declarou o executivo. "Já temos presença em importantes companhias brasileiras e não focamos só em recursos naturais."
Pouco se sabe sobre o portfólio do fundo no país, ou menos no mundo. No fim do ano passado, o CIC tinha US$ 650 milhões em ações da mineradora Vale, o quarto maior ativo do seu portfólio. A informação tornou-se pública em fevereiro quando, pela primeira vez, o CIC abriu certas informações à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana.
Xiqing declarou que o Brasil "é um dos países onde não temos problemas com o governo e nem com o ambiente dos negócios". Pouco antes, num debate na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ele reclamou que o fundo soberano chinês é alvo de barreiras nos países industrializados "por ignorância sobre o que fazemos e como agimos". Ele citou nominalmente a França como um dos países que tem reservas a investimentos chineses. "Fomos procurados por companhias francesas, mas o governo tinha problemas com isso", disse. E insistiu que os países industrializados têm medo dos fundos da China e da Rússia.
"Mas somos muito bons como investidores, pois colocamos o dinheiro, as diretorias nos pedem por favor para entrar no conselho de administração, mas raramente aceitamos isso", acrescentou., para indicar que não intervém na orientação das companhias, ao contrário do temor dos europeus e americanos.
Xiqing não mencionou valores investidos no Brasil. "O percentual deve ser equivalente à participação do país na produção mundial. Mas no caso do Brasil pode ser um pouco mais, porque estamos realmente muito interessados, pela complementaridade com a economia chinesa." O fundo chinês, criado há dois anos e meio, já investiu US$ 110 bilhões. Mas seu estoque total de ativos é de US$ 300 bilhões, somando as participações feitas antes por bancos chineses.
Terminado o debate sobre como financiar o futuro crescimento, com a presença de dois banqueiros italianos, de altos funcionários do Banco Mundial e da OCDE, o chinês foi cercado por participantes entregando cartões e perguntando se a China podia investir em seus negócios. Xiqing, que estudou nos Estados Unidos, respondeu com paciência, não fugiu de questões como normalmente fazem os funcionários chineses, mas não se comprometeu com nada.
Um dos poucos momentos, porém, em que se mostrou mais entusiasmado, foi quando o Valor perguntou sobre investimentos no Brasil. Com relação à Europa, aproveitou para alfinetar o modelo social europeu. "Nós trabalhamos muito na China. Mas quando vemos como se trabalha pouco na Europa e nos EUA, muita gente em nosso país se indaga por que estamos investindo nessas regiões."
Em todo caso, deixou claro que o fundo não pretende reduzir seu nível de investimentos na Europa, apesar da crise do endividamento que derrubou o euro. "Vamos manter a alocação na Europa. Mas no longo prazo precisamos examinar com muito cuidado se as políticas na União Europeia, as questões da moeda e de regulação permitirão à região crescer como no passado."
Indagado mais tarde sobre as turbulências nos mercados, foi suscinto: "Estou tão confuso quanto todo mundo". E partiu, cercado de interessados em fazer negócios com a China.
Pouco se sabe sobre o portfólio do fundo no país, ou menos no mundo. No fim do ano passado, o CIC tinha US$ 650 milhões em ações da mineradora Vale, o quarto maior ativo do seu portfólio. A informação tornou-se pública em fevereiro quando, pela primeira vez, o CIC abriu certas informações à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana.
Xiqing declarou que o Brasil "é um dos países onde não temos problemas com o governo e nem com o ambiente dos negócios". Pouco antes, num debate na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ele reclamou que o fundo soberano chinês é alvo de barreiras nos países industrializados "por ignorância sobre o que fazemos e como agimos". Ele citou nominalmente a França como um dos países que tem reservas a investimentos chineses. "Fomos procurados por companhias francesas, mas o governo tinha problemas com isso", disse. E insistiu que os países industrializados têm medo dos fundos da China e da Rússia.
"Mas somos muito bons como investidores, pois colocamos o dinheiro, as diretorias nos pedem por favor para entrar no conselho de administração, mas raramente aceitamos isso", acrescentou., para indicar que não intervém na orientação das companhias, ao contrário do temor dos europeus e americanos.
Xiqing não mencionou valores investidos no Brasil. "O percentual deve ser equivalente à participação do país na produção mundial. Mas no caso do Brasil pode ser um pouco mais, porque estamos realmente muito interessados, pela complementaridade com a economia chinesa." O fundo chinês, criado há dois anos e meio, já investiu US$ 110 bilhões. Mas seu estoque total de ativos é de US$ 300 bilhões, somando as participações feitas antes por bancos chineses.
Terminado o debate sobre como financiar o futuro crescimento, com a presença de dois banqueiros italianos, de altos funcionários do Banco Mundial e da OCDE, o chinês foi cercado por participantes entregando cartões e perguntando se a China podia investir em seus negócios. Xiqing, que estudou nos Estados Unidos, respondeu com paciência, não fugiu de questões como normalmente fazem os funcionários chineses, mas não se comprometeu com nada.
Um dos poucos momentos, porém, em que se mostrou mais entusiasmado, foi quando o Valor perguntou sobre investimentos no Brasil. Com relação à Europa, aproveitou para alfinetar o modelo social europeu. "Nós trabalhamos muito na China. Mas quando vemos como se trabalha pouco na Europa e nos EUA, muita gente em nosso país se indaga por que estamos investindo nessas regiões."
Em todo caso, deixou claro que o fundo não pretende reduzir seu nível de investimentos na Europa, apesar da crise do endividamento que derrubou o euro. "Vamos manter a alocação na Europa. Mas no longo prazo precisamos examinar com muito cuidado se as políticas na União Europeia, as questões da moeda e de regulação permitirão à região crescer como no passado."
Indagado mais tarde sobre as turbulências nos mercados, foi suscinto: "Estou tão confuso quanto todo mundo". E partiu, cercado de interessados em fazer negócios com a China.
BM&F Bovespa é destaque de alta, com forte movimento comprador ao final da sessão
BM&F Bovespa é destaque de alta, com forte movimento comprador ao final da sessão
SÃO PAULO - Os papéis da BM&F Bovespa (BVMF3) subiram forte no pregão desta quarta-feira (26), registrando valorização de 6,19%. A valorização progrediu rapidamente a partir do início da tarde, quando o J.P.Morgan apresentou um forte movimento comprador para as ações da companhia. Apenas o banco norte-americano comprou 20,150 milhões de ações.
Desse modo, os ativos da empresa apresentaram forte volume de negociação (R$ 887,6 milhões no pregão), ultrapassando a Petrobras (PETR4) e o Itaú (ITUB4) e perdendo apenas para a Vale (VALE5). A quantidade de negócios foi também a segunda maior do pregão.
O volume total movimentado pela aquisição dos papéis da BM&F Bovespa pelo J.P.Morgan somou R$ 323,3 milhões. Além do forte impulso comprador pelo banco sobre as ações da companhia, impulsionou ainda o destaque de alta desta sessão a notícia de que o Goldman Sachs oferecerá aos seus clientes transações de alta frequência no mercado acionário brasileiro, de acordo com comunicado oficial, à medida que aumenta competição por market share entre os bancos estrangeiros. UBS e Bank of America já oferecem o produto.
SÃO PAULO - Os papéis da BM&F Bovespa (BVMF3) subiram forte no pregão desta quarta-feira (26), registrando valorização de 6,19%. A valorização progrediu rapidamente a partir do início da tarde, quando o J.P.Morgan apresentou um forte movimento comprador para as ações da companhia. Apenas o banco norte-americano comprou 20,150 milhões de ações.
Desse modo, os ativos da empresa apresentaram forte volume de negociação (R$ 887,6 milhões no pregão), ultrapassando a Petrobras (PETR4) e o Itaú (ITUB4) e perdendo apenas para a Vale (VALE5). A quantidade de negócios foi também a segunda maior do pregão.
O volume total movimentado pela aquisição dos papéis da BM&F Bovespa pelo J.P.Morgan somou R$ 323,3 milhões. Além do forte impulso comprador pelo banco sobre as ações da companhia, impulsionou ainda o destaque de alta desta sessão a notícia de que o Goldman Sachs oferecerá aos seus clientes transações de alta frequência no mercado acionário brasileiro, de acordo com comunicado oficial, à medida que aumenta competição por market share entre os bancos estrangeiros. UBS e Bank of America já oferecem o produto.
SÃO PAULO - Os papéis da BM&F Bovespa (BVMF3) subiram forte no pregão desta quarta-feira (26), registrando valorização de 6,19%. A valorização progrediu rapidamente a partir do início da tarde, quando o J.P.Morgan apresentou um forte movimento comprador para as ações da companhia. Apenas o banco norte-americano comprou 20,150 milhões de ações.
Desse modo, os ativos da empresa apresentaram forte volume de negociação (R$ 887,6 milhões no pregão), ultrapassando a Petrobras (PETR4) e o Itaú (ITUB4) e perdendo apenas para a Vale (VALE5). A quantidade de negócios foi também a segunda maior do pregão.
O volume total movimentado pela aquisição dos papéis da BM&F Bovespa pelo J.P.Morgan somou R$ 323,3 milhões. Além do forte impulso comprador pelo banco sobre as ações da companhia, impulsionou ainda o destaque de alta desta sessão a notícia de que o Goldman Sachs oferecerá aos seus clientes transações de alta frequência no mercado acionário brasileiro, de acordo com comunicado oficial, à medida que aumenta competição por market share entre os bancos estrangeiros. UBS e Bank of America já oferecem o produto.
SÃO PAULO - Os papéis da BM&F Bovespa (BVMF3) subiram forte no pregão desta quarta-feira (26), registrando valorização de 6,19%. A valorização progrediu rapidamente a partir do início da tarde, quando o J.P.Morgan apresentou um forte movimento comprador para as ações da companhia. Apenas o banco norte-americano comprou 20,150 milhões de ações.
Desse modo, os ativos da empresa apresentaram forte volume de negociação (R$ 887,6 milhões no pregão), ultrapassando a Petrobras (PETR4) e o Itaú (ITUB4) e perdendo apenas para a Vale (VALE5). A quantidade de negócios foi também a segunda maior do pregão.
O volume total movimentado pela aquisição dos papéis da BM&F Bovespa pelo J.P.Morgan somou R$ 323,3 milhões. Além do forte impulso comprador pelo banco sobre as ações da companhia, impulsionou ainda o destaque de alta desta sessão a notícia de que o Goldman Sachs oferecerá aos seus clientes transações de alta frequência no mercado acionário brasileiro, de acordo com comunicado oficial, à medida que aumenta competição por market share entre os bancos estrangeiros. UBS e Bank of America já oferecem o produto.
OGX anuncia presença de hidrocarbonetos nos poços OGX-10 e OGX-13
Rio de Janeiro, 27 de maio de 2010 - A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. ("OGX S.A.") (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil, comunica ao mercado que foi identificada presença de hidrocarbonetos na seção aptiana do poço 1-OGX-10-RJS e na seção eocênica do poço 3-OGX-13-RJS, localizados, respectivamente, nos blocos BM-C-42 e BM-C-41, águas rasas da parte sul da Bacia de Campos. A OGX detém 100% de participação em ambos os blocos.
No poço OGX-10, prospecto denominado Hawaii, foi identificada uma coluna de óleo de aproximadamente 110 metros e net pay de 40 metros em reservatórios carbonáticos da seção aptiana. O poço encontra-se em fase final de perfilagem e a sonda Sea Explorer, fornecida pela Pride International, será deslocada para o poço OGX-7A, prospecto Huna, para a realização de testes adicionais.
Em relação ao poço OGX-13, que representa o segundo poço de extensão da acumulação Vesúvio, foi identificado um net pay de aproximadamente 10 metros em reservatórios arenosos da seção eocênica. Dados preliminares indicam que este poço foi perfurado em um dos limites da estrutura, sendo uma importante informação no processo de delimitação da acumulação Vesúvio. A perfuração foi concluída e a sonda Ocean Lexington, fornecida pela Diamond Offshore, será deslocada para o prospecto Peró, localizado no bloco BM-C-40.
O poço OGX-10, situado a aproximadamente 79 km da costa do estado do Rio de Janeiro, onde a lâmina d'água é de aproximadamente 158 metros, teve as atividades de perfuração iniciadas no dia 02 de março de 2010. Já o poço OGX-13, situado a aproximadamente 87 km da costa do estado do Rio de Janeiro, onde a lâmina d'água é de aproximadamente 138 metros, teve as atividades de perfuração no dia 05 de maio de 2010.
SOBRE A OGX
Focada na exploração e produção de óleo e gás natural no Brasil, a OGX Petróleo e Gás SA é responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil. A OGX possui um portfólio diversificado e de alto potencial, composto por 29 blocos exploratórios nas Bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba cobrindo uma área marítima de aproximadamente 7.000 km² e área terrestre de cerca de 21.500 km². Além de contar com um time de profissionais altamente qualificados, a companhia possui sólida posição financeira, com cerca de US$ 4 bilhões para investimentos em exploração, produção e novos negócios. Em junho de 2008, a empresa captou recursos na ordem de R$ 6,7 bilhões em sua oferta pública de ações, no maior IPO primário da história da Bovespa até então. A OGX é parte do Grupo EBX, conglomerado industrial fundado e liderado pelo empresário brasileiro Eike Batista, que possui um comprovado histórico de sucesso no desenvolvimento de novos empreendimentos nos setores de recursos naturais e infraestrutura. Para mais informações visite o site: www.ogx.com.br/ri.
Aviso Legal
Este documento contém algumas afirmações e informações relacionadas à Companhia que refletem a atual visão e/ou expectativa da Companhia e de sua administração a respeito do seu plano de negócios. Estas afirmações incluem, entre outras, todas as afirmações que denotam previsão, projeção, indicam ou implicam resultados, performance ou realizações futuras, podendo conter palavras como "acreditar", "prever", "esperar", "contemplar", "provavelmente resultará" ou outras palavras ou expressões de acepção semelhante. Tais afirmações estão sujeitas a uma série de expressivos riscos, incertezas e premissas. Advertimos que diversos fatores importantes podem fazer com que os resultados reais divirjam de maneira relevante dos planos, objetivos, expectativas, estimativas e intenções expressas neste documento. Em nenhuma hipótese a Companhia ou seus conselheiros, diretores, representantes ou empregados serão responsáveis perante quaisquer terceiros (inclusive investidores) por decisões ou atos de investimento ou negócios tomados com base nas informações e afirmações constantes desta apresentação, e tampouco por danos indiretos, lucros cessantes ou afins. A Companhia não tem intenção de fornecer aos eventuais detentores de ações uma revisão das afirmações ou análise das diferenças entre as afirmações e os resultados reais. É recomendado que os investidores analisem detalhadamente o prospecto da OGX, incluindo os fatores de risco identificados no mesmo. Esta apresentação não contém todas as informações necessárias a uma completa avaliação de investimento na Companhia. Cada investidor deve fazer sua própria avaliação, incluindo os riscos associados, pra tomada de decisão de investimento.
No poço OGX-10, prospecto denominado Hawaii, foi identificada uma coluna de óleo de aproximadamente 110 metros e net pay de 40 metros em reservatórios carbonáticos da seção aptiana. O poço encontra-se em fase final de perfilagem e a sonda Sea Explorer, fornecida pela Pride International, será deslocada para o poço OGX-7A, prospecto Huna, para a realização de testes adicionais.
Em relação ao poço OGX-13, que representa o segundo poço de extensão da acumulação Vesúvio, foi identificado um net pay de aproximadamente 10 metros em reservatórios arenosos da seção eocênica. Dados preliminares indicam que este poço foi perfurado em um dos limites da estrutura, sendo uma importante informação no processo de delimitação da acumulação Vesúvio. A perfuração foi concluída e a sonda Ocean Lexington, fornecida pela Diamond Offshore, será deslocada para o prospecto Peró, localizado no bloco BM-C-40.
O poço OGX-10, situado a aproximadamente 79 km da costa do estado do Rio de Janeiro, onde a lâmina d'água é de aproximadamente 158 metros, teve as atividades de perfuração iniciadas no dia 02 de março de 2010. Já o poço OGX-13, situado a aproximadamente 87 km da costa do estado do Rio de Janeiro, onde a lâmina d'água é de aproximadamente 138 metros, teve as atividades de perfuração no dia 05 de maio de 2010.
SOBRE A OGX
Focada na exploração e produção de óleo e gás natural no Brasil, a OGX Petróleo e Gás SA é responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil. A OGX possui um portfólio diversificado e de alto potencial, composto por 29 blocos exploratórios nas Bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba cobrindo uma área marítima de aproximadamente 7.000 km² e área terrestre de cerca de 21.500 km². Além de contar com um time de profissionais altamente qualificados, a companhia possui sólida posição financeira, com cerca de US$ 4 bilhões para investimentos em exploração, produção e novos negócios. Em junho de 2008, a empresa captou recursos na ordem de R$ 6,7 bilhões em sua oferta pública de ações, no maior IPO primário da história da Bovespa até então. A OGX é parte do Grupo EBX, conglomerado industrial fundado e liderado pelo empresário brasileiro Eike Batista, que possui um comprovado histórico de sucesso no desenvolvimento de novos empreendimentos nos setores de recursos naturais e infraestrutura. Para mais informações visite o site: www.ogx.com.br/ri.
Aviso Legal
Este documento contém algumas afirmações e informações relacionadas à Companhia que refletem a atual visão e/ou expectativa da Companhia e de sua administração a respeito do seu plano de negócios. Estas afirmações incluem, entre outras, todas as afirmações que denotam previsão, projeção, indicam ou implicam resultados, performance ou realizações futuras, podendo conter palavras como "acreditar", "prever", "esperar", "contemplar", "provavelmente resultará" ou outras palavras ou expressões de acepção semelhante. Tais afirmações estão sujeitas a uma série de expressivos riscos, incertezas e premissas. Advertimos que diversos fatores importantes podem fazer com que os resultados reais divirjam de maneira relevante dos planos, objetivos, expectativas, estimativas e intenções expressas neste documento. Em nenhuma hipótese a Companhia ou seus conselheiros, diretores, representantes ou empregados serão responsáveis perante quaisquer terceiros (inclusive investidores) por decisões ou atos de investimento ou negócios tomados com base nas informações e afirmações constantes desta apresentação, e tampouco por danos indiretos, lucros cessantes ou afins. A Companhia não tem intenção de fornecer aos eventuais detentores de ações uma revisão das afirmações ou análise das diferenças entre as afirmações e os resultados reais. É recomendado que os investidores analisem detalhadamente o prospecto da OGX, incluindo os fatores de risco identificados no mesmo. Esta apresentação não contém todas as informações necessárias a uma completa avaliação de investimento na Companhia. Cada investidor deve fazer sua própria avaliação, incluindo os riscos associados, pra tomada de decisão de investimento.
terça-feira, 25 de maio de 2010
S&P alerta para comportamento de manada entre gestores europeus
O comportamento de "manada" entre os gestores de fundos europeus, que estão perseguindo um número muito pequeno de ações, está tornando os preços desses papéis vulneráveis a uma queda súbita, afirma o diretor de análises de fundos da agência de classificação de risco Standard & Poor ' s (S&P), Peter Fuller.
Ações como as das companhias farmacêuticas Sanofi-Aventis e Novo Nordisk estão "nas carteiras de todo mundo", disse Peter Fuller, durante apresentação da análise anual da S&P sobre os fundos europeus.
Ele afirmou que a incerteza nos mercados levou a uma fuga para as empresas de qualidade da zona do euro, especialmente para aquelas que pagam mais dividendos aos investidores. "Ninguém é despedido por um desempenho mediano; alguns gerentes nos dizem que como têm um portfólio diversificado, há segurança nos números, mas isso é besteira", alertou o diretor da S&P. "Isso é um trabalho mecânico, e só funciona por um certo tempo", acrescentou ele.
De acordo com Fuller, é preciso apenas uma notícia um pouco negativa ou um rumor para o dinheiro se movimentar novamente e os preços dessas ações caírem. "Tivemos uma situação parecida provocada pelos fundos quantitativos em 2008", lembrou ele, ressaltando que o desempenho desses fundos foi afetado em 10% em uma questão de três dias. "Não estou dizendo que isso vai acontecer de novo, mas podemos ver as mesmas bolhas", disse.
Ele disse que o argumento a favor da diversificação não está promovendo uma pulverização das aplicações entre diversos ativos. "Se você olhar para a situação, verá que há grandes somas de dinheiro perseguindo não só os mesmos setores como as mesmas ações", afirmou.
O comportamento de manada está afetando especialmente empresas britânicas com grande capitalização de mercado. Algumas companhias da Europa com média capitalização também estão sendo prejudicadas.
Na avaliação de Fuller, está sendo "muito caro" para os gestores de fundos protegerem seus portfólios, uma vez que a volatilidade elevada aumentou demais os preços dos derivativos.
Fuller apontou para uma perspectiva melhor das avaliações de companhias de papel e artigos de luxo, mas admitiu que esses papéis não são "grandes componentes de índices". Ele também mencionou possibilidades para as companhias de telecomunicações da Europa, mas disse que elas serão conduzidas por "rumores de fusões".
Entre outros, a S&P melhorou as classificações do fundo Aviva Investors -European Equity Fund de "A" para "AA", citando a força do administrador John Botham. "Ele é um gestor que combina ações de empresas com perspectivas de crescimento com ações boas e baratas, mas nunca pende muito para nenhum dos lados", afirmou.
A S&P rebaixou dois fundos da Gartmore - o European Selected Opportunities e o Continental European Fund - de "AAA" para "AA". Fuller afirmou que isso se deveu ao fato do administrador John Bennett ser novo na casa, mas observou que não se trata de um comentário sobre Bennett enquanto gestor. "Gostamos de John, mas estamos apenas esperando para ver como ele vai se encaixar", ressaltou.
