Quem será o próximo? A Grécia está em vias de ser cortada e colocada sob tutela, e os abutres já estão em busca de novas guloseimas.
Portugal parece bem colocado nesse triste "hit parade", mas a Espanha pode também ser um prato saboroso. E a Irlanda? E a Itália? E a França? Não chegamos ainda nesse ponto. Mesmo a Alemanha vai acabar colocando a mão no bolso e a Grécia, sem dúvida, será salva.
Mas, por pouco, a tal ponto que a hipótese de um fracasso da União Europeia, e do euro em consequência, deve ser considerado sem rodeios.
Os responsáveis alemães propuseram que a Grécia fosse expulsa da zona do euro. Seria o abismo. A Grécia jamais aceitará isso. Renunciar ao escudo do euro só vai acelerar sua queda. O dracma grego, substituindo o euro, seria imediatamente desvalorizado, elevando imediatamente a dívida grega.
Como chegamos aí? Pensamos, em primeiro lugar, no caos financeiro e econômico. Mas a doença da Europa é mais difusa, mais vasta. Está por todo o lado.
Em todo o continente, de Paris a Amsterdã e Viena, a extrema-direita fascista se fortalece.
E sua sedução repousa em quê? Recrudescimento nacionalista, xenofobia, ódio da União Europeia, do Islã e da globalização.
Diante desse perigo, a Europa se mostra inerte, como que hipnotizada.
Ela se ressente perigosamente de um líder. O interesse da alemã Angela Merkel é, em primeiro lugar, a Alemanha. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, é mais europeu, mas falta seriedade. Como confiar a salvação de um continente a um tipo assim? Há algumas semanas, graças a uma mudança de instituições, a União Europeia se dotou de um presidente e de um ministro das Relações Exteriores. Enfim, a Europa tinha um endereço, uma chefia, um número de telefone. E quem foram os felizes eleitos? Um belga desconhecido, sem rosto, sem passado, sem nada. E na direção das relações exteriores, uma baronesa inglesa e inútil.
Podemos compreender o cálculo dos chefes de Estado europeus. Eles escolheram cuidadosamente duas pessoas incapazes de lhes fazer sombra.
"Voto sempre pelo mais estúpido", dizia outrora um deputado francês da Assembleia Nacional.
Elemento aglutinador. Mas, sem dúvida, há um outro motivo para o desassossego da Europa. Por muito tempo, a União Europeia dispunha de um elemento aglutinador.
Era o medo da União Soviética. Hoje, a União Soviética não existe mais, portanto, não existe mais a ameaça.
Entretanto, se procurarmos, podemos ver muito bem que novos perigos substituíram o soviético.
Um deles é o terrorismo internacional. O outro é a desordem financeira mundial e a falência do modelo econômico que foi o liberalismo louco de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, com seu corolário póstumo, a globalização.
Esse modelo provocou desastres de grande amplitude. Assim, o tabu que impedia os europeus de se dotarem de um governo econômico pereceu.
Um tabu a menos é sempre um avanço. A necessidade de uma Europa econômica e industrial se impõe a todos os espíritos sensatos do Velho Continente.
Mas é necessário confiar o comando dessa governança a pessoas mais reconhecíveis do que um belga "sem identidade" e uma baronesa inglesa "sem qualidade".
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Bancos europeus têm exposição forte a Piigs
As ações de empresas europeias do setor financeiro foram duramente atingidas nos últimos dias pelo crescimento das preocupações com a exposição dessas instituições às economias fracas da região. Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating soberano da Espanha, da Grécia e de Portugal, agravando os receios dos investidores. Itália e Irlanda se unem ao grupo de países que vêm causando preocupação, formando o chamado Piigs.
De acordo com um levantamento feito pela agência Dow Jones, as instituições financeiras da Alemanha têm exposição significativa aos países que estão no centro das atenções recentemente, por causa de problemas de dívida, especialmente à Grécia - país que está à espera de um socorro financeiro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dentro de um pacote de 30 bilhões de euros em ajuda dos membros da zona do euro para a Grécia, a Alemanha deverá contribuir com 8,4 bilhões de euros.
Apenas à Grécia, o banco do segmento imobiliário alemão Hypo Real Estate tem exposição de 7,9 bilhões de euros. O banco também tem exposição de 1,7 bilhão de euros à Portugal, de 2,7 bilhões de euros à Espanha e de 26,5 bilhões de euros à Itália. Commerzbank tem 3,1 bilhões de euros em exposição à Grécia, Munich Re tem 2,1 bilhões de euros, Deutsche Postbank tem 1,3 bilhão de euros e Allianz tem 900 milhões de euros. Deutsche Bank afirmou apenas que possui exposição limitada à Grécia.
Espanha e França
Na Espanha, o Banco Santander é a instituição que tem a maior exposição ao próprio país, de 24 bilhões de euros. A Portugal, a exposição da instituição é de 3,3 bilhões de euros. Outra instituição financeira espanhola, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) disse ter pouca exposição à Grécia e Portugal.
Na França, a segunda maior economia da zona do euro, atrás da Alemanha, a seguradora AXA tem as maiores exposições. À Itália, a exposição é de 4 bilhões de euros; à Espanha é de 3,9 bilhões, a Portugal é de 900 milhões de euros, à Grécia é de 500 milhões de euros e à Irlanda é de 200 milhões de euros.
Credit Agricole tem 850 milhões de euros em exposição à Grécia e CNP Assurances tem 113 milhões de euros. CNP Assurances também informou que tem exposição de 154 milhões de euros a Portugal, 241 milhões de euros à Espanha, 103 milhões de euros à Irlanda e 438 milhões de euros à Itália. Société Générale não quis comentar e BNP Paribas disse ter exposição limitada.
A companhia de serviços financeiros holandesa ING Groep tem exposição significativa à Itália, de 7,9 bilhões de euros. À Grécia e à Espanha a exposição do ING é de 3 bilhões de euros, e a Portugal é de 1,9 bilhão de euros. A exposição do holandês Aegon é de 92 milhões de euros à Grécia, de 58 milhões de euros a Portugal, 1,78 bilhão de euros à Espanha, 138 milhões de euros à Irlanda e 143 milhões de euros à Itália. Já a do SNS Reaal é de 266 milhões de euros à Grécia, 798 milhões de euros à Espanha e 1,46 bilhão de euros à Itália.
Reino Unido e Suiça
Entre os bancos britânicos, Royal Bank of Scotland (RBS) afirmou ter exposição de 1 bilhão de libras à Grécia e de 1,4 bilhão de libras a Portugal. Lloyds Banking Group e Standard Life disseram ter exposição mínima, Standard Chartered afirmou não ter exposição e Barclays e HSBC não quiseram comentar. Prudential tem exposição de 1 milhão de libras à Espanha e nenhuma aos outros países em questão.
Os bancos suíços Credit Suisse e UBS não têm exposição substancial, enquanto a seguradora Swiss Re possui 482 milhões de francos em exposição à Grécia, 50 milhões de francos a Portugal e 127 milhões de francos à Espanha.
Na Itália, Assicurazioni Generali, informou ter 749 milhões de euros em exposição à Grécia e 600 milhões de euros em exposição a Portugal. Intesa Sanpaolo possui 1 bilhão de euros em exposição à Grécia e UniCredit afirmou que não tem exposição substancial.
A exposição do KBC, da Bélgica, é de 1,2 bilhão de euros à Grécia, 600 milhões de euros a Portugal e 2,4 bilhões de euros à Espanha. Já a do belga Fortis Holding é de 3,152 bilhões de euros à Grécia, 2,25 bilhões de euros a Portugal e de 1,78 bilhão de euros à Espanha. As informações são da Dow Jones.
De acordo com um levantamento feito pela agência Dow Jones, as instituições financeiras da Alemanha têm exposição significativa aos países que estão no centro das atenções recentemente, por causa de problemas de dívida, especialmente à Grécia - país que está à espera de um socorro financeiro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dentro de um pacote de 30 bilhões de euros em ajuda dos membros da zona do euro para a Grécia, a Alemanha deverá contribuir com 8,4 bilhões de euros.
Apenas à Grécia, o banco do segmento imobiliário alemão Hypo Real Estate tem exposição de 7,9 bilhões de euros. O banco também tem exposição de 1,7 bilhão de euros à Portugal, de 2,7 bilhões de euros à Espanha e de 26,5 bilhões de euros à Itália. Commerzbank tem 3,1 bilhões de euros em exposição à Grécia, Munich Re tem 2,1 bilhões de euros, Deutsche Postbank tem 1,3 bilhão de euros e Allianz tem 900 milhões de euros. Deutsche Bank afirmou apenas que possui exposição limitada à Grécia.
Espanha e França
Na Espanha, o Banco Santander é a instituição que tem a maior exposição ao próprio país, de 24 bilhões de euros. A Portugal, a exposição da instituição é de 3,3 bilhões de euros. Outra instituição financeira espanhola, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) disse ter pouca exposição à Grécia e Portugal.
Na França, a segunda maior economia da zona do euro, atrás da Alemanha, a seguradora AXA tem as maiores exposições. À Itália, a exposição é de 4 bilhões de euros; à Espanha é de 3,9 bilhões, a Portugal é de 900 milhões de euros, à Grécia é de 500 milhões de euros e à Irlanda é de 200 milhões de euros.
Credit Agricole tem 850 milhões de euros em exposição à Grécia e CNP Assurances tem 113 milhões de euros. CNP Assurances também informou que tem exposição de 154 milhões de euros a Portugal, 241 milhões de euros à Espanha, 103 milhões de euros à Irlanda e 438 milhões de euros à Itália. Société Générale não quis comentar e BNP Paribas disse ter exposição limitada.
A companhia de serviços financeiros holandesa ING Groep tem exposição significativa à Itália, de 7,9 bilhões de euros. À Grécia e à Espanha a exposição do ING é de 3 bilhões de euros, e a Portugal é de 1,9 bilhão de euros. A exposição do holandês Aegon é de 92 milhões de euros à Grécia, de 58 milhões de euros a Portugal, 1,78 bilhão de euros à Espanha, 138 milhões de euros à Irlanda e 143 milhões de euros à Itália. Já a do SNS Reaal é de 266 milhões de euros à Grécia, 798 milhões de euros à Espanha e 1,46 bilhão de euros à Itália.
Reino Unido e Suiça
Entre os bancos britânicos, Royal Bank of Scotland (RBS) afirmou ter exposição de 1 bilhão de libras à Grécia e de 1,4 bilhão de libras a Portugal. Lloyds Banking Group e Standard Life disseram ter exposição mínima, Standard Chartered afirmou não ter exposição e Barclays e HSBC não quiseram comentar. Prudential tem exposição de 1 milhão de libras à Espanha e nenhuma aos outros países em questão.
Os bancos suíços Credit Suisse e UBS não têm exposição substancial, enquanto a seguradora Swiss Re possui 482 milhões de francos em exposição à Grécia, 50 milhões de francos a Portugal e 127 milhões de francos à Espanha.
Na Itália, Assicurazioni Generali, informou ter 749 milhões de euros em exposição à Grécia e 600 milhões de euros em exposição a Portugal. Intesa Sanpaolo possui 1 bilhão de euros em exposição à Grécia e UniCredit afirmou que não tem exposição substancial.
A exposição do KBC, da Bélgica, é de 1,2 bilhão de euros à Grécia, 600 milhões de euros a Portugal e 2,4 bilhões de euros à Espanha. Já a do belga Fortis Holding é de 3,152 bilhões de euros à Grécia, 2,25 bilhões de euros a Portugal e de 1,78 bilhão de euros à Espanha. As informações são da Dow Jones.
Bancos da Espanha têm € 165,5 bi em créditos imobiliários rui
Os bancos espanhóis amargam € 165,5 bilhões de empréstimos "potencialmente problemáticos" e o volume de créditos podres pode aumentar com o rebaixamento da nota de solvência do país anunciada ontem pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.
A exposição total dos bancos espanhóis ao setor imobiliário alcança € 445 bilhões atualmente, dos quais 37,2% são considerados "potencialmente problemáticos". Desse montante de € 165,5 bilhões em risco, pelo menos € 60 bilhões dizem respeito à tomada de imóveis por causa da falta de pagamentos e outros € 43 bilhões considerados "duvidosos".
Como apenas 25% da "exposição problemática" está coberta por provisões específicas, isso significa que as instituições financeiras espanholas estão sob pressão para aumentá-las. Também estão vulneráveis a lançar mais ativos podres como perdas, conforme o Instituto Internacional de Finanças (IIF).
Uma das debilidades assinaladas pela S&P ao rebaixar a nota do país são os ativos financeiros. Em março, a agência já tinha baixado a classificação da banca espanhola diante da possibilidade de perdas importantes por causa da "morosidade creditícia". Com o novo corte ontem, o rating da Espanha caiu em um degrau, de "AA+" para "AA". A perspectiva do rating é negativa, refletindo a possibilidade de um novo rebaixamento se a posição fiscal da Espanha piorar mais que o previsto atualmente pela S&P.
