quinta-feira, 20 de maio de 2010

Petrobras pode adiar oferta de US$ 25 bi se crise piorar

A Petróleo Brasileiro SA pode decidir adiar o plano de fazer uma oferta de até US$ 25 bilhões em novas ações se a situação no mercado mundial piorar, disse o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
As ações da Petrobras despencaram 13 por cento este mês para chegarem
ontem ao menor preço desde março de 2009, ao mesmo tempo em que as
expectativas de oscilações nos preços de ações dos Estados Unidos tiveram
uma alta recorde com o agravamento da crise na Europa. A empresa, que
planeja fazer a maior oferta de ações do Ocidente em pelo menos uma década,
disse na terça-feira que deve realizar a operação no fim de julho ou início
de agosto.
"Se a crise ficar como está agora, podemos prosseguir,"
disse ontem Gabrielli, 60, numa entrevista à Bloomberg Television em Nova
York. "Se a crise se aprofundar e se espalhar mais do que está agora, então
teremos que considerar.
Mas neste momento, achamos que é possível fazer."
A Petrobras planeja investir até US$ 220 milhões entre 2010 e 2014, o
maior programa de investimentos da indústria mundial de petróleo. A empresa
busca desenvolver reservas no pré-sal, como o campo de Tupi, a maior
descoberta das Américas desde 1976. A oferta de ações vai ajudar a financiar o investimento e a reduzir a relação entre a dívida e o capital da empresa, disse Gabrielli.
Cinco das sete aberturas de capital no Brasil este ano, incluindo a
oferta de ações de uma das empresas do bilionário Eike Batista, resultaram
em captações menores do que as companhias previam. A espera pela venda de
papéis da Petrobras ajudou a reduzir a demanda por ações de outras empresas.
O índice de volatilidade da bolsa de Chicago deu um salto de 86 por
cento para 40,95 pontos entre 30 de abril e 7 de maio.
Foi o maior avanço semanal em 20 anos.
Os papéis da Petrobras caíram ontem 67 centavos, ou 2,3 por cento, para
R$ 28,55 na Bovespa.
A Petrobras disse na terça-feira num comunicado que o processo para
medir a demanda pelas ações e definir o preço na oferta, o chamado
"book-building," vai começar em junho.
Gabrielli disse que vários investidores já demonstraram interesse em
participar da oferta, incluindo fundos soberanos, fundos de hedge, private
equity, outras petrolíferas, fornecedores e investidores de longo prazo.
A capitalização vai criar "uma posição melhor para nós em qualquer hora
que tivermos que ir ao mercado de renda fixa,"
disse Gabrielli.

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