Fuller afirmou que o fundo Odin Europa SMB, de Oslo, não está mais recebendo classificações da S&P, tendo recebido a nota "A" anteriormente. Para ele, os pontos fortes do fundo estão principalmente no mercado escandinavo. Ele também colocou dois fundos da Schroders sob revisão, depois da saída do gerente Gary Clarke este mês. São eles o ISF European Equity Yield Fund e o ISF European Equity Alpha Fund. (Tradução Mario Zamarian)
Ações como as das companhias farmacêuticas Sanofi-Aventis e Novo Nordisk estão "nas carteiras de todo mundo", disse Peter Fuller, durante apresentação da análise anual da S&P sobre os fundos europeus.
Ele afirmou que a incerteza nos mercados levou a uma fuga para as empresas de qualidade da zona do euro, especialmente para aquelas que pagam mais dividendos aos investidores. "Ninguém é despedido por um desempenho mediano; alguns gerentes nos dizem que como têm um portfólio diversificado, há segurança nos números, mas isso é besteira", alertou o diretor da S&P. "Isso é um trabalho mecânico, e só funciona por um certo tempo", acrescentou ele.
De acordo com Fuller, é preciso apenas uma notícia um pouco negativa ou um rumor para o dinheiro se movimentar novamente e os preços dessas ações caírem. "Tivemos uma situação parecida provocada pelos fundos quantitativos em 2008", lembrou ele, ressaltando que o desempenho desses fundos foi afetado em 10% em uma questão de três dias. "Não estou dizendo que isso vai acontecer de novo, mas podemos ver as mesmas bolhas", disse.
Ele disse que o argumento a favor da diversificação não está promovendo uma pulverização das aplicações entre diversos ativos. "Se você olhar para a situação, verá que há grandes somas de dinheiro perseguindo não só os mesmos setores como as mesmas ações", afirmou.
O comportamento de manada está afetando especialmente empresas britânicas com grande capitalização de mercado. Algumas companhias da Europa com média capitalização também estão sendo prejudicadas.
Na avaliação de Fuller, está sendo "muito caro" para os gestores de fundos protegerem seus portfólios, uma vez que a volatilidade elevada aumentou demais os preços dos derivativos.
Fuller apontou para uma perspectiva melhor das avaliações de companhias de papel e artigos de luxo, mas admitiu que esses papéis não são "grandes componentes de índices". Ele também mencionou possibilidades para as companhias de telecomunicações da Europa, mas disse que elas serão conduzidas por "rumores de fusões".
Entre outros, a S&P melhorou as classificações do fundo Aviva Investors -European Equity Fund de "A" para "AA", citando a força do administrador John Botham. "Ele é um gestor que combina ações de empresas com perspectivas de crescimento com ações boas e baratas, mas nunca pende muito para nenhum dos lados", afirmou.
A S&P rebaixou dois fundos da Gartmore - o European Selected Opportunities e o Continental European Fund - de "AAA" para "AA". Fuller afirmou que isso se deveu ao fato do administrador John Bennett ser novo na casa, mas observou que não se trata de um comentário sobre Bennett enquanto gestor. "Gostamos de John, mas estamos apenas esperando para ver como ele vai se encaixar", ressaltou.
Fuller afirmou que o fundo Odin Europa SMB, de Oslo, não está mais recebendo classificações da S&P, tendo recebido a nota "A" anteriormente. Para ele, os pontos fortes do fundo estão principalmente no mercado escandinavo. Ele também colocou dois fundos da Schroders sob revisão, depois da saída do gerente Gary Clarke este mês. São eles o ISF European Equity Yield Fund e o ISF European Equity Alpha Fund. (Tradução Mario Zamarian)
Bancos dizem que é hora da pechincha
Desde que a crise na Europa se instalou de forma mais acentuada, o que mais se ouve são investidores se lamuriando pelas perdas que tiveram em suas carteiras de ações. Mas há quem acredite que estes são os melhores momentos para se comprar ativos a preços menores e com um bom potencial de valorização, até por causa da queda em si.
Entre sexta-feira e ontem, alguns bancos divulgaram relatórios na linha de que "há sempre um lado positivo em meio a uma situação negativa". Alguns analistas acreditam, inclusive, que a bolsa subiu na sexta e durante boa parte do pregão de ontem graças a esse novo olhar sobre a crise.
Ontem, foi a vez do J.P. Morgan falar sobre o assunto. O banco acredita que este é um bom momento para os investidores comprarem ações da América Latina, depois das grandes quedas recentes. O banco lembra que nas últimas duas décadas o mercado latinoamericano teve 15 correções de mais de 20%. Essas desvalorizações foram, em média, de 26% e ocorreram durante cerca de 11 semanas. O movimento atual de queda já atinge aproximadamente 21% e se encontra na quinta semana. Nessas últimas 15 correções, a recuperação média foi de 51% nos 12 meses seguintes.
Esse cenário traçado pelo banco americano quer dizer que as bolsas da América Latina já caíram boa parte do que deveriam cair e que a recuperação pode estar muito próxima de começar. O relatório lembra ainda que no ponto atual em que o mercado se encontra costuma ocorrer historicamente um retorno médio de 27% em 12 meses.
Além da história recente a favor, os analistas do J.P.Morgan ressaltam que as bolsas da América Latina estão baratas em termos de múltiplos. Segundo eles, o preço sobre lucro (P/L, que dá uma ideia de quantos anos deve demorar para o investidor ter de volta o quanto aplicou) do índice Morgan Stanley Capital International (MSCI) da América Latina está em 9,8 vezes para os próximos 12 meses, abaixo da sua média de longo prazo e cerca de 30% abaixo do seu maior nível, de 14,1 vezes.
Todo esse cenário benigno, no entanto, considera a hipótese de que a crise nos países da União Europeia vai aos poucos se acalmar, especialmente depois da implementação do megapacote de ajuda de € 1 trilhão. Os analistas do banco americano afirmam que os fundamentos globais hoje são muito melhores do que na crise de 2008, que começou no setor hipotecário americano de alto risco. Eles acreditam que o impacto da crise europeia na América Latina deve ser limitado, uma vez que os fundamentos dos países da região são bons e as bolsas estão depreciadas em cerca de 20%.
O gestor de renda variável da Infinity Asset Management, George Sanders, concorda com essa tese de que países com fundamentos superiores, como o Brasil, podem se descolar da crise Europeia. "A grande questão é argumentar para o investidor que ele deve comprar mesmo com as ações estando em queda", diz. Ele acredita que o descolamento do Brasil depende da vontade do país de mostrar que é bem mais rigoroso do que países como a Grécia. "Este é o momento certo do Brasil dar bons sinais de cortes de gastos públicos", observa Sanders.
O Índice Bovespa ontem fechou em baixa de 0,57%, aos 59.9015 pontos. Para o analista da Gradual Investimentos Flávio Conde, o indicador deve ficar na casa dos 60 mil pontos no curto prazo. "Para sair disso, tanto para cima quanto para baixo, são necessárias notícias positivas ou negativas suficientemente fortes, o que não vejo ocorrer pelo menos nesta semana."
Entre sexta-feira e ontem, alguns bancos divulgaram relatórios na linha de que "há sempre um lado positivo em meio a uma situação negativa". Alguns analistas acreditam, inclusive, que a bolsa subiu na sexta e durante boa parte do pregão de ontem graças a esse novo olhar sobre a crise.
Ontem, foi a vez do J.P. Morgan falar sobre o assunto. O banco acredita que este é um bom momento para os investidores comprarem ações da América Latina, depois das grandes quedas recentes. O banco lembra que nas últimas duas décadas o mercado latinoamericano teve 15 correções de mais de 20%. Essas desvalorizações foram, em média, de 26% e ocorreram durante cerca de 11 semanas. O movimento atual de queda já atinge aproximadamente 21% e se encontra na quinta semana. Nessas últimas 15 correções, a recuperação média foi de 51% nos 12 meses seguintes.
Esse cenário traçado pelo banco americano quer dizer que as bolsas da América Latina já caíram boa parte do que deveriam cair e que a recuperação pode estar muito próxima de começar. O relatório lembra ainda que no ponto atual em que o mercado se encontra costuma ocorrer historicamente um retorno médio de 27% em 12 meses.
Além da história recente a favor, os analistas do J.P.Morgan ressaltam que as bolsas da América Latina estão baratas em termos de múltiplos. Segundo eles, o preço sobre lucro (P/L, que dá uma ideia de quantos anos deve demorar para o investidor ter de volta o quanto aplicou) do índice Morgan Stanley Capital International (MSCI) da América Latina está em 9,8 vezes para os próximos 12 meses, abaixo da sua média de longo prazo e cerca de 30% abaixo do seu maior nível, de 14,1 vezes.
Todo esse cenário benigno, no entanto, considera a hipótese de que a crise nos países da União Europeia vai aos poucos se acalmar, especialmente depois da implementação do megapacote de ajuda de € 1 trilhão. Os analistas do banco americano afirmam que os fundamentos globais hoje são muito melhores do que na crise de 2008, que começou no setor hipotecário americano de alto risco. Eles acreditam que o impacto da crise europeia na América Latina deve ser limitado, uma vez que os fundamentos dos países da região são bons e as bolsas estão depreciadas em cerca de 20%.
O gestor de renda variável da Infinity Asset Management, George Sanders, concorda com essa tese de que países com fundamentos superiores, como o Brasil, podem se descolar da crise Europeia. "A grande questão é argumentar para o investidor que ele deve comprar mesmo com as ações estando em queda", diz. Ele acredita que o descolamento do Brasil depende da vontade do país de mostrar que é bem mais rigoroso do que países como a Grécia. "Este é o momento certo do Brasil dar bons sinais de cortes de gastos públicos", observa Sanders.
O Índice Bovespa ontem fechou em baixa de 0,57%, aos 59.9015 pontos. Para o analista da Gradual Investimentos Flávio Conde, o indicador deve ficar na casa dos 60 mil pontos no curto prazo. "Para sair disso, tanto para cima quanto para baixo, são necessárias notícias positivas ou negativas suficientemente fortes, o que não vejo ocorrer pelo menos nesta semana."
De olho na capitalização, Deutsche Bank avalia riscos da Petrobras
O projeto de Lei da capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) encontra-se atualmente no Senado, com a sua votação marcada para o dia 9 de junho deste ano. Preocupado com as incertezas circundando a operação, o Deutsche Bank divulgou um relatório analisando os riscos envolvendo o caso.
O analista do banco alemão, Marcus Sequeira, destaca o agendamento de uma assembleia geral extraordinária de acionistas da companhia para o dia 22 de junho, visando aprovar o aumento do seu limite de capital em 5,6 bilhões de ações. "Achamos improvável que sejam emitidas apenas ações preferenciais por conta da intenção do governo de aumentar seu controle sobre a Petrobras", afirma o analista.
De acordo com o comunicado ao mercado, o valor máximo do aumento de capital será de R$ 150 bilhões, montante capaz de financiar o programa de expansão para o período 2010-2014, o pagamento dos 5 bilhões de barris de óleo equivalente que podem ser transferidos do governo para a Petrobras e a manutenção da alavancagem em níveis saudáveis. "Esperamos que a avaliação dos barris do governo seja divulgada antes da assembleia", informa Sequeira.
Ele ressalta que o presidente da estatal, Sergio Gabrielli, assegurou a ocorrência da operação de capitalização, mesmo com a recente turbulência dos mercados. "Mais uma vez, dado o objetivo do governo de aumentar seu controle sobre a estatal, volatilidade dos mercados, competição com outras grandes ofertas de ações e consequente pressão sobre os preços dos títulos não devem ser obstáculos para a realização da operação antes das eleições", escreve Sequeira.
Votação
Contudo, o plano principal continua sendo a confirmação pelo Congresso do projeto de Lei da capitalização. "A aprovação ou rejeição da capitalização será crucial para a estrutura final do aumento de capital", avalia o analista, vendo indefinição sobre a votação.
Sequeira nota que, caso a Petrobras atinja as exigências legais antes da ratificação da Lei e da conclusão dos trabalhos de avaliação, ela estará apta para iniciar a operação em meados de julho. Por fim, ele reitera sua recomendação de hold - visão neutra em relação as ações nos próximos 12 meses - para os papéis da companhia, por conta dos ricsos regulatórios e políticos, além do risco de overhang (excesso de oferta) de ações.
O analista do banco alemão, Marcus Sequeira, destaca o agendamento de uma assembleia geral extraordinária de acionistas da companhia para o dia 22 de junho, visando aprovar o aumento do seu limite de capital em 5,6 bilhões de ações. "Achamos improvável que sejam emitidas apenas ações preferenciais por conta da intenção do governo de aumentar seu controle sobre a Petrobras", afirma o analista.
De acordo com o comunicado ao mercado, o valor máximo do aumento de capital será de R$ 150 bilhões, montante capaz de financiar o programa de expansão para o período 2010-2014, o pagamento dos 5 bilhões de barris de óleo equivalente que podem ser transferidos do governo para a Petrobras e a manutenção da alavancagem em níveis saudáveis. "Esperamos que a avaliação dos barris do governo seja divulgada antes da assembleia", informa Sequeira.
Ele ressalta que o presidente da estatal, Sergio Gabrielli, assegurou a ocorrência da operação de capitalização, mesmo com a recente turbulência dos mercados. "Mais uma vez, dado o objetivo do governo de aumentar seu controle sobre a estatal, volatilidade dos mercados, competição com outras grandes ofertas de ações e consequente pressão sobre os preços dos títulos não devem ser obstáculos para a realização da operação antes das eleições", escreve Sequeira.
Votação
Contudo, o plano principal continua sendo a confirmação pelo Congresso do projeto de Lei da capitalização. "A aprovação ou rejeição da capitalização será crucial para a estrutura final do aumento de capital", avalia o analista, vendo indefinição sobre a votação.
Sequeira nota que, caso a Petrobras atinja as exigências legais antes da ratificação da Lei e da conclusão dos trabalhos de avaliação, ela estará apta para iniciar a operação em meados de julho. Por fim, ele reitera sua recomendação de hold - visão neutra em relação as ações nos próximos 12 meses - para os papéis da companhia, por conta dos ricsos regulatórios e políticos, além do risco de overhang (excesso de oferta) de ações.
Ações de bancos despencam no Japão e na Europa, frente a temor sobre Espanha
Ações ligadas ao setor financeiro despencam ao redor do mundo nesta terça-feira (25), após a falência do CajaSur e a proposta do Bank of Spain de fundir quatro bancos regionais.
No Japão, as ações do Sumitomo Mitsui Financial caíram 3,1%. Por sua vez, os papéis do Mitsubishi UFJ Financial recuaram 1,4%, atingindo o menor patamar desde março de 2009.
Na Europa, o pessimismo é consoante. Os papéis do Barclays despencam 6,2% em Londres, assim como as ações do Société Générale em Paris e do Deutsche Bank, com perdas respectivas de 6,2% e 3,5%.
Perto do foco da crise, o Santander vê suas ações derreterem em Madri, com perdas de 6,9%. Já o BBVA registra queda de 6,5% em seus papéis.
Quarto maior
A autoridade monetária recebeu a proposta da quadra se unir para formar o quinto maior banco da Espanha, com mais de 135 bilhões (US$ 167 bilhões) em ativos. Contudo, a despeito da reestruturação benéfica, temores assolam os investidores.
No Japão, as ações do Sumitomo Mitsui Financial caíram 3,1%. Por sua vez, os papéis do Mitsubishi UFJ Financial recuaram 1,4%, atingindo o menor patamar desde março de 2009.
Na Europa, o pessimismo é consoante. Os papéis do Barclays despencam 6,2% em Londres, assim como as ações do Société Générale em Paris e do Deutsche Bank, com perdas respectivas de 6,2% e 3,5%.
Perto do foco da crise, o Santander vê suas ações derreterem em Madri, com perdas de 6,9%. Já o BBVA registra queda de 6,5% em seus papéis.
Quarto maior
A autoridade monetária recebeu a proposta da quadra se unir para formar o quinto maior banco da Espanha, com mais de 135 bilhões (US$ 167 bilhões) em ativos. Contudo, a despeito da reestruturação benéfica, temores assolam os investidores.
TENSÃO ENTRE COREIAS ACENTUA TURBULENCIA E DISPARA AVERSÃO AO RISCO
A tensão entre a Coreia do Norte e do Sul ganha contornos mais graves e
acentua a aversão ao risco nos mercados internacionais. No atual ambiente de instabilidade, a troca de acusações entre os dois países asiáticos piora a situação delicada já criada pela crise do euro no exterior.
Como resultado, as bolsas europeias seguem o caminho das asiáticas e despencam cerca de 3% nesta manhã, assim como o petróleo e outras commodities metálicas - sinalizando um dia difícil para a Bovespa. Completamente sem forças, o euro derrete, negociado na casa de US$
1,21.
Os temores cresceram após surgir a informação de que a Coreia do Norte ordenou, na semana passada, que as suas tropas fiquem prontas para o combate. O país comunista também acusa a Coreia do Sul de invadir seu espaço marítimo.
O motivo do novo confronto é o afundamento do navio de guerra sul coreano no final de março, que provocou a morte de 46 marinheiros. Após investigação, a Coreia do Sul diz que o ataque foi feito pela Coreia do Norte. Como retaliação, Seul suspendeu ontem relações comerciais com o vizinho e agora o declara novamente como seu "principal inimigo",
expressão que havia retirado em 2004.
A escalada da tensão cria mais uma potencial zona de atrito entre Estados Unidos e China, exatamente quando autoridades dos dois países se reúnem em Pequim. Os Estados Unidos afirmaram ontem que irão realizar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, "num futuro próximo". A tropa dos EUA no país, consequência da Guerra da Coreia entre 1950 e 1953, é de 28,5 mil soldados.
Resta saber qual será o comportamento da China, aliada, com diversos investimentos e principal parceira comercial da Coreia do Norte. O ministro de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, disse hoje que o diálogo é melhor do que o confronto, defendendo a estabilidade na
região, conforme a Dow Jones.
O confronto na Ásia pega os investidores em um momento delicado. A semana começou com o mal-estar causado pela tomada de controle do minúsculo CajaSur pelo Banco Central da Espanha. A reestruturação dos bancos de poupança do país já estava em curso, tanto que quatro delas fundiram operações ontem.
Mas, como o ambiente é turbulento, qualquer informação relacionada ao sistema bancário gera apreensão. Também não ajudou a bronca do Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que a Espanha precisa reduzir o déficit e que a recuperação econômica do país vai ser "fraca e frágil".
Nesse cenário, não traz alívio a disparada das encomendas à indústria na zona do euro, que subiram 5,2% em março sobre o mês anterior, na maior alta desde junho de 2007.
Às 7h33 horas, as bolsas de Londres (-2,67%), Paris (-3,35%), Frankfurt (-2,67%) e Madri (-4,07%) desabavam.
Sem esperanças de recuperação, o euro recuava a US$ 1,2197, de US$ 1,2383 no fechamento de ontem em Nova York. A libra cedia a US$ 1,4306, de US$ 1,4438. O dólar era cotado a 89,52 ienes, de 90,40 ienes.
No mesmo horário (acima), o petróleo mergulhava 3,45%, para US$ 67,77
acentua a aversão ao risco nos mercados internacionais. No atual ambiente de instabilidade, a troca de acusações entre os dois países asiáticos piora a situação delicada já criada pela crise do euro no exterior.
Como resultado, as bolsas europeias seguem o caminho das asiáticas e despencam cerca de 3% nesta manhã, assim como o petróleo e outras commodities metálicas - sinalizando um dia difícil para a Bovespa. Completamente sem forças, o euro derrete, negociado na casa de US$
1,21.
Os temores cresceram após surgir a informação de que a Coreia do Norte ordenou, na semana passada, que as suas tropas fiquem prontas para o combate. O país comunista também acusa a Coreia do Sul de invadir seu espaço marítimo.
O motivo do novo confronto é o afundamento do navio de guerra sul coreano no final de março, que provocou a morte de 46 marinheiros. Após investigação, a Coreia do Sul diz que o ataque foi feito pela Coreia do Norte. Como retaliação, Seul suspendeu ontem relações comerciais com o vizinho e agora o declara novamente como seu "principal inimigo",
expressão que havia retirado em 2004.
A escalada da tensão cria mais uma potencial zona de atrito entre Estados Unidos e China, exatamente quando autoridades dos dois países se reúnem em Pequim. Os Estados Unidos afirmaram ontem que irão realizar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, "num futuro próximo". A tropa dos EUA no país, consequência da Guerra da Coreia entre 1950 e 1953, é de 28,5 mil soldados.
Resta saber qual será o comportamento da China, aliada, com diversos investimentos e principal parceira comercial da Coreia do Norte. O ministro de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, disse hoje que o diálogo é melhor do que o confronto, defendendo a estabilidade na
região, conforme a Dow Jones.
O confronto na Ásia pega os investidores em um momento delicado. A semana começou com o mal-estar causado pela tomada de controle do minúsculo CajaSur pelo Banco Central da Espanha. A reestruturação dos bancos de poupança do país já estava em curso, tanto que quatro delas fundiram operações ontem.
Mas, como o ambiente é turbulento, qualquer informação relacionada ao sistema bancário gera apreensão. Também não ajudou a bronca do Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que a Espanha precisa reduzir o déficit e que a recuperação econômica do país vai ser "fraca e frágil".
Nesse cenário, não traz alívio a disparada das encomendas à indústria na zona do euro, que subiram 5,2% em março sobre o mês anterior, na maior alta desde junho de 2007.
Às 7h33 horas, as bolsas de Londres (-2,67%), Paris (-3,35%), Frankfurt (-2,67%) e Madri (-4,07%) desabavam.
Sem esperanças de recuperação, o euro recuava a US$ 1,2197, de US$ 1,2383 no fechamento de ontem em Nova York. A libra cedia a US$ 1,4306, de US$ 1,4438. O dólar era cotado a 89,52 ienes, de 90,40 ienes.