A agência entende que o sistema bancário espanhol poderá necessitar de mais capital do que os € 27 bilhões disponíveis inicialmente através do Fundo de Reestruturação Bancária. Esse mecanismo tem, em todo caso, capacidade de endividamento de até € 90 bilhões, segundo informou a imprensa espanhola.
O IIF, que representa os maiores bancos do mundo, nota em relatório confidencial, datado de antes da onda de rebaixamentos, que a Espanha era outro país que continuava a atrair a atenção dos mercados por causa de seu enorme déficit fiscal, recessão prolongada e deterioração persistente do setor de construção.
Para a entidade, uma alta no custo do financiamento para os espanhóis, diante de "preocupações do mercado" sobre o déficit fiscal e os níveis de endividamento do governo, deve "agravar" a taxa de inadimplência e o volume de créditos problemáticos junto ao setor de construção e desenvolvimento imobiliário.
Durante boa parte do dia, o jornal "El Pais", de Madrid, intitulou que a Espanha "contém sua respiração ante uma possível rebaixamento do rating". E o governo do primeiro-ministro José Luis Zapatero alertou que movimentos especulativos podiam atingir o país nos próximos dias.
A noticia da baixa da nota de solvência "caiu como uma bomba" na Bolsa de Madrid, que teve sua queda ampliada de 1,5% para 2,99%. O corte no rating, um dia depois de a dívida grega ser considerada "lixo" pelos mercados, fez o governo espanhol multiplicar as tentativas de se diferenciar da situação de Atenas.
O governo de Zapatero anunciou que os impostos aumentaram no primeiro trimestre de 2010, ilustrando que a economia vem se estabilizando.
Entretanto, investidores consideram que dificilmente o país conseguirá reduzir seu déficit público de uma taxa de 11,2% do PIB em 2009 para o limite de 3% até 2013. Ainda mais em uma situação em que o desemprego atingiu nível recorde, superando a casa dos 20% em março.
A exposição total dos bancos espanhóis ao setor imobiliário alcança € 445 bilhões atualmente, dos quais 37,2% são considerados "potencialmente problemáticos". Desse montante de € 165,5 bilhões em risco, pelo menos € 60 bilhões dizem respeito à tomada de imóveis por causa da falta de pagamentos e outros € 43 bilhões considerados "duvidosos".
Como apenas 25% da "exposição problemática" está coberta por provisões específicas, isso significa que as instituições financeiras espanholas estão sob pressão para aumentá-las. Também estão vulneráveis a lançar mais ativos podres como perdas, conforme o Instituto Internacional de Finanças (IIF).
Uma das debilidades assinaladas pela S&P ao rebaixar a nota do país são os ativos financeiros. Em março, a agência já tinha baixado a classificação da banca espanhola diante da possibilidade de perdas importantes por causa da "morosidade creditícia". Com o novo corte ontem, o rating da Espanha caiu em um degrau, de "AA+" para "AA". A perspectiva do rating é negativa, refletindo a possibilidade de um novo rebaixamento se a posição fiscal da Espanha piorar mais que o previsto atualmente pela S&P.
A agência entende que o sistema bancário espanhol poderá necessitar de mais capital do que os € 27 bilhões disponíveis inicialmente através do Fundo de Reestruturação Bancária. Esse mecanismo tem, em todo caso, capacidade de endividamento de até € 90 bilhões, segundo informou a imprensa espanhola.
O IIF, que representa os maiores bancos do mundo, nota em relatório confidencial, datado de antes da onda de rebaixamentos, que a Espanha era outro país que continuava a atrair a atenção dos mercados por causa de seu enorme déficit fiscal, recessão prolongada e deterioração persistente do setor de construção.
Para a entidade, uma alta no custo do financiamento para os espanhóis, diante de "preocupações do mercado" sobre o déficit fiscal e os níveis de endividamento do governo, deve "agravar" a taxa de inadimplência e o volume de créditos problemáticos junto ao setor de construção e desenvolvimento imobiliário.
Durante boa parte do dia, o jornal "El Pais", de Madrid, intitulou que a Espanha "contém sua respiração ante uma possível rebaixamento do rating". E o governo do primeiro-ministro José Luis Zapatero alertou que movimentos especulativos podiam atingir o país nos próximos dias.
A noticia da baixa da nota de solvência "caiu como uma bomba" na Bolsa de Madrid, que teve sua queda ampliada de 1,5% para 2,99%. O corte no rating, um dia depois de a dívida grega ser considerada "lixo" pelos mercados, fez o governo espanhol multiplicar as tentativas de se diferenciar da situação de Atenas.
O governo de Zapatero anunciou que os impostos aumentaram no primeiro trimestre de 2010, ilustrando que a economia vem se estabilizando.
Entretanto, investidores consideram que dificilmente o país conseguirá reduzir seu déficit público de uma taxa de 11,2% do PIB em 2009 para o limite de 3% até 2013. Ainda mais em uma situação em que o desemprego atingiu nível recorde, superando a casa dos 20% em março.
Bancos estrangeiros tem US$ 236 bi em créditos na Grécia
Dados revelados ontem pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia, na Suíça, indicam que os bancos internacionais têm US$ 236 bilhões em créditos concedidos à Grécia nos últimos anos.
As instituições comprometidas esperam que as obrigações sejam honradas por bancos, empresas e governo gregos.
Segundo o relatório do BIS, bancos europeus são os mais expostos: US$ 188 bilhões. A Grécia tem uma dívida com os bancos franceses de US$ 74 bilhões; alemães, US$ 45 bilhões; Reino Unido, US$ 15 bilhões: americanos, US$ 16 bilhões.
As estatísticas demonstraram uma exposição importante de bancos europeus à Grécia, o que explica o nervosismo do mercado em relação à capacidade de o país pagar sua dívida.
Se no BIS o temor é de que o contágio se torne uma realidade, na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o alerta é que essa contaminação já está ocorrendo. "Não é uma questão do perigo ou não de uma contaminação. O contágio já ocorreu", afirmou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. "É como o ebola. Quando você percebe, você tem de cortar a perna para sobreviver."
Exposição menor. No Brasil, dados do BIS apontam que a exposição das instituições financeiras brasileiras nos mercados da Grécia, Portugal e Espanha supera a marca de US$ 2,5 bilhões.
No fim de 2009, a maior exposição dos bancos no Brasil está no mercado espanhol, com créditos e empréstimos no valor de US$ 1,4 bilhão.
A Espanha é considerada entre os três países como o que menos preocupa.
As instituições comprometidas esperam que as obrigações sejam honradas por bancos, empresas e governo gregos.
Segundo o relatório do BIS, bancos europeus são os mais expostos: US$ 188 bilhões. A Grécia tem uma dívida com os bancos franceses de US$ 74 bilhões; alemães, US$ 45 bilhões; Reino Unido, US$ 15 bilhões: americanos, US$ 16 bilhões.
As estatísticas demonstraram uma exposição importante de bancos europeus à Grécia, o que explica o nervosismo do mercado em relação à capacidade de o país pagar sua dívida.
Se no BIS o temor é de que o contágio se torne uma realidade, na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o alerta é que essa contaminação já está ocorrendo. "Não é uma questão do perigo ou não de uma contaminação. O contágio já ocorreu", afirmou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. "É como o ebola. Quando você percebe, você tem de cortar a perna para sobreviver."
Exposição menor. No Brasil, dados do BIS apontam que a exposição das instituições financeiras brasileiras nos mercados da Grécia, Portugal e Espanha supera a marca de US$ 2,5 bilhões.
No fim de 2009, a maior exposição dos bancos no Brasil está no mercado espanhol, com créditos e empréstimos no valor de US$ 1,4 bilhão.
A Espanha é considerada entre os três países como o que menos preocupa.
Senado dos EUA decide iniciar debate sobre reforma bancária hoje
NOVA YORK - A agenda de eventos dos EUA para esta quinta-feira, 29, traz como destaque o debate entre republicanos e democratas do Senado sobre o projeto de reforma da legislação financeira do país, a partir das 13h15 (horário de Brasília). O líder republicano no Senado norte-americano, Mitch McConnell, disse em um comunicado que seu partido havia chegado a um acordo com os democratas sobre a parte da proposta de reforma que trata de como lidar com bancos e outras instituições consideradas "grandes demais para falir", sugerindo que a oposição permitiria, após três bloqueios consecutivos, que o texto fosse discutido em plenário.
Também nesta quinta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, planeja nomear Janet Yellen, atualmente presidente do Federal Reserve de São Francisco, como vice-presidente do banco central norte-americano. Ele também deverá nomear o economista do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Peter Diamond e a reguladora bancária do estado de Maryland Sarah Bloom Raskin para assentos no board de sete membros do Fed.
No mesmo dia, o secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, falará sobre o orçamento de seu departamento para o ano fiscal 2011 durante uma audiência com um subcomitê do Senado norte-americano, às 15h30 (de Brasília). As informações são da Dow Jones
Também nesta quinta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, planeja nomear Janet Yellen, atualmente presidente do Federal Reserve de São Francisco, como vice-presidente do banco central norte-americano. Ele também deverá nomear o economista do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Peter Diamond e a reguladora bancária do estado de Maryland Sarah Bloom Raskin para assentos no board de sete membros do Fed.
No mesmo dia, o secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, falará sobre o orçamento de seu departamento para o ano fiscal 2011 durante uma audiência com um subcomitê do Senado norte-americano, às 15h30 (de Brasília). As informações são da Dow Jones
INVESTIDORES NACIONAIS GARANTEM COMPRAS NA BOLSA
A melhora do humor externo hoje repercutiu na bolsa paulista, que opera em
alta desde o início do pregão, acompanhando o movimento dos mercados europeu e norte-americano. A decisão de ontem do Copom de elevar a taxa básica de juros para 9,5% não influencia o mercado negativamente, ao contrário, chega a ser avaliada positivamente por alguns analistas, que acreditam que a alta mostra a independência do BC em relação às
questões políticas.
O principal índice da Bovespa sobe impulsionado principalmente pela Vale, que volta a ganhar o terreno positivo depois de dias sendo penalizada. Às 14h02, o Ibovespa subia 1,71%, com giro de R$ 2,99 bilhões e previsão de R$ 5,27 bilhões para o fechamento.
Até o início da tarde, segundo operadores, as compras dos papéis no mercado nacional é liderada por investidores nacionais, enquanto os estrangeiros atuam principalmente na ponta vendedora.
Vale PNA subia 2,46%, enquanto Vale ON avançava 1,79%. A manutenção de demanda forte, especialmente proveniente da China, onde os preços no mercado à vista seguem em trajetória ascendente, garante a atratividade do papel. Mas os investidores aproveitam o bom momento para a entrada, depois da queda acumulada nos últimos pregões.
Os papéis da Petrobras também sobem: enquanto a ação PN da estatal avança 1,64%, a ON ganha 1,29%, acompanhando a alta de mais 2% do barril do petróleo na Nymex. Apesar de nenhuma solução firme para o problema fiscal da Grécia ter sido divulgada, a expectativa de que um pacote de ajuda mais encorpado, de até 120 bilhões de euros, seja direcionado para o país - e cujo anúncio seria feito nos próximos dias - ameniza as tensões
dos dias anteriores e faz as bolsas europeias operaram em alta hoje.
Nos Estados Unidos, além do sinal positivo vindo do velho continente, indicadores internos favoráveis impulsionam os papéis nas bolsas do país, com destaque para a queda dos pedidos de auxílio-desemprego. S&P 500 avançava há pouco 1,40%.
"Indicadores da economia americana, seja de emprego como de balanços das empresas, vem mostrando forte recuperação nos últimos tempos", destacou o gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Cassoti, afirmando que as bolsas devem responder às perdas verificadas recentemente.
Cassoti acrescentou que a decisão de ontem do Copom de elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual já tinha sido precificada pelo mercado. De fato, entre as maiores altas do Ibovespa apareceram na manhã de hoje Natura (3,69%), Lojas Americanas (2,40%) e Lojas Renner (2,98%).
Natura também era impulsionada pelos bons resultados do primeiro trimestre, divulgados na noite de ontem. A empresa reportou lucro consolidado de R$ 141,6 milhões no período, em linha com a projeção média de R$ 141,8 milhões dos analistas consultados pela Agência
Estado (Brascan, Fator, Goldman Sachs, Itaú e Votorantim). A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 243,5 milhões, 5,5% acima das estimativas, e a receita líquida de R$ 1,014 bilhão também veio em linha com as expectativas dos analistas, que na média esperavam R$
1,003 bilhão.
Um analista destacou que a empresa apresentou bom controle das despesas, que aliado ao aumento da receita - que subiu 21,7%, para R$ 1,014 bilhão - resultou em uma melhoria das margens.
Santander e Cielo
Investidores também respondem positivamente a boa parte dos demais balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje. Destaque para Santander, que avançava 4,51%.
