segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MERCADOS INTERNACIONAIS

Após uma semana intensa em eventos e fortemente focada nos EUA, os investidores voltaram a olhar com mais atenção para a Europa nesta segunda-feira e parecem não ter gostado do que viram. As preocupações com a dívida soberana de países da periferia da zona do euro foram intensificadas, provocando valorização no dólar diante do euro dias antes da cúpula do G-20 - que deverá ter o câmbio entre os principais itens da agenda. O
efeito da cautela também foi sentido nas bolsas, que sofrem ainda com a realização de lucros depois dos ganhos da semana passada.
O índice Dow Jones, por exemplo, atingiu na semana passada níveis que não eram vistos desde o início da crise financeira, em setembro de 2008, como reação aos planos do Federal Reserve de comprar US$ 600 bilhões em bônus do governo dos EUA para estimular a economia do país. Por isso a fraqueza verificada hoje nas bolsas é também uma devolução de parte do rali recente. Às 14h23 (de Brasília), o Dow Jones caía 0,53%, o Nasdaq recuava 0,14% e o S&P 500 perdia 0,50%.
Jim Meyer, diretor de investimentos da Tower Bridge Advisors, afirmou à agência Dow Jones que muitos observadores dos mercados estão se perguntando se não foram longe demais na reação positiva ao programa anunciado pelo Fed. "Há muitos questionamentos sobre se a segunda rodada de afrouxamento quantitativo vai fazer o que ela é destinada a fazer",
comentou.
Algumas notícias corporativas também colaboravam para o declínio nas bolsas. Entre elas, a Boeing avisou a vários clientes que a entrega do avião 787 Dreamliner será adiada por mais 10 meses, segundo informações da publicação especializada Aviation Week. Às 14h23, as ações da companhia, que integram o índice Dow Jones, caíam 1,94% na Bolsa de Nova York. Na Europa, o índice FT-100 de Londres caía 0,47%, o CAC-40 de Paris cedia 0,05% e o DAX de Frankfurt declinava 0,06%.
Os países da periferia da zona do euro voltaram para o foco dos investidores nos últimos dias, em razão de preocupações com a capacidade desses governos de aprovar orçamentos que preveem cortes no déficit e com o impacto que esses cortes terão nas economias e nas finanças dos países. Hoje o spread (prêmio) dos swaps de default de crédito (CDS) de
Irlanda, Portugal e Espanha se ampliaram. A Grécia contraria a tendência, depois de o governista Partido Socialista vencer as eleições locais realizadas no domingo.
A Irlanda é o país onde a evidência de que existem problemas são maiores. O comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, estará hoje e amanhã em Dublin para delinear a análise da União Europeia sobre as dificuldades econômicas do país e a necessidade de uma resposta abrangente, como informou a rede de notícias irlandesa RTÉ News. Os receios pesaram sobre o euro, que, às 14h23, caía para US$ 1,3901, de US$
1,4029 na sexta-feira. Também ajudou a pressionar a moeda europeia a queda de 0,8% na produção industrial da Alemanha em setembro. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam que a produção industrial alemã aumentasse 0,5%. No horário citado, o dólar recuava para 81,20
ienes, de 81,35 ienes na sexta-feira.
A alta do dólar diante do euro pesou sobre as commodities, embora o cobre negociado em Nova York ensaiasse um avanço no começo da tarde. Às 14h23, o petróleo para dezembro caía 0,66%, para US$ 86,28 por barril na Nymex, enquanto o cobre para dezembro subia 0,28%, para US$ 3,9595 por libra-peso, na Comex.
No mercado de Treasuries os investidores se preparam para as vendas de títulos que vão totalizar US$ 72 bilhões nesta semana, no que será a primeira rodada de leilões depois da retomada das compras de bônus pelo Fed. Às 14h23, o juro da T-note de 2 anos subia para 0,3829%, o da T-note de 10 anos avançava para 2,5363% e o do T-Bond de 30 anos tinha
alta para 4,1116%.

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