No mesmo horário (acima), o petróleo mergulhava 3,45%, para US$ 67,77
PERSPECTIVA BANCOS: Ações do Itaú Unibanco devem sofrer com venda do BofA
São Paulo, 25 de maio de 2010 - A venda da participação do Bank of America
(BofA) no Itaú Unibanco, confirmada na última quarta-feira, deve trazer um
impacto negativo para as ações do banco privado brasileiro, segundo analistas consultados pela Agência Leia. No pregão seguinte à divulgação, as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) tiveram uma desvalorização de 5,11%, enquanto as ordinárias (ITUB3) depreciaram 5,68%.
O Itaú Unibanco informou no último dia 18 a oferta para alienação, pelo Bank of America, de 188.424.758 ações preferenciais de emissão do Itaú Unibanco na forma de American Depositary Shares (ADS), que estavam detidas com o Bofa, e que representam aproximadamente 8,4% do total de ações preferenciais do Itaú Unibanco. A alienação será feita através de uma oferta secundária de ADS de circulação restrita, com estimativa de encerramento ainda neste mês.
Também foi divulgado na ocasião a celebração de contrato entre Itaúsa e
Bofa, pelo qual a Itaúsa irá adquirir 56.476.299 ações ordinárias de emissão do Itaú Unibanco que estavam sob propriedade do Bofa, e que equivalem a 2,5% das ações ordinárias do Itaú Unibanco.
Com essa nova configuração, a Itaúsa aumenta de 35,43% para 36,68% sua
participação no capital social do Itaú Unibanco. O preço a ser pago por cada ação ordinária será correspondente ao preço de aquisição de uma ADS, que será definido por meio da oferta secundária.
A Ativa Corretora lembra que essa operação não pegou o mercado de surpresa, já que no ano passado rumores sobre uma possível alienação do Bofa no Itaú Unibanco já foram levantados.
A corretora nota que, mesmo se tratando de uma oferta de ADS que será
realizada nos Estados Unidos e em outros países, por conta de seu tamanho, o negócio "exerce pressão indireta sobre as preferenciais do banco no Brasil". Em sua visão, o anúncio deve trazer "volatilidade para as ações preferenciais do Itaú Unibanco no curto prazo".
Em relação ao impacto dessa reestruturação para a Itaúsa, a corretora diz
que ainda é necessário avaliar o preço que será pago pela participação.
Entretanto, revela que as atuais cotações de mercado "indicam um prêmio de 26% das preferenciais sobre as ordinárias".
Por conta desse cenário, a Ativa conclui que, a não ser que as ações
preferenciais "cedam de modo a zerar esta diferença no preço da oferta", a
Itaúsa poderá ter de pagar um prêmio pelo aumento de sua participação. As ações preferenciais do Itaú Unibanco encerraram o pregão de ontem em queda de 1,73%, negociadas a R$ 32,92, enquanto as ordinárias subiram 0,37%, fechando o dia a R$ 26,50.
O analista da Spinelli Corretora, Daniel Malheiros, recorda que a oferta
secundária de ações deve gerar um volume de aproximadamente R$ 8,1 bilhões. Ele acrescenta a emissão de debêntures da Itaúsa de R$ 1,4 bilhão, "para fazer frente à aquisição das ações, estimada no valor de R$ 2 bilhões".
Posto isso, Malheiros espera que o desconto das ações ordinárias do Itaú
Unibanco em relação às preferenciais "deve se reduzir com a oferta", fazendo com que os papéis ordinários "sofram menos" com essa operação, a despeito de sua baixa liquidez - o volume médio diário de negócios é de R$ 4,8 milhões.
Malheiros citou declarações do CEO do Bofa, Kenneth Lewis, nas quais o
analista se baseia para afirmar que o objetivo da instituição norte-americana com a alienação é "melhorar a estrutura de capital do banco, a fim de evitar futuras ajudas governamentais".
Em razão dessa justificativa do Bofa, o analista da Spinelli diz que a
operação não aconteceu porque o banco dos Estados Unidos avalia como justo o preço atual que as ações do Itaú Unibanco vêm sendo negociadas, mas sim pelas razões levantadas por Lewis.
Apesar de classificar o processo de maneira neutra, Malheiros afirma que ele deve repercutir negativamente nas ações do Itaú Unibanco, "como historicamente ocorre quando uma empresa de capital aberto anuncia que irá fazer oferta secundária de suas ações".
O analista da Spinelli diz ainda que as ADS do Itaú Unibanco negociadas na
NYSE devem ser pressionadas no curto prazo, por conta da oferta secundária que será realizada fora do Brasil, "impactando a cotação das ações negociadas internamente".
Para Pedro Roberto Galdi, analista da SLW Corretora, é clara a relação entre a queda das ações do Itaú Unibanco com o anúncio do Bofa, mas ele ressalta que a depreciação veio no mesmo momento em que todo o mercado acionário estava numa trajetória declinante, o que pode ter reforçado esse movimento.
Galdi afirma que esse recuo nos papéis do banco trouxeram os preços das
ações "para um patamar interessante para aqueles investidores que buscam novas opções de posicionamento no mercado acionário brasileiro". A recomendação do analista da SLW para as ações do Itaú Unibanco é de compra, e projeta como preço justo para as ações preferenciais R$ 44,58.
(BofA) no Itaú Unibanco, confirmada na última quarta-feira, deve trazer um
impacto negativo para as ações do banco privado brasileiro, segundo analistas consultados pela Agência Leia. No pregão seguinte à divulgação, as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) tiveram uma desvalorização de 5,11%, enquanto as ordinárias (ITUB3) depreciaram 5,68%.
O Itaú Unibanco informou no último dia 18 a oferta para alienação, pelo Bank of America, de 188.424.758 ações preferenciais de emissão do Itaú Unibanco na forma de American Depositary Shares (ADS), que estavam detidas com o Bofa, e que representam aproximadamente 8,4% do total de ações preferenciais do Itaú Unibanco. A alienação será feita através de uma oferta secundária de ADS de circulação restrita, com estimativa de encerramento ainda neste mês.
Também foi divulgado na ocasião a celebração de contrato entre Itaúsa e
Bofa, pelo qual a Itaúsa irá adquirir 56.476.299 ações ordinárias de emissão do Itaú Unibanco que estavam sob propriedade do Bofa, e que equivalem a 2,5% das ações ordinárias do Itaú Unibanco.
Com essa nova configuração, a Itaúsa aumenta de 35,43% para 36,68% sua
participação no capital social do Itaú Unibanco. O preço a ser pago por cada ação ordinária será correspondente ao preço de aquisição de uma ADS, que será definido por meio da oferta secundária.
A Ativa Corretora lembra que essa operação não pegou o mercado de surpresa, já que no ano passado rumores sobre uma possível alienação do Bofa no Itaú Unibanco já foram levantados.
A corretora nota que, mesmo se tratando de uma oferta de ADS que será
realizada nos Estados Unidos e em outros países, por conta de seu tamanho, o negócio "exerce pressão indireta sobre as preferenciais do banco no Brasil". Em sua visão, o anúncio deve trazer "volatilidade para as ações preferenciais do Itaú Unibanco no curto prazo".
Em relação ao impacto dessa reestruturação para a Itaúsa, a corretora diz
que ainda é necessário avaliar o preço que será pago pela participação.
Entretanto, revela que as atuais cotações de mercado "indicam um prêmio de 26% das preferenciais sobre as ordinárias".
Por conta desse cenário, a Ativa conclui que, a não ser que as ações
preferenciais "cedam de modo a zerar esta diferença no preço da oferta", a
Itaúsa poderá ter de pagar um prêmio pelo aumento de sua participação. As ações preferenciais do Itaú Unibanco encerraram o pregão de ontem em queda de 1,73%, negociadas a R$ 32,92, enquanto as ordinárias subiram 0,37%, fechando o dia a R$ 26,50.
O analista da Spinelli Corretora, Daniel Malheiros, recorda que a oferta
secundária de ações deve gerar um volume de aproximadamente R$ 8,1 bilhões. Ele acrescenta a emissão de debêntures da Itaúsa de R$ 1,4 bilhão, "para fazer frente à aquisição das ações, estimada no valor de R$ 2 bilhões".
Posto isso, Malheiros espera que o desconto das ações ordinárias do Itaú
Unibanco em relação às preferenciais "deve se reduzir com a oferta", fazendo com que os papéis ordinários "sofram menos" com essa operação, a despeito de sua baixa liquidez - o volume médio diário de negócios é de R$ 4,8 milhões.
Malheiros citou declarações do CEO do Bofa, Kenneth Lewis, nas quais o
analista se baseia para afirmar que o objetivo da instituição norte-americana com a alienação é "melhorar a estrutura de capital do banco, a fim de evitar futuras ajudas governamentais".
Em razão dessa justificativa do Bofa, o analista da Spinelli diz que a
operação não aconteceu porque o banco dos Estados Unidos avalia como justo o preço atual que as ações do Itaú Unibanco vêm sendo negociadas, mas sim pelas razões levantadas por Lewis.
Apesar de classificar o processo de maneira neutra, Malheiros afirma que ele deve repercutir negativamente nas ações do Itaú Unibanco, "como historicamente ocorre quando uma empresa de capital aberto anuncia que irá fazer oferta secundária de suas ações".
O analista da Spinelli diz ainda que as ADS do Itaú Unibanco negociadas na
NYSE devem ser pressionadas no curto prazo, por conta da oferta secundária que será realizada fora do Brasil, "impactando a cotação das ações negociadas internamente".
Para Pedro Roberto Galdi, analista da SLW Corretora, é clara a relação entre a queda das ações do Itaú Unibanco com o anúncio do Bofa, mas ele ressalta que a depreciação veio no mesmo momento em que todo o mercado acionário estava numa trajetória declinante, o que pode ter reforçado esse movimento.
Galdi afirma que esse recuo nos papéis do banco trouxeram os preços das
ações "para um patamar interessante para aqueles investidores que buscam novas opções de posicionamento no mercado acionário brasileiro". A recomendação do analista da SLW para as ações do Itaú Unibanco é de compra, e projeta como preço justo para as ações preferenciais R$ 44,58.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
ADINVEST
INDÍCE FUTURO- Os indicadores técnicos muito deprimidos geraram
boa reação técnica na sexta-feira, sendo que neste movimento a
resistência é em 61.100 / 61.300, mas acima deste ainda extrapola
a pode tocar a faixa de 62.300, podendo voltar a cair neste segundo
patamar. Se perder 59.580(stop) deve retomar a queda e chegar pelo
menos a 58.450 e 57.850, mas pode vir a 56.000 logo.
IBOVESPA- A correção da sexta-feira se deu em função dos
indicadores técnicos muito deprimidos e apesar de pode chegar na
faixa de 61.000 e 61.860 o mais provável é que ainda volte a cair mais.
Se extrapolar a correção toca em 63.110, mas não é o mais provável.
A perda de 59.280(stop) aponta a retomada da tendência de baixa
e chegará a 58.200, 57.630 e abaixo deste acelera até 55.730.
PETROBRÁS PN- O papel seguiu fraco e depois de formar uma
nova mínima na abertura em R$27,15 teve dificuldade em romper as
MMs, devendo-se aguardar o rompimento de R$27,90 para termos
a sinalização de um pull-back. Acima deste chegará a R$28,76 e
depois vai a R$29,69(principal), onde deve realizar. No curto prazo
projeta R$26,20, mas suporte forte só em R$24,71.
DOW JONES - A nova baixa na abertura respeitou inicialmente o
fundo em 9.872, mas se não romper logo a faixa de 10.302 / 10.319
pode voltar a cair e chegar em alguns dias no objetivo importante de
9.428. Se romper os 10.319 corrige um pouco mais e chegará a
10.420 e 10.547(principal), este onde deve voltar a cair forte .
GERDAU PN - O IFR de nove dias em nível inédito de 17% favoreceu
a reação técnica, mas deve-se ficar atento para entre R$24,35 e
R$24,90 surgir um pivô de baixa para seguir na sua busca pelos
R$20,95, que seria o melhor ponto para um bom pull-back. Se romper
os R$24,90 mostrará força e corrige mais até R$25,50 e R$26,26,
este uma excelente venda de posição.
OGX ON - O papel teve dificuldade em romper a primeira correção
efetiva em R$15,36, o que foi negativo e sugere stop curto na perda
de R$14,92. Abaixo deste sinalizará a retomada do movimento de
queda, sendo que abaixo do fundo de R$14,22 acelera até o forte
suporte de R$12,88. Se romper R$15,36 pode engrenar uma correção
maior até R$ R$16,06 e R$16,56.
VALE PNA- O papel registrou a maior correção entre as blue chips
e agora deve ter boa resistência em R$40,70 / R$40,80, mas se
superar este ponto pode corrigir um pouco mais até R$41,67 e
R$42,86,e ste que se tocado seria um excelente ponto de vendas.
A perda de R$39,23 (stop) apontará a retomada da queda, que deve
chegar a R$38,11, R$37,51 e abaixo deste fundo atinge R$35,55.
USIMINAS PNA - O papel reagiu aos indicadores técnicos em
mínimas históricas, mas ainda assim deve-se ficar atento para o
surgimento de importante pivô de baixa se não romper logo R$47,11
/ R$47,75. Se corrigir um pouco mais chegará a R$49,90. Se perder
R$44,48(stop) apontará queda, que se perder o fundo em R$42,60
se acelera até R$40,92, que seria boa compra de giro.
boa reação técnica na sexta-feira, sendo que neste movimento a
resistência é em 61.100 / 61.300, mas acima deste ainda extrapola
a pode tocar a faixa de 62.300, podendo voltar a cair neste segundo
patamar. Se perder 59.580(stop) deve retomar a queda e chegar pelo
menos a 58.450 e 57.850, mas pode vir a 56.000 logo.
IBOVESPA- A correção da sexta-feira se deu em função dos
indicadores técnicos muito deprimidos e apesar de pode chegar na
faixa de 61.000 e 61.860 o mais provável é que ainda volte a cair mais.
Se extrapolar a correção toca em 63.110, mas não é o mais provável.
A perda de 59.280(stop) aponta a retomada da tendência de baixa
e chegará a 58.200, 57.630 e abaixo deste acelera até 55.730.
PETROBRÁS PN- O papel seguiu fraco e depois de formar uma
nova mínima na abertura em R$27,15 teve dificuldade em romper as
MMs, devendo-se aguardar o rompimento de R$27,90 para termos
a sinalização de um pull-back. Acima deste chegará a R$28,76 e
depois vai a R$29,69(principal), onde deve realizar. No curto prazo
projeta R$26,20, mas suporte forte só em R$24,71.
DOW JONES - A nova baixa na abertura respeitou inicialmente o
fundo em 9.872, mas se não romper logo a faixa de 10.302 / 10.319
pode voltar a cair e chegar em alguns dias no objetivo importante de
9.428. Se romper os 10.319 corrige um pouco mais e chegará a
10.420 e 10.547(principal), este onde deve voltar a cair forte .
GERDAU PN - O IFR de nove dias em nível inédito de 17% favoreceu
a reação técnica, mas deve-se ficar atento para entre R$24,35 e
R$24,90 surgir um pivô de baixa para seguir na sua busca pelos
R$20,95, que seria o melhor ponto para um bom pull-back. Se romper
os R$24,90 mostrará força e corrige mais até R$25,50 e R$26,26,
este uma excelente venda de posição.
OGX ON - O papel teve dificuldade em romper a primeira correção
efetiva em R$15,36, o que foi negativo e sugere stop curto na perda
de R$14,92. Abaixo deste sinalizará a retomada do movimento de
queda, sendo que abaixo do fundo de R$14,22 acelera até o forte
suporte de R$12,88. Se romper R$15,36 pode engrenar uma correção
maior até R$ R$16,06 e R$16,56.
VALE PNA- O papel registrou a maior correção entre as blue chips
e agora deve ter boa resistência em R$40,70 / R$40,80, mas se
superar este ponto pode corrigir um pouco mais até R$41,67 e
R$42,86,e ste que se tocado seria um excelente ponto de vendas.
A perda de R$39,23 (stop) apontará a retomada da queda, que deve
chegar a R$38,11, R$37,51 e abaixo deste fundo atinge R$35,55.
USIMINAS PNA - O papel reagiu aos indicadores técnicos em
mínimas históricas, mas ainda assim deve-se ficar atento para o
surgimento de importante pivô de baixa se não romper logo R$47,11
/ R$47,75. Se corrigir um pouco mais chegará a R$49,90. Se perder
R$44,48(stop) apontará queda, que se perder o fundo em R$42,60
se acelera até R$40,92, que seria boa compra de giro.
China realizará mudanças graduais e independentes no câmbio, diz Hu Jintao
A China mudará sua política de câmbio de forma gradual e independente de pressões externas, defendeu o presidente do país, Hu Jintao, nesta segunda-feira (24).
Segundo Hu, o país já reavalia seus mecanismos cambiais, de modo a fazer uma reforma em seu sistema de troca de moedas e torná-lo mais flexível. Contudo, o presidente chinês deixou claro que as mudanças ocorrerão sob princípios de decisão independente, capacidade de controle e progresso gradual.
As afirmações de Hu desagradam às autoridades financeiras de países na Europa e os EUA, que querem um yuan mais valorizado que o atual, para aumentar as importações da China.
Em declaração feita nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, declarou que uma política de moedas dirigida pelo mercado ajudaria os oficiais chineses a sustentar seu crescimento econômico
Segundo Hu, o país já reavalia seus mecanismos cambiais, de modo a fazer uma reforma em seu sistema de troca de moedas e torná-lo mais flexível. Contudo, o presidente chinês deixou claro que as mudanças ocorrerão sob princípios de decisão independente, capacidade de controle e progresso gradual.
As afirmações de Hu desagradam às autoridades financeiras de países na Europa e os EUA, que querem um yuan mais valorizado que o atual, para aumentar as importações da China.
Em declaração feita nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, declarou que uma política de moedas dirigida pelo mercado ajudaria os oficiais chineses a sustentar seu crescimento econômico
A crise traz a Bovespa, enfim, para níveis realistas
Antes desta crise deflagrada nos países da zona do euro, o Índice Bovespa caminhava a passos largos para novamente alcançar a sua máxima histórica, na casa dos 73 mil pontos. A maioria esmagadora dos analistas defendia que o índice caminhava na direção certa e chegaria ao fim do ano entre 80 mil e 85 mil pontos. Alguns poucos, bem poucos, acreditavam que havia euforia demais nesse discurso. Esse é o caso do economista-chefe da Way Investimentos e diretor do curso de relações internacionais da ESPM-RJ, Alexandre Espírito Santo. Na visão dele, se a crise tem alguma serventia, é de trazer o mercado, enfim, para níveis mais realistas.
"Os fundamentos econômicos são suficientes para explicar o Ibovespa entre 55 mil e 57 mil pontos; qualquer coisa acima disso me parece salgada demais e sem motivos que expliquem", diz Espírito Santo. Considerando o fechamento do índice aos 60.259 pontos na sexta-feira, ele ainda tem um espaço para cair, até chegar a esse preço justo. No começo do ano, quando o Ibovespa ultrapassava os 70 mil pontos, o professor e economista já afirmava que o mercado estava "caro" e que faria sentido uma boa realização de lucros.
Se o preço justo em 57 mil pontos significa que o mercado teria realmente que cair, também revela que esse movimento de queda tem um limite, ou pelo menos deveria ter. Diferentemente da crise de 2008, o mercado não deve registrar quedas abruptas. "Alguns acreditam que o Ibovespa poderá fazer novas mínimas históricas nesta crise; eu discordo", diz Espírito Santo.
A explicação para esse limite de queda é que o Brasil se encontra em um momento de forte crescimento econômico, algo que não existia durante o chacoalhão de 2008. "Sair dos 72 mil pontos, que é onde o Ibovespa estava antes do começo dos problemas na Europa, para baixo dos 60 mil pontos já é uma bela desvalorização para um país cujo Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer no mínimo mais de 6% este ano", diz o professor e economista.
Isso é o mesmo que dizer que, se o mercado continuar caindo nos próximos dias, provavelmente várias ações se tornarão boas oportunidades de investimento. "Pela primeira vez depois de muito tempo a bolsa está próxima do seu preço justo e poderá ficar atraente, caso caia ainda mais", completa Espírito Santo.
O chefe de análise da Bradesco Corretora, Carlos Firetti, divide a mesma opinião. Para ele, não há espaço para a bolsa cair mais, fazendo o Ibovespa perder quase 40 mil pontos como ocorreu em 2008, quando o indicador saiu de mais de 70 mil pontos para a casa dos 30 mil pontos, segundo apurou a repórter Alessandra Bellotto. "Temos um suporte dado pelos fundamentos das empresas e o nível de lucros, que não está sendo afetado pela crise", diz ele.
Firetti lembra que, em 2008, o impacto da crise externa foi acentuado pelo episódio das perdas dos derivativos cambiais nas companhias brasileiras, algumas de grande porte e com relevância dentro da bolsa. Hoje, além do cenário favorável para a economia local, as empresas reestruturaram seus passivos e estão em situação confortável.
Tanto Firetti quanto Espírito Santo lembram que a história pode ser bem diferente se a crise se agravar e ficar pior que a de 2008, o que ambos acham pouco provável, ao menos por enquanto.
Para os que gostam de olhar o mercado pelo aspecto técnico, a bolsa americana se encontra num nível de definição tanto para cima quanto para baixo. Segundo Espírito Santo, o índice Standard and Poor's de 500 ações (S&P 500) atingiu os 1.100 pontos, que é a média móvel de 200 dias, considerado um indicador importante. "Esse pode ser um sinal de que o mercado fará uma parada técnica para depois continuar a cair ou começar a subir", diz ele.
"Os fundamentos econômicos são suficientes para explicar o Ibovespa entre 55 mil e 57 mil pontos; qualquer coisa acima disso me parece salgada demais e sem motivos que expliquem", diz Espírito Santo. Considerando o fechamento do índice aos 60.259 pontos na sexta-feira, ele ainda tem um espaço para cair, até chegar a esse preço justo. No começo do ano, quando o Ibovespa ultrapassava os 70 mil pontos, o professor e economista já afirmava que o mercado estava "caro" e que faria sentido uma boa realização de lucros.