O Banco registrou lucro líquido de R$ 1,763 bilhão no primeiro trimestre de 2010, alta de 111,9% ante igual período de 2009, pelo padrão IFRS. Os ativos totais do banco mantiveram-se praticamente estáveis em relação a dezembro, em R$ 316,048 bilhões. O patrimônio líquido também ficou estável em relação ao trimestre anterior, em R$ 70,729 bilhões.
A carteira de crédito fechou março em R$ 139,910 bilhões, expansão de 2% em 12 meses. O crédito para pessoas físicas foi o destaque no período. As operações desse segmento cresceram 8,6% em 12 meses e encerram março em R$ 43,992 bilhões. A carteira de financiamento ao consumo somou R$ 25,509 bilhões, aumento de 4,1%.
Cielo subia 0,84%, depois que informou lucro líquido de R$ 440,213 milhões, alta de 32,12% em relação ao mesmo período de 2009. No primeiro trimestre, a receita líquida ajustada, adicionando-se a receita proveniente das operações de antecipação de recebíveis, alcançou
R$ 1,020 bilhão, avanço de 25,4%.
Analistas apreciaram, além do crescimento do lucro, a expansão das operações. Somente as receitas com antecipação de recebíveis (serviço que passou a ser oferecido no final de 2008) somaram R$ 73,254 milhões no primeiro trimestre, alta de 29,4%. O volume financeiro dessas
transações foi de R$ 2,2 bilhões, equivalente a 5,8% da carteira total de crédito da empresa.
Também apresentam alta, após balanço: Comgás (+3,06%), Fosfértil (+0,34%) e Totvs (+1,97%), enquanto Embratel cai 0,48%.
Já os papéis da Totvs caem 0,78%, após reportar queda de 4,1% no seu lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 27,851 milhões. Segundo a companhia, o lucro foi afetado negativamente pelo volume de amortização de ágio das aquisições de empresas 20,2% maior que o do primeiro trimestre de 2009.
alta desde o início do pregão, acompanhando o movimento dos mercados europeu e norte-americano. A decisão de ontem do Copom de elevar a taxa básica de juros para 9,5% não influencia o mercado negativamente, ao contrário, chega a ser avaliada positivamente por alguns analistas, que acreditam que a alta mostra a independência do BC em relação às
questões políticas.
O principal índice da Bovespa sobe impulsionado principalmente pela Vale, que volta a ganhar o terreno positivo depois de dias sendo penalizada. Às 14h02, o Ibovespa subia 1,71%, com giro de R$ 2,99 bilhões e previsão de R$ 5,27 bilhões para o fechamento.
Até o início da tarde, segundo operadores, as compras dos papéis no mercado nacional é liderada por investidores nacionais, enquanto os estrangeiros atuam principalmente na ponta vendedora.
Vale PNA subia 2,46%, enquanto Vale ON avançava 1,79%. A manutenção de demanda forte, especialmente proveniente da China, onde os preços no mercado à vista seguem em trajetória ascendente, garante a atratividade do papel. Mas os investidores aproveitam o bom momento para a entrada, depois da queda acumulada nos últimos pregões.
Os papéis da Petrobras também sobem: enquanto a ação PN da estatal avança 1,64%, a ON ganha 1,29%, acompanhando a alta de mais 2% do barril do petróleo na Nymex. Apesar de nenhuma solução firme para o problema fiscal da Grécia ter sido divulgada, a expectativa de que um pacote de ajuda mais encorpado, de até 120 bilhões de euros, seja direcionado para o país - e cujo anúncio seria feito nos próximos dias - ameniza as tensões
dos dias anteriores e faz as bolsas europeias operaram em alta hoje.
Nos Estados Unidos, além do sinal positivo vindo do velho continente, indicadores internos favoráveis impulsionam os papéis nas bolsas do país, com destaque para a queda dos pedidos de auxílio-desemprego. S&P 500 avançava há pouco 1,40%.
"Indicadores da economia americana, seja de emprego como de balanços das empresas, vem mostrando forte recuperação nos últimos tempos", destacou o gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Cassoti, afirmando que as bolsas devem responder às perdas verificadas recentemente.
Cassoti acrescentou que a decisão de ontem do Copom de elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual já tinha sido precificada pelo mercado. De fato, entre as maiores altas do Ibovespa apareceram na manhã de hoje Natura (3,69%), Lojas Americanas (2,40%) e Lojas Renner (2,98%).
Natura também era impulsionada pelos bons resultados do primeiro trimestre, divulgados na noite de ontem. A empresa reportou lucro consolidado de R$ 141,6 milhões no período, em linha com a projeção média de R$ 141,8 milhões dos analistas consultados pela Agência
Estado (Brascan, Fator, Goldman Sachs, Itaú e Votorantim). A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 243,5 milhões, 5,5% acima das estimativas, e a receita líquida de R$ 1,014 bilhão também veio em linha com as expectativas dos analistas, que na média esperavam R$
1,003 bilhão.
Um analista destacou que a empresa apresentou bom controle das despesas, que aliado ao aumento da receita - que subiu 21,7%, para R$ 1,014 bilhão - resultou em uma melhoria das margens.
Santander e Cielo
Investidores também respondem positivamente a boa parte dos demais balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje. Destaque para Santander, que avançava 4,51%.
O Banco registrou lucro líquido de R$ 1,763 bilhão no primeiro trimestre de 2010, alta de 111,9% ante igual período de 2009, pelo padrão IFRS. Os ativos totais do banco mantiveram-se praticamente estáveis em relação a dezembro, em R$ 316,048 bilhões. O patrimônio líquido também ficou estável em relação ao trimestre anterior, em R$ 70,729 bilhões.
A carteira de crédito fechou março em R$ 139,910 bilhões, expansão de 2% em 12 meses. O crédito para pessoas físicas foi o destaque no período. As operações desse segmento cresceram 8,6% em 12 meses e encerram março em R$ 43,992 bilhões. A carteira de financiamento ao consumo somou R$ 25,509 bilhões, aumento de 4,1%.
Cielo subia 0,84%, depois que informou lucro líquido de R$ 440,213 milhões, alta de 32,12% em relação ao mesmo período de 2009. No primeiro trimestre, a receita líquida ajustada, adicionando-se a receita proveniente das operações de antecipação de recebíveis, alcançou
R$ 1,020 bilhão, avanço de 25,4%.
Analistas apreciaram, além do crescimento do lucro, a expansão das operações. Somente as receitas com antecipação de recebíveis (serviço que passou a ser oferecido no final de 2008) somaram R$ 73,254 milhões no primeiro trimestre, alta de 29,4%. O volume financeiro dessas
transações foi de R$ 2,2 bilhões, equivalente a 5,8% da carteira total de crédito da empresa.
Também apresentam alta, após balanço: Comgás (+3,06%), Fosfértil (+0,34%) e Totvs (+1,97%), enquanto Embratel cai 0,48%.
Já os papéis da Totvs caem 0,78%, após reportar queda de 4,1% no seu lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 27,851 milhões. Segundo a companhia, o lucro foi afetado negativamente pelo volume de amortização de ágio das aquisições de empresas 20,2% maior que o do primeiro trimestre de 2009.
Os otimistas estão chegando, pra ficar?
Em uma alusão à música de Jorge Ben Jor "Os alquimistas estão chegando", é possível dizer que os otimistas estão chegando, estão chegando os otimistas. A despeito de toda a deterioração do cenário externo nos últimos dias, há quem acredite que a desvalorização do mercado na realidade não passa de um bom ponto de compra de ações.
A safra de informações negativas continuou ontem. Depois de rebaixar a Grécia e Portugal, ontem foi a vez da Standard & Poor's (S&P) fazer o mesmo com a Espanha. É o terceiro país da Europa a ser rebaixado em 48 horas. Novamente os mercados acusaram o golpe e no Brasil o Índice Bovespa flertou com os 65 mil pontos, entrando numa zona bastante preocupante.
Já a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter a taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano amainou o pessimismo. Isso porque a autoridade monetária disse que, apesar dos indicadores mostrarem recuperação da economia, manterá os juros baixos por um tempo mais prolongado. Os mercados voltaram a subir e o Ibovespa teve forças para fechar em leve alta de 0,22%, aos 66.655 pontos.
O gestor da Schroders Brasil Marcos De Callis é um dos que acreditam que este pode ser um momento de ir às compras no pregão. "Eu pelo menos estou comprando para colocar na carteira dos fundos", diz ele. Quem acredita que é hora de entrar na bolsa imagina que os problemas com os países europeus não serão suficientes para deflagrar uma nova crise mundial, assim como ocorreu com o setor hipotecário americano de alto risco.
Na visão de De Callis, o rebaixamento desses países não deveria ser surpresa, já que para manter as economias aquecidas durante a última crise os governos tiveram que pisar no acelerador dos gastos, aumentando seus déficits e endividamentos, que em alguns casos já eram bem salgados. "Já não era surpresa para ninguém a fragilidade das contas da Grécia, Portugal, Espanha, além de outros países como Itália e Irlanda; portanto, outros rebaixamentos por parte das agências de classificação de risco podem estar por vir", afirma o gestor.
O otimismo dele com o mercado se baseia na tese de que o crescimento mundial não será afetado enquanto os grandes problemas estiverem concentrados em países considerados "periféricos" como os três que foram rebaixados pela Standard & Poor's. "Se países mais relevantes no cenário mundial como os EUA ou a Alemanha, por exemplo, mostrarem muita fragilidade em suas contas podemos começar a nos preocupar, mas essa não é a situação que temos até agora", explica De Callis. Com esse cenário mundial em recuperação, ele vem comprando para colocar nos fundos principalmente ações de commodities.
E os fundamentos brasileiros endossam ou contradizem o otimismo externo? Endossam, acredita o gestor da Schroders. A expectativa de que o Banco Central será mais leniente com a inflação, subindo mais devagar e menos do que deveria a taxa básica de juros, significa que o crescimento econômico será menos abalado. "O Banco Central deveria ter subido os juros já em janeiro para sinalizar que estava de olho na inflação; ele (o BC) está atrasado qualquer que seja a sua postura com relação aos juros daqui por diante", completa ele.
As ações de bancos estiveram entre as maiores altas do Ibovespa ontem, na expectativa de que os balanços venham bons. O primeiro foi o Bradesco, que reportou ontem um lucro líquido ajustado de R$ 2,147 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
A safra de informações negativas continuou ontem. Depois de rebaixar a Grécia e Portugal, ontem foi a vez da Standard & Poor's (S&P) fazer o mesmo com a Espanha. É o terceiro país da Europa a ser rebaixado em 48 horas. Novamente os mercados acusaram o golpe e no Brasil o Índice Bovespa flertou com os 65 mil pontos, entrando numa zona bastante preocupante.
Já a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter a taxa de juros entre zero e 0,25% ao ano amainou o pessimismo. Isso porque a autoridade monetária disse que, apesar dos indicadores mostrarem recuperação da economia, manterá os juros baixos por um tempo mais prolongado. Os mercados voltaram a subir e o Ibovespa teve forças para fechar em leve alta de 0,22%, aos 66.655 pontos.
O gestor da Schroders Brasil Marcos De Callis é um dos que acreditam que este pode ser um momento de ir às compras no pregão. "Eu pelo menos estou comprando para colocar na carteira dos fundos", diz ele. Quem acredita que é hora de entrar na bolsa imagina que os problemas com os países europeus não serão suficientes para deflagrar uma nova crise mundial, assim como ocorreu com o setor hipotecário americano de alto risco.
Na visão de De Callis, o rebaixamento desses países não deveria ser surpresa, já que para manter as economias aquecidas durante a última crise os governos tiveram que pisar no acelerador dos gastos, aumentando seus déficits e endividamentos, que em alguns casos já eram bem salgados. "Já não era surpresa para ninguém a fragilidade das contas da Grécia, Portugal, Espanha, além de outros países como Itália e Irlanda; portanto, outros rebaixamentos por parte das agências de classificação de risco podem estar por vir", afirma o gestor.
O otimismo dele com o mercado se baseia na tese de que o crescimento mundial não será afetado enquanto os grandes problemas estiverem concentrados em países considerados "periféricos" como os três que foram rebaixados pela Standard & Poor's. "Se países mais relevantes no cenário mundial como os EUA ou a Alemanha, por exemplo, mostrarem muita fragilidade em suas contas podemos começar a nos preocupar, mas essa não é a situação que temos até agora", explica De Callis. Com esse cenário mundial em recuperação, ele vem comprando para colocar nos fundos principalmente ações de commodities.
E os fundamentos brasileiros endossam ou contradizem o otimismo externo? Endossam, acredita o gestor da Schroders. A expectativa de que o Banco Central será mais leniente com a inflação, subindo mais devagar e menos do que deveria a taxa básica de juros, significa que o crescimento econômico será menos abalado. "O Banco Central deveria ter subido os juros já em janeiro para sinalizar que estava de olho na inflação; ele (o BC) está atrasado qualquer que seja a sua postura com relação aos juros daqui por diante", completa ele.
