Após oscilar entre ligeiras altas e baixas durante a manhã, a Bovespa firmou-se no terreno negativo no início desta tarde e operava abaixo dos 68 mil pontos, em queda ao redor de 1%, refém de um cenário externo ainda nebuloso. O nervosismo segue como tônica dos negócios, à medida que os agentes absorvem as notícias vindas da Europa e da Ásia, o que acentua a pressão vendedora nos mercados acionários globais e mantém a cautela entre os investidores. Petrobras ajuda a diminuir as perdas locais.
Até as 14 horas, o Ibovespa foi negociado de uma pontuação máxima, aos 68.422 pontos, em alta de 0,29%, até uma pontuação mínima de 67.331 pontos, em queda de 1,31%.
Naquele momento, o índice à vista caía 1,06%, aos 67,5 mil pontos, e registrava um volume financeiro de R$ 2 bilhões, marcado pela presença maior de "gringos" na ponta de venda, com projeção de giro de R$ 4,8 bilhões até o fim do dia.
Analistas apontam que a piora da Bolsa brasileira acentuou-se após a abertura no vermelho em Wall Street, o que fez com que o índice Dow Jones perdesse a marca dos 11 mil pontos.
Na volta do mercado norte-americano do feriado prolongado de Ação de Graças nos EUA, os números positivos, porém ainda fracos, do início da temporada de compras de fim de ano no país foram ofuscados pela renovada apreensão quanto ao contágio dos problemas fiscais em países da zona do euro e, em menor escala, pelo conflito entre as vizinhas Coreias.
"Existem já há algum tempo coisas que estão estressando os mercados e ninguém gosta desse nervosismo", avalia o sócio-diretor da Humaitá Investimentos, Frederico Mesnik. Na lista das preocupações dos investidores que mantém o clima de ceticismo nos negócios,
estão o problema fiscal em países europeus, os temores relacionados ao aperto monetário chinês e a retomada da economia norte-americana. Nem mesmo o pacote de ajuda financeira à Irlanda, anunciado no fim de semana, dissipa os temores de contágio em nações maiores, como Portugal, Espanha e Itália. "A Bolsa está refém desse mau humor externo. O mercado precisa se acalmar um pouco para voltar a fazer compras", acrescenta.
Petrobras era uma das ações que tentavam resistir a essa contaminação, o que contribuía para amenizar as perdas da Bolsa. Às 14 horas, as ações ON da estatal petrolífera subiam 0,33%, mas as PN tinham leve baixa de 0,04%. O comportamento era estimulado em parte pelo avanço do petróleo negociado no exterior.
Na contramão da commodity, os metais básicos caíam e prejudicavam o desempenho das ações das empresas brasileiras exportadoras de matérias-primas, que seguem impactadas por um temor de menor demanda por recursos básicos. As demais blue chips seguiam o sinal negativo que prevalece nas ordens de operação: Vale PNA caía 1,03% e Vale ON recuava 0,83%; Gerdau PN perdia 1,25% e Usiminas ON cedia 1,27%.
No topo do ranking de maiores baixas do Ibovespa, no mesmo horário, estava Sabesp ON, com -4,45%, seguida por Vivo PN, com -3,73% e por PDG Realty, com -3,05%. Outra queda expressiva estava com TAM PN, com -1,91%, após a informação de que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu a partir de hoje a venda de bilhetes da companhia aérea para todas as rotas domésticas com decolagem prevista até a próxima sexta-feira, dia 3 de
dezembro. O objetivo é evitar a ampliação dos problemas de atraso e cancelamento de voos observados no fim de semana.
Já no terreno positivo, destaque para os ganhos de 1,04% da Cielo ON, na primeira colocação da lista de maiores altas do índice à vista. A rival Redecard também subia, embora com menor ímpeto, com +0,23% nas ações ON. Light ON e Natura ON apareciam na sequência, com +1,01% e +0,69%, respectivamente.
Na agenda do dia, passou praticamente incólume pelos mercados a melhora no índice de atividade industrial do Fed de Dallas, que subiu para 16,2 em novembro, ante 2,6 em outubro. Logo mais, às 15 horas, o Fed de Chicago divulga o índice de atividade no meio-oeste em outubro.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
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