Se o preço justo em 57 mil pontos significa que o mercado teria realmente que cair, também revela que esse movimento de queda tem um limite, ou pelo menos deveria ter. Diferentemente da crise de 2008, o mercado não deve registrar quedas abruptas. "Alguns acreditam que o Ibovespa poderá fazer novas mínimas históricas nesta crise; eu discordo", diz Espírito Santo.
A explicação para esse limite de queda é que o Brasil se encontra em um momento de forte crescimento econômico, algo que não existia durante o chacoalhão de 2008. "Sair dos 72 mil pontos, que é onde o Ibovespa estava antes do começo dos problemas na Europa, para baixo dos 60 mil pontos já é uma bela desvalorização para um país cujo Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer no mínimo mais de 6% este ano", diz o professor e economista.
Isso é o mesmo que dizer que, se o mercado continuar caindo nos próximos dias, provavelmente várias ações se tornarão boas oportunidades de investimento. "Pela primeira vez depois de muito tempo a bolsa está próxima do seu preço justo e poderá ficar atraente, caso caia ainda mais", completa Espírito Santo.
O chefe de análise da Bradesco Corretora, Carlos Firetti, divide a mesma opinião. Para ele, não há espaço para a bolsa cair mais, fazendo o Ibovespa perder quase 40 mil pontos como ocorreu em 2008, quando o indicador saiu de mais de 70 mil pontos para a casa dos 30 mil pontos, segundo apurou a repórter Alessandra Bellotto. "Temos um suporte dado pelos fundamentos das empresas e o nível de lucros, que não está sendo afetado pela crise", diz ele.
Firetti lembra que, em 2008, o impacto da crise externa foi acentuado pelo episódio das perdas dos derivativos cambiais nas companhias brasileiras, algumas de grande porte e com relevância dentro da bolsa. Hoje, além do cenário favorável para a economia local, as empresas reestruturaram seus passivos e estão em situação confortável.
Tanto Firetti quanto Espírito Santo lembram que a história pode ser bem diferente se a crise se agravar e ficar pior que a de 2008, o que ambos acham pouco provável, ao menos por enquanto.
Para os que gostam de olhar o mercado pelo aspecto técnico, a bolsa americana se encontra num nível de definição tanto para cima quanto para baixo. Segundo Espírito Santo, o índice Standard and Poor's de 500 ações (S&P 500) atingiu os 1.100 pontos, que é a média móvel de 200 dias, considerado um indicador importante. "Esse pode ser um sinal de que o mercado fará uma parada técnica para depois continuar a cair ou começar a subir", diz ele.
'Crise está no coração do sistema financeiro
Para economista, Brasil tem condições de enfrentar turbulência europeia, mas precisa conter inflação e resolver infraestrutura
O historiador e economista britânico Niall Ferguson, 46 anos, é hoje um dos críticos mais insistentes do governo Obama.
Professor de Economia e História Econômica em Harvard, formado em Oxford, ele escreveu dois livros que veem as crises financeiras globais como consequências da expansão do crédito fácil: “The cash nexus” (2001, sem edição no Brasil) e “A ascensão do dinheiro” (2008).
Semana passada, participou da conferência anual do CFA Institute, em Boston, associação sem fins lucrativos de profissionais do mercado financeiro, também presente no Brasil. Ferguson falou ao GLOBO sobre como a queda do euro vai impactar o Brasil e como a crise está redimensionando o poder político no mundo
O GLOBO: Como a crise econômica global está remodelando o mundo em que vivemos? Quais as grandes tendências atuais? NIALL FERGUSON: A primeira grande tendência é o reequilíbrio de poder entre Ocidente e Oriente.
A crise nos EUA e na Europa, a ascensão da China e da Índia como potências econômicas na Ásia, e o ótimo desempenho da economia brasileira são fatores novos decisivos para esse reequilíbrio mundial. A segunda grande tendência é a crise de credibilidade e crédito nas grandes economias ocidentais. Essa é uma crise que está no coração do sistema financeiro e não vai ser resolvida rapidamente. Qualquer solução vai exigir grandes mudanças no mercado financeiro para recuperar a confiança de clientes e investidores e a oferta de crédito que havia antes.
Como o senhor analisa a crise na Europa? FERGUSON: A situação é grave e será solucionada muito lentamente.
Trata-se sobretudo de uma crise fiscal. Os problemas na Grécia mostraram que todas as economias europeias estão interligadas e são de certo modo interdependentes. Os problemas em Portugal e Espanha também precisam ser acompanhados de perto. Mas o maior desafio vai ser, sem dúvida, encontrar soluções para restabelecer o equilíbrio fiscal nos países europeus. Não vai ser fácil.
Vai levar um longo tempo e exigir um duro processo de negociação, tanto dentro de cada nação quanto entre os países europeus, já que uma economia depende da outra.
Como o senhor analisa a economia brasileira e como a crise europeia afetará o Brasil? FERGUSON: A economia brasileira é um caso muito interessante.
Seu ponto mais forte hoje é o fato de ela ter-se tornado muito diversificada, não apenas do ponto de vista de sua composição — já que o Brasil tem uma agricultura poderosa, uma produção industrial considerável, um sistema financeiro em expansão e um crescimento baseado na demanda interna — como do ponto de vista de suas exportações, porque o país tem relações comerciais com diferentes países, sem depender excessivamente de nenhum deles.
O Brasil tem sido fortemente beneficiado pelo crescimento das economias asiáticas, em especial por suas relações com a China. Com a crise na Europa, certamente haverá redução das exportações brasileiras para a região. Mas a economia brasileira tem alternativas para compensar essa queda. A forte demanda interna é um trunfo. Os maiores problemas são a tendência de alta da inflação, que acarreta juros elevados. E o país também precisa de fortes investimentos em infraestrutura.
Os grandes desafios serão manter os programas sociais e vencer os altos índices de criminalidade, incompatíveis com um país que pretende ter respeitabilidade internacional.
O senhor acredita que o reequilíbrio global tornará o Brasil mais influente politicamente? Como o senhor vê, por exemplo, a atuação brasileira no caso do programa nuclear do Irã? FERGUSON: Não há dúvida de que o Brasil está ganhando dimensão no cenário internacional.
E o caso das sanções contra o Irã é exemplar. Para o governo Obama foi certamente muito irritante ver que Brasil e Turquia conseguiram um acordo para oferecer uma alternativa às sanções.
Ficou evidente que o governo Obama já tinha negociado um acordo sobre o esboço de sanções e estava apostando no fracasso das conversas. O governo Obama não quer novos jogadores no cenário internacional.
O senhor considera deficiente a política externa do governo Obama? FERGUSON: Rússia e China estão apoiando sanções evidentemente a contragosto e tendem a atrasar ao máximo a aprovação de qualquer texto. Ficou também evidente que o governo Obama não tem uma estratégia política consistente. Os americanos falam numa via dupla de “pressão e negociação” e na verdade apenas oscilam de um polo ao outro. Em discurso no Cairo, Obama prometeu uma nova política americana para o Oriente Médio, mas até agora não cumpriu sua promessa. Ele prometeu que seria um cara melhor.
Mas não basta ser melhor que George W. Bush. Precisa ter uma política distinta.
O desempenho de Obama tem sido melhor quanto à economia americana? FERGUSON: Obama foi eficiente no primeiro momento, em evitar um desastre, o que seria uma recessão profunda e sem precedentes. Mas tem hoje um déficit monumental para administrar e precisa reencontrar o equilíbrio fiscal. A recuperação da economia americana é frágil e a crise do euro apenas agrava esse quadro pela possibilidade de contágio. Há uma crise de confiança nos mercados mundiais e em Wall Street. Ainda é cedo para falar-se em double dip recession (uma recessão seguida de uma recuperação leve e outra recessão). Mas a verdade é que essa hipótese não está afastada.
O senhor vê chances reais de a proposta de Obama para a regulamentação do mercado ser aprovada ainda este ano? FERGUSON: Alguma lei vai ser aprovada, resta saber qual. A crise de credibilidade do sistema bancário americano é real e incontornável sem mudança nas regras do jogo. O depoimento dos executivos do Goldman Sachs no Congresso revelou que eles tinham mais compromisso com os acionistas do que com seus clientes e que tudo o que fizeram foi perfeitamente legal.
O Goldman Sachs não é exceção em Wall Street… FERGUSON: O problema é exatamente o fato de que eles agiram como todos os executivos em Wall Street. Ficou evidente que o Goldman Sachs foi o grande vencedor da crise de 2008, mas o depoimento dos executivos danificou a reputação do banco. O problema agora é saber se os contribuintes vão continuar dispostos a pagar pelos prejuízos de uma nova quebradeira de bancos.
O senhor acha que a solução seria a criação de uma agência para defender os direitos dos clientes? FERGUSON: Não acredito em agências governamentais. Há tantas… E ainda assim a confiança no mercado está em queda.
O problema é como conseguir que as agências sejam eficientes. Ou seja, a pergunta é: quem regula os reguladores? A solução virá pela pressão de investidores, clientes e contribuintes.
Quais são os investimentos que devem ser garantidos pelo dinheiro dos contribuintes e quais são os que não devem ser garantidos? É hora de discutir as regras do jogo. A crise de credibilidade atual já mostrou que as regras precisam mudar.
O historiador e economista britânico Niall Ferguson, 46 anos, é hoje um dos críticos mais insistentes do governo Obama.
Professor de Economia e História Econômica em Harvard, formado em Oxford, ele escreveu dois livros que veem as crises financeiras globais como consequências da expansão do crédito fácil: “The cash nexus” (2001, sem edição no Brasil) e “A ascensão do dinheiro” (2008).
Semana passada, participou da conferência anual do CFA Institute, em Boston, associação sem fins lucrativos de profissionais do mercado financeiro, também presente no Brasil. Ferguson falou ao GLOBO sobre como a queda do euro vai impactar o Brasil e como a crise está redimensionando o poder político no mundo
O GLOBO: Como a crise econômica global está remodelando o mundo em que vivemos? Quais as grandes tendências atuais? NIALL FERGUSON: A primeira grande tendência é o reequilíbrio de poder entre Ocidente e Oriente.
A crise nos EUA e na Europa, a ascensão da China e da Índia como potências econômicas na Ásia, e o ótimo desempenho da economia brasileira são fatores novos decisivos para esse reequilíbrio mundial. A segunda grande tendência é a crise de credibilidade e crédito nas grandes economias ocidentais. Essa é uma crise que está no coração do sistema financeiro e não vai ser resolvida rapidamente. Qualquer solução vai exigir grandes mudanças no mercado financeiro para recuperar a confiança de clientes e investidores e a oferta de crédito que havia antes.
Como o senhor analisa a crise na Europa? FERGUSON: A situação é grave e será solucionada muito lentamente.
Trata-se sobretudo de uma crise fiscal. Os problemas na Grécia mostraram que todas as economias europeias estão interligadas e são de certo modo interdependentes. Os problemas em Portugal e Espanha também precisam ser acompanhados de perto. Mas o maior desafio vai ser, sem dúvida, encontrar soluções para restabelecer o equilíbrio fiscal nos países europeus. Não vai ser fácil.
Vai levar um longo tempo e exigir um duro processo de negociação, tanto dentro de cada nação quanto entre os países europeus, já que uma economia depende da outra.
Como o senhor analisa a economia brasileira e como a crise europeia afetará o Brasil? FERGUSON: A economia brasileira é um caso muito interessante.
Seu ponto mais forte hoje é o fato de ela ter-se tornado muito diversificada, não apenas do ponto de vista de sua composição — já que o Brasil tem uma agricultura poderosa, uma produção industrial considerável, um sistema financeiro em expansão e um crescimento baseado na demanda interna — como do ponto de vista de suas exportações, porque o país tem relações comerciais com diferentes países, sem depender excessivamente de nenhum deles.
O Brasil tem sido fortemente beneficiado pelo crescimento das economias asiáticas, em especial por suas relações com a China. Com a crise na Europa, certamente haverá redução das exportações brasileiras para a região. Mas a economia brasileira tem alternativas para compensar essa queda. A forte demanda interna é um trunfo. Os maiores problemas são a tendência de alta da inflação, que acarreta juros elevados. E o país também precisa de fortes investimentos em infraestrutura.
Os grandes desafios serão manter os programas sociais e vencer os altos índices de criminalidade, incompatíveis com um país que pretende ter respeitabilidade internacional.
O senhor acredita que o reequilíbrio global tornará o Brasil mais influente politicamente? Como o senhor vê, por exemplo, a atuação brasileira no caso do programa nuclear do Irã? FERGUSON: Não há dúvida de que o Brasil está ganhando dimensão no cenário internacional.
E o caso das sanções contra o Irã é exemplar. Para o governo Obama foi certamente muito irritante ver que Brasil e Turquia conseguiram um acordo para oferecer uma alternativa às sanções.
Ficou evidente que o governo Obama já tinha negociado um acordo sobre o esboço de sanções e estava apostando no fracasso das conversas. O governo Obama não quer novos jogadores no cenário internacional.
O senhor considera deficiente a política externa do governo Obama? FERGUSON: Rússia e China estão apoiando sanções evidentemente a contragosto e tendem a atrasar ao máximo a aprovação de qualquer texto. Ficou também evidente que o governo Obama não tem uma estratégia política consistente. Os americanos falam numa via dupla de “pressão e negociação” e na verdade apenas oscilam de um polo ao outro. Em discurso no Cairo, Obama prometeu uma nova política americana para o Oriente Médio, mas até agora não cumpriu sua promessa. Ele prometeu que seria um cara melhor.
Mas não basta ser melhor que George W. Bush. Precisa ter uma política distinta.
O desempenho de Obama tem sido melhor quanto à economia americana? FERGUSON: Obama foi eficiente no primeiro momento, em evitar um desastre, o que seria uma recessão profunda e sem precedentes. Mas tem hoje um déficit monumental para administrar e precisa reencontrar o equilíbrio fiscal. A recuperação da economia americana é frágil e a crise do euro apenas agrava esse quadro pela possibilidade de contágio. Há uma crise de confiança nos mercados mundiais e em Wall Street. Ainda é cedo para falar-se em double dip recession (uma recessão seguida de uma recuperação leve e outra recessão). Mas a verdade é que essa hipótese não está afastada.
O senhor vê chances reais de a proposta de Obama para a regulamentação do mercado ser aprovada ainda este ano? FERGUSON: Alguma lei vai ser aprovada, resta saber qual. A crise de credibilidade do sistema bancário americano é real e incontornável sem mudança nas regras do jogo. O depoimento dos executivos do Goldman Sachs no Congresso revelou que eles tinham mais compromisso com os acionistas do que com seus clientes e que tudo o que fizeram foi perfeitamente legal.
O Goldman Sachs não é exceção em Wall Street… FERGUSON: O problema é exatamente o fato de que eles agiram como todos os executivos em Wall Street. Ficou evidente que o Goldman Sachs foi o grande vencedor da crise de 2008, mas o depoimento dos executivos danificou a reputação do banco. O problema agora é saber se os contribuintes vão continuar dispostos a pagar pelos prejuízos de uma nova quebradeira de bancos.
O senhor acha que a solução seria a criação de uma agência para defender os direitos dos clientes? FERGUSON: Não acredito em agências governamentais. Há tantas… E ainda assim a confiança no mercado está em queda.
O problema é como conseguir que as agências sejam eficientes. Ou seja, a pergunta é: quem regula os reguladores? A solução virá pela pressão de investidores, clientes e contribuintes.
Quais são os investimentos que devem ser garantidos pelo dinheiro dos contribuintes e quais são os que não devem ser garantidos? É hora de discutir as regras do jogo. A crise de credibilidade atual já mostrou que as regras precisam mudar.
Produção de aço é o dobro da demanda do País
Com capacidade de produção de 42 milhões de toneladas de aço bruto ao ano, o Brasil teve uma demanda interna de apenas 20,7 milhões de toneladas no ano passado. O dado é considerado alarmante pelo presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes. "Somos obrigados a exportar a um mercado que está superofertado lá fora. Há um excedente de capacidade no mundo de cerca de 600 milhões de toneladas."
A produção nacional, no entanto, deve crescer nos próximos anos. Dados do IABr mostram que a construção de usinas, incluindo a CSA, vai acrescentar 7 milhões de toneladas este ano à capacidade de produção do País. A expansão do parque já existente deve somar mais 7 milhões de toneladas até 2014. Já os projetos preveem mais 21 milhões de toneladas até 2016, quando a capacidade total deve chegar a 77 milhões de toneladas.
Na avaliação de Lopes, o Brasil deveria seguir a política da China. "A China fez o caminho correto. Por muito tempo, importou enquanto crescia seu mercado. Hoje, tem um sistema balanceado, em que as importações e as exportações se equivalem." Segundo a Associação Internacional do Aço (WSA, na sigla em inglês), o consumo siderúrgico per capita aumentou quase dez vezes na China, de 1980 a 2008, quando atingiu cerca de 331 quilos ao ano. No mesmo período, cresceu de 100,6 quilos por habitante para 126 quilos no Brasil.
Para o analista de siderurgia e mineração Felipe Reis, do Santander, embora a CSA tenha sido projetada para atender o mercado externo, nada a impede de se voltar ao mercado interno, caso aumente a demanda no País. "No futuro, é possível que decida disputar esse mercado."
A produção nacional, no entanto, deve crescer nos próximos anos. Dados do IABr mostram que a construção de usinas, incluindo a CSA, vai acrescentar 7 milhões de toneladas este ano à capacidade de produção do País. A expansão do parque já existente deve somar mais 7 milhões de toneladas até 2014. Já os projetos preveem mais 21 milhões de toneladas até 2016, quando a capacidade total deve chegar a 77 milhões de toneladas.
Na avaliação de Lopes, o Brasil deveria seguir a política da China. "A China fez o caminho correto. Por muito tempo, importou enquanto crescia seu mercado. Hoje, tem um sistema balanceado, em que as importações e as exportações se equivalem." Segundo a Associação Internacional do Aço (WSA, na sigla em inglês), o consumo siderúrgico per capita aumentou quase dez vezes na China, de 1980 a 2008, quando atingiu cerca de 331 quilos ao ano. No mesmo período, cresceu de 100,6 quilos por habitante para 126 quilos no Brasil.
Para o analista de siderurgia e mineração Felipe Reis, do Santander, embora a CSA tenha sido projetada para atender o mercado externo, nada a impede de se voltar ao mercado interno, caso aumente a demanda no País. "No futuro, é possível que decida disputar esse mercado."
O retrato do caos
Você se lembra das projeções do Ibovespa a 85 mil pontos? Esqueça. Na semana passada, o principal índice de ações da Bovespa voltou a ficar abaixo de 60 mil pontos. Na quinta-feira 20, fechou em 58.192 pontos, em queda de 19% desde 8 de abril, quando bateu em 71.784 pontos
O desaparecimento de riqueza é brutal: no período, somente o valor de mercado da Petrobras diminuiu R$ 77 bilhões, equivalente a um Banco do Brasil. Foi uma espécie de mini-crash, lento e agonizante. Dia após dia (veja gráfico), prevaleceu a percepção dos investidores e gestores de dinheiro alheio de que dias piores virão.
O foco das preocupações é a União Europeia. Nem mesmo o gigantesco pacote de ajuda de quase US$ 1 trilhão, anunciado em Bruxelas no último dia 10, foi suficiente para acalmar os mercados. No Brasil, o dólar chegou a R$ 1,89, alta de 8% no mês. O que fazer?
Antes de mais nada, é preciso entender os motivos de tanta agitação. No fundo, paira no ar o cheiro de calote. Primeiro, da Grécia. Depois, de outros países como Portugal, Espanha, Itália e Irlanda. Quem tem dinheiro investido em títulos públicos tem medo. “O pacote da União Europeia resolve um problema de liquidez no curto prazo, mas não elimina os problemas fiscais que, em três anos, podem resultar na inadimplência dos governos”, diz o estrategista-chefe do banco Crédit Agricole no Brasil, Vladimir Caramaschi.
Esses países terão de fazer cortes de gastos públicos profundos e aumentos de impostos, segundo a velha receita de ajuste por recessão aplicada pelo Fundo Monetário Internacional. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Inglaterra já anunciaram a tesoura nas despesas, o que enfureceu sindicalistas e eleitores nesses países. Ou seja: o desemprego vai aumentar e as empresas vão ganhar menos dinheiro, inclusive as brasileiras que exportam para aqueles mercados.
“Há um problema sistêmico na Europa. O crescimento vai ser menor e ponto. Falta um líder, como Gordon Brown, para bancar que ninguém vai quebrar”, diz Antonio Milano, diretor-geral da Fator Corretora.
Para piorar, Angela Merkel, premiê da Alemanha, anunciou na quarta-feira 19 medidas populistas para proibir a especulação financeira, especificamente no caso das vendas a descoberto. A medida, unilateral, foi vista como falta de unidade na coordenação política da União Europeia, um conjunto de 27 países dos quais 16 usam a mesma moeda. Os mais pessimistas enxergam o fim do euro lá na frente. A queda diante do dólar supera 13% no ano. O nervosismo não tem data para acabar.
Nos momentos de alta volatilidade, os especialistas sempre recomendam três coisas: cautela, cautela e cautela. Especialmente no mercado de ações. “O investidor deve ficar longe da bolsa”, afirma o estrategista da Pentágono Asset, Marcelo Ribeiro. Quem é que pode garantir qual é o piso do Ibovespa antes de voltar a subir?
Porém, para ganhar dinheiro com ações é preciso correr riscos e comprar na baixa para vender a alta. A bolsa ainda vai sofrer muito no curtíssimo prazo, mas o País vai crescer 6% em 2010, afirma Odair Abate, estrategista do private bank do Santander. “É uma oportunidade de compra.