As ações de bancos estiveram entre as maiores altas do Ibovespa ontem, na expectativa de que os balanços venham bons. O primeiro foi o Bradesco, que reportou ontem um lucro líquido ajustado de R$ 2,147 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Desta vez, a alta dos juros não deve prejudicar a bolsa
Na teoria econômica, alta de juros significa enfraquecimento da bolsa – o maior rendimento das aplicações de renda fixa costuma fazer mais investidores migrarem ao menos parte dos recursos do mercado de ações para os tradicionais fundos DI. Por isso, a maioria dos analistas costuma ficar pessimista com a bolsa sempre que a Selic sobe. Hoje, porém, não é o que está ocorrendo. Sim, a decisão do Banco Central de aumentar a Selic deve motivar alguma migração de dinheiro para a renda fixa. Mas quase todos os analistas veem esse como um problema menor. “O grande vilão, dessa vez, é a inflação alta. Se a decisão do BC fosse diferente, seria necessário tomar medidas mais drásticas no futuro para conter os preços, o que prejudicaria toda a economia”, diz João Augusto Salles, economista da consultoria Lopes Filho.
Fora isso, esse aumento dos juros já estava na conta dos analistas – e, por isso, alguns deles já estão menos otimistas com setores mais dependentes do crédito, como o varejista. “A tendência de juros mais altos pode reduzir o ritmo de crescimento do setor de consumo. Mas as perspectivas para as empresas desse segmento continuam muito positivas, porque a alta da Selic não vai conter a ascensão das classes sociais e o consequente aumento do poder de compra dessa população”, diz Eduardo Jurcevic, superintendente de investimentos do Grupo Santander Brasil.
Segundo os analistas, a bolsa pode passar por novas quedas nos próximos dias, mas o motivo principal não será o aumento dos juros — e sim as preocupações com a situação fiscal da Grécia. “O mercado vai continuar à mercê da postura que a comunidade europeia terá com relação à Grécia, porque os investidores querem uma garantia de que esses problemas não vão se alastrar”, diz Jurcevic.
Fora isso, esse aumento dos juros já estava na conta dos analistas – e, por isso, alguns deles já estão menos otimistas com setores mais dependentes do crédito, como o varejista. “A tendência de juros mais altos pode reduzir o ritmo de crescimento do setor de consumo. Mas as perspectivas para as empresas desse segmento continuam muito positivas, porque a alta da Selic não vai conter a ascensão das classes sociais e o consequente aumento do poder de compra dessa população”, diz Eduardo Jurcevic, superintendente de investimentos do Grupo Santander Brasil.
Segundo os analistas, a bolsa pode passar por novas quedas nos próximos dias, mas o motivo principal não será o aumento dos juros — e sim as preocupações com a situação fiscal da Grécia. “O mercado vai continuar à mercê da postura que a comunidade europeia terá com relação à Grécia, porque os investidores querem uma garantia de que esses problemas não vão se alastrar”, diz Jurcevic.
Juros no Brasil animam estrangeiros, diz Wall Street Journal
A coluna diária sobre câmbio do site do Wall Street Journal cita nesta quinta-feira, 29, a elevação da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, como um dos principais fatores a animarem os investidores internacionais no dia, depois da esperança de que a ajuda à Grécia se concretize.
“O aumento da taxa básica de juros no Brasil para prevenir o crescimento econômico de um superaquecimento ajudou a melhorar o clima entre investidores”, afirma o texto no segundo parágrafo.
O jornal britânico Financial Times também deu repercussão à decisão do Banco Central do Brasil. “A economia brasileira emergiu da crise muito mais rapidamente do que o esperado, depois de uma curta recessão no ano passado. [...] A economia voltou a um crescimento vigoroso liderado por forte demanda doméstica apoiada por aumento do emprego e dos salários”, diz o FT.
O diário londrino cita a crítica da Confederação Nacional da Indústria, de que “a decisão superestima a alta da inflação”, mas acrescenta que “muitos economistas disseram que o BC tinha pouca alternativa”.
“O aumento da taxa básica de juros no Brasil para prevenir o crescimento econômico de um superaquecimento ajudou a melhorar o clima entre investidores”, afirma o texto no segundo parágrafo.
O jornal britânico Financial Times também deu repercussão à decisão do Banco Central do Brasil. “A economia brasileira emergiu da crise muito mais rapidamente do que o esperado, depois de uma curta recessão no ano passado. [...] A economia voltou a um crescimento vigoroso liderado por forte demanda doméstica apoiada por aumento do emprego e dos salários”, diz o FT.
O diário londrino cita a crítica da Confederação Nacional da Indústria, de que “a decisão superestima a alta da inflação”, mas acrescenta que “muitos economistas disseram que o BC tinha pouca alternativa”.
COPOM: Juro básico sobe 0,75 pp, para 9,5% ao ano
Brasília, 29 de abril de 2010 - O Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom) elevou, ontem à noite, a taxa básica de juros Selic em 0,75 ponto percentual para 9,5% ao ano. A decisão interrompeu um ciclo de cinco manutenções na taxa, que estava estacionada em 8,75% desde setembro.
A decisão foi unânime, sem viés. Em nota, o BC informou que a decisão "dá
seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas".
Apesar de aguardar a elevação de forma unânime, o ajuste em 0,75 ponto
percentual surpreendeu parte do mercado. De acordo com o Termômetro Leia -
pesquisa feita pela Agência Leia com as previsões para os principais indicadores do País -, das 77 instituições ouvidas, 38 estimavam ajuste de 0,75 ponto percentual, enquanto 36 esperavam aumento de 0,50 ponto percentual. Outras duas acreditavam em elevação de 1 ponto percentual e apenas uma apostava em elevação de 0,25 ponto percentual.
A intenção do BC em elevar juros já havia ficado clara nos últimos documentos publicados pela instituição. Na ata da última reunião do Copom, realizada em março, o colegiado apontava os sinais de rápida recuperação doméstica e externa, destacando que já era plausível afirmar que a economia brasileira já se encontra em ciclo de expansão. "A maioria dos membros do Copom (...) entendeu ser mais prudente aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião do Comitê, para então dar início ao ajuste da taxa básica", dizia o texto.
Para parte do mercado, o Banco Central deveria ter começado o ciclo de
ajuste monetário já em março, o que poderia justificar uma elevação maior do que a efetivamente feita hoje. Desde a última reunião, os sinais de aquecimento da economia continuaram se acumulando e influenciando nas expectativas de inflação do mercado, que estima elevação do Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,41% este ano e 4,80% em 2011. Até março, o indicador acumula avanço de 5,17% em doze meses.
As estimativas do próprio Banco Central, que constam do último relatório
trimestral de inflação, divulgado em março, apontavam para uma inflação acima do centro da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. No documento, o BC espera avanço de 5,2% do IPCA no fim do ano.
As projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano
reforçam a expectativa de aquecimento da economia e possível elevação de preços.
No mesmo relatório trimestral de inflação, o Banco Central estima expansão de 5,8% do PIB, enquanto o mercado elevou, segundo o Boletim Focus, a projeção de 5,81% para 6%.
Até março do ano passado, a taxa Selic estava situada em 11,25% ao ano. Na
reunião de abril de 2008, ante a aceleração da atividade econômica, a taxa foi elevada para 11,75%. Nas reuniões de junho e julho, o aquecimento da demanda motivou elevações para 12,25% e 13%, respectivamente. Em setembro, pouco antes do agravamento da crise financeira, a taxa foi elevada para 13,75%, nível mantido nas duas reuniões seguintes, em outubro e dezembro. Os cortes no juro básico tiveram início em janeiro e persistiram por cinco reuniões seguidas (março, abril, junho e julho). A taxa está mantida em 8,75% desde setembro.
Os argumentos do Copom para a decisão tomada hoje serão conhecidos no
próximo dia 6 de maio, quando será divulgada a ata da reunião encerrada há
pouco.
Central (Copom) elevou, ontem à noite, a taxa básica de juros Selic em 0,75 ponto percentual para 9,5% ao ano. A decisão interrompeu um ciclo de cinco manutenções na taxa, que estava estacionada em 8,75% desde setembro.
A decisão foi unânime, sem viés. Em nota, o BC informou que a decisão "dá
seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas".
Apesar de aguardar a elevação de forma unânime, o ajuste em 0,75 ponto
percentual surpreendeu parte do mercado. De acordo com o Termômetro Leia -
pesquisa feita pela Agência Leia com as previsões para os principais indicadores do País -, das 77 instituições ouvidas, 38 estimavam ajuste de 0,75 ponto percentual, enquanto 36 esperavam aumento de 0,50 ponto percentual. Outras duas acreditavam em elevação de 1 ponto percentual e apenas uma apostava em elevação de 0,25 ponto percentual.
A intenção do BC em elevar juros já havia ficado clara nos últimos documentos publicados pela instituição. Na ata da última reunião do Copom, realizada em março, o colegiado apontava os sinais de rápida recuperação doméstica e externa, destacando que já era plausível afirmar que a economia brasileira já se encontra em ciclo de expansão. "A maioria dos membros do Copom (...) entendeu ser mais prudente aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião do Comitê, para então dar início ao ajuste da taxa básica", dizia o texto.
Para parte do mercado, o Banco Central deveria ter começado o ciclo de
ajuste monetário já em março, o que poderia justificar uma elevação maior do que a efetivamente feita hoje. Desde a última reunião, os sinais de aquecimento da economia continuaram se acumulando e influenciando nas expectativas de inflação do mercado, que estima elevação do Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,41% este ano e 4,80% em 2011. Até março, o indicador acumula avanço de 5,17% em doze meses.
As estimativas do próprio Banco Central, que constam do último relatório
trimestral de inflação, divulgado em março, apontavam para uma inflação acima do centro da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. No documento, o BC espera avanço de 5,2% do IPCA no fim do ano.
As projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano
reforçam a expectativa de aquecimento da economia e possível elevação de preços.
No mesmo relatório trimestral de inflação, o Banco Central estima expansão de 5,8% do PIB, enquanto o mercado elevou, segundo o Boletim Focus, a projeção de 5,81% para 6%.
Até março do ano passado, a taxa Selic estava situada em 11,25% ao ano. Na
reunião de abril de 2008, ante a aceleração da atividade econômica, a taxa foi elevada para 11,75%. Nas reuniões de junho e julho, o aquecimento da demanda motivou elevações para 12,25% e 13%, respectivamente. Em setembro, pouco antes do agravamento da crise financeira, a taxa foi elevada para 13,75%, nível mantido nas duas reuniões seguintes, em outubro e dezembro. Os cortes no juro básico tiveram início em janeiro e persistiram por cinco reuniões seguidas (março, abril, junho e julho). A taxa está mantida em 8,75% desde setembro.
Os argumentos do Copom para a decisão tomada hoje serão conhecidos no
próximo dia 6 de maio, quando será divulgada a ata da reunião encerrada há
pouco.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
SANTANDER : VALE
Tese de Investimento: Elevamos nosso preço-alvo para o final de 2010 das
ações VALE/P/VALE5 para R$97,00, contra R$80,00 anteriormente,
implicando um potencial de alta muito atrativo de 97%. Nosso novo preçoalvo
não apenas reflete preços acima do esperado do minério de ferro e do
níquel, mas também o novo mecanismo de precificação do minério de ferro
adotado pela empresa (revisões trimestrais com base nos preços médios nos
últimos três meses), levando a uma lucratividade significativamente superior
à estimada anteriormente no curto e no médio prazo.
ações VALE/P/VALE5 para R$97,00, contra R$80,00 anteriormente,
implicando um potencial de alta muito atrativo de 97%. Nosso novo preçoalvo
não apenas reflete preços acima do esperado do minério de ferro e do
níquel, mas também o novo mecanismo de precificação do minério de ferro
adotado pela empresa (revisões trimestrais com base nos preços médios nos
últimos três meses), levando a uma lucratividade significativamente superior
à estimada anteriormente no curto e no médio prazo.
Aço e mineração: em prévia, corretora não enxerga resultados como drivers
Em sua prévia das divulgações de resultados do setor de aço e mineração, a Itaú Corretora avalia que recente ascensão nos preços do minério de ferro não deverá refletir nos números trimestrais. Com isso, os analistas preveem que os balanços terão pouco peso nos papéis.
“Não esperamos que os resultados das companhias de aço e mineração sejam drivers das ações, dado que eles não refletem inteiramente a alta nos preços de aço e do minério de ferro”, avaliam Marcos Assumpção e Alexandre Miguel, analistas que assinam o relatório da corretora.
Usiminas, CSN e Vale: melhor desempenho
Observando as companhias do setor, os dois esperam que “em bases relativas”, a Usiminas (USIM5), a CSN (CSNA3) e a Vale (VALE3, VALE5) deterão listar melhora em seus números operacionais “devido à sólida demanda doméstica por aço e ao aumento do preço do minério de ferro e redução dos custos”.
Para as duas siderúrgicas, os analistas avaliam que elas irão se beneficiar dos preços mais altos no mercado local e em seu mix de vendas, “o que provavelmente mais do que compensará o aumento potencial de suas matérias-primas”.
