quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Panorama Mercados

O mercado asiático operou sem uniformidade, com os investidores absorvendo os comentários da Chanceler alemã sobre os riscos ao euro, a divulgação da Ata do Fed, que reduziu a projeção de crescimento da economia em 2010/11, além da tensão geopolítica entre as duas coréias, inicialmente apaziguadas neste momento. O dólar se fortaleceu na sessão de ontem, com o mercado ampliando a aversão ao risco, mas durante a madrugada devolveu parte da queda, contribuindo para uma moderada recuperação dos preços das commodities.
No Japão o índice Nikkei 225 caiu -0,84%, ajustando o mercado acionário local após feriado na sessão anterior. Empresas exportadoras e bancos foram os destaques negativos, assim como o enfraquecimento do euro ante o iene. As incertezas econômicas internacionais afetam as expectativas de ganhos das empresas, desvalorizando o mercado de ações. Na Coréia o desempenho da bolsa também foi negativo, queda de -0,15%, porém o fim das agressões entre as duas coréias trouxe certa alívio.
Na China o pregão foi de recuperação, alta de 2,0%, impulsionando outras praças na região. O mercado reavaliou os riscos de desaquecimento da economia e outras medidas que o governo possa adotar para frear o crédito e a alta da inflação, recomprando ativos de risco, considerando as perdas dos últimos dias como excessivas. Hong Kong também fechou em alta, assim como as bolsas de Cingapura e Malásia.
A Fipe divulgou o resultado da 3ª quadrissemana do IPC, taxa de 0,77%, em linha com a mediana das expectativas, registrando importante desaceleração ante a prévia anterior quando o IPC subiu 0,87%, destaque para o arrefecimento dos alimentos e transportes. Às 08h00 a FGV anunciou o desempenho de novembro da confiança do consumidor, alta de 2,7%, com o consumidor satisfeito com a situação atual e otimista com os seis meses à frente. Às 10h30 o Bacen divulga nota p/ imprensa sobre o mercado aberto e, sem horário definido, o Dieese divulga os números do emprego e a Serasa a perspectiva da Atividade Econômica, ambos referentes ao mês de outubro.
Nos EUA a agenda é cheia às vésperas do feriado de thanksgiving. Às 11h30 tem os pedidos de bens duráveis, alta estimada de 0,1% em outubro, os pedidos semanais de seguro desemprego e os dados sobre gastos e renda pessoal, variações de 0,5% e 0,4% respectivamente. No mesmo horário temos ainda o PCE, índice de inflação dos gastos das famílias americanas, passando de 1,2% para 1,0% em outubro se comparado com mesmo mês de 2009, confirmando o contínuo arrefecimento da inflação nos EUA.
Às 12h55 a Universidade de Michigan divulga o desempenho final da confiança do consumidor de novembro, passando de 67.7 pts em outubro para 69.5 pts nesta apuração. Às 13h00 tem pesquisas sobre o mercado imobiliário, destaque para as vendas de casas novas, que deve registrar crescimento de 1,6%.
As bolsas européias registram relevante volatilidade esta manhã. Apesar de bons números da pesquisa IFO sobre a confiança dos empresários na Alemanha, a agência de risco S&P rebaixou o rating da Irlanda, com perspectiva negativa. Há muitas incertezas rondado a região neste momento. O receio de que Portugal seja o próximo da lista mantém o mercado cauteloso, além do medo de que não haja dinheiro para ajudar mais algum país com dificuldade de rolar suas dívidas, e isso pode acontecer se Itália ou Espanha forem a bola da vez.
Na parte econômica a pesquisa sobre a confiança dos empresários na Alemanha surpreendeu, passando de 107.7 para 109.3 pts em novembro. Na zona do euro os pedidos de bens duráveis cresceu 13,5%, resultado abaixo das expectativas. Na Itália as vendas do setor varejista caíram -0,2% contra alta estimada de 0,1% em setembro. Já no Reino Unido o destaque foi a divulgação da prévia do PIB referente ao 3ºTrim.10, registrando crescimento de 0,8% (Q0Q) e 2,8% (Y0Y), ambos em linha com as expectativas. O consumo privado veio mais fraco, porém as exportações tiveram boa contribuição.
Empresas do setor alimentos e químicas registram alta esta manhã, porém financeiras seguem registrando perdas devido aos riscos de default em algumas economias. O dólar opera em torno de $1,33, próximo a mínima que foi $1,3285 contra o euro. Nos EUA a agenda econômica está lotada esta manhã antes do feriado de thanksgiving, com os futuros registrando certa estabilidade.
O petróleo fechou em baixa na sessão de ontem, cotado a US$81,25, reagindo ao fortalecimento do dólar e maior aversão ao risco. A perspectiva de menor crescimento da economia americana em 2010 e 2011 pelo Fed também afetou o preço do petróleo, que nesta manhã registra moderada recuperação, em parte com o mercado reagindo ao crescimento do PIB americano no 3º trimestre.
Os metais fecharam em baixa, exceção para o ouro que segue registrando alta devido ao receio de alta dos preços nos países emergentes e uma alta futura da inflação nas economias maduras. Nesta manhã as commodities registram moderada recuperação, o cobre sobe cerca de 0,50%.

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