A bolsa está relativamente barata para investidores que não pensam no retorno imediato”, afirma. Segundo ele, os setores mais recomendados continuam sendo os voltados para o mercado interno, como varejo, alimentação, financeiro e infraestrutura. Mas lembre-se: é preciso ter estômago de aço
O desaparecimento de riqueza é brutal: no período, somente o valor de mercado da Petrobras diminuiu R$ 77 bilhões, equivalente a um Banco do Brasil. Foi uma espécie de mini-crash, lento e agonizante. Dia após dia (veja gráfico), prevaleceu a percepção dos investidores e gestores de dinheiro alheio de que dias piores virão.
O foco das preocupações é a União Europeia. Nem mesmo o gigantesco pacote de ajuda de quase US$ 1 trilhão, anunciado em Bruxelas no último dia 10, foi suficiente para acalmar os mercados. No Brasil, o dólar chegou a R$ 1,89, alta de 8% no mês. O que fazer?
Antes de mais nada, é preciso entender os motivos de tanta agitação. No fundo, paira no ar o cheiro de calote. Primeiro, da Grécia. Depois, de outros países como Portugal, Espanha, Itália e Irlanda. Quem tem dinheiro investido em títulos públicos tem medo. “O pacote da União Europeia resolve um problema de liquidez no curto prazo, mas não elimina os problemas fiscais que, em três anos, podem resultar na inadimplência dos governos”, diz o estrategista-chefe do banco Crédit Agricole no Brasil, Vladimir Caramaschi.
Esses países terão de fazer cortes de gastos públicos profundos e aumentos de impostos, segundo a velha receita de ajuste por recessão aplicada pelo Fundo Monetário Internacional. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Inglaterra já anunciaram a tesoura nas despesas, o que enfureceu sindicalistas e eleitores nesses países. Ou seja: o desemprego vai aumentar e as empresas vão ganhar menos dinheiro, inclusive as brasileiras que exportam para aqueles mercados.
“Há um problema sistêmico na Europa. O crescimento vai ser menor e ponto. Falta um líder, como Gordon Brown, para bancar que ninguém vai quebrar”, diz Antonio Milano, diretor-geral da Fator Corretora.
Para piorar, Angela Merkel, premiê da Alemanha, anunciou na quarta-feira 19 medidas populistas para proibir a especulação financeira, especificamente no caso das vendas a descoberto. A medida, unilateral, foi vista como falta de unidade na coordenação política da União Europeia, um conjunto de 27 países dos quais 16 usam a mesma moeda. Os mais pessimistas enxergam o fim do euro lá na frente. A queda diante do dólar supera 13% no ano. O nervosismo não tem data para acabar.
Nos momentos de alta volatilidade, os especialistas sempre recomendam três coisas: cautela, cautela e cautela. Especialmente no mercado de ações. “O investidor deve ficar longe da bolsa”, afirma o estrategista da Pentágono Asset, Marcelo Ribeiro. Quem é que pode garantir qual é o piso do Ibovespa antes de voltar a subir?
Porém, para ganhar dinheiro com ações é preciso correr riscos e comprar na baixa para vender a alta. A bolsa ainda vai sofrer muito no curtíssimo prazo, mas o País vai crescer 6% em 2010, afirma Odair Abate, estrategista do private bank do Santander. “É uma oportunidade de compra.
A bolsa está relativamente barata para investidores que não pensam no retorno imediato”, afirma. Segundo ele, os setores mais recomendados continuam sendo os voltados para o mercado interno, como varejo, alimentação, financeiro e infraestrutura. Mas lembre-se: é preciso ter estômago de aço
Petrobras define que capitalização pode chegar a R$ 90 bi
A Petrobras definiu ontem o teto da capitalização que levará a mercado entre o final de julho e o começo de agosto: R$ 90 bilhões, em recursos que serão colocados na empresas pela União, controladora da estatal, e os acionistas minoritários.
Se a cifra se confirmar, será a maior operação desse tipo já realizada no mercado brasileiro. O volume de recursos representa 41% dos investimentos programados pela companhia nos próximos quatro anos -de até R$ 220 bilhões.
O valor, porém, corresponde apenas ao teto proposto pela empresa aos acionistas, que vão apreciar a questão no próximo dia 22 de junho, durante assembleia convocada ontem.
Na proposta divulgada pela estatal, os acionistas vão votar pelo aumento ou não do capital social da companhia de R$ 60 bilhões para até R$ 150 bilhões. Mas a aprovação é certa, pois a União, interessada na capitalização, tem a maioria dos votos.
Obstáculos
Antes de concretizar a capitalização -que será feita por meio do lançamento de novas ações da empresa-, a estatal e o governo precisam, entretanto, vencer alguns obstáculos. O maior deles é a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que autoriza o governo a transferir uma parte das reservas inexploradas e sem concessão do pré-sal à Petrobras.
A operação -batizada "cessão onerosa das reservas não licitadas de propriedade da União"- permitirá ao governo manter ou até ampliar sua posição como acionista controlador da Petrobras, sem o aporte de dinheiro ou títulos públicos.
Atualmente, a União possui 51% das ações ordinárias da companhia -que lhe conferem o controle da empresa- e cerca de 40% do capital total.
Ainda dependendo da aprovação da transferência das reservas no Congresso, a estatal teve de traçar um "plano B": fazer uma capitalização menor (entre R$ 15 bilhões e R$ 25 bilhões). Nesse caso, a União e os demais atuais acionistas aportarão preferencialmente recursos na empresa. Outros investidores poderão participar, caso o valor total estipulado na capitalização não seja alcançado.
Para facilitar a participação da União e não comprometer seu orçamento com o aporte de dinheiro vivo, a Petrobras abriu a possibilidade de que as novas ações, que serão lançadas na oferta pública, possam ser compradas com títulos do governo, conforme a Folha revelou na quarta-feira.
Os acionistas minoritários também poderão usar títulos na compra das ações, segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.
A Petrobras cita outros dois fatores que vão determinar o valor da capitalização. Um deles é a manutenção de uma estrutura de capital equilibrada que permita manter os índices de endividamento atuais sem perder o grau de investimento (nota de risco que permite captar recursos mais baratos no mercado).
O outro é o valor do plano de investimento -que hoje está estimado entre US$ 200 milhões e US$ 220 milhões e que será definido até 15 de junho.
Se a cifra se confirmar, será a maior operação desse tipo já realizada no mercado brasileiro. O volume de recursos representa 41% dos investimentos programados pela companhia nos próximos quatro anos -de até R$ 220 bilhões.
O valor, porém, corresponde apenas ao teto proposto pela empresa aos acionistas, que vão apreciar a questão no próximo dia 22 de junho, durante assembleia convocada ontem.
Na proposta divulgada pela estatal, os acionistas vão votar pelo aumento ou não do capital social da companhia de R$ 60 bilhões para até R$ 150 bilhões. Mas a aprovação é certa, pois a União, interessada na capitalização, tem a maioria dos votos.
Obstáculos
Antes de concretizar a capitalização -que será feita por meio do lançamento de novas ações da empresa-, a estatal e o governo precisam, entretanto, vencer alguns obstáculos. O maior deles é a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que autoriza o governo a transferir uma parte das reservas inexploradas e sem concessão do pré-sal à Petrobras.
A operação -batizada "cessão onerosa das reservas não licitadas de propriedade da União"- permitirá ao governo manter ou até ampliar sua posição como acionista controlador da Petrobras, sem o aporte de dinheiro ou títulos públicos.
Atualmente, a União possui 51% das ações ordinárias da companhia -que lhe conferem o controle da empresa- e cerca de 40% do capital total.
Ainda dependendo da aprovação da transferência das reservas no Congresso, a estatal teve de traçar um "plano B": fazer uma capitalização menor (entre R$ 15 bilhões e R$ 25 bilhões). Nesse caso, a União e os demais atuais acionistas aportarão preferencialmente recursos na empresa. Outros investidores poderão participar, caso o valor total estipulado na capitalização não seja alcançado.
Para facilitar a participação da União e não comprometer seu orçamento com o aporte de dinheiro vivo, a Petrobras abriu a possibilidade de que as novas ações, que serão lançadas na oferta pública, possam ser compradas com títulos do governo, conforme a Folha revelou na quarta-feira.
Os acionistas minoritários também poderão usar títulos na compra das ações, segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.
A Petrobras cita outros dois fatores que vão determinar o valor da capitalização. Um deles é a manutenção de uma estrutura de capital equilibrada que permita manter os índices de endividamento atuais sem perder o grau de investimento (nota de risco que permite captar recursos mais baratos no mercado).
O outro é o valor do plano de investimento -que hoje está estimado entre US$ 200 milhões e US$ 220 milhões e que será definido até 15 de junho.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Petrobras: HSBC comenta detalhes da capitalização e reitera recomendação
Após uma teleconferência de comentário de resultados cujo foco foi todo voltado para a capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4), os analistas do HSBC comentaram mais detalhes do assunto e reiteraram a recomendação acima da média do mercado, com preço-alvo de R$ 48 por ação ordinária - upside de 49,11% frente ao fechamento de 19 de maio.
A empresa confirmou que espera para a próxima semana a conclusão da votação sobre o projeto de capitalização no Senado, o qual seguirá, se aprovado, para o Conselho de Administração da petrolífera, que incluirá além de sua aprovação formal a especificação do tamanho máximo da oferta de ações pretendida pela empresa. Deopis, o prijeto segue para Assembléia Geral Extraordinária e será registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
"O porte da oferta ainda não foi decidido, já que a administração da Petrobras está agora analisando sua necessidade de financiamento além de 2010", observaram os analistas Anisa Redman e Alexandre Gartner, que acreditam que o processo até o registro na CVM deve levar cerca de 20 dias.
Redman e Gartner explicam ainda que a capitalização será via oferta pública de ações, mas os detentores de ações terão direitos prioritários equivalentes, "desde que ofereçam preço de mercado para as novas ações", ponderam. Outro ponto importante é que o governo pretende aumentar sua participação na Petrobras, caso seja possível, obtendo ações não desejadas (sobras).
Com relação à avaliação dos cinco milhões de barris de óleo equivalente (boe), a incerteza permanece, afirmam os analistas. A Petrobras ainda não confirmou a estimativa de recursos feita pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), de 4,5 milhões de boe para o poço Franco. "Isso, é claro, implicará uma avaliação muito preliminar de US$/barril, a qual será refeita duas vezes dentro dos próximos dois anos", enfatiza a equipe, que não se diz surpresa com a indefinição da fórmula para reavaliação.
Valuation
Os analistas destacam o múltiplo P/L (relação entre preço da ação e lucro esperado) de 10,2 evzes para 2010, que representa um desconto de 15% frente aos pares do mercado emergente, e um desconto de 10% ante o P/L do segundo semestre de 2008, o piso cíclico para o múltiplo.
A empresa confirmou que espera para a próxima semana a conclusão da votação sobre o projeto de capitalização no Senado, o qual seguirá, se aprovado, para o Conselho de Administração da petrolífera, que incluirá além de sua aprovação formal a especificação do tamanho máximo da oferta de ações pretendida pela empresa. Deopis, o prijeto segue para Assembléia Geral Extraordinária e será registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
"O porte da oferta ainda não foi decidido, já que a administração da Petrobras está agora analisando sua necessidade de financiamento além de 2010", observaram os analistas Anisa Redman e Alexandre Gartner, que acreditam que o processo até o registro na CVM deve levar cerca de 20 dias.
Redman e Gartner explicam ainda que a capitalização será via oferta pública de ações, mas os detentores de ações terão direitos prioritários equivalentes, "desde que ofereçam preço de mercado para as novas ações", ponderam. Outro ponto importante é que o governo pretende aumentar sua participação na Petrobras, caso seja possível, obtendo ações não desejadas (sobras).
Com relação à avaliação dos cinco milhões de barris de óleo equivalente (boe), a incerteza permanece, afirmam os analistas. A Petrobras ainda não confirmou a estimativa de recursos feita pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), de 4,5 milhões de boe para o poço Franco. "Isso, é claro, implicará uma avaliação muito preliminar de US$/barril, a qual será refeita duas vezes dentro dos próximos dois anos", enfatiza a equipe, que não se diz surpresa com a indefinição da fórmula para reavaliação.
Valuation
Os analistas destacam o múltiplo P/L (relação entre preço da ação e lucro esperado) de 10,2 evzes para 2010, que representa um desconto de 15% frente aos pares do mercado emergente, e um desconto de 10% ante o P/L do segundo semestre de 2008, o piso cíclico para o múltiplo.
Petrobras pode adiar oferta de US$ 25 bi se crise piorar
A Petróleo Brasileiro SA pode decidir adiar o plano de fazer uma oferta de até US$ 25 bilhões em novas ações se a situação no mercado mundial piorar, disse o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
As ações da Petrobras despencaram 13 por cento este mês para chegarem
ontem ao menor preço desde março de 2009, ao mesmo tempo em que as
expectativas de oscilações nos preços de ações dos Estados Unidos tiveram
uma alta recorde com o agravamento da crise na Europa. A empresa, que
planeja fazer a maior oferta de ações do Ocidente em pelo menos uma década,
disse na terça-feira que deve realizar a operação no fim de julho ou início
de agosto.
"Se a crise ficar como está agora, podemos prosseguir,"
disse ontem Gabrielli, 60, numa entrevista à Bloomberg Television em Nova
York. "Se a crise se aprofundar e se espalhar mais do que está agora, então
teremos que considerar.
Mas neste momento, achamos que é possível fazer."
A Petrobras planeja investir até US$ 220 milhões entre 2010 e 2014, o
maior programa de investimentos da indústria mundial de petróleo. A empresa
busca desenvolver reservas no pré-sal, como o campo de Tupi, a maior
descoberta das Américas desde 1976. A oferta de ações vai ajudar a financiar o investimento e a reduzir a relação entre a dívida e o capital da empresa, disse Gabrielli.
Cinco das sete aberturas de capital no Brasil este ano, incluindo a
oferta de ações de uma das empresas do bilionário Eike Batista, resultaram
em captações menores do que as companhias previam. A espera pela venda de
papéis da Petrobras ajudou a reduzir a demanda por ações de outras empresas.
O índice de volatilidade da bolsa de Chicago deu um salto de 86 por
cento para 40,95 pontos entre 30 de abril e 7 de maio.
Foi o maior avanço semanal em 20 anos.
Os papéis da Petrobras caíram ontem 67 centavos, ou 2,3 por cento, para
R$ 28,55 na Bovespa.
A Petrobras disse na terça-feira num comunicado que o processo para
medir a demanda pelas ações e definir o preço na oferta, o chamado
"book-building," vai começar em junho.
Gabrielli disse que vários investidores já demonstraram interesse em
participar da oferta, incluindo fundos soberanos, fundos de hedge, private
equity, outras petrolíferas, fornecedores e investidores de longo prazo.
A capitalização vai criar "uma posição melhor para nós em qualquer hora
que tivermos que ir ao mercado de renda fixa,"
disse Gabrielli.
As ações da Petrobras despencaram 13 por cento este mês para chegarem
ontem ao menor preço desde março de 2009, ao mesmo tempo em que as
expectativas de oscilações nos preços de ações dos Estados Unidos tiveram
uma alta recorde com o agravamento da crise na Europa. A empresa, que
planeja fazer a maior oferta de ações do Ocidente em pelo menos uma década,
disse na terça-feira que deve realizar a operação no fim de julho ou início
de agosto.
"Se a crise ficar como está agora, podemos prosseguir,"
disse ontem Gabrielli, 60, numa entrevista à Bloomberg Television em Nova
York. "Se a crise se aprofundar e se espalhar mais do que está agora, então
teremos que considerar.
Mas neste momento, achamos que é possível fazer."
A Petrobras planeja investir até US$ 220 milhões entre 2010 e 2014, o
maior programa de investimentos da indústria mundial de petróleo. A empresa
busca desenvolver reservas no pré-sal, como o campo de Tupi, a maior
descoberta das Américas desde 1976. A oferta de ações vai ajudar a financiar o investimento e a reduzir a relação entre a dívida e o capital da empresa, disse Gabrielli.
Cinco das sete aberturas de capital no Brasil este ano, incluindo a
oferta de ações de uma das empresas do bilionário Eike Batista, resultaram
em captações menores do que as companhias previam. A espera pela venda de
papéis da Petrobras ajudou a reduzir a demanda por ações de outras empresas.
O índice de volatilidade da bolsa de Chicago deu um salto de 86 por
cento para 40,95 pontos entre 30 de abril e 7 de maio.
Foi o maior avanço semanal em 20 anos.
Os papéis da Petrobras caíram ontem 67 centavos, ou 2,3 por cento, para
R$ 28,55 na Bovespa.
A Petrobras disse na terça-feira num comunicado que o processo para
medir a demanda pelas ações e definir o preço na oferta, o chamado
"book-building," vai começar em junho.
Gabrielli disse que vários investidores já demonstraram interesse em
participar da oferta, incluindo fundos soberanos, fundos de hedge, private
equity, outras petrolíferas, fornecedores e investidores de longo prazo.
A capitalização vai criar "uma posição melhor para nós em qualquer hora
que tivermos que ir ao mercado de renda fixa,"
disse Gabrielli.
A bolsa já está barata?
A bolsa brasileira abriu em forte baixa hoje – e, por volta das 11h30, caía 3%, para 57 886 pontos – o menor patamar desde setembro de 2009. No ano, a desvalorização é de 16%. O Ibovespa chegou a bater 71 793 pontos no começo de abril – e, de lá para cá, perdeu 19%.
A bolsa está barata? Há especialistas que acham que sim – ainda que a maioria deles esteja cautelosa e não descarte o risco de novas baixas. “É um bom momento para entrar desde que o investidor tenha paciência e consiga agüentar volatilidade no curto prazo. Pelo menos junho e julho serão meses muito ruins”, diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB no Brasil.
Para Walter Maciel, sócio da gestora Quest, do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, “a bolsa está barata se prevalecer o cenário de que a crise europeia será controlada e haverá um impacto moderado sobre a economia mundial”, diz. “Agora, se o cenário piorar e a Grécia se tornar um novo Lehman Brothers, aí a desvalorização pode ser mais profunda”, completou, referindo-se à quebra do banco americano em setembro de 2008, que levou o Ibovespa para baixo dos 30 000 pontos. Os fundos multimercados da Quest zeraram seus investimentos em ações e os fundos de ações estão com 15% do apital fora da bolsa.
Além da crise europeia, um número ruim sobre a economia americana divulgado hoje piorou o humor dos investidores: os pedidos de seguro-desemprego aumentaram mais que o esperado, o que pode ser um indicador de problemas no mercado de trabalho. Como disse Mendonça de Barros a EXAME no início do mês, “o segredo” para medir o impacto da crise europeia sobre a economia mundial é olhar os Estados Unidos – se o país estiver saudável, o risco de contágio é menor. E isso, claro, é vital para avaliar as perspecivas para a economia brasileira.
Ontem, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, chegou a dizer que a empresa poderia adiar sua oferta bilionária de ações, inicialmente prevista para ocorrer entre julho e agosto, se as condições de mercado continuarem a piorar. As ações da Petrobras caíram mais de 10% neste mês – e, hoje, operam em baixa de 3%.
E vocês, o que estão fazendo? Estão aproveitando a baixa da bolsa para comprar?
A bolsa está barata? Há especialistas que acham que sim – ainda que a maioria deles esteja cautelosa e não descarte o risco de novas baixas. “É um bom momento para entrar desde que o investidor tenha paciência e consiga agüentar volatilidade no curto prazo. Pelo menos junho e julho serão meses muito ruins”, diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB no Brasil.
Para Walter Maciel, sócio da gestora Quest, do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, “a bolsa está barata se prevalecer o cenário de que a crise europeia será controlada e haverá um impacto moderado sobre a economia mundial”, diz. “Agora, se o cenário piorar e a Grécia se tornar um novo Lehman Brothers, aí a desvalorização pode ser mais profunda”, completou, referindo-se à quebra do banco americano em setembro de 2008, que levou o Ibovespa para baixo dos 30 000 pontos. Os fundos multimercados da Quest zeraram seus investimentos em ações e os fundos de ações estão com 15% do apital fora da bolsa.
Além da crise europeia, um número ruim sobre a economia americana divulgado hoje piorou o humor dos investidores: os pedidos de seguro-desemprego aumentaram mais que o esperado, o que pode ser um indicador de problemas no mercado de trabalho. Como disse Mendonça de Barros a EXAME no início do mês, “o segredo” para medir o impacto da crise europeia sobre a economia mundial é olhar os Estados Unidos – se o país estiver saudável, o risco de contágio é menor. E isso, claro, é vital para avaliar as perspecivas para a economia brasileira.
Ontem, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, chegou a dizer que a empresa poderia adiar sua oferta bilionária de ações, inicialmente prevista para ocorrer entre julho e agosto, se as condições de mercado continuarem a piorar. As ações da Petrobras caíram mais de 10% neste mês – e, hoje, operam em baixa de 3%.
E vocês, o que estão fazendo? Estão aproveitando a baixa da bolsa para comprar?
O pior da crise externa ainda pode estar por vir
O mercado engatou um acentuado movimento de queda nos últimos dias e, com isso, uma parte dos analistas passou a achar que os ativos já caíram muito e que, portanto, é hora de ir às compras. Esse argumento está embasado principalmente na tese de que, com o pujante crescimento econômico, o Brasil passaria ao largo da crise internacional. Nem todos comungam essa mesma ideia. Há quem acredite que o cenário externo ruim deve atingir todos os países e que, portanto, o pior ainda não aconteceu. É difícil de acreditar, considerando os níveis baixíssimos a que a bolsa já chegou. Ontem, o Índice Bovespa fechou em baixa de 1,89%, aos 59.689 pontos, a menor pontuação desde 15 de setembro do ano passado, quando encerrou aos 59.263 pontos. O índice cai a cinco pregões seguidos e nesse período acumula uma queda de 8,48%. Neste mês, tomba 11,61%.
O diretor da agência de classificação de risco SR Ratings e presidente da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro, é do grupo dos que acreditam que essa crise é uma continuação da que ocorreu em 2008 e que está longe do fim. "Estamos num momento perigoso, sendo que essa turbulência ainda nem chegou a países mais distantes, como o Brasil", diz Rabello de Castro.