Quanto à Vale, a perspectiva é de contração nos custos dos bens vendidos por tonelada e nas despesas operacionais, uma vez que no quarto trimestre houve itens não recorrentes à mineradora. Assumpção e Miguel também esperam que a margem da companhia cresça 13 pontos-base, para 43%.
Gerdau e Magnesita: "neutro"
Já com relação a Gerdau (GGBR4) e Magnesita (MAGG3), a expectativa dos analistas é de que os resultados venham “neutros”. Para a primeira, é esperado uma estabilização de sua margem Ebitda (relação entre a geração operacional de caixa e receita líquida), devido em parte à elevação dos custos de sua divisão de aço; quanto à segunda, também espera-se manutenção da margem Ebitda, devido à implantação de novos contratos.
MMX: "ainda negativo, mas melhorando"
Por último, a equipe da Itaú Corretora avalia que o Ebitda (geração operacional de caixa) da MMX Mineração (MMXM3) “ainda” deverá permanecer negativo, “mas melhorando”.
“Não esperamos que os resultados das companhias de aço e mineração sejam drivers das ações, dado que eles não refletem inteiramente a alta nos preços de aço e do minério de ferro”, avaliam Marcos Assumpção e Alexandre Miguel, analistas que assinam o relatório da corretora.
Usiminas, CSN e Vale: melhor desempenho
Observando as companhias do setor, os dois esperam que “em bases relativas”, a Usiminas (USIM5), a CSN (CSNA3) e a Vale (VALE3, VALE5) deterão listar melhora em seus números operacionais “devido à sólida demanda doméstica por aço e ao aumento do preço do minério de ferro e redução dos custos”.
Para as duas siderúrgicas, os analistas avaliam que elas irão se beneficiar dos preços mais altos no mercado local e em seu mix de vendas, “o que provavelmente mais do que compensará o aumento potencial de suas matérias-primas”.
Quanto à Vale, a perspectiva é de contração nos custos dos bens vendidos por tonelada e nas despesas operacionais, uma vez que no quarto trimestre houve itens não recorrentes à mineradora. Assumpção e Miguel também esperam que a margem da companhia cresça 13 pontos-base, para 43%.
Gerdau e Magnesita: "neutro"
Já com relação a Gerdau (GGBR4) e Magnesita (MAGG3), a expectativa dos analistas é de que os resultados venham “neutros”. Para a primeira, é esperado uma estabilização de sua margem Ebitda (relação entre a geração operacional de caixa e receita líquida), devido em parte à elevação dos custos de sua divisão de aço; quanto à segunda, também espera-se manutenção da margem Ebitda, devido à implantação de novos contratos.
MMX: "ainda negativo, mas melhorando"
Por último, a equipe da Itaú Corretora avalia que o Ebitda (geração operacional de caixa) da MMX Mineração (MMXM3) “ainda” deverá permanecer negativo, “mas melhorando”.
Prazo para capitalização da Petrobras está está difícil de ser cumprido, diz Ativa
Para a Ativa Corretora, será muito complicado para a capitalização da Petrobras sair dentro do prazo. “O prazo legal para a implementação da capitalização, da forma inicialmente planejada, está difícil de ser cumprido”, dizem os analistas.
De acordo com a corretora, mesmo com a MP 487 - que permite a troca de ações entre a União e empresas nas quais o governo tenha participação – ainda não está claro como seria o processo de capitalização.
Diante das incertezas, os analistas revelam estar com “inúmeras dúvidas”, o que explica a recomendação neutra para as ações da estatal, “que continuarão bastante voláteis”, conforme a Ativa.
De acordo com a corretora, mesmo com a MP 487 - que permite a troca de ações entre a União e empresas nas quais o governo tenha participação – ainda não está claro como seria o processo de capitalização.
Diante das incertezas, os analistas revelam estar com “inúmeras dúvidas”, o que explica a recomendação neutra para as ações da estatal, “que continuarão bastante voláteis”, conforme a Ativa.
Bolsas na Europa recuam e rebaixamento da Espanha afeta bancos
LONDRES (Reuters) - As bolsas de valores europeias fecharam em baixa nesta quarta-feira pelo segundo dia seguido, com ações de bancos pressionadas após a Standard & Poor's cortar o rating da Espanha.
O FTSEurofirst 300 encerrou em baixa de 0,94 por cento, a 1.059 pontos, após atingir a mínima em sete semanas de 1.047 pontos mais cedo, em meio a preocupações sobre a Grécia.
O setor bancário recuou, com BBVA, Banco Santander, Barclays e Deutsche Bank em baixa de 0,9 a 5 por cento.
A S&P rebaixou a nota da Espanha para "AA", com perspectiva negativa.
Temores de exposição à dívida grega fizeram as ações do Fortis caírem 7,4 por cento.
Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,3 por cento, a 5.586 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,22 por cento, para 6.084 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,5 por cento, para 3.787 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,43 por cento, para 21.501 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 retrocedeu 2,99 por cento, para 10.167 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 encerrou em queda de 1,89 por cento, para 7.016 pontos.
O FTSEurofirst 300 encerrou em baixa de 0,94 por cento, a 1.059 pontos, após atingir a mínima em sete semanas de 1.047 pontos mais cedo, em meio a preocupações sobre a Grécia.
O setor bancário recuou, com BBVA, Banco Santander, Barclays e Deutsche Bank em baixa de 0,9 a 5 por cento.
A S&P rebaixou a nota da Espanha para "AA", com perspectiva negativa.
Temores de exposição à dívida grega fizeram as ações do Fortis caírem 7,4 por cento.
Em LONDRES, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,3 por cento, a 5.586 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,22 por cento, para 6.084 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,5 por cento, para 3.787 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,43 por cento, para 21.501 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 retrocedeu 2,99 por cento, para 10.167 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 encerrou em queda de 1,89 por cento, para 7.016 pontos.
Bancos na Europa tombam por corte de rating da Espanha
As bolsas de valores europeias fecharam em baixa nesta quarta-feira pelo segundo dia seguido, com ações de bancos pressionadas após a Standard & Poor's cortar o rating da Espanha.
O FTSEurofirst 300 encerrou em baixa de 0,94%, a 1.059 pontos, após atingir a mínima em sete semanas de 1.047 pontos mais cedo, em meio a preocupações sobre a Grécia.
O setor bancário recuou, com BBVA, Banco Santander, Barclays e Deutsche Bank em baixa de 0,9% a 5%. A S&P rebaixou a nota da Espanha para "AA", com perspectiva negativa.
Temores de exposição à dívida grega fizeram as ações do Fortis caírem 7,4%.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,3%, a 5.586 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,22%, para 6.084 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,5%, para 3.787 pontos.
Em Milão, o índice FTSE/Mib teve desvalorização de 2,43%, para 21.501 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 retrocedeu 2,99%, para 10.167 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 encerrou em queda de 1,89%, para 7.016 pontos.
O FTSEurofirst 300 encerrou em baixa de 0,94%, a 1.059 pontos, após atingir a mínima em sete semanas de 1.047 pontos mais cedo, em meio a preocupações sobre a Grécia.
O setor bancário recuou, com BBVA, Banco Santander, Barclays e Deutsche Bank em baixa de 0,9% a 5%. A S&P rebaixou a nota da Espanha para "AA", com perspectiva negativa.
Temores de exposição à dívida grega fizeram as ações do Fortis caírem 7,4%.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,3%, a 5.586 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,22%, para 6.084 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,5%, para 3.787 pontos.
Em Milão, o índice FTSE/Mib teve desvalorização de 2,43%, para 21.501 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 retrocedeu 2,99%, para 10.167 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 encerrou em queda de 1,89%, para 7.016 pontos.
FED
FED mantem juro inalterado na faixa de zero a 0,25%.
FED mantem taxa de redesconto inalterada em 0,75%.
Voto por manutencao ofi por 9 a 1.
Juro seguira excepcionalmente baixo por periodo prolongado.
FED mantem taxa de redesconto inalterada em 0,75%.
Voto por manutencao ofi por 9 a 1.
Juro seguira excepcionalmente baixo por periodo prolongado.
terça-feira, 27 de abril de 2010
COINVALORES: Perspectivas para a Semana
E é nessa semana (Quarta) que o COPOM decide a taxa de juros! Já é consenso no mercado que haverá aumento da Selic, agora basta aguardar a dose dessa alta (esperamos o movimento inicial de 0,5%, contudo, se estendendo por um prazo mais longo). Na quarta feira, nos EUA, também sai à decisão do FOMC sobre a taxa de juros onde esperamos a manutenção entre 0 – 0,25%. No front doméstico, teremos na terça-feira a sondagem do consumidor de abril (FGV). Na quinta, teremos uma agenda mais carregada com o IGP-M de abril (estimativa: 0,60%), a pesquisa mensal de emprego de março (estimativa: 7,7%) e o relatório de pol. monetária e op. de crédito de março (BACEN). No front externo, na terça sai à confiança do consumidor americano de abril. Na sexta, nos EUA serão divulgados: (a) 1ª
estimativa do PIB do 1º trim./2010 (estimativa: 3,50% (T/T)), (b) Consumo pessoal do 1º trim./2010 (estimativa: 3,10% (T/T)) e (c) Confiança do consumidor da Universidade de Michigan de abril (estimativa: 71,30 pontos). Bom, como deu para perceber a semana será bastante interessante.
estimativa do PIB do 1º trim./2010 (estimativa: 3,50% (T/T)), (b) Consumo pessoal do 1º trim./2010 (estimativa: 3,10% (T/T)) e (c) Confiança do consumidor da Universidade de Michigan de abril (estimativa: 71,30 pontos). Bom, como deu para perceber a semana será bastante interessante.
COINVALORES: Conjuntura
A situação econômica no mundo continua mexendo com os nervos dos investidores! Além das discussões sobre política monetária nos países emergentes (Brasil, China etc.) e a instabilidade fiscal da zona do Euro, a acusação de fraude a ser apurada pela SEC contra o Goldman Sachs, causou desconforto nos mercados. E a autarquia americana já avisou que irá investigar outros gigantes do mercado bancário. Enfim, a busca das “verdades” (incômodas) escondidas no backstage de WallStreet causou estragos nas bolsas mundiais! Vale lembrar, também, que a Moody´s
rebaixou o rating da dívida da Grécia para A3 (antes era A2) e o Primeiro Ministro grego pediu a ativação do pacote de ajuda de 45 bilhões de euros do FMI em conjunto com a Zona do Euro. No Brasil, o destaque ficou com a divulgação do IPCA-15, que veio em linha do que era esperado pelo mercado com alta de 0,48% frente os 0,55% de março. Já a segunda prévia do IGP-M de abril variou +0,50%, abaixo dos +0,91% observados em igual prévia do mês de março. No front externo, a Índia deu mais um passo em relação a retirada dos estímulos monetários, elevando a taxa de juros em
0,25%, para 5,25%. No Reino Unido, a taxa de desemprego alcançou 8%, maior nível desde 1996. Já as vendas no varejo subiram 0,4% em março em relação a fevereiro. Por fim, o PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2010
frente o trimestre anterior.
rebaixou o rating da dívida da Grécia para A3 (antes era A2) e o Primeiro Ministro grego pediu a ativação do pacote de ajuda de 45 bilhões de euros do FMI em conjunto com a Zona do Euro. No Brasil, o destaque ficou com a divulgação do IPCA-15, que veio em linha do que era esperado pelo mercado com alta de 0,48% frente os 0,55% de março. Já a segunda prévia do IGP-M de abril variou +0,50%, abaixo dos +0,91% observados em igual prévia do mês de março. No front externo, a Índia deu mais um passo em relação a retirada dos estímulos monetários, elevando a taxa de juros em
0,25%, para 5,25%. No Reino Unido, a taxa de desemprego alcançou 8%, maior nível desde 1996. Já as vendas no varejo subiram 0,4% em março em relação a fevereiro. Por fim, o PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2010
frente o trimestre anterior.
Receita vai autuar investidores da Bolsa
A Receita Federal em São Paulo vai autuar a partir do próximo mês contribuintes que ganharam dinheiro na Bolsa em 2009 e não pagaram imposto sobre os ganhos. A previsão inicial, feita com base nas declarações de Imposto de Renda entregues até o início do mês, é que ao menos R$ 200 milhões tenham sido sonegados por esses investidores.
No ano passado, 552.364 pessoas físicas no país fizeram investimentos na Bolsa, das quais 247.042 são contribuintes do Estado de São Paulo -é esse universo que a fiscalização da Receita Federal vai mirar.
Do valor total de R$ 1,3 trilhão movimentado por todos os aplicadores na Bolsa em 2009, 30,5% corresponderam a investimentos feitos por pessoas físicas -ou R$ 396,5 bilhões.
A estimativa de arrecadar R$ 200 milhões em imposto não pago sobre os ganhos de capital foi feita pela Receita com base em indícios de sonegação verificados nas declarações de IR entregues até a segunda semana deste mês.
