terça-feira, 23 de novembro de 2010

Terceira queda seguida leva bolsas europeias às menores pontuações em seis semanas

Em meio à manutenção dos temores sobre a situação fiscal de alguns países do continente, declaração pessimista de Merkel e ao conflito armado entre as duas Coreias, os principais índices acionários da Europa fecharam em queda pela terceira sessão consecutiva, atingindo nesta terça-feira (23) seus menores patamares das últimas seis semanas. Assim como na véspera, as ações ligadas ao setor financeiro lideraram as perdas na região.
O índice CAC 40, da bolsa de Paris, apresentou desvalorização de 2,47%, indo para 3.724 pontos, enquanto o FTSE 100 da bolsa de Londres recuou 1,75%, a 5.581 pontos. O DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, apresentou uma baixa de 1,72%, atingindo 6.705 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB recuou 2,07%, ficando em 19.951 pontos. Em Estocolmo (-1,60%), Amsterdã (-2,22%) e Madri (-3,05%), a terça-feira também foi de fortes perdas.

% Var Dia Pontos %Var 30D %Var Ano
DAX 30 -1,72 6.705 +1,50 +12,55
FTSE 100 -1,75 5.581 -2,79 +3,11
CAC 40 -2,47 3.724 -3,73 -5,38
SMI -2,13 6.394 -1,29 -2,32
FTSE MIB -2,07 19.951 -7,36 -14,18

Embora a Irlanda tenha aceitado ajuda financeira externa no último fim de semana, a situação do país continua preocupando os investidores. Além dos temores de que os problemas por lá contagiem outros países, em especial Portugal e Espanha, repercutem as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre o impacto da situação da Irlanda no euro. Para ela, a moeda comum do continente está enfrentando uma "situação extraordinariamente séria" por conta da situação fiscal da economia irlandesa.
Trazendo ainda mais apreensão aos mercados, a Coreia do Norte disparou mísseis nesta manhã na ilha de Yeonpyeong, na Coreia do Sul, resultando na morte de dois soldados e ferindo 19 pessoas, sendo três delas civis. A Coreia do Sul já revidou a ofensiva de seus vizinhos do norte. O ataque ocorre às vésperas de uma visita de um embaixador norte-americano à Coreia do Norte, sob rumores de que o país estaria enriquecendo urânio, fato que configuraria um possível segundo passo para a construção de bomba atômica.
Assim como na sessão anterior, o setor financeiro foi o mais prejudicado nas bolsas europeias. O desempenho de maior destaque ficou, mais uma vez, com as ações dos bancos irlandeses: o Bank of Ireland despencou 22,88%, enquanto o Allied Irish Banks caiu 19,12%, fechando cotados a € 0,30 e € 0,33, respectivamente.
Em Frankfurt, as ações do Commerzbank se desvalorizaram 2,44%, enquanto os papéis do UBS caíram 2,61% em Zurique. Já em Paris, Société Générale, Crédit Agricole e BNP Paribas lideram as perdas do índice CAC 40, fechando com quedas de 4,69%, 4,26% e 3,82%, respectivamente. Por fim, os ativos do Barclays recuaram 2,13% em Londres.
Os números positivos da agenda econômica norte-americana pouco puderam fazer para evitar o movimento negativo dos mercados nesta terça-feira. Por lá, a segunda prévia do PIB mostrou avanço de 2,5% no terceiro trimestre de 2010, levemente acima das expectativas do mercado. No mesmo sentido, o número de vendas de casas usadas no país ficou acima do esperado pelos analistas durante o mês de outubro.
No velho continente, o PMI (indicador da atividade manufatureira) da Zona do Euro atingiu em novembro o maior patamar dos últimos três meses. Já a atividade econômica da Alemanha acelerou seu ritmo de crescimento ao expandir 0,7% no terceiro trimestre do ano.

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