Ele acredita que a diferença entre este momento e o de 2008 é que agora os problemas são muito maiores e estendidos à vários países. "Lá atrás, a crise começou como algo circunscrito ao setor hipotecário americano, enquanto hoje já pega o sistema financeiro de vários países da zona do euro, com sequelas em outras regiões."
A grande pergunta que os investidores brasileiros se fazem hoje é sobre como a crise chegará aqui. Segundo o diretor da SR Ratings, a via de contaminação deve ocorrer pela economia real, especificamente por meio de uma desvalorização das commodities. Esse movimento só não ocorreu ainda graças à liquidez injetada nos bancos, que deram condições para que tais instituições continuassem apostando muitas fichas nessas matérias-primas.
Essa ciranda financeira das commodities não deve ser eterna, até por uma questão de sobrevivência da economia mundial. "Desde a grande depressão, em 1929, o mundo nunca saiu de uma crise com a alta das commodities; pelo contrário, a queda das matérias-primas é que permite um respiro dos setores industriais, que em seguida repassam ao consumidor final", explica Rabello de Castro.
Ele acredita que as consequências dessa segunda "pernada" da crise podem ser ainda piores do que no primeiro movimento, se houver problemas adicionais. Como decisões protecionistas de alguns países ou regiões ou uma brecada não esperada do crescimento da economia da China.
Ontem, o Ibovespa rompeu a barreira psicológica dos 60 mil pontos. Isso é visto por alguns como um empurrão para o indicador ir testar a casa dos 50 mil a 52 mil pontos. Já para o superintendende de renda variável da SulAmérica Investimentos, Ricardo Maeji, a queda acentuada com alto volume de negócios, como tem ocorrido, pode ser um bom sinal de que as vendas estão chegando ao fim. Ele lembra que, com a alta dos lucros das empresas e a queda das ações, os indicadores da Bovespa, como preço sobre lucro (P/L), ficaram baratos, o que pode deflagrar uma recuperação dos preços.
As ações que caíram muito nos últimos dias identificadas como parte das carteiras dos fundos alavancados da GWI tiveram um respiro ontem. As ordinárias (ON, com voto) da B2W subiram 5,33% e as preferenciais (PN, sem voto) da Lojas Americanas, 3,74%. Comenta-se no mercado que os fundos da gestora já reduziram na bolsa boa parte de suas posições alavancadas
O diretor da agência de classificação de risco SR Ratings e presidente da RC Consultores, Paulo Rabello de Castro, é do grupo dos que acreditam que essa crise é uma continuação da que ocorreu em 2008 e que está longe do fim. "Estamos num momento perigoso, sendo que essa turbulência ainda nem chegou a países mais distantes, como o Brasil", diz Rabello de Castro.
Ele acredita que a diferença entre este momento e o de 2008 é que agora os problemas são muito maiores e estendidos à vários países. "Lá atrás, a crise começou como algo circunscrito ao setor hipotecário americano, enquanto hoje já pega o sistema financeiro de vários países da zona do euro, com sequelas em outras regiões."
A grande pergunta que os investidores brasileiros se fazem hoje é sobre como a crise chegará aqui. Segundo o diretor da SR Ratings, a via de contaminação deve ocorrer pela economia real, especificamente por meio de uma desvalorização das commodities. Esse movimento só não ocorreu ainda graças à liquidez injetada nos bancos, que deram condições para que tais instituições continuassem apostando muitas fichas nessas matérias-primas.
Essa ciranda financeira das commodities não deve ser eterna, até por uma questão de sobrevivência da economia mundial. "Desde a grande depressão, em 1929, o mundo nunca saiu de uma crise com a alta das commodities; pelo contrário, a queda das matérias-primas é que permite um respiro dos setores industriais, que em seguida repassam ao consumidor final", explica Rabello de Castro.
Ele acredita que as consequências dessa segunda "pernada" da crise podem ser ainda piores do que no primeiro movimento, se houver problemas adicionais. Como decisões protecionistas de alguns países ou regiões ou uma brecada não esperada do crescimento da economia da China.
Ontem, o Ibovespa rompeu a barreira psicológica dos 60 mil pontos. Isso é visto por alguns como um empurrão para o indicador ir testar a casa dos 50 mil a 52 mil pontos. Já para o superintendende de renda variável da SulAmérica Investimentos, Ricardo Maeji, a queda acentuada com alto volume de negócios, como tem ocorrido, pode ser um bom sinal de que as vendas estão chegando ao fim. Ele lembra que, com a alta dos lucros das empresas e a queda das ações, os indicadores da Bovespa, como preço sobre lucro (P/L), ficaram baratos, o que pode deflagrar uma recuperação dos preços.
As ações que caíram muito nos últimos dias identificadas como parte das carteiras dos fundos alavancados da GWI tiveram um respiro ontem. As ordinárias (ON, com voto) da B2W subiram 5,33% e as preferenciais (PN, sem voto) da Lojas Americanas, 3,74%. Comenta-se no mercado que os fundos da gestora já reduziram na bolsa boa parte de suas posições alavancadas
Os especuladores não atacam os fortes, só os fracos
A proibição da Alemanha das vendas a descoberto de bônus europeus, swaps de defaults de crédito e ações das dez maiores instituições financeiras, contribuiu para as mesmas turbulências de mercado que a medida pretendia evitar.
A certa altura, o euro chegou a ser vendido nos níveis mais baixos em quatro anos. Os spreads de juros do Club Med sobre os bunds alemães aumentaram. As ações alemãs caíram, incluindo as do setor financeiro. O leilão de bunds teve uma recepção apenas morna. Rapidamente, os participantes do mercado avaliaram a medida como mal concebida, descoordenada e provavelmente ineficiente.
O anúncio alemão caiu como um raio sobre o mercado. Veio imediatamente após a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia em Bruxelas, mas parece não ter havido uma tentativa de coordenação. A Finlândia, por exemplo, rapidamente sinalizou que nem chegou a contemplar uma proibição das vendas a descoberto de bônus europeus. A França, que proíbe as vendas a descoberto de ações desde 2008, também não teria intenção de proibir as vendas a descoberto de bônus. Além disso, foi apenas há poucas semanas que a Bafin, autoridade reguladora alemã, informou não haver evidências de que a especulação no mercado de swaps de defaults de crédito (CDS na sigla em inglês) seja um fator significativo.
O quê explica a decisão unilateral da Alemanha? Primeiro, as considerações políticas domésticas. O governo alemão pode estar tentando conseguir um apoio maior do parlamento à parcela da Alemanha no pacote de € 750 bilhões para combater a crise financeira na Europa, que os chefes de estado acertaram na semana passada.
Segundo, as considerações políticas europeias. Após ter ficado para trás na decisão de comprar bônus soberanos, a Alemanha está dando o troco. O governo começa a discutir hoje a reforma reguladora do sistema financeiro. Talvez a Alemanha espere entregar aos seus colegas um "fait accompli". Nesse contexto, a decisão da Alemanha pode ser uma artimanha.
Está claro que sem uma coordenação internacional as medidas da Alemanha serão ineficazes. A maior parte da atividade no mercado de swaps de defaults de crédito não ocorre na Europa, e sim em Nova York, e não há sinais de que os Estados Unidos estejam sendo simpáticos à decisão da Alemanha. De todo modo, as restrições alemãs e mesmo europeias poderão entrar no jogo (ou seja, mudar para o mercado offshore).
Além disso, a Deposit Trust & Clearing Corp., uma câmara de compensação e registro de informações sobre o mercado de swaps de defaults de crédito, teria dito que os swaps de defaults de crédito pendentes em dez países europeus que incluem Grécia, Espanha, Portugal e Itália, envolvem menos de US$ 108 bilhões. O mercado inteiro de CDS é estimado em cerca de US$ 11 trilhões. Em outra acepção a medida também parece ter sido mal concebida. A primeira-ministra alemã Angela Merkel sugeriu em 6 de maio que "de algumas maneiras, esta é uma batalha dos políticos contra os mercados. Estou determinada a vencer. Os especuladores são nossos adversários".
Isso provavelmente seja exagerar os acontecimentos e reflete uma compreensão errada sobre a especulação. Os especuladores não atacam os fortes, e sim os fracos e vulneráveis. Talvez a melhor maneira de a Europa minimizar o papel dos especuladores não seja tentar regulá-los, e sim buscar políticas de maior credibilidade.
Os especuladores não são o principal adversário, não mais que o rapaz que afirma que o rei está nú. O verdadeiro adversário não é mais a Grécia. O verdadeiro adversário pode ser a resposta política dos mesmos políticos em nome dos quais Angela Merkel afirma falar. Talvez haja algum benefício em desestabilizar o mercado, como um equivalente financeiro das "táticas do homem louc" de Richard Nixon. Nixon queria que os norte-vietnamitas pensassem que ele era capaz de qualquer coisa, o que os faria sentar mais rapidamente à mesa de negociações.
A proibição das vendas a descoberto pela Alemanha foi seguida de especulações sobre mais medidas reguladoras e até mesmo uma possível intervenção. Isso desencadeou uma cobertura de vendas a descoberto sobre o euro que rompeu um mercado que se movia firme em direção à moeda única.
Mas o declínio do euro não acabou. Ele está próximo das medidas econométricas do valor justo, mas isso não é suficiente. Após passar grande parte da última década acima do valor justo, é de se esperar que agora ele vai passar algum tempo abaixo dele. Com suas perdas mais recentes, ele está de volta à faixa intermediária vista desde o começo do euro em 1999.
A maior parte dos funcionários dos governos europeus não parece preocupada com o nível do euro. Na verdade, funcionários dos governos da França e da Itália parecem estar vendo uma virtude em sua fraqueza recente. Por causa da austeridade fiscal em toda a zona do euro, as perspectivas para a demanda doméstica são fracas. O euro mais fraco poderá ajudar a estimular a demanda externa pelas exportações europeias.
Mas mesmo quando considerados todos os fatos, a experiência europeia ainda está no começo. Ela tem menos de 12 anos. Passados 12 anos depois que treze colônias na América do Norte declararam independência do maior império da época, elas tinham um governo central fraco sem poder de cobrar impostos, que exigia tomadas de decisões unânimes e não tinha uma Constituição. É cedo demais para declarar que a experiência europeia fracassou.
A certa altura, o euro chegou a ser vendido nos níveis mais baixos em quatro anos. Os spreads de juros do Club Med sobre os bunds alemães aumentaram. As ações alemãs caíram, incluindo as do setor financeiro. O leilão de bunds teve uma recepção apenas morna. Rapidamente, os participantes do mercado avaliaram a medida como mal concebida, descoordenada e provavelmente ineficiente.
O anúncio alemão caiu como um raio sobre o mercado. Veio imediatamente após a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia em Bruxelas, mas parece não ter havido uma tentativa de coordenação. A Finlândia, por exemplo, rapidamente sinalizou que nem chegou a contemplar uma proibição das vendas a descoberto de bônus europeus. A França, que proíbe as vendas a descoberto de ações desde 2008, também não teria intenção de proibir as vendas a descoberto de bônus. Além disso, foi apenas há poucas semanas que a Bafin, autoridade reguladora alemã, informou não haver evidências de que a especulação no mercado de swaps de defaults de crédito (CDS na sigla em inglês) seja um fator significativo.
O quê explica a decisão unilateral da Alemanha? Primeiro, as considerações políticas domésticas. O governo alemão pode estar tentando conseguir um apoio maior do parlamento à parcela da Alemanha no pacote de € 750 bilhões para combater a crise financeira na Europa, que os chefes de estado acertaram na semana passada.
Segundo, as considerações políticas europeias. Após ter ficado para trás na decisão de comprar bônus soberanos, a Alemanha está dando o troco. O governo começa a discutir hoje a reforma reguladora do sistema financeiro. Talvez a Alemanha espere entregar aos seus colegas um "fait accompli". Nesse contexto, a decisão da Alemanha pode ser uma artimanha.
Está claro que sem uma coordenação internacional as medidas da Alemanha serão ineficazes. A maior parte da atividade no mercado de swaps de defaults de crédito não ocorre na Europa, e sim em Nova York, e não há sinais de que os Estados Unidos estejam sendo simpáticos à decisão da Alemanha. De todo modo, as restrições alemãs e mesmo europeias poderão entrar no jogo (ou seja, mudar para o mercado offshore).
Além disso, a Deposit Trust & Clearing Corp., uma câmara de compensação e registro de informações sobre o mercado de swaps de defaults de crédito, teria dito que os swaps de defaults de crédito pendentes em dez países europeus que incluem Grécia, Espanha, Portugal e Itália, envolvem menos de US$ 108 bilhões. O mercado inteiro de CDS é estimado em cerca de US$ 11 trilhões. Em outra acepção a medida também parece ter sido mal concebida. A primeira-ministra alemã Angela Merkel sugeriu em 6 de maio que "de algumas maneiras, esta é uma batalha dos políticos contra os mercados. Estou determinada a vencer. Os especuladores são nossos adversários".
Isso provavelmente seja exagerar os acontecimentos e reflete uma compreensão errada sobre a especulação. Os especuladores não atacam os fortes, e sim os fracos e vulneráveis. Talvez a melhor maneira de a Europa minimizar o papel dos especuladores não seja tentar regulá-los, e sim buscar políticas de maior credibilidade.
Os especuladores não são o principal adversário, não mais que o rapaz que afirma que o rei está nú. O verdadeiro adversário não é mais a Grécia. O verdadeiro adversário pode ser a resposta política dos mesmos políticos em nome dos quais Angela Merkel afirma falar. Talvez haja algum benefício em desestabilizar o mercado, como um equivalente financeiro das "táticas do homem louc" de Richard Nixon. Nixon queria que os norte-vietnamitas pensassem que ele era capaz de qualquer coisa, o que os faria sentar mais rapidamente à mesa de negociações.
A proibição das vendas a descoberto pela Alemanha foi seguida de especulações sobre mais medidas reguladoras e até mesmo uma possível intervenção. Isso desencadeou uma cobertura de vendas a descoberto sobre o euro que rompeu um mercado que se movia firme em direção à moeda única.
Mas o declínio do euro não acabou. Ele está próximo das medidas econométricas do valor justo, mas isso não é suficiente. Após passar grande parte da última década acima do valor justo, é de se esperar que agora ele vai passar algum tempo abaixo dele. Com suas perdas mais recentes, ele está de volta à faixa intermediária vista desde o começo do euro em 1999.
A maior parte dos funcionários dos governos europeus não parece preocupada com o nível do euro. Na verdade, funcionários dos governos da França e da Itália parecem estar vendo uma virtude em sua fraqueza recente. Por causa da austeridade fiscal em toda a zona do euro, as perspectivas para a demanda doméstica são fracas. O euro mais fraco poderá ajudar a estimular a demanda externa pelas exportações europeias.
Mas mesmo quando considerados todos os fatos, a experiência europeia ainda está no começo. Ela tem menos de 12 anos. Passados 12 anos depois que treze colônias na América do Norte declararam independência do maior império da época, elas tinham um governo central fraco sem poder de cobrar impostos, que exigia tomadas de decisões unânimes e não tinha uma Constituição. É cedo demais para declarar que a experiência europeia fracassou.
Euro perde a confiança de BCs
Alguns dos maiores bancos centrais e administradores de recursos do mundo estão perdendo cada vez mais a confiança no euro, o que representa uma ameaça para o futuro da moeda comum.
Até agora, durante um mês de queda do euro, a atenção está nos fundos de hedge que estão vendendo ativos europeus, mas bancos centrais e grandes gestores têm uma influência muito maior sobre o câmbio. Mesmo se eles não desovarem ativos em euros, uma simples pausa em suas compras pode ter sério peso sobre a moeda.
O euro subiu para US$ 1,2385 ontem, depois de ter chegado a US$ 1,2143, a cotação mais baixa dos últimos quatro anos, durante o dia. A divisa ficou a US$ 1,2210 no final da terça em Nova York. Foi a segunda alta da moeda europeia frente ao dólar na última semana; ela já se desvalorizou 15% este ano.
O Banco Central da Coreia do Sul, que tem cerca de US$ 270 bilhões em reservas internacionais, uma das maiores do mundo, afirmou este mês que os problemas com dívida soberana na zona do euro tornam a moeda, usada por 16 países, menos atraente como reserva internacional. O presidente do Banco Central do Irã disse que o país pode ter que repensar suas reservas, que a Agência Central de Inteligência americana, a CIA, estima em US$ 81 bilhões. E a Rússia, com US$ 400 bilhões em reservas em moeda estrangeira, informou que trocou parte de suas reservas em euro para outras moedas no ano passado.
Dados de fundos mútuos mostram que os investidores europeus e americanos se afastaram nas últimas semanas das aplicações na zona do euro. O maior fundo de renda fixa da Ásia, o Global Sovereign Fund, da Kokusai Asset Management, com US$ 40 bilhões, diminuiu a alocação em euro de 34,4% para 29,6% do total em 10 de maio, segundo um administrador da firma. E administradores de carteiras com montantes vastos, como a Pacific Investment Management Co. (Pimco)e a Baring Asset Management, expressaram ao Wall Street Journal cautela com o euro.
Nem todos os administradores de recursos estão vendendo euros e alguns até consideram a desvalorização da moeda uma oportunidade de compra. Um consultor do banco central da China, o maior participante dos mercados de câmbio, com mais de US$ 2 trilhões em reservas, disse esta semana que o país planeja continuar diversificando suas vastas reservas internacionais em dólar, algo que em outras ocasiões envolveu compras de euros. Embora a China ainda possa diversificar, muitos bancos começaram a reduzir sua exposição ao euro em fins do ano passado, e a preocupação ficou mais evidente agora.
"O plano de reduzir a concentração em dólar deu uma freada brusca", disse Collin Crownover, diretor executivo e chefe mundial de gestão de câmbio da State Street Global Advisors. "Se a tendência de queda do euro continuar, aí é que todo mundo começa a vender os ativos da zona do euro, criando uma bola de neve."
A fuga de recursos da Europa atingiu um ritmo anualizado de US$ 50 bilhões nos primeiros dois meses de 2010, segundo Jens Nordvig, diretor executivo de análise de câmbio da Nomura Securities International. Esse ritmo provavelmente aumentou nos últimos meses, contribuindo para a recente queda do euro. Essa saída de capitais provavelmente se deve quase que exclusivamente a grandes investidores, em parte porque os fundos de hedge já devem ter chegado ao limite máximo de sua capacidade ou vontade de apostar contra o euro, sugere Nordvig.
E, ao contrário dos investidores especulativos, os de longo prazo provavelmente não vão mudar tão rapidamente o comportamento recente, mesmo que o euro consiga recuperar o fôlego. "Acho que ainda é muito cedo no desenrolar desta crise para presumir que tudo vai bem e os investidores já podem pular de cabeça nas aplicações em que se queimaram nas últimas semanas", disse Scott Mather, diretor de administração de carteira mundial da Pimco.
Muitos dos chamados investidores "real money", que geralmente compram euros quando a moeda cai, também preferiram ficar de fora diante do cenário econômico pessimista da Europa e das reclamações constantes na Alemanha sobre o custo de socorrer a Grécia, assolada pela crise. Os bancos centrais, que detinham um total de cerca de US$ 7,5 trilhões de reservas no fim do ano passado, são a espinha dorsal dos mercados cambiais. Eles precisam apenas diminuir o ritmo das aplicações no euro para derrubar a moeda, e é esse risco que está alfinetando os mercados no momento.
Até agora, durante um mês de queda do euro, a atenção está nos fundos de hedge que estão vendendo ativos europeus, mas bancos centrais e grandes gestores têm uma influência muito maior sobre o câmbio. Mesmo se eles não desovarem ativos em euros, uma simples pausa em suas compras pode ter sério peso sobre a moeda.
O euro subiu para US$ 1,2385 ontem, depois de ter chegado a US$ 1,2143, a cotação mais baixa dos últimos quatro anos, durante o dia. A divisa ficou a US$ 1,2210 no final da terça em Nova York. Foi a segunda alta da moeda europeia frente ao dólar na última semana; ela já se desvalorizou 15% este ano.
O Banco Central da Coreia do Sul, que tem cerca de US$ 270 bilhões em reservas internacionais, uma das maiores do mundo, afirmou este mês que os problemas com dívida soberana na zona do euro tornam a moeda, usada por 16 países, menos atraente como reserva internacional. O presidente do Banco Central do Irã disse que o país pode ter que repensar suas reservas, que a Agência Central de Inteligência americana, a CIA, estima em US$ 81 bilhões. E a Rússia, com US$ 400 bilhões em reservas em moeda estrangeira, informou que trocou parte de suas reservas em euro para outras moedas no ano passado.
Dados de fundos mútuos mostram que os investidores europeus e americanos se afastaram nas últimas semanas das aplicações na zona do euro. O maior fundo de renda fixa da Ásia, o Global Sovereign Fund, da Kokusai Asset Management, com US$ 40 bilhões, diminuiu a alocação em euro de 34,4% para 29,6% do total em 10 de maio, segundo um administrador da firma. E administradores de carteiras com montantes vastos, como a Pacific Investment Management Co. (Pimco)e a Baring Asset Management, expressaram ao Wall Street Journal cautela com o euro.
Nem todos os administradores de recursos estão vendendo euros e alguns até consideram a desvalorização da moeda uma oportunidade de compra. Um consultor do banco central da China, o maior participante dos mercados de câmbio, com mais de US$ 2 trilhões em reservas, disse esta semana que o país planeja continuar diversificando suas vastas reservas internacionais em dólar, algo que em outras ocasiões envolveu compras de euros. Embora a China ainda possa diversificar, muitos bancos começaram a reduzir sua exposição ao euro em fins do ano passado, e a preocupação ficou mais evidente agora.
"O plano de reduzir a concentração em dólar deu uma freada brusca", disse Collin Crownover, diretor executivo e chefe mundial de gestão de câmbio da State Street Global Advisors. "Se a tendência de queda do euro continuar, aí é que todo mundo começa a vender os ativos da zona do euro, criando uma bola de neve."
