sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CHINA ELEVA COMPULSÓRIO E BOLSAS ASSUMEM VIÉS DE BAIXA

A China anunciou há pouco a elevação do compulsório bancário em 0,50 ponto porcentual e as bolsas europeias, que patinavam sem direção, assumiram nítido viés de baixa. Os futuros de Nova York amplificaram prontamente as perdas marginalmente e o euro continuou avançando ante o dólar. Antes da
elevação do compulsório, o governo de Hong Kong anunciou a elevação do imposto para transmissão de bens imobiliários em um prazo inferior a dois anos da compra original, ampliando a adoção de medidas para esfriar a
especulação imobiliária. O imposto será menor na medida em que o comprador permanecer com o imóvel por mais tempo. Também recomendou que os bancos reduzam o teto das hipotecas para imóveis de alto padrão.
Enquanto a China abre o seu saco de notícias, as informações sobre os detalhes da ajuda à Irlanda ainda são escassas. Antes das mudanças, o presidente do Fed, Ben Bernanke, tinha atribuído à China parte dos
desequilíbrios mundiais. Em discurso preparado para um evento em Frankfurt, o chefe do BC norte-americano argumentou que a China e outras economias emergentes estão causando problemas para elas mesmas e para o
resto do mundo ao evitarem que suas moedas se fortaleçam conforme suas economias crescem.
EUA não têm dado hoje - Nenhum dado econômico será divulgado hoje nos EUA. O Federal Reserve deve comprar até US$ 9 bilhões em Treasuries com vencimento entre 15 de fevereiro de 2018 e 15 de novembro de
2040. Em Frankfurt, além de Bernanke, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, falará às 12h15.

FGV: 2ª prévia do IGP-M de novembro sobe 1,20%, ante +0,89% da 2ª prévia outubro - A inflação medida pela segunda prévia do IGP-M acelerou em novembro e o resultado (+1,20%) superou o teto das estimativas dos
analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam alta entre 0,85% e 1,17%, com mediana em 0,95%.

Bernanke diz que dólar precisa ser "enfraquecido" ante moedas emergentes - Em discurso preparado para ser
feito em Frankfurt, Bernanke reconheceu que o dólar precisa ser enfraquecido contra outras divisas em mercados
emergentes, porque essas economias estão crescendo muito mais rapidamente do que economias
desenvolvidas. "O ajuste na taxa de câmbio está incompleto, em parte, porque autoridades em algumas
economias emergentes intervieram nos mercados de câmbio externo para evitar ou desacelerar a apreciação de
suas moedas", disse.

Euro sobe - Às 8h37, o euro era cotado a US$ 1,3700, ampliando a alta após o anúncio do compulsório maior na
China, de US$ 1,3631 do final do dia de ontem, com a moeda mantendo-se vulnerável a rotações da percepção
de risco, na medida em que o mercado convive com os problemas do alto endividamento soberano europeu e
outros esqueletos da gestão do dinheiro público. O dólar valia 83,24 ienes, em baixa ante a cotação de 83,51
ienes do final do dia de ontem.

Declínios marginais são substituídos por perdas mais fortes - À espera de detalhes sobre a crise do endividamento da Irlanda e potencial pacote de ajuda ao país, as bolsas da Europa oscilavam sem força logo
cedo, mas com viés de baixa. E o tom negativo se ampliou com as medidas chinesas. Às 8h38, a Bolsa de Londres perdia 1%. Paris recuava 0,35% e Frankfurt indicava variação negativa de 0,18%. Os futuros de NY
estavam em baixa, com o S&P 500 caindo 0,37% e o Nasdaq 100 futuro, 0,28%.

Petróleo em alta marginal - O petróleo bruto mantém a trajetória de alta, ensaiando testar novos níveis importantes de resistência. "O mercado está entre "cumprir ou romper os níveis, o que vai determinar se há ainda
potencial de upside", comenta a PVM Oil Associates. Às 8h39, o contrato futuro do petróleo para dezembro era cotado a US$ 82,40 por barril, com alta de 0,50%, no sistema eletrônico da Nymex. Esse contrato precisa fechar acima de US$ 82,80, sua média móvel de cinco dias, para indicar potencial de honrar novas máximas. O cobre para três meses era negociado com alta de 1,1%, na London Metal Exchange.

Tóquio sem força; asiáticas têm ganhos - A Bolsa de Tóquio fechou com variação positiva de 0,1%, depois que a desvalorização do iene, particularmente contra o euro, ajudou as ações de exportadoras como Toyota e Mazda e se contrapôs às preocupações acerca de um possível aperto na política monetária chinesa. Fundos de hedge estrangeiros recompraram ações japonesas antes do fechamento de suas carteiras em novembro, disse Naoteru
Teraoka, gerente geral da corretora Chuo Mitsui Asset Management. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,5% e o índice S&P/ASX, da Bolsa de Sydney, ganhou 0,5%.

Apetite ao risco voltou forte com esperanças para Irlanda, dados dos EUA e China - A melhora externa amparada nos dados positivos da economia norte-americana, na decisão da China de tomar medidas administrativas para
controlar os preços e na possibilidade de a Irlanda aceitar logo um pacote de ajuda da UE e FMI garantiu um dia de firme recuperação das Bolsas no mundo todo, na esteira do ajuste das commodities. Os índices acionários
em Nova York subiram - o Dow Jones avançou 1,57%, o Nasdaq ganhou 1,55% e o S&P 500 teve alta de 1,54% - assim como a Bovespa, com +1,54%, retomando a marca 70 mil pontos com a ajuda de Vale, Petrobras e das siderúrgicas. Esse mesmo cardápio externo, combinado à percepção de que novas medidas para combater a apreciação do real não vêm tão cedo, empurrou o dólar para baixo ante o real pelo segundo dia seguido. Lá fora, a moeda dos EUA apresentou leve queda ante o euro e discreta alta em relação ao iene. Apesar do persistente recuo, o dólar à vista ainda segue acima de R$ 1,71.

Juros longos ampliaram à tarde as altas exibidas desde cedo - Isso ocorreu em meio ao pessimismo com a pressão dos alimentos sobre a inflação e a descrença de que o novo governo fará um ajuste fiscal baseado em
corte de gastos. Os investidores também embutiram prêmios nos juros estimulados pelo noticiário sobre a provável permanência de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, e a substituição de Henrique Meirelles, no
BC, pelo diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini. O DI janeiro 2012 subiu para 11,64%, de 11,58% no ajuste da véspera, com 343.250 contratos; o DI janeiro 2013 avançou para
12,15%, de 12,08% anteriores, com 298.805 contratos; o DI de janeiro 2014 foi a 12,13%, de 12,07%, com 30.125 contratos.

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