Panorama Mercados

As bolsas asiáticas fecharam o pregão em queda, sem exceção, reflexo das incertezas econômicas na Europa e EUA, dos problemas inflacionários em algumas economias emergentes, além de tensão geopolítica com um país que faz uso de arma nuclear. O pessimismo é inevitável, afetando as expectativas quanto ao lucro das empresas e a demanda por commodities. Diante do cenário de maior risco o dólar se fortalece esta manhã ante as demais moedas.
A bolsa do Japão não abriu devido a feriado local. Na China as perdas do mercado acionário foram de -2,0%, destaque para os papéis do setor financeiro. O investidor segue apreensivo quanto a novas medidas para arrefecer o mercado de crédito e para conter a alta da inflação. Bancos e construtoras foram os principais setores em baixa.
Na Coréia do Sul a bolsa caiu -0,79%. O ataque da Coréia do Norte a uma ilha do país ocorreu após o fechamento do pregão. O ataque gera insegurança na região, afetando os ativos de risco. Na Austrália a queda dos metais afetou o desempenho das empresas mineradoras.
A FGV divulgou a 3ª semana do IPC-S, variação de 0,85% puxado pela contínua alta dos alimentos, passando de 1,63% para 1,98%. Transportes e Vestuários também contribuem para a alta do inflação ao consumidor. Às 09h00 o IBGE divulga o IPCA-15 de novembro, expectativa de alta de 0,70%. No mercado as projeções variam de 0,54% a 0,77%. Às 10h30 o Bacen divulga o resultado das contas externas, expectativa de déficit de $(3,9)bi nas transações correntes. Às 14h30 a Receita Federal deve divulgar a arrecadação de outubro, alta de 16% se comparado com o mês anterior. Sem horário definido, a Serasa divulga o índice de atividade econômica, importante indicador sobre o PIB.
Nos EUA o destaque é a revisão do PIB referente ao 3ºTrim.10 às 11h30, expectativa de que a taxa anualizada seja revisada de uma taxa de 2,0% para 2,4%. No 2ºTrim.10 o crescimento foi de 1,7% contra 3,7% no 1ºTrim.10. Às 13h00 tem as vendas de casas existentes, expectativa de queda de -1,1% em outubro após alta de 10% no mês anterior. O Fed de Richmond anuncia o desempenho de novembro da atividade manufatureira, expectativa de alta de 6 pts. Às 17h00 o Fed divulga a Ata da sua última reunião de política monetária.
Na Europa o pregão repete o desempenho negativo da sessão anterior e registra queda moderada. Sem notícias que aumente a confiança do investidor quanto ao desempenho da economia na região, uma vez que mais um país vai passar por severo ajuste fiscal (Irlanda) e há a preocupação de que outras economias importantes também precisem de ajuda (Itália e Espanha), a aversão ao risco se mantém, ampliada pela tensão geopolítica na Ásia.
Na zona do euro a pesquisa PMI sobre o setor manufatureiro superou as expectativas, passando de 54.6 para 55.5 pts em novembro, mostrando recuperação após dois meses de arrefecimento. Na Alemanha o destaque foi a divulgação do resultado final do PIB referente ao 3ºTrim.10, alta de 0,7% (Q0Q) e de 3,9% (Y0Y), ambos em linha com as expectativas. A pesquisa PMI subiu de 56.6 para 58.9 pts em novembro, acima do estimado pelos analistas. Na Itália a confiança do consumidor subiu, 108.5 em novembro contra 107.7, melhor desempenho desde jan/10.
Apesar de bons indicadores de PMI na região, mercado opera com cautela. O viés negativo das bolsas fortalece o dólar nesta manhã. Nos EUA os futuros também registram queda, aguardando o PIB e a Ata do Fed.
O petróleo fechou a sessão com queda de -0,29%, cotado a US$81,74. Apesar das notícias positivas sobre a Irlanda, a insegurança quanto a problemas fiscais em outras economias manteve o tom de cautela dos investidores. Nesta manhã as inseguranças permanecem, destaque para o ataque da Coréia do Norte a uma ilha da Coréia do Sul, matando inclusive um soldado. O fato gera apreensão de novos ataques e o receio de uso de arma nuclear.
Os metais fecharam a sessão em baixa, pressionado pelo câmbio e perspectiva de aumento dos juros na China. O cobre mantém o viés de baixa esta manhã, porém o ouro sobe diante do cenário de maior inflação nas economias emergentes.