sábado, 15 de maio de 2010

EURO CRAVA NOVAS MINIMAS E DISSEMINA NERVOSISMO NO MERCADO

O mundo financeiro volta a exibir um quadro de nervosismo, com o resgate de
preocupações sobre a capacidade de os países europeus fazerem frente às necessárias medidas de austeridades diante da rejeição popular às propostas de aperto do cinto. Após os pacotes emergenciais de financiamento anunciados para a Grécia e países da periferia da
área do euro, a busca por uma maior sustentabilidade fiscal deve limitar ainda mais o crescimento da região e impor sacrifícios mais duros à população. Sem nenhuma notícia específica, o euro mergulhava para nova mínima em 17 meses ante o dólar. As bolsas são acompanhadas por sinais negativos, com Madri cedendo 3,7%, às 8h12. A tensão atravessava o Atlântico e influenciava os futuros de Nova York, que recuavam. No sentido
oposto, o ouro à vista bateu novo recorde de US$ 1.249 a onça-troy mais cedo, ignorando alertas de analistas sobre limitações para os ganhos do metal. Às 7h49, o metal tinha cotação de US$ 1.247, indicando alta de 0,95%. O petróleo cede ao redor de 2%. E investidores ariscos aportam nos Treasuries. Além de acompanhar o exterior, os investidores aqui
aguardam o balanço da Petrobras após o fechamento do pregão.
Vendas do varejo e produção dão real medida da economia nos EUA - A agenda de indicadores dos EUA para esta sexta-feira traz como destaques os dados sobre as vendas no varejo de abril, com divulgação às 9h30, e a produção industrial do país em igual mês, que sairá às 10h15.
Aqui, IGP-10 de maio acelera para 1,11% ante 0,63% em abril - O resultado do indicador divulgado há pouco pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) veio dentro das previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,70% e 1,15%), mas superou a mediana de 0,80%.
Euro crava nova mínima em 14 meses - O euro cedia para nova mínima em 17 meses frente ao dólar, com a preocupação de que as manifestações públicas dificultem a aplicação de medidas de austeridade fiscal por parte de governos endividados da zona do euro. O euro valia US$ 1,2474, após ter tocado a mínima intraday de US$ 1,2432, de US$ 1,2531 na tarde
de ontem em NY. O dólar estava em 92,47 ienes, levemente abaixo do registro de 92,68 ienes em NY. A libra britânica saiu da casa de US$ 1,4614 ontem para US$ 1,4549, às 8h06. Uma declaração do executivo-chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, manifestando incerteza sobre a capacidade de a Grécia superar seus severos déficits orçamentários e conseguir pagar todas as suas dívidas não ajudava em nada no processo de pacificação do nervosismo do mercado financeiro europeu. "Eu considero duvidoso se a Grécia com o tempo vai realmente atingir uma posição para conquistar isso", disse Ackermann em um programa de bate-papo na emissora de TV ZDF.
Mesmas pedras afetam mercados na Grécia - O cenário de potencial reestruturação da dívida da Grécia ressurge e dá o argumento para ampliação do spread - diferencial - entre o rendimento dos títulos gregos na comparação com os bunds alemães de 10 anos de 440 pontos-base ontem para 495 pontos-base nesta manhã. A ameaça de novo rebaixamento do
rating do país também voltou a assombrar os ativos do país. Na Bolsa de Atenas, o índice AES cedia 3% mais cedo. Outros mercados mais tensos, como os da Espanha, também reagiam com mais sensibilidade à elevação das apreensões dos investidores. Às 8h12, o Ibex, referencial da Bolsa de Madri, perdia 3,7%, para os 9.611 pontos, mas já tinha conseguido
sair da mínima intraday de 9.499 pontos. Hoje, uma bomba explodiu dentro do principal prédio de Justiça da cidade grega de Thessaloniki, no norte do país.
Crise grega pode impedir esforços de recuperação, diz EBRD - O presidente do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, na sigla em inglês), Thomas Mirow, afirmou que a crise na Grécia tem o potencial de impedir os esforços de recuperação da região sudeste da Europa, particularmente se as subsidiárias de bancos gregos que atuam na
Bulgária, Romênia e Sérvia forem afetados pela incerteza sobre suas condições.
Bolsas nucleares da Europa com quedas mais brandas - O sinal negativo também se faz presente nas bolsas centrais da Europa, mas a queda é mais sutil. Frankfurt perdia 1,34%; Paris recuava 2,50% e Londres, 1,65%. A aceleração das perdas nos mercados acionários europeus influenciava no pré-mercado de Nova York e conduzia a queda de 0,62% do S&P 500 e a baixa de 0,58% do Nasdaq futuro, às 8h03. Além da incerteza sobre as dívidas europeias, outro vetor que continua estragando o humor é a investigação do procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, sobre oito bancos suspeitos de forneceram às agências de classificação de risco informações falsas para os ratings dos ativos hipotecários.
O petróleo WTI para junho dá sequência à sólida tendência gráfica de baixa no curto prazo. Às 8h21, o petróleo com esse vencimento era negociado a US$ 73,14 por barril, na Nymex eletrônica, com queda de 1,69%.
Dólar avançou no final do pregão, cotado a R$ 1,777, mas com giro baixo - O dólar doméstico, em dia de poucos negócios, inverteu a queda inicial após o leilão de compra do Banco Central à tarde em meio à zeragem de posições vendidas. No balcão, a moeda norte-americana
encerrou cotada a R$ 1,7770, com ganho de 0,11%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário