sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mercado teme que Espanha seja 'bola da vez' da crise

Ainda não está claro se se trata de “efeito manada” ou de uma análise fundamentada por parte dos investidores. Seja um boato ou uma informação verdadeira, o rumor de que a Espanha seja o próximo país a precisar de ajuda internacional já tem consequência concreta: investidores estão vendendo títulos públicos do país ibérico e comprando dólares, num movimento que afetou mercados também de outros países, conforme observou o “Wall Street Journal“.
A moeda americana operava em alta em relação ao euro e ao real, entre outras divisas. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo operava em baixa de 0,98% por volta das 13h. Na Europa, o mercado de Londres caía 0,65%, o de Paris, 0,81%, e o de Frankfurt, 0,62%. Os índices Dow Jones e Nasdaq, dos Estados Unidos, desciam 0,68% e 0,35%, respectivamente.
O retorno que os investidores exigem para comprar títulos da Espanha aumentou consideravelmente nesta semana, conforme noticiaram o “Financial Times” e o “Wall Street Journal”.
Nesta sexta-feira, particularmente, o medo de que a Espanha não consiga pagar seus investidores foi alimentado por uma reportagem do “Financial Times Deutscheland”, segundo a qual autoridades do governo da Alemanha, cuja identidade não foi revelada, estariam em conversas com a Comissão Europeia para elevar o fundo para resgate de países com problemas econômicos.
A reportagem gerou receio de que Espanha e Portugal estariam precisando de ajuda da União Europeia. Os governos alemão, espanhol e português negaram todas as informações da reportagem, assim como a Comissão Europeia.
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, disse que seu país tem ua dívida pública menor do que a média europeia, que o processo de redução do déficit público está sendo conduzido adequadamente e que o sistema financeiro espanhol é um dos mais sólidos da Europa, conforme noticiou o jornal local “El País”.
Zapatero também disse que os investidores de curto prazo “vão se equivocar” se continuarem a vender títulos, atitude que o “Financial Times” considerou um “desafio ao mercado”.
“Se nós continuarmos a ver a tendência recente [de alta] nos retornos dos títulos da Espanha, então a crise vai se elevar para um patamar completamente novo, porque o país corresponde a 11,7% do Produto Interno Bruto [PIB] da eurozona, mais que o dobro de Irlanda, Grécia e Portugal [juntos]”, afirmou Gary Jenkins, da Evolution Securities, ao site do “Wall Street Journal”.

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