A fuga de recursos da Europa atingiu um ritmo anualizado de US$ 50 bilhões nos primeiros dois meses de 2010, segundo Jens Nordvig, diretor executivo de análise de câmbio da Nomura Securities International. Esse ritmo provavelmente aumentou nos últimos meses, contribuindo para a recente queda do euro. Essa saída de capitais provavelmente se deve quase que exclusivamente a grandes investidores, em parte porque os fundos de hedge já devem ter chegado ao limite máximo de sua capacidade ou vontade de apostar contra o euro, sugere Nordvig.
E, ao contrário dos investidores especulativos, os de longo prazo provavelmente não vão mudar tão rapidamente o comportamento recente, mesmo que o euro consiga recuperar o fôlego. "Acho que ainda é muito cedo no desenrolar desta crise para presumir que tudo vai bem e os investidores já podem pular de cabeça nas aplicações em que se queimaram nas últimas semanas", disse Scott Mather, diretor de administração de carteira mundial da Pimco.
Muitos dos chamados investidores "real money", que geralmente compram euros quando a moeda cai, também preferiram ficar de fora diante do cenário econômico pessimista da Europa e das reclamações constantes na Alemanha sobre o custo de socorrer a Grécia, assolada pela crise. Os bancos centrais, que detinham um total de cerca de US$ 7,5 trilhões de reservas no fim do ano passado, são a espinha dorsal dos mercados cambiais. Eles precisam apenas diminuir o ritmo das aplicações no euro para derrubar a moeda, e é esse risco que está alfinetando os mercados no momento.
Principais bolsas da Europa fecham em queda
Paris, França, 20 Mai 2010 (AFP) -A Bolsa de Paris fechou nesta quinta-feira com uma queda de 2,25%, a 3.432,52 pontos, em um mercado muito volátil e preocupado com a falta de coesão na Europa.
O índice Dax 30 dos principais valores da Bolsa de Frankfurt registrou queda de 2,02% a 5.876,88 pontos.
Londres regrediu 1,65%, com o índice Footsie nos 5.073,13 pontos,
O Ibex-35 de Madri, que durante o dia cedeu mais de 3%, terminou a sessão em baixa de 1,13% a 9.270,5 pontos.
O índice Dax 30 dos principais valores da Bolsa de Frankfurt registrou queda de 2,02% a 5.876,88 pontos.
Londres regrediu 1,65%, com o índice Footsie nos 5.073,13 pontos,
O Ibex-35 de Madri, que durante o dia cedeu mais de 3%, terminou a sessão em baixa de 1,13% a 9.270,5 pontos.
Alemanha mina confiança do investidor
Renovada turbulência varreu os mercados financeiros ontem depois que a proibição da Alemanha de venda a descoberto de determinados títulos (sem providenciar sua inclusão em carteira) impactou duramente a já frágil confiança dos investidores e desencadeou uma série de boatos cada vez mais alarmantes.
Traders disseram que a decisão alemã ressaltou as preocupações sobre a unidade da zona do euro. "Com toda a incerteza que já assola a área do euro de uma perspectiva de endividamento e monetária, essa decisão unilateral tomada pela maior contribuinte econômica desencadeia mais temores", comentou Dan Cook, analista sênior da IG Markets. A visão generalizada do mercado é de que a decisão foi política. "O momento da implementação da decisão é significativo, pois acontece pouco antes de o Parlamento alemão iniciar o debate sobre um projeto de lei que visa autorizar a contribuição alemã de € 123 bilhões para o fundo de socorro emergencial de € 440 bilhões a países endividados na periferia europeia", disse Ulrich Leuchtmann, estrategista para mercados de câmbio do Commerzbank.
"Os mercados logo chegaram à conclusão de que se tratava de um ato de desespero e que a crise da dívida na Europa poderá piorar ainda mais. O recente aprofundamento da crise da dívida não se deve aos especuladores, mas à prudência muito racional de investidores e bancos."
Divyang Shah, estrategista da IFR Markets, disse: "A sociedade continua irritada por ter de arcar com o ônus do socorro ao sistema bancário e, agora, com o socorro a outros membros da zona euro - e a mensagem importante é que a elite política não pode mais cruzar os braços e ignorar essa raiva."
"Dado que o sistema financeiro permanece em condição frágil, o perigo é que se surgir outro momento do tipo 'grande demais para permitir um colapso', então a opinião pública estará menos inclinada a mostrar-se favorável a novas ações de socorro."
A decisão, revelada na noite de terça-feira pela Bafin, agência reguladora para o financeiro alemão, foi fortemente sentida nos mercados de câmbio, quando o euro caiu a um novo mínimo em quatro anos contra o dólar, para US$ 1,2146 ao longo do dia.
"A ação da Bafin faz da venda de euros a descoberto cada vez mais o caminho principal para apostar contra a região", disse Andrew Lim em Matrix. "Estamos sentindo que, a cada dia, o mercado está antecipando uma probabilidade maior de que o euro como moedas única terá de ser, de alguma forma, fragmentado."
Com efeito, o euro voltou a subir para mais de US$ 1,23, enquanto os mercados eram varridos por um turbilhão de rumores sobre ações oficiais de suporte à moeda - comentando-se, inclusive, que a Grécia estaria pensando em abandonar a União Europeia. Isso foi veementemente negado pelas autoridades gregas.
Circularam, também, rumores de que o Banco Central Europeu (BCE) pode estar se preparando para intervir e emprestar sustentação ao euro, especialmente depois que uma forte queda do franco suíço em relação ao euro gerou rumores de uma intervenção do Banco Nacional da Suíça. Alan Ruskin, do RBS, comentou: "Depois da errática medida alemã, ontem, uma intervenção no câmbio euro/dólar seria mais um sinal de que as autoridades estão dispostas a disparar contra qualquer coisa que se mova, antes de fazer perguntas."
Traders disseram que a decisão alemã ressaltou as preocupações sobre a unidade da zona do euro. "Com toda a incerteza que já assola a área do euro de uma perspectiva de endividamento e monetária, essa decisão unilateral tomada pela maior contribuinte econômica desencadeia mais temores", comentou Dan Cook, analista sênior da IG Markets. A visão generalizada do mercado é de que a decisão foi política. "O momento da implementação da decisão é significativo, pois acontece pouco antes de o Parlamento alemão iniciar o debate sobre um projeto de lei que visa autorizar a contribuição alemã de € 123 bilhões para o fundo de socorro emergencial de € 440 bilhões a países endividados na periferia europeia", disse Ulrich Leuchtmann, estrategista para mercados de câmbio do Commerzbank.
"Os mercados logo chegaram à conclusão de que se tratava de um ato de desespero e que a crise da dívida na Europa poderá piorar ainda mais. O recente aprofundamento da crise da dívida não se deve aos especuladores, mas à prudência muito racional de investidores e bancos."
Divyang Shah, estrategista da IFR Markets, disse: "A sociedade continua irritada por ter de arcar com o ônus do socorro ao sistema bancário e, agora, com o socorro a outros membros da zona euro - e a mensagem importante é que a elite política não pode mais cruzar os braços e ignorar essa raiva."
"Dado que o sistema financeiro permanece em condição frágil, o perigo é que se surgir outro momento do tipo 'grande demais para permitir um colapso', então a opinião pública estará menos inclinada a mostrar-se favorável a novas ações de socorro."
A decisão, revelada na noite de terça-feira pela Bafin, agência reguladora para o financeiro alemão, foi fortemente sentida nos mercados de câmbio, quando o euro caiu a um novo mínimo em quatro anos contra o dólar, para US$ 1,2146 ao longo do dia.
"A ação da Bafin faz da venda de euros a descoberto cada vez mais o caminho principal para apostar contra a região", disse Andrew Lim em Matrix. "Estamos sentindo que, a cada dia, o mercado está antecipando uma probabilidade maior de que o euro como moedas única terá de ser, de alguma forma, fragmentado."
Com efeito, o euro voltou a subir para mais de US$ 1,23, enquanto os mercados eram varridos por um turbilhão de rumores sobre ações oficiais de suporte à moeda - comentando-se, inclusive, que a Grécia estaria pensando em abandonar a União Europeia. Isso foi veementemente negado pelas autoridades gregas.
Circularam, também, rumores de que o Banco Central Europeu (BCE) pode estar se preparando para intervir e emprestar sustentação ao euro, especialmente depois que uma forte queda do franco suíço em relação ao euro gerou rumores de uma intervenção do Banco Nacional da Suíça. Alan Ruskin, do RBS, comentou: "Depois da errática medida alemã, ontem, uma intervenção no câmbio euro/dólar seria mais um sinal de que as autoridades estão dispostas a disparar contra qualquer coisa que se mova, antes de fazer perguntas."
sábado, 15 de maio de 2010
Empresa de Eike faz a maior descoberta em águas rasas
OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, do empresário Eike Batista, informou que o bloco BM-C-41, na bacia de Campos (RJ), tem reservas recuperáveis de até 3,7 bilhões de barris.
É o maior volume descoberto em águas rasas no país. A petrolífera concluiu a perfuração de dois poços no bloco, do qual detém 100% de participação.
Na quarta-feira, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) anunciara ter identificado 4,5 bilhões de barris em um poço do pré-sal da bacia de Santos. A descoberta da OGX é próxima desse potencial, mas envolve a soma de quatro poços.
A estimativa da OGX foi feita a partir das perfurações das sondas Ocean Quest e Ocean Star. Ambas já foram deslocadas para a bacia de Santos para explorações nos blocos BM-S-57 e BM-S-59, também em águas rasas.
A descoberta na bacia de Campos já havia sido comunicada anteriormente.
Pesquisas mais detalhadas do bloco permitiram que fosse feita a projeção, que varia de 2 bilhões a 3,7 bilhões de barris -de 1,4 bilhão a 2,6 bilhões de barris em dois poços; e de 600 milhões a 1,1 bilhão de barris em outros dois prospectos do bloco.
Ao todo, a OGX detém participação em 29 blocos exploratórios nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba. A companhia prevê investir US$ 4 bilhões na exploração dessas áreas.
É o maior volume descoberto em águas rasas no país. A petrolífera concluiu a perfuração de dois poços no bloco, do qual detém 100% de participação.
Na quarta-feira, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) anunciara ter identificado 4,5 bilhões de barris em um poço do pré-sal da bacia de Santos. A descoberta da OGX é próxima desse potencial, mas envolve a soma de quatro poços.
A estimativa da OGX foi feita a partir das perfurações das sondas Ocean Quest e Ocean Star. Ambas já foram deslocadas para a bacia de Santos para explorações nos blocos BM-S-57 e BM-S-59, também em águas rasas.
A descoberta na bacia de Campos já havia sido comunicada anteriormente.
Pesquisas mais detalhadas do bloco permitiram que fosse feita a projeção, que varia de 2 bilhões a 3,7 bilhões de barris -de 1,4 bilhão a 2,6 bilhões de barris em dois poços; e de 600 milhões a 1,1 bilhão de barris em outros dois prospectos do bloco.
Ao todo, a OGX detém participação em 29 blocos exploratórios nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba. A companhia prevê investir US$ 4 bilhões na exploração dessas áreas.
Senado dos EUA aprova reserva de capital maior para grandes bancos
O Senado norte-americano aprovou na quinta-feira (13) uma medida para exigir que grandes instituições financeiras apresentem um nível maior de reserva capital, visando prevenir que elas ameacem novamente a estabilidade do sistema financeiro em épocas de crise, como ocorreu em 2008 e 2009.
A medida proposta pela senadora Susan Collins prevê que o nível de reservas exigido cresça à medida que a instituição aumente de tamanho ou ofereça operações de risco mais elevado.
A proposta foi aprovada com unanimidade no Senado dos Estados Unidos.
A medida proposta pela senadora Susan Collins prevê que o nível de reservas exigido cresça à medida que a instituição aumente de tamanho ou ofereça operações de risco mais elevado.
A proposta foi aprovada com unanimidade no Senado dos Estados Unidos.
CETICISMO COM EUROPA MINA O EURO E BOLSAS TOMBAM
A onda de ceticismo quanto às soluções para o problema fiscal na Europa e as preocupações com as consequências, para a recuperação econômica da região, das últimas decisões de ajustes em vários países espalham-se pelos mercados globais, que estão encerrando a semana nervosos. O euro cravou outro recorde de depreciação, a US$ 1,2358, as principais bolsas europeias caíram mais de 3%, enquanto as norte-americanas e a Bovespa desvalorizam-se ao redor de 2%. O pessimismo ganhou reforço hoje: o jornal
espanhol El País disse que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou a ameaçar com a saída da zona do euro (a publicação foi desmentida até agora apenas por uma fonte não oficial do governo francês); a Espanha mostrou deflação de 0,1% no núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), na primeira vez em que isso ocorre desde 1986; o consultor
econômico da Casa Branca Paul Volcker disse que o euro falhou e questionou a integração da Europa, enquanto o executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, também foi cético sobre a capacidade de a Grécia superar seus problemas. Ações dos bancos continuam castigadas pela investigação em curso nos EUA sobre oito instituições. Em dia de balanço da Petrobras e na véspera de vencimento de opções sobre ações, a Bovespa é dragada pelo cenário externo e caía 2,25% às 14h07. O dólar balcão subia 1,63%, a R$
1,8060 no mesmo horário. E a curva longa de juros incorpora prêmios de risco por causa da crise europeia.
MERCADOS INTERNACIONAIS
O euro despencou e atingiu o menor nível desde outubro de 2008, quando teve início a crise financeira global, diante dos persistentes receios com as consequências das medidas de austeridade que alguns países europeus terão de implementar. Agravaram a aversão ao risco - que derrubou as bolsas e as commodities - a queda do núcleo da inflação na Espanha e as declarações pessimistas do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef
Ackermann, e de Paul Volcker, do consultor econômico da Casa Branca.
O tom positivo que predominou entre os investidores na segunda-feira, depois do anúncio do pacote de resgate europeu de 750 bilhões de euros, foi ao longo da semana dando lugar às preocupações com o fato de que os cortes nos gastos que alguns governos europeus terão de implementar poderão dificultar e até mesmo impedir a recuperação econômica da zona
do euro.
Nesse sentido, o presidente do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês), Thomas Mirow, afirmou hoje que a crise da Grécia tem potencial para bloquear os esforços de recuperação dos países do Sudeste da Europa, particularmente se as subsidiárias dos bancos gregos que operam na região forem afetadas.
As dúvidas sobre a implementação das medidas de austeridade são outro fator negativo. "A parte realmente difícil será colocar em prática o programa de austeridade, medidas que são, no mínimo, impopulares. Apenas o tempo vai dizer se os formadores de política serão suficientemente decididos para cumprir essas difíceis metas", afirmou Kevin Giddis, Morgan
Keegan.
Ontem, o consultor econômico da Casa Branca Paul Volcker fez duras declarações sobre o euro, ao afirmar que a moeda falhou. Volcker acrescentou que os problemas do euro têm sido visíveis desde o começo porque o bloco europeu tem uma política monetária comum mas não uma política fiscal comum. "Para falar em termos simples, é possível ter uma
política monetária comum e uma moeda comum sem ter um governo comum?", questionou.
Outro golpe para o euro foi a informação, publicada pelo jornal El País hoje, de que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou a ameaçar que seu país poderia deixar a zona do euro, durante negociações recentes no âmbito da União Europeia. No entanto, uma fonte do governo de Paris, próxima da presidência francesa, negou que a informação fosse
verdadeira.
Também pesaram sobre o sentimento dos investidores hoje os comentários feitos ontem pelo executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann. O executivo disse que não está seguro de que a Grécia poderá superar o grave problema de déficit orçamentário e será capaz de pagar suas dívidas. "Eu considero duvidosa a questão de a Grécia, em tempo, ser capaz de ficar em uma posição de atingir isso", disse Ackermann.
As ações do Deutsche Bank fecharam em baixa de 4,1% na Bolsa de Frankfurt. O setor bancário, aliás, foi o principal motor da queda dos índices acionários nesta sexta-feira. Além dos receios dos investidores com a dívida dos governos europeus, ações dos bancos foram prejudicadas pela investigação que está sendo feita nos EUA para averiguar se oito
instituições financeiras enganaram agências de rating e algumas medidas aprovadas pelo Senado norte-americano com relação à reforma do sistema financeiro do país.
Os indicadores econômicos divulgados hoje nos EUA receberam pouca atenção dos investidores, mas a queda do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) da Espanha em abril pela primeira vez desde que o dado começou a ser acompanhado preocupou. Uma deflação poderá tornar ainda mais difícil para a Espanha conseguir crescer e deixar para trás seus problemas de dívida.
O euro caiu abaixo do nível em que esteve no início da crise financeira global e chegou a ser cotado a US$ 1,2358. Às 14h15, o euro caía para US$ 1,2402, de US$ 1,2531 no fim da tarde de ontem, enquanto o dólar recuava para 92,08 ienes, de 92,68 ienes ontem. A queda do euro prejudicou as commodities. O petróleo para junho negociado na Nymex operava
abaixo de US$ 72, a US$ 71,60 por barril, um declínio de 3,76%. Na Comex, o cobre para julho perdia 3,20%, para US$ 3,1280 por libra-peso. Por outro lado, os preços dos Treasuries subiam, com respectiva queda dos juros. No
horário citado, o juro da T-note de 2 anos caía para 0,7739%, o da T-note de 10 anos recuava para 3,4401% e o do T-Bond de 30 anos declinava para 4,3161%.
Mas a Europa não é o único problema a tirar o sono dos investidores. Do lado externo, o provável aperto monetário na China e a situação ainda frágil da economia norte-americana, e do lado interno, o início do ciclo de alta de juro, estimulam uma posição defensiva na Bovespa. "A saída de recursos estrangeiros não é só de estrangeiros, mas também de
investidores locais diante de um cenário tão conturbado", afirma o economista-chefe da Legan Asset Management, Fausto Gouveia.
O gestor de recursos da InvestCapital, Giovanni Di Pasquale, vê na deflação da Espanha anunciada hoje um motivo a mais de preocupação. Pela primeira vez desde 1986, o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) registrou taxa negativa de 0,1% em abril ante mesmo mês do ano. Para Di Pasquale, há o risco dessa deflação se espalhar pelo restante
da Europa, provocando efeito cascata nas economias e com consequências para o Brasil.
Outro motivo para manter os investidores avessos a riscos é a investigação que está sendo feita nos EUA para averiguar se oito instituições financeiras enganaram agências de rating com relação a atividades com hipoteca.
Em relação à Petrobras, a ANP acenou com uma notícia promissora. A diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse pela manhã que o poço Libra, que a agência começou a perfurar na Bacia de Santos, pode ter reservas semelhantes às encontradas no poço Franco, onde foram detectados 4,5 bilhões de barris de petróleo.
Magda disse que as duas estruturas geológicas têm tamanho parecido, mas ainda há dúvidas se área de Libra é um reservatório único ou se está dividida em dois reservatórios.
O mercado demonstra com mais intensidade, hoje, o desconforto que mantém em relação à situação fiscal e econômica dos países que compõem a zona do euro. A moeda única caiu a níveis de US$ 1,23 e arrastou outras divisas, abrindo espaço para uma valorização do dólar, que só realimentou a busca generalizada pela moeda dos EUA e outros ativos considerados de menor risco, numa reação em cadeia.
No começo da tarde (13h22) essa espiral colocava o euro em US$ 1,2375, depois de ter batido mínima de US$ 1,2358, um pouco antes. Ante o real, o dólar valia R$ 1,806 (+1,63%) no mercado à vista de balcão e R$ 1,807 (+1,72%) na BM&F. O dólar para junho estava em R$ 1,8110, com valorização de 1,57%.
O temor demonstrado pelos investidores de que as medidas fiscais impeçam a Europa de engatar a recuperação econômica, que se esboçava antes dos problemas gregos virem à tona, é alimentado a cada dia por fatos e declarações. Hoje, os investidores reuniram vários deles para deflagrar um dia de aversão ao risco.
Na Espanha, saíram dados de inflação, sinalizando que a fragilidade mostrada no último dado de PIB - alta de 0,1% no primeiro trimestre, na comparação com o último trimestre de 2009 e queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado - continua. O núcleo do índice de preços ao consumidor do país, que exclui os preços voláteis dos alimentos
frescos e da energia, caiu 0,1% em abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a deflação é resultado de efeitos sazonais e da recessão profunda enfrentada pelo país e ocorreu pela primeira vês desde agosto de 1986, quando o órgão começou a acompanhar os preços. Em março, o núcleo do CPI registrou alta de 0,2%, em bases anuais. Já o índice geral de preços ao consumidor subiu 1,5% em abril, em comparação com a alta de 1,4% em março, puxado
pelo aumento dos preços do combustível.
Também na Espanha foi divulgada uma informação, pelo jornal El País, segundo a qual o presidente da França, Nicolas Sarkozy, teria ameaçado deixar a zona do euro, durante negociações recentes no âmbito da União Europeia. A notícia foi desmentida por uma fonte do governo de Paris, mas o mercado ficou incomodado.
Do Japão, chegou a informação de que os ministros das Finanças do G-7, a exemplo do que já tinha ocorrido na semana passada, fizeram uma teleconferência para discutir as condições do euro. O encontro foi organizado a pedido do ministro das Finanças japonês, Naoto Kan, e ele disse a jornalistas que ouviu notícias sobre a "realidade" na Europa e sobre os esforços da região para enfrentar a crise das dívidas soberanas. Ele descartou especulações de que os países do G-7 podem anunciar uma nova medida para intervir nos mercados de câmbio e tentar evitar que o euro caia mais.
