sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tensão nas coreias e contagio na europa mantem exterior em alerta

O ambiente continua bastante delicado no exterior. A tensão entre as Coreias permanece como foco de perigo e o contágio na zona do euro não dá sinais de alívio. Como os americanos hoje vão às compras nesta Black Friday, a liquidez seguirá estreita nos mercados globais, mas o pano de fundo ainda é de muita cautela.
Novas informações da Ásia mantêm os investidores internacionais em alerta. Explosões foram ouvidas hoje na região da ilha de Yeonpyeong, três dias após a artilharia da Coreia do Norte resultar na morte de quatro pessoas. Segundo relato do The Wall Street Journal, não foi possível identificar de onde vieram as explosões, separadas por intervalo de 30 minutos.
Exercícios militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos na região neste final de semana devem manter a tensão. A Coreia do Norte reagiu com críticas e disse que as manobras colocarão a península à beira da guerra, conforme as agências internacionais.
Na Europa, os países periféricos continuam sob a desconfiança dos investidores. Como o compromisso de ajuda à Irlanda não estancou a turbulência, já se fala que os recursos da União Europeia e do Fundo Monetários Internacional (FMI), de 750 bilhões de euros, podem
não ser suficientes caso a Espanha, além de Portugal, também precise de ajuda. Nesse caso, a conta passaria de 1 bilhão de euros.
Primeiro, o presidente do Bundesbank, o banco central da Alemanha, Axel Weber, afirmou que o fundo poderia ser ampliado caso necessário. Depois, o porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj Tardio, disse que não existem discussões nesse sentido. "O problema é que os mercados estão antecipando novos pedidos (de ajuda)", avalia Paul Donovan, economista do UBS.
Portugal, novo alvo das especulações, busca aprovar hoje no parlamento o orçamento para o próximo ano, com diversos cortes nos gastos públicos. O esforço, fruto também de extensa negociação política, pode não ser suficiente. Diversos analistas citam hoje a informação divulgada pelo FT alemão, de que membros da zona do euro estão pressionando Portugal a
aceitar um pacote, de forma a evitar o contágio para a Espanha.
Na Irlanda, aguarda-se o resultado da eleição local que deve ter reduzido a já apertada maioria do governo no parlamento para duas cadeiras. "O euro valorizado deixa o ajuste desses países muito difícil e a pressão sobre Portugal é violenta", afirmou Wilber Colmerauer, sócio da consultoria Brazil Funding, em Londres.
A agenda internacional é totalmente esvaziada pela Black Friday, nos EUA, que fecha mais cedo as bolsas em Nova York. A expectativa volta-se para o resultado da temporada de liquidações antes do Natal. Conforme apurou a correspondente da Agência Estado em Nova York, Luciana Xavier, as vendas de fim de ano serão as maiores desde o início da crise, em 2008, refletindo a melhora da economia americana.
Às 7h40 (de Brasília), as bolsas de Londres (-1,21%), Paris (-1,65%) e Frankfurt (-0,92%) cediam.
O euro volta a ser pressionado e recuava para US$ 1,3222, de US$ 1,3369 ontem. O dólar subia para 83,93 ienes, de 83,56 ienes na véspera.
No mesmo horário (acima), o petróleo WTI operava em queda de 0,78%, para US$ 83,23.

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