"A previsão inicial é arrecadar R$ 200 milhões, mas o valor pode ser ainda maior. Só vamos saber o resultado final e o número exato de contribuintes que deixaram de recolher o IR sobre ganhos de capital após o dia 30, que é o prazo final para a entrega das declarações", diz José Guilherme Antunes de Vasconcelos, superintendente da Receita em São Paulo.
"É a primeira vez que notamos uma incidência tão grande de declarações em que não houve o recolhimento de tributo sobre os ganhos na Bolsa. O contribuinte não tinha o hábito de investir. A Bolsa nunca rendeu tanto e atraiu tantos investidores como no ano passado."
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, subiu 82,6% em 2009.
A Receita Federal também já identificou -ao fiscalizar declarações já enviadas por contribuintes de 645 cidades do Estado- indícios de sonegação no uso indevido de despesas médicas e de educação nas declarações recebidas.
"Nossa expectativa é recuperar R$ 600 milhões somente em fiscalizações de IR de pessoas físicas, considerando o uso indevido de despesas médicas e de instrução, além da omissão de rendimentos em aplicações na Bolsa", diz Antunes.
A Receita Federal informa que, se os contribuintes corrigirem espontaneamente as declarações de Imposto de Renda antes de receberem os autos de infração, estarão livres do pagamento de multa -que pode variar de 75% a 150% do valor do imposto não pago.
"Se houver dolo e embaraço para fiscalização, a multa pode chegar a 225%. Esse percentual é cobrado quando o contribuinte é autuado e se nega a prestar esclarecimentos para o fisco", diz Vasconcelos. Nesse caso, se o contribuinte ganhou R$ 10 mil na Bolsa, pode ter de pagar multa de R$ 22,5 mil. "Se não apresentar as informações de forma correta, [o investidor] pode até correr o risco de perder o que havia aplicado."
O superintendente afirma ainda que, se houver indícios de crime contra a ordem tributária, a Receita pode enviar representação fiscal para fins penais ao Ministério Público Federal, que irá investigar fraude no pagamento de impostos.
A Delegacia de Fiscalização de São Paulo também criou um grupo especial de auditores que já está fiscalizando os maiores investidores (pessoas físicas e jurídicas) do mercado de renda variável. Cada um desses contribuintes movimenta, em média, R$ 100 milhões por ano.
Após identificar e rastrear os investidores que não estão recolhendo Imposto de Renda sobre suas aplicações financeiras, a Receita começou a desenvolver um programa de computador para ajudar esse grupo a apurar o imposto proveniente dos ganhos na Bolsa. A ideia é disponibilizar esse programa para esses investidores nos próximos anos.
No ano passado, 552.364 pessoas físicas no país fizeram investimentos na Bolsa, das quais 247.042 são contribuintes do Estado de São Paulo -é esse universo que a fiscalização da Receita Federal vai mirar.
Do valor total de R$ 1,3 trilhão movimentado por todos os aplicadores na Bolsa em 2009, 30,5% corresponderam a investimentos feitos por pessoas físicas -ou R$ 396,5 bilhões.
A estimativa de arrecadar R$ 200 milhões em imposto não pago sobre os ganhos de capital foi feita pela Receita com base em indícios de sonegação verificados nas declarações de IR entregues até a segunda semana deste mês.
"A previsão inicial é arrecadar R$ 200 milhões, mas o valor pode ser ainda maior. Só vamos saber o resultado final e o número exato de contribuintes que deixaram de recolher o IR sobre ganhos de capital após o dia 30, que é o prazo final para a entrega das declarações", diz José Guilherme Antunes de Vasconcelos, superintendente da Receita em São Paulo.
"É a primeira vez que notamos uma incidência tão grande de declarações em que não houve o recolhimento de tributo sobre os ganhos na Bolsa. O contribuinte não tinha o hábito de investir. A Bolsa nunca rendeu tanto e atraiu tantos investidores como no ano passado."
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, subiu 82,6% em 2009.
A Receita Federal também já identificou -ao fiscalizar declarações já enviadas por contribuintes de 645 cidades do Estado- indícios de sonegação no uso indevido de despesas médicas e de educação nas declarações recebidas.
"Nossa expectativa é recuperar R$ 600 milhões somente em fiscalizações de IR de pessoas físicas, considerando o uso indevido de despesas médicas e de instrução, além da omissão de rendimentos em aplicações na Bolsa", diz Antunes.
A Receita Federal informa que, se os contribuintes corrigirem espontaneamente as declarações de Imposto de Renda antes de receberem os autos de infração, estarão livres do pagamento de multa -que pode variar de 75% a 150% do valor do imposto não pago.
"Se houver dolo e embaraço para fiscalização, a multa pode chegar a 225%. Esse percentual é cobrado quando o contribuinte é autuado e se nega a prestar esclarecimentos para o fisco", diz Vasconcelos. Nesse caso, se o contribuinte ganhou R$ 10 mil na Bolsa, pode ter de pagar multa de R$ 22,5 mil. "Se não apresentar as informações de forma correta, [o investidor] pode até correr o risco de perder o que havia aplicado."
O superintendente afirma ainda que, se houver indícios de crime contra a ordem tributária, a Receita pode enviar representação fiscal para fins penais ao Ministério Público Federal, que irá investigar fraude no pagamento de impostos.
A Delegacia de Fiscalização de São Paulo também criou um grupo especial de auditores que já está fiscalizando os maiores investidores (pessoas físicas e jurídicas) do mercado de renda variável. Cada um desses contribuintes movimenta, em média, R$ 100 milhões por ano.
Após identificar e rastrear os investidores que não estão recolhendo Imposto de Renda sobre suas aplicações financeiras, a Receita começou a desenvolver um programa de computador para ajudar esse grupo a apurar o imposto proveniente dos ganhos na Bolsa. A ideia é disponibilizar esse programa para esses investidores nos próximos anos.
PERSPECTIVA CONSTRUÇÃO:Resultados op. fortes reforçam otimismo de analistas
Os dados fortes de vendas e lançamentos que tem sido divulgado por algumas companhias do setor de construção civil nas últimas semanas têm surpreendido até mesmo os mais otimistas e reforçado percepção positiva para o setor ao longo de 2010. Segundo analistas, os dados podem refletir nos papéis do setor, no entanto, até agora, o mercado parece não
ter comprado essa idéia.
Inaugurada neste trimestre pela PDG Realty, a temporada de divulgação de
resultados operacionais, que antecede as divulgações dos balanços trimestrais, segue surpreendendo. Nos últimos dias, foi a vez de Rossi e Brookfield reforçarem as perspectivas positivas dos analistas com dados operacionais fortes neste primeiro trimestre.
Na semana passada, a Rossi reportou o lançamento de 22 empreendimentos no
trimestre, com um volume geral de vendas (VGV) de R$ 571 milhões, o que
representou um crescimento de 299,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Apesar de forte, como o esperado, o resultado ficou 25,2% abaixo do obtido no último trimestre do ano passado.
Já as vendas contratadas somaram R$ 666 milhões, valor 135,3% superior ao
registrado no mesmo período de 2009, e 7,2% acima do trimestre anterior. Com isso, as vendas sobre ofertas (VSO) da companhia atingiram 25% no período, ante 23% no quarto trimestre de 2009, e 15% do primeiro trimestre do ano passado, e configuraram o quinto trimestre consecutivo de crescimento nesse indicador, que demonstra a velocidade com que a empresa vende seus empreendimentos.
Para o analista Armando Halfeld, da Ativa Corretora, esse foi um dos
principais destaques no resultado da companhia, que recebeu uma colaboração fundamental das vendas voltadas a baixa renda. "Somente o VSO da parte econômica atingiu 37,4%", ressalta. Segundo a Rossi, as vendas no segmento representaram 55% do volume total no trimestre.
Já na visão de Cristiano Hees, da Brascan Corretora, o aumento da velocidade de vendas da companhia se deve, em parte, a queda natural dos lançamentos em função da sazonalidade do período, no entanto, nem por isso deixam de ser positivos. "Apesar da sazonalidade e consequente redução no volume de lançamentos, as vendas continuaram a apresentar volumes saudáveis, o que levou ao bom indicador de velocidade de vendas reportado [VSO]", ressaltou.
A elevação da capacidade da companhia de transformar estoque em caixa também surpreendeu Ricardo Rezende, do Safra, que esperava um VSO em torno 18,3% para o período. "Olhando para meses de estoque, vemos a companhia mantendo o equivalente a 10,9 meses de vendas, uma redução em comparação aos 13,8 meses do quarto trimestre", destaca.
Apesar de manter sua recomendação neutra para os papéis da companhia (RISD3)e o preço-alvo de R$ 18,50 (upside de 44,2%), o Safra acredita num impacto do resultado sobre o mercado. "Esperamos uma reação positiva das ações da Rossi decorrente aos fortes números operacionais reportados pela empresa", afirma Rezende.
Já a Brascan reiterou sua recomendação 'outperform' (retorno esperado
acima de 5% do Ibovespa) para os papéis da Rossi (RSID3), com um preço-alvo de R$ 23,10 para os próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 79,8% sobre a cotação de sexta-feira (R$ 12,83).
A Ativa também reforçou sua perspectiva otimista com os papéis da Rossi,
destacando-os, ao lado das ações da Brookfield, como suas apostas preferenciais no setor de construção civil. Segundo a corretora, ambas as companhias têm sido negociadas com desconto em relação à média das cinco maiores do setor.
Alguns dias antes da Rossi, a Brookfield divulgou a prévia de suas vendas
contratadas no trimestre, que somaram R$ 561,6 milhões, um avanço de 83,3% em relação ao mesmo período de 2009. Já os lançamentos do período subiram 20,5%, alcançando um VGV de R$ 322 milhões entre janeiro e março deste ano.
Apesar da sazonalidade do período, a Brookfield conseguiu entregar 10,2% do total de lançamentos esperado para 2010, um percentual similar ao obtido em 2009, quando a empresa cumpriu seu guidance, ressalta Halfeld, da Ativa. Outro fator de destaque para o analista é o fato de 62,3% das vendas contratadas do período serem de unidades até R$ 500 mil, dentro do novo foco principal da incorporadora.
Após a divulgação dos dados, a Ativa reiterou sua recomendação de compra
para as ações da companhia (BISA3), com preço-alvo de R$ 12,11 para dezembro, projetando uma valorização potencial de 53,5% sobre a cotação de sexta-feria (R$ 7,89).
Diante dos dados melhores que o esperado, alguns analistas esperavam que os papéis apresentassem ganhos, com o mercado já precificando balanços fortes no primeiro trimestre. No entanto, entre as principais empresas que já anteciparam seus dados, esse não foi o quadro visto até o momento.
A PDG, primeira a divulgar seus dados, valorizou-se 4,97% desde então, ainda abaixo da queda de 8,41% registrada em março. Já Rossi avançou 2,89% após a publicação dos resultados, nada que compense o recuo de 12,25% do mês passado. A Brookfield não ficou atrás, após perder 12,14% de seu preço de mercado em março, a repercussão de seus dados operacionais lhe renderam apenas 1,15% de valorização até o momento.
Apesar de em abril o Ibovespa acumular queda de 1,22%, o resultado ainda não justifica o baixo rendimento dos papéis, que caíram em março contra o índice, que avançou 5,82%. O fato, no entanto, não mudou a posição dos analistas que mantém suas perspectivas positivas para o setor, agora firmadas em números operacionais fortes. Para alguns deles, inclusive, este pode ser um bom momento de entrada dos investidores no setor.
ter comprado essa idéia.
Inaugurada neste trimestre pela PDG Realty, a temporada de divulgação de
resultados operacionais, que antecede as divulgações dos balanços trimestrais, segue surpreendendo. Nos últimos dias, foi a vez de Rossi e Brookfield reforçarem as perspectivas positivas dos analistas com dados operacionais fortes neste primeiro trimestre.
Na semana passada, a Rossi reportou o lançamento de 22 empreendimentos no
trimestre, com um volume geral de vendas (VGV) de R$ 571 milhões, o que
representou um crescimento de 299,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Apesar de forte, como o esperado, o resultado ficou 25,2% abaixo do obtido no último trimestre do ano passado.
Já as vendas contratadas somaram R$ 666 milhões, valor 135,3% superior ao
registrado no mesmo período de 2009, e 7,2% acima do trimestre anterior. Com isso, as vendas sobre ofertas (VSO) da companhia atingiram 25% no período, ante 23% no quarto trimestre de 2009, e 15% do primeiro trimestre do ano passado, e configuraram o quinto trimestre consecutivo de crescimento nesse indicador, que demonstra a velocidade com que a empresa vende seus empreendimentos.
Para o analista Armando Halfeld, da Ativa Corretora, esse foi um dos
principais destaques no resultado da companhia, que recebeu uma colaboração fundamental das vendas voltadas a baixa renda. "Somente o VSO da parte econômica atingiu 37,4%", ressalta. Segundo a Rossi, as vendas no segmento representaram 55% do volume total no trimestre.
Já na visão de Cristiano Hees, da Brascan Corretora, o aumento da velocidade de vendas da companhia se deve, em parte, a queda natural dos lançamentos em função da sazonalidade do período, no entanto, nem por isso deixam de ser positivos. "Apesar da sazonalidade e consequente redução no volume de lançamentos, as vendas continuaram a apresentar volumes saudáveis, o que levou ao bom indicador de velocidade de vendas reportado [VSO]", ressaltou.
A elevação da capacidade da companhia de transformar estoque em caixa também surpreendeu Ricardo Rezende, do Safra, que esperava um VSO em torno 18,3% para o período. "Olhando para meses de estoque, vemos a companhia mantendo o equivalente a 10,9 meses de vendas, uma redução em comparação aos 13,8 meses do quarto trimestre", destaca.
Apesar de manter sua recomendação neutra para os papéis da companhia (RISD3)e o preço-alvo de R$ 18,50 (upside de 44,2%), o Safra acredita num impacto do resultado sobre o mercado. "Esperamos uma reação positiva das ações da Rossi decorrente aos fortes números operacionais reportados pela empresa", afirma Rezende.
Já a Brascan reiterou sua recomendação 'outperform' (retorno esperado
acima de 5% do Ibovespa) para os papéis da Rossi (RSID3), com um preço-alvo de R$ 23,10 para os próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 79,8% sobre a cotação de sexta-feira (R$ 12,83).
A Ativa também reforçou sua perspectiva otimista com os papéis da Rossi,
destacando-os, ao lado das ações da Brookfield, como suas apostas preferenciais no setor de construção civil. Segundo a corretora, ambas as companhias têm sido negociadas com desconto em relação à média das cinco maiores do setor.
Alguns dias antes da Rossi, a Brookfield divulgou a prévia de suas vendas
contratadas no trimestre, que somaram R$ 561,6 milhões, um avanço de 83,3% em relação ao mesmo período de 2009. Já os lançamentos do período subiram 20,5%, alcançando um VGV de R$ 322 milhões entre janeiro e março deste ano.
Apesar da sazonalidade do período, a Brookfield conseguiu entregar 10,2% do total de lançamentos esperado para 2010, um percentual similar ao obtido em 2009, quando a empresa cumpriu seu guidance, ressalta Halfeld, da Ativa. Outro fator de destaque para o analista é o fato de 62,3% das vendas contratadas do período serem de unidades até R$ 500 mil, dentro do novo foco principal da incorporadora.
Após a divulgação dos dados, a Ativa reiterou sua recomendação de compra
para as ações da companhia (BISA3), com preço-alvo de R$ 12,11 para dezembro, projetando uma valorização potencial de 53,5% sobre a cotação de sexta-feria (R$ 7,89).
Diante dos dados melhores que o esperado, alguns analistas esperavam que os papéis apresentassem ganhos, com o mercado já precificando balanços fortes no primeiro trimestre. No entanto, entre as principais empresas que já anteciparam seus dados, esse não foi o quadro visto até o momento.
A PDG, primeira a divulgar seus dados, valorizou-se 4,97% desde então, ainda abaixo da queda de 8,41% registrada em março. Já Rossi avançou 2,89% após a publicação dos resultados, nada que compense o recuo de 12,25% do mês passado. A Brookfield não ficou atrás, após perder 12,14% de seu preço de mercado em março, a repercussão de seus dados operacionais lhe renderam apenas 1,15% de valorização até o momento.
Apesar de em abril o Ibovespa acumular queda de 1,22%, o resultado ainda não justifica o baixo rendimento dos papéis, que caíram em março contra o índice, que avançou 5,82%. O fato, no entanto, não mudou a posição dos analistas que mantém suas perspectivas positivas para o setor, agora firmadas em números operacionais fortes. Para alguns deles, inclusive, este pode ser um bom momento de entrada dos investidores no setor.
ICAP Brasil
Com exceção da China, as bolsas na Ásia iniciaram a semana em alta, seguindo o desempenho positivo do mercado acionário japonês, taxa superior a 2,0%, com os investidores reagindo à perspectiva de bons resultados corporativos de algumas empresas exportadoras. A agenda econômica é relevante nesta semana, destaque para o PIB na Coréia do Sul e decisão de política monetária no Japão.
Na China as bolsas fecharam em baixa, liderada pelos papéis do setor de construção, com o governo anunciando novas medidas para conter a explosão do crédito imobiliário. Já no Japão o índice Nikkei 225 subiu 2,30%, destaque de alta na região, puxada pela valorização de montadoras e empresas de tecnologia, ambas exportadoras, com os investidores reavaliando para cima os lucros futuros, destaque para a Toyota e Canon.
Na Coréia do Sul a alta foi de 0,87%, com o mercado aguardando a divulgação do PIB referente ao 1ºTrim.10, alta estimada de 1,5% se comparada com o trimestre anterior. Na Austrália a bolsa não abriu devido a feriado local.
Na Europa as bolsas operam em alta, destaque para alguns balanços corporativos positivos na região, elevando a confiança dos investidores na recuperação da economia, mesmo com os problemas fiscais existentes na região. A recuperação dos preços das commodities sustenta a alta do mercado acionário, mesmo com o fortalecimento do dólar. O euro segue afetado pela indefinição na Grécia, mesmo após o pedido de ajuda financeira à União Européia.
Apesar da agenda vazia nesta manhã, a semana tem importantes indicadores econômicos sendo divulgados, destaque para a confiança do consumidor e empresários na região. Nos EUA além da 1ª prévia do PIB referente ao 1ºTrim.10, teremos reunião de política monetária. Mineradoras e petrolíferas operam em alta, assim como o setor financeiro, sustentando o viés positivo das bolsas na Europa.
Nos EUA os futuros também operam em alta em dia de agenda fraca, destaque para divulgação do balanço da Texas Instruments. A semana começa com menor aversão ao risco, atento ao desempenho dos indicadores previsto.
O resultado da Fipe referente à 3ª semana de abril surpreendeu ao registrar aceleração da inflação, variação de 0,34%, puxada pelos grupos alimentação e saúde. Apesar da alta se comparado com o mês anterior, o índice mantém um nível de inflação baixo se comparado com o início do ano. Às 11h00 temos o saldo semanal da balança comercial.
Nos EUA será divulgado às 11h30 o índice de atividade da região de Dallas, alta de 9,5% em abril. Apesar da agenda limitada esta manhã, a semana é agitada, com importantes indicadores econômicos sendo divulgados, destaque para o PIB referente ao 1ºTrim.10.Evolução das Commodities:
O petróleo fechou em alta no pregão de sexta-feira, taxa de 1,70%, cotado a US$85,12, registrando importante recuperação, reflexo da maior confiança dos investidores quanto ao desempenho da economia global. Hoje a commoditie opera perto da estabilidade.
Os metais fecharam sem uniformidade, porém cobre e ouro subiram seguindo o fortalecimento do euro. Nesta manhã as commodities metálicas registram alta moderada, em linha com o desempenho do mercado de ações.
Na China as bolsas fecharam em baixa, liderada pelos papéis do setor de construção, com o governo anunciando novas medidas para conter a explosão do crédito imobiliário. Já no Japão o índice Nikkei 225 subiu 2,30%, destaque de alta na região, puxada pela valorização de montadoras e empresas de tecnologia, ambas exportadoras, com os investidores reavaliando para cima os lucros futuros, destaque para a Toyota e Canon.
Na Coréia do Sul a alta foi de 0,87%, com o mercado aguardando a divulgação do PIB referente ao 1ºTrim.10, alta estimada de 1,5% se comparada com o trimestre anterior. Na Austrália a bolsa não abriu devido a feriado local.
Na Europa as bolsas operam em alta, destaque para alguns balanços corporativos positivos na região, elevando a confiança dos investidores na recuperação da economia, mesmo com os problemas fiscais existentes na região. A recuperação dos preços das commodities sustenta a alta do mercado acionário, mesmo com o fortalecimento do dólar. O euro segue afetado pela indefinição na Grécia, mesmo após o pedido de ajuda financeira à União Européia.
Apesar da agenda vazia nesta manhã, a semana tem importantes indicadores econômicos sendo divulgados, destaque para a confiança do consumidor e empresários na região. Nos EUA além da 1ª prévia do PIB referente ao 1ºTrim.10, teremos reunião de política monetária. Mineradoras e petrolíferas operam em alta, assim como o setor financeiro, sustentando o viés positivo das bolsas na Europa.
Nos EUA os futuros também operam em alta em dia de agenda fraca, destaque para divulgação do balanço da Texas Instruments. A semana começa com menor aversão ao risco, atento ao desempenho dos indicadores previsto.
O resultado da Fipe referente à 3ª semana de abril surpreendeu ao registrar aceleração da inflação, variação de 0,34%, puxada pelos grupos alimentação e saúde. Apesar da alta se comparado com o mês anterior, o índice mantém um nível de inflação baixo se comparado com o início do ano. Às 11h00 temos o saldo semanal da balança comercial.
Nos EUA será divulgado às 11h30 o índice de atividade da região de Dallas, alta de 9,5% em abril. Apesar da agenda limitada esta manhã, a semana é agitada, com importantes indicadores econômicos sendo divulgados, destaque para o PIB referente ao 1ºTrim.10.Evolução das Commodities:
O petróleo fechou em alta no pregão de sexta-feira, taxa de 1,70%, cotado a US$85,12, registrando importante recuperação, reflexo da maior confiança dos investidores quanto ao desempenho da economia global. Hoje a commoditie opera perto da estabilidade.
Os metais fecharam sem uniformidade, porém cobre e ouro subiram seguindo o fortalecimento do euro. Nesta manhã as commodities metálicas registram alta moderada, em linha com o desempenho do mercado de ações.
OPINIÃO MCM
O desempenho da economia mundial neste ano deverá ser melhor do que se antecipava apenas alguns meses atrás, a despeito dos desequilíbrios fiscais agravados pela crise de 2008, especialmente (mas não exclusivamente) em alguns países periféricos da Europa.
O próprio FMI, em seu World Economic Outlook recém divulgado, revisou de 3,9% para 4,2% a projeção de crescimento mundial em 2010, como resultado das excepcionais taxas de crescimento dos grandes países asiáticos (China 10% e Índia 8,8%), mas também da recuperação dos EUA (3,1%) e do mundo emergente em geral. A despeito disso, deve-se notar que as economias desenvolvidas ainda carregarão para os próximos dois anos, pelo menos, um grau elevado de ociosidade de fatores de produção, em particular de mão-de-obra.
A consistente recuperação pós-crise, no entanto, não deve nos fazer esquecer da complexa agenda econômica ainda em aberto, na qual pelo menos três grandes questões se destacam: a retirada dos estímulos monetários e fiscais criados durante a crise, o retorno das taxas de juro para seus níveis normais e o reequilíbrio fiscal no mundo desenvolvido1. Em particular, ainda não está claro o curso da política fiscal nos EUA, no
Japão e na Europa, em face da necessidade de estabilizar (e mesmo reduzir, em muitos casos) a relação entre a dívida pública e o PIB para manter sustentabilidade fiscal.
Sem dúvida, o problema mais urgente é a deterioração fiscal aguda de alguns países europeus, que transitaram para uma situação de não sustentabilidade da dívida pública a partir de 2009. Emblemática é a posição da Grécia, para a qual se estima ser necessário
reverter um déficit primário do governo de 4% do PIB em 2009 para um superávit primário de 6% do PIB a partir de 2010-11 apenas para readquirir sustentabilidade (manter a relação dívida/PIB constante). Para se avaliar a dificuldade política e social de tal ajustamento, basta dizer que, segundo se estima, um ajuste fiscal da ordem de 10
pontos de percentagem do PIB levaria a uma queda do PIB próxima de 25%2. A
expectativa de que tal ajuste não pode ser feito pelo governo levanta a possibilidade concreta de que alguma forma de reestruturação de dívida será necessária, com a conseqüente perda de capital dos credores da dívida grega, em grande parte domiciliada no exterior.
Um paralelo interessante tem sido feito entre a situação da Grécia em 2010 e da Argentina em 2001. A iminência da moratória argentina fez com que o prêmio de risco daquele país se desgarrasse do EMBI médio dos demais emergentes a partir de meados de 2001, com efeito relativamente pequeno sobre os demais países, inclusive o Brasil.
Apesar da grande dimensão do default (mais de US$ 100 bilhões), o mercado
internacional “isolou” o problema argentino e continuou a funcionar normalmente para os demais países, ou seja, o efeito de contágio da moratória foi bastante limitado. A razão fundamental, na época, foi o fato de que os demais países emergentes estavam longe da zona de risco. É possível que fenômeno semelhante ocorra agora: uma eventual
reestruturação da dívida grega, especialmente se for acompanhada de um programa de ajustamento negociado com o FMI e a União Européia, não afete substancialmente a liquidez internacional e não seja um obstáculo à continuidade da recuperação em todo o mundo. Nesse contexto, medidas fortes de ajustamento fiscal nos outros países europeus em situação de vulnerabilidade serão vitais para limitar o contágio.
Nossa visão continua a ser moderadamente otimista para a recuperação da economia mundial. Os problemas fiscais decorrentes das crises financeiras são bem conhecidos na história moderna e, apesar de sua gravidade e extensão, não há muita coisa nova no diagnóstico da crise de 2008 e nos remédios que devem ser aplicados pelos governos.
Para o Brasil, fica uma lição importante: descontrole fiscal é fácil de fazer, mas muito difícil de reverter.
Finalmente, é importante mencionar que apesar dessa visão relativamente otimista quanto ao crescimento da economia mundial, não podemos deixar de reconhecer que os problemas acima mencionados deverão provocar volatilidade nos mercados e são ainda óbices para uma firme recuperação dos preços dos ativos, especialmente das ações.
O próprio FMI, em seu World Economic Outlook recém divulgado, revisou de 3,9% para 4,2% a projeção de crescimento mundial em 2010, como resultado das excepcionais taxas de crescimento dos grandes países asiáticos (China 10% e Índia 8,8%), mas também da recuperação dos EUA (3,1%) e do mundo emergente em geral. A despeito disso, deve-se notar que as economias desenvolvidas ainda carregarão para os próximos dois anos, pelo menos, um grau elevado de ociosidade de fatores de produção, em particular de mão-de-obra.
A consistente recuperação pós-crise, no entanto, não deve nos fazer esquecer da complexa agenda econômica ainda em aberto, na qual pelo menos três grandes questões se destacam: a retirada dos estímulos monetários e fiscais criados durante a crise, o retorno das taxas de juro para seus níveis normais e o reequilíbrio fiscal no mundo desenvolvido1. Em particular, ainda não está claro o curso da política fiscal nos EUA, no
Japão e na Europa, em face da necessidade de estabilizar (e mesmo reduzir, em muitos casos) a relação entre a dívida pública e o PIB para manter sustentabilidade fiscal.
Sem dúvida, o problema mais urgente é a deterioração fiscal aguda de alguns países europeus, que transitaram para uma situação de não sustentabilidade da dívida pública a partir de 2009. Emblemática é a posição da Grécia, para a qual se estima ser necessário
reverter um déficit primário do governo de 4% do PIB em 2009 para um superávit primário de 6% do PIB a partir de 2010-11 apenas para readquirir sustentabilidade (manter a relação dívida/PIB constante). Para se avaliar a dificuldade política e social de tal ajustamento, basta dizer que, segundo se estima, um ajuste fiscal da ordem de 10
pontos de percentagem do PIB levaria a uma queda do PIB próxima de 25%2. A
expectativa de que tal ajuste não pode ser feito pelo governo levanta a possibilidade concreta de que alguma forma de reestruturação de dívida será necessária, com a conseqüente perda de capital dos credores da dívida grega, em grande parte domiciliada no exterior.
Um paralelo interessante tem sido feito entre a situação da Grécia em 2010 e da Argentina em 2001. A iminência da moratória argentina fez com que o prêmio de risco daquele país se desgarrasse do EMBI médio dos demais emergentes a partir de meados de 2001, com efeito relativamente pequeno sobre os demais países, inclusive o Brasil.
Apesar da grande dimensão do default (mais de US$ 100 bilhões), o mercado
internacional “isolou” o problema argentino e continuou a funcionar normalmente para os demais países, ou seja, o efeito de contágio da moratória foi bastante limitado. A razão fundamental, na época, foi o fato de que os demais países emergentes estavam longe da zona de risco. É possível que fenômeno semelhante ocorra agora: uma eventual
reestruturação da dívida grega, especialmente se for acompanhada de um programa de ajustamento negociado com o FMI e a União Européia, não afete substancialmente a liquidez internacional e não seja um obstáculo à continuidade da recuperação em todo o mundo. Nesse contexto, medidas fortes de ajustamento fiscal nos outros países europeus em situação de vulnerabilidade serão vitais para limitar o contágio.
Nossa visão continua a ser moderadamente otimista para a recuperação da economia mundial. Os problemas fiscais decorrentes das crises financeiras são bem conhecidos na história moderna e, apesar de sua gravidade e extensão, não há muita coisa nova no diagnóstico da crise de 2008 e nos remédios que devem ser aplicados pelos governos.
Para o Brasil, fica uma lição importante: descontrole fiscal é fácil de fazer, mas muito difícil de reverter.
Finalmente, é importante mencionar que apesar dessa visão relativamente otimista quanto ao crescimento da economia mundial, não podemos deixar de reconhecer que os problemas acima mencionados deverão provocar volatilidade nos mercados e são ainda óbices para uma firme recuperação dos preços dos ativos, especialmente das ações.
Corretora mantém otimismo sobre Petrobras, embora veja riscos na capitalização
Embora tenha adicionado três novos riscos ao seu modelo de capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) e avalie que a divulgação de sua produção referente ao mês de março não deva acarretar em qualquer reação nas ações, a Itaú Corretora revela grande otimismo sobre o desempenho futuro da estatal.
“Nós ainda enxergamos boas razões para acreditar que o resultado final (do processo de capitalização) deve trazer surpresas positivas”, argumentam os analistas, diante de sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e seu preço-alvo de R$ 53,70 - cifra que representa um potencial teórico de valorização de 59,82%, frente ao último fechamento.
Novos alertas
Os riscos adicionais observados pelo Itaú são os seguintes: a questão relacionada à isenção da taxa de participação especial; a estrutura da capitalização; e, por último, o follow-on a ser realizado.
No que tange à taxa de participação, os analistas Paula Kovarsky, Diego Mendes e Giovana Araujo – que assinam o relatório do banco -, ressaltam que é “difícil prever o resultado da discussão no plenário do Senado”. No entanto, a equipe observa que “há espaço” para a estatal barganhar taxas menores, “por meio de uma suposição mais conservadora na produtividade do pré-sal”.
O alerta para a estrutura da capitalização deriva da percepção de risco que os investidores possuem quanto ao tema. Kovarsky, Mendes e Araujo traçam os dois possíveis cenários: no primeiro, ocorreria uma oferta privada, com os acionistas minoritários recebendo subscrições negociáveis; no segundo, seria realizada uma oferta pública, na qual os minoritários teriam prioridade na alocação.
A equipe revela preferência pela segunda suposição. “Ela seria bem recebida pelo mercado, em nossa visão, trazendo mais transparência ao processo enquanto permite muito mais controle de possíveis diluições”.
Por último, quanto aos temores relacionados ao follow-on da companhia, os analistas enfatizam as dúvidas quanto a aprovação da elevação do capital da estatal. No entanto, estimam que “é improvável” que a ela não ocorra, estimando que o cenário mais propenso a ocorrer é aquele no qual a petroleira elevará seu capital após a aprovação da Lei, fato que, de acordo com as previsões do banco, deverá ocorrer apenas em meados de 2011.
Produção não afeta papéis
Quanto à produção acumulada durante o mês de março, anunciada na última sessão, a análise é de que "os números não devam disparar qualquer reação nas ações". A companhia revelou no referido mês um aumentou em 0,7%, para os 2,55 milhões de barris diários, incluindo seus campos no Brasil e no exterior.
O aumento foi causado pela melhoria dos resultados da Petrobras fora do País, onde registrou um expansão média de 10,9% em sua produção de hidrocarbonetos. Também contribuiu para a boa performance a entrada em funcionamento do campo de Akpo e de novos poços no campo de Agbami, ambos na Nigéria.
Já a produção de gás natural no exterior, concentrada na Bolívia, subiu 0,9%, para 16,53 milhões de metros cúbicos diários.
Por fim, os campos de hidrocarbonetos em território nacional obtiveram praticamente os mesmos resultados que em março de 2009, com 1,99 milhão de barris de petróleo diários e 50,13 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
“Nós ainda enxergamos boas razões para acreditar que o resultado final (do processo de capitalização) deve trazer surpresas positivas”, argumentam os analistas, diante de sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e seu preço-alvo de R$ 53,70 - cifra que representa um potencial teórico de valorização de 59,82%, frente ao último fechamento.
Novos alertas
Os riscos adicionais observados pelo Itaú são os seguintes: a questão relacionada à isenção da taxa de participação especial; a estrutura da capitalização; e, por último, o follow-on a ser realizado.
No que tange à taxa de participação, os analistas Paula Kovarsky, Diego Mendes e Giovana Araujo – que assinam o relatório do banco -, ressaltam que é “difícil prever o resultado da discussão no plenário do Senado”. No entanto, a equipe observa que “há espaço” para a estatal barganhar taxas menores, “por meio de uma suposição mais conservadora na produtividade do pré-sal”.
O alerta para a estrutura da capitalização deriva da percepção de risco que os investidores possuem quanto ao tema. Kovarsky, Mendes e Araujo traçam os dois possíveis cenários: no primeiro, ocorreria uma oferta privada, com os acionistas minoritários recebendo subscrições negociáveis; no segundo, seria realizada uma oferta pública, na qual os minoritários teriam prioridade na alocação.
A equipe revela preferência pela segunda suposição. “Ela seria bem recebida pelo mercado, em nossa visão, trazendo mais transparência ao processo enquanto permite muito mais controle de possíveis diluições”.
Por último, quanto aos temores relacionados ao follow-on da companhia, os analistas enfatizam as dúvidas quanto a aprovação da elevação do capital da estatal. No entanto, estimam que “é improvável” que a ela não ocorra, estimando que o cenário mais propenso a ocorrer é aquele no qual a petroleira elevará seu capital após a aprovação da Lei, fato que, de acordo com as previsões do banco, deverá ocorrer apenas em meados de 2011.
Produção não afeta papéis
Quanto à produção acumulada durante o mês de março, anunciada na última sessão, a análise é de que "os números não devam disparar qualquer reação nas ações". A companhia revelou no referido mês um aumentou em 0,7%, para os 2,55 milhões de barris diários, incluindo seus campos no Brasil e no exterior.
O aumento foi causado pela melhoria dos resultados da Petrobras fora do País, onde registrou um expansão média de 10,9% em sua produção de hidrocarbonetos. Também contribuiu para a boa performance a entrada em funcionamento do campo de Akpo e de novos poços no campo de Agbami, ambos na Nigéria.
Já a produção de gás natural no exterior, concentrada na Bolívia, subiu 0,9%, para 16,53 milhões de metros cúbicos diários.
Por fim, os campos de hidrocarbonetos em território nacional obtiveram praticamente os mesmos resultados que em março de 2009, com 1,99 milhão de barris de petróleo diários e 50,13 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
Capitalização da Petrobrás deve ser aprovada até junho, diz Gabriel
O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, acredita que a capitalização da estatal deve ser aprovada em Brasília até meados de junho. Em entrevista ao site Economia&Negócios, Gabrielli admite, no entanto, que terá de encontrar outra forma de realizar a operação caso ela não seja aprovada ainda neste semestre.
A demora na aprovação da capitalização preocupa o senhor?
Nós precisamos da capitalização porque a relação entre a dívida e o capital próprio da Petrobrás está atingindo, este ano, algo em torno de 32%. Para manter a condição de ‘investment grade’ da companhia é preciso que, no longo prazo, mantenhamos essa relação abaixo de 35%. Como vamos precisar endividar mais a Petrobrás por causa dos grandes investimentos que vamos fazer, aumentar o capital é importante para garantir a manutenção da saúde financeira da companhia. As votações devem ocorrer até o final de maio, voltando à Câmara ainda no final de maio, e, em junho, deve terminar esse processo. Se não for possível realizar a capitalização com a cessão onerosa simultaneamente a ela e, ainda sim, houver a aprovação, nós vamos ter de analisar o que fazer. A capitalização nós vamos ter de fazer. Quanto mais rápido a gente fizer essa capitalização, melhor.
O senhor admite que, se a capitalização não for aprovada até junho, a empresa pode ter de rever o plano de investimentos?
Eu estou dizendo que nós vamos ter de rever a forma de realizar a capitalização, e não rever o plano de investimentos. O plano de investimentos está sob avaliação agora, mas não em função da capitalização, e, sim, em função de que nós temos muitos projetos bons e precisamos analisar.
O senhor falou em fazer essa capitalização de outra forma. Qual seria?
Não, eu não vou analisar outra alternativa antes que o Congresso se defina.
Está mais difícil nesse cenário controlar o endividamento da empresa?
Não é uma questão de controlar o endividamento da companhia. Nós estamos fazendo um investimento de até U$ 174,4 bilhões até 2013. O atual preço do petróleo permite uma geração de caixa muito grande. Mas é impossível a empresa fazer esse volume de investimentos sem se endividar.
As ações da Petrobrás sofreram bastante com as incertezas da capitalização. Qual a sua expectativa em relação ao preço dos papéis?
Eu não posso falar sobre isso, a Comissão de Valores Mobiliários não permite. O que eu posso dizer é que as ações da Petrobrás crescentemente