Paralelamente a tudo isso continuam os comentários de economistas e analistas, ressaltando a possibilidade de que a Europa volte à recessão antes mesmo de consolidar a retomada do crescimento após a crise do subprime. Em uma coluna distribuída pela Agência Dow Jones, nesta sexta-feira, o gerente da divisão de investimentos da Perella Weinberg
Partners, empresa de serviços financeiros com sede em Nova York, disse que "a crise financeira nunca foi embora de fato". Para ele, "a montanha de dívidas que derrubou alguns dos maiores bancos do mundo e arrastou o sistema financeiro internacional para a beira do desastre, simplesmente, mudou para os governos". E acrescentou: "agora, está ameaçando
países ao redor do globo e, se deixada incontrolada, pode rasgar todo o tecido do sistema econômico da Europa e arruinar as recuperações econômicas nos EUA, China e América Latina".
No BNP Paribas, a avaliação é de que as medidas fiscais da Espanha e Portugal devem ter impacto negativo entre três e cinco pontos porcentuais no PIB desses países. E outros bancos, como Goldman Sachs e Danske Bank soltaram relatórios com comentários sobre o iminente encolhimento da atividade econômica europeia, em alguns casos, revisando as projeções de PIB dos países da região para baixo.
Em meio a isso, as captações de empresas brasileiras no exterior continuam suspensas e o noticiário nacional, não faz preço no câmbio.
espanhol El País disse que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou a ameaçar com a saída da zona do euro (a publicação foi desmentida até agora apenas por uma fonte não oficial do governo francês); a Espanha mostrou deflação de 0,1% no núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), na primeira vez em que isso ocorre desde 1986; o consultor
econômico da Casa Branca Paul Volcker disse que o euro falhou e questionou a integração da Europa, enquanto o executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, também foi cético sobre a capacidade de a Grécia superar seus problemas. Ações dos bancos continuam castigadas pela investigação em curso nos EUA sobre oito instituições. Em dia de balanço da Petrobras e na véspera de vencimento de opções sobre ações, a Bovespa é dragada pelo cenário externo e caía 2,25% às 14h07. O dólar balcão subia 1,63%, a R$
1,8060 no mesmo horário. E a curva longa de juros incorpora prêmios de risco por causa da crise europeia.
MERCADOS INTERNACIONAIS
O euro despencou e atingiu o menor nível desde outubro de 2008, quando teve início a crise financeira global, diante dos persistentes receios com as consequências das medidas de austeridade que alguns países europeus terão de implementar. Agravaram a aversão ao risco - que derrubou as bolsas e as commodities - a queda do núcleo da inflação na Espanha e as declarações pessimistas do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef
Ackermann, e de Paul Volcker, do consultor econômico da Casa Branca.
O tom positivo que predominou entre os investidores na segunda-feira, depois do anúncio do pacote de resgate europeu de 750 bilhões de euros, foi ao longo da semana dando lugar às preocupações com o fato de que os cortes nos gastos que alguns governos europeus terão de implementar poderão dificultar e até mesmo impedir a recuperação econômica da zona
do euro.
Nesse sentido, o presidente do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês), Thomas Mirow, afirmou hoje que a crise da Grécia tem potencial para bloquear os esforços de recuperação dos países do Sudeste da Europa, particularmente se as subsidiárias dos bancos gregos que operam na região forem afetadas.
As dúvidas sobre a implementação das medidas de austeridade são outro fator negativo. "A parte realmente difícil será colocar em prática o programa de austeridade, medidas que são, no mínimo, impopulares. Apenas o tempo vai dizer se os formadores de política serão suficientemente decididos para cumprir essas difíceis metas", afirmou Kevin Giddis, Morgan
Keegan.
Ontem, o consultor econômico da Casa Branca Paul Volcker fez duras declarações sobre o euro, ao afirmar que a moeda falhou. Volcker acrescentou que os problemas do euro têm sido visíveis desde o começo porque o bloco europeu tem uma política monetária comum mas não uma política fiscal comum. "Para falar em termos simples, é possível ter uma
política monetária comum e uma moeda comum sem ter um governo comum?", questionou.
Outro golpe para o euro foi a informação, publicada pelo jornal El País hoje, de que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou a ameaçar que seu país poderia deixar a zona do euro, durante negociações recentes no âmbito da União Europeia. No entanto, uma fonte do governo de Paris, próxima da presidência francesa, negou que a informação fosse
verdadeira.
Também pesaram sobre o sentimento dos investidores hoje os comentários feitos ontem pelo executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann. O executivo disse que não está seguro de que a Grécia poderá superar o grave problema de déficit orçamentário e será capaz de pagar suas dívidas. "Eu considero duvidosa a questão de a Grécia, em tempo, ser capaz de ficar em uma posição de atingir isso", disse Ackermann.
As ações do Deutsche Bank fecharam em baixa de 4,1% na Bolsa de Frankfurt. O setor bancário, aliás, foi o principal motor da queda dos índices acionários nesta sexta-feira. Além dos receios dos investidores com a dívida dos governos europeus, ações dos bancos foram prejudicadas pela investigação que está sendo feita nos EUA para averiguar se oito
instituições financeiras enganaram agências de rating e algumas medidas aprovadas pelo Senado norte-americano com relação à reforma do sistema financeiro do país.
Os indicadores econômicos divulgados hoje nos EUA receberam pouca atenção dos investidores, mas a queda do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) da Espanha em abril pela primeira vez desde que o dado começou a ser acompanhado preocupou. Uma deflação poderá tornar ainda mais difícil para a Espanha conseguir crescer e deixar para trás seus problemas de dívida.
O euro caiu abaixo do nível em que esteve no início da crise financeira global e chegou a ser cotado a US$ 1,2358. Às 14h15, o euro caía para US$ 1,2402, de US$ 1,2531 no fim da tarde de ontem, enquanto o dólar recuava para 92,08 ienes, de 92,68 ienes ontem. A queda do euro prejudicou as commodities. O petróleo para junho negociado na Nymex operava
abaixo de US$ 72, a US$ 71,60 por barril, um declínio de 3,76%. Na Comex, o cobre para julho perdia 3,20%, para US$ 3,1280 por libra-peso. Por outro lado, os preços dos Treasuries subiam, com respectiva queda dos juros. No
horário citado, o juro da T-note de 2 anos caía para 0,7739%, o da T-note de 10 anos recuava para 3,4401% e o do T-Bond de 30 anos declinava para 4,3161%.
Mas a Europa não é o único problema a tirar o sono dos investidores. Do lado externo, o provável aperto monetário na China e a situação ainda frágil da economia norte-americana, e do lado interno, o início do ciclo de alta de juro, estimulam uma posição defensiva na Bovespa. "A saída de recursos estrangeiros não é só de estrangeiros, mas também de
investidores locais diante de um cenário tão conturbado", afirma o economista-chefe da Legan Asset Management, Fausto Gouveia.
O gestor de recursos da InvestCapital, Giovanni Di Pasquale, vê na deflação da Espanha anunciada hoje um motivo a mais de preocupação. Pela primeira vez desde 1986, o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) registrou taxa negativa de 0,1% em abril ante mesmo mês do ano. Para Di Pasquale, há o risco dessa deflação se espalhar pelo restante
da Europa, provocando efeito cascata nas economias e com consequências para o Brasil.
Outro motivo para manter os investidores avessos a riscos é a investigação que está sendo feita nos EUA para averiguar se oito instituições financeiras enganaram agências de rating com relação a atividades com hipoteca.
Em relação à Petrobras, a ANP acenou com uma notícia promissora. A diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse pela manhã que o poço Libra, que a agência começou a perfurar na Bacia de Santos, pode ter reservas semelhantes às encontradas no poço Franco, onde foram detectados 4,5 bilhões de barris de petróleo.
Magda disse que as duas estruturas geológicas têm tamanho parecido, mas ainda há dúvidas se área de Libra é um reservatório único ou se está dividida em dois reservatórios.
O mercado demonstra com mais intensidade, hoje, o desconforto que mantém em relação à situação fiscal e econômica dos países que compõem a zona do euro. A moeda única caiu a níveis de US$ 1,23 e arrastou outras divisas, abrindo espaço para uma valorização do dólar, que só realimentou a busca generalizada pela moeda dos EUA e outros ativos considerados de menor risco, numa reação em cadeia.
No começo da tarde (13h22) essa espiral colocava o euro em US$ 1,2375, depois de ter batido mínima de US$ 1,2358, um pouco antes. Ante o real, o dólar valia R$ 1,806 (+1,63%) no mercado à vista de balcão e R$ 1,807 (+1,72%) na BM&F. O dólar para junho estava em R$ 1,8110, com valorização de 1,57%.
O temor demonstrado pelos investidores de que as medidas fiscais impeçam a Europa de engatar a recuperação econômica, que se esboçava antes dos problemas gregos virem à tona, é alimentado a cada dia por fatos e declarações. Hoje, os investidores reuniram vários deles para deflagrar um dia de aversão ao risco.
Na Espanha, saíram dados de inflação, sinalizando que a fragilidade mostrada no último dado de PIB - alta de 0,1% no primeiro trimestre, na comparação com o último trimestre de 2009 e queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado - continua. O núcleo do índice de preços ao consumidor do país, que exclui os preços voláteis dos alimentos
frescos e da energia, caiu 0,1% em abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a deflação é resultado de efeitos sazonais e da recessão profunda enfrentada pelo país e ocorreu pela primeira vês desde agosto de 1986, quando o órgão começou a acompanhar os preços. Em março, o núcleo do CPI registrou alta de 0,2%, em bases anuais. Já o índice geral de preços ao consumidor subiu 1,5% em abril, em comparação com a alta de 1,4% em março, puxado
pelo aumento dos preços do combustível.
Também na Espanha foi divulgada uma informação, pelo jornal El País, segundo a qual o presidente da França, Nicolas Sarkozy, teria ameaçado deixar a zona do euro, durante negociações recentes no âmbito da União Europeia. A notícia foi desmentida por uma fonte do governo de Paris, mas o mercado ficou incomodado.
Do Japão, chegou a informação de que os ministros das Finanças do G-7, a exemplo do que já tinha ocorrido na semana passada, fizeram uma teleconferência para discutir as condições do euro. O encontro foi organizado a pedido do ministro das Finanças japonês, Naoto Kan, e ele disse a jornalistas que ouviu notícias sobre a "realidade" na Europa e sobre os esforços da região para enfrentar a crise das dívidas soberanas. Ele descartou especulações de que os países do G-7 podem anunciar uma nova medida para intervir nos mercados de câmbio e tentar evitar que o euro caia mais.
Paralelamente a tudo isso continuam os comentários de economistas e analistas, ressaltando a possibilidade de que a Europa volte à recessão antes mesmo de consolidar a retomada do crescimento após a crise do subprime. Em uma coluna distribuída pela Agência Dow Jones, nesta sexta-feira, o gerente da divisão de investimentos da Perella Weinberg
Partners, empresa de serviços financeiros com sede em Nova York, disse que "a crise financeira nunca foi embora de fato". Para ele, "a montanha de dívidas que derrubou alguns dos maiores bancos do mundo e arrastou o sistema financeiro internacional para a beira do desastre, simplesmente, mudou para os governos". E acrescentou: "agora, está ameaçando
países ao redor do globo e, se deixada incontrolada, pode rasgar todo o tecido do sistema econômico da Europa e arruinar as recuperações econômicas nos EUA, China e América Latina".
No BNP Paribas, a avaliação é de que as medidas fiscais da Espanha e Portugal devem ter impacto negativo entre três e cinco pontos porcentuais no PIB desses países. E outros bancos, como Goldman Sachs e Danske Bank soltaram relatórios com comentários sobre o iminente encolhimento da atividade econômica europeia, em alguns casos, revisando as projeções de PIB dos países da região para baixo.
Em meio a isso, as captações de empresas brasileiras no exterior continuam suspensas e o noticiário nacional, não faz preço no câmbio.
EURO CRAVA NOVAS MINIMAS E DISSEMINA NERVOSISMO NO MERCADO
O mundo financeiro volta a exibir um quadro de nervosismo, com o resgate de
preocupações sobre a capacidade de os países europeus fazerem frente às necessárias medidas de austeridades diante da rejeição popular às propostas de aperto do cinto. Após os pacotes emergenciais de financiamento anunciados para a Grécia e países da periferia da
área do euro, a busca por uma maior sustentabilidade fiscal deve limitar ainda mais o crescimento da região e impor sacrifícios mais duros à população. Sem nenhuma notícia específica, o euro mergulhava para nova mínima em 17 meses ante o dólar. As bolsas são acompanhadas por sinais negativos, com Madri cedendo 3,7%, às 8h12. A tensão atravessava o Atlântico e influenciava os futuros de Nova York, que recuavam. No sentido
oposto, o ouro à vista bateu novo recorde de US$ 1.249 a onça-troy mais cedo, ignorando alertas de analistas sobre limitações para os ganhos do metal. Às 7h49, o metal tinha cotação de US$ 1.247, indicando alta de 0,95%. O petróleo cede ao redor de 2%. E investidores ariscos aportam nos Treasuries. Além de acompanhar o exterior, os investidores aqui
aguardam o balanço da Petrobras após o fechamento do pregão.
Vendas do varejo e produção dão real medida da economia nos EUA - A agenda de indicadores dos EUA para esta sexta-feira traz como destaques os dados sobre as vendas no varejo de abril, com divulgação às 9h30, e a produção industrial do país em igual mês, que sairá às 10h15.
Aqui, IGP-10 de maio acelera para 1,11% ante 0,63% em abril - O resultado do indicador divulgado há pouco pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) veio dentro das previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,70% e 1,15%), mas superou a mediana de 0,80%.
Euro crava nova mínima em 14 meses - O euro cedia para nova mínima em 17 meses frente ao dólar, com a preocupação de que as manifestações públicas dificultem a aplicação de medidas de austeridade fiscal por parte de governos endividados da zona do euro. O euro valia US$ 1,2474, após ter tocado a mínima intraday de US$ 1,2432, de US$ 1,2531 na tarde
de ontem em NY. O dólar estava em 92,47 ienes, levemente abaixo do registro de 92,68 ienes em NY. A libra britânica saiu da casa de US$ 1,4614 ontem para US$ 1,4549, às 8h06. Uma declaração do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, manifestando incerteza sobre a capacidade de a Grécia superar seus severos déficits orçamentários e conseguir pagar todas as suas dívidas não ajudava em nada no processo de pacificação do nervosismo do mercado financeiro europeu. "Eu considero duvidoso se a Grécia com o tempo vai realmente atingir uma posição para conquistar isso", disse Ackermann em um programa de bate-papo na emissora de TV ZDF.
Mesmas pedras afetam mercados na Grécia - O cenário de potencial reestruturação da dívida da Grécia ressurge e dá o argumento para ampliação do spread - diferencial - entre o rendimento dos títulos gregos na comparação com os bunds alemães de 10 anos de 440 pontos-base ontem para 495 pontos-base nesta manhã. A ameaça de novo rebaixamento do
rating do país também voltou a assombrar os ativos do país. Na Bolsa de Atenas, o índice AES cedia 3% mais cedo. Outros mercados mais tensos, como os da Espanha, também reagiam com mais sensibilidade à elevação das apreensões dos investidores. Às 8h12, o Ibex, referencial da Bolsa de Madri, perdia 3,7%, para os 9.611 pontos, mas já tinha conseguido
sair da mínima intraday de 9.499 pontos. Hoje, uma bomba explodiu dentro do principal prédio de Justiça da cidade grega de Thessaloniki, no norte do país.
Crise grega pode impedir esforços de recuperação, diz EBRD - O presidente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês), Thomas Mirow, afirmou que a crise na Grécia tem o potencial de impedir os esforços de recuperação da região sudeste da Europa, particularmente se as subsidiárias de bancos gregos que atuam na
Bulgária, Romênia e Sérvia forem afetados pela incerteza sobre suas condições.
Bolsas nucleares da Europa com quedas mais brandas - O sinal negativo também se faz presente nas bolsas centrais da Europa, mas a queda é mais sutil. Frankfurt perdia 1,34%; Paris recuava 2,50% e Londres, 1,65%. A aceleração das perdas nos mercados acionários europeus influenciava no pré-mercado de Nova York e conduzia a queda de 0,62% do S&P 500 e a baixa de 0,58% do Nasdaq futuro, às 8h03. Além da incerteza sobre as dívidas europeias, outro vetor que continua estragando o humor é a investigação do procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, sobre oito bancos suspeitos de forneceram às agências de classificação de risco informações falsas para os ratings dos ativos hipotecários.
O petróleo WTI para junho dá sequência à sólida tendência gráfica de baixa no curto prazo. Às 8h21, o petróleo com esse vencimento era negociado a US$ 73,14 por barril, na Nymex eletrônica, com queda de 1,69%.
Dólar avançou no final do pregão, cotado a R$ 1,777, mas com giro baixo - O dólar doméstico, em dia de poucos negócios, inverteu a queda inicial após o leilão de compra do Banco Central à tarde em meio à zeragem de posições vendidas. No balcão, a moeda norte-americana
encerrou cotada a R$ 1,7770, com ganho de 0,11%.
preocupações sobre a capacidade de os países europeus fazerem frente às necessárias medidas de austeridades diante da rejeição popular às propostas de aperto do cinto. Após os pacotes emergenciais de financiamento anunciados para a Grécia e países da periferia da
área do euro, a busca por uma maior sustentabilidade fiscal deve limitar ainda mais o crescimento da região e impor sacrifícios mais duros à população. Sem nenhuma notícia específica, o euro mergulhava para nova mínima em 17 meses ante o dólar. As bolsas são acompanhadas por sinais negativos, com Madri cedendo 3,7%, às 8h12. A tensão atravessava o Atlântico e influenciava os futuros de Nova York, que recuavam. No sentido
oposto, o ouro à vista bateu novo recorde de US$ 1.249 a onça-troy mais cedo, ignorando alertas de analistas sobre limitações para os ganhos do metal. Às 7h49, o metal tinha cotação de US$ 1.247, indicando alta de 0,95%. O petróleo cede ao redor de 2%. E investidores ariscos aportam nos Treasuries. Além de acompanhar o exterior, os investidores aqui
aguardam o balanço da Petrobras após o fechamento do pregão.
Vendas do varejo e produção dão real medida da economia nos EUA - A agenda de indicadores dos EUA para esta sexta-feira traz como destaques os dados sobre as vendas no varejo de abril, com divulgação às 9h30, e a produção industrial do país em igual mês, que sairá às 10h15.
Aqui, IGP-10 de maio acelera para 1,11% ante 0,63% em abril - O resultado do indicador divulgado há pouco pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) veio dentro das previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,70% e 1,15%), mas superou a mediana de 0,80%.
Euro crava nova mínima em 14 meses - O euro cedia para nova mínima em 17 meses frente ao dólar, com a preocupação de que as manifestações públicas dificultem a aplicação de medidas de austeridade fiscal por parte de governos endividados da zona do euro. O euro valia US$ 1,2474, após ter tocado a mínima intraday de US$ 1,2432, de US$ 1,2531 na tarde
de ontem em NY. O dólar estava em 92,47 ienes, levemente abaixo do registro de 92,68 ienes em NY. A libra britânica saiu da casa de US$ 1,4614 ontem para US$ 1,4549, às 8h06. Uma declaração do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, manifestando incerteza sobre a capacidade de a Grécia superar seus severos déficits orçamentários e conseguir pagar todas as suas dívidas não ajudava em nada no processo de pacificação do nervosismo do mercado financeiro europeu. "Eu considero duvidoso se a Grécia com o tempo vai realmente atingir uma posição para conquistar isso", disse Ackermann em um programa de bate-papo na emissora de TV ZDF.
Mesmas pedras afetam mercados na Grécia - O cenário de potencial reestruturação da dívida da Grécia ressurge e dá o argumento para ampliação do spread - diferencial - entre o rendimento dos títulos gregos na comparação com os bunds alemães de 10 anos de 440 pontos-base ontem para 495 pontos-base nesta manhã. A ameaça de novo rebaixamento do
rating do país também voltou a assombrar os ativos do país. Na Bolsa de Atenas, o índice AES cedia 3% mais cedo. Outros mercados mais tensos, como os da Espanha, também reagiam com mais sensibilidade à elevação das apreensões dos investidores. Às 8h12, o Ibex, referencial da Bolsa de Madri, perdia 3,7%, para os 9.611 pontos, mas já tinha conseguido
sair da mínima intraday de 9.499 pontos. Hoje, uma bomba explodiu dentro do principal prédio de Justiça da cidade grega de Thessaloniki, no norte do país.
Crise grega pode impedir esforços de recuperação, diz EBRD - O presidente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês), Thomas Mirow, afirmou que a crise na Grécia tem o potencial de impedir os esforços de recuperação da região sudeste da Europa, particularmente se as subsidiárias de bancos gregos que atuam na
Bulgária, Romênia e Sérvia forem afetados pela incerteza sobre suas condições.
Bolsas nucleares da Europa com quedas mais brandas - O sinal negativo também se faz presente nas bolsas centrais da Europa, mas a queda é mais sutil. Frankfurt perdia 1,34%; Paris recuava 2,50% e Londres, 1,65%. A aceleração das perdas nos mercados acionários europeus influenciava no pré-mercado de Nova York e conduzia a queda de 0,62% do S&P 500 e a baixa de 0,58% do Nasdaq futuro, às 8h03. Além da incerteza sobre as dívidas europeias, outro vetor que continua estragando o humor é a investigação do procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, sobre oito bancos suspeitos de forneceram às agências de classificação de risco informações falsas para os ratings dos ativos hipotecários.
O petróleo WTI para junho dá sequência à sólida tendência gráfica de baixa no curto prazo. Às 8h21, o petróleo com esse vencimento era negociado a US$ 73,14 por barril, na Nymex eletrônica, com queda de 1,69%.
Dólar avançou no final do pregão, cotado a R$ 1,777, mas com giro baixo - O dólar doméstico, em dia de poucos negócios, inverteu a queda inicial após o leilão de compra do Banco Central à tarde em meio à zeragem de posições vendidas. No balcão, a moeda norte-americana
encerrou cotada a R$ 1,7770, com ganho de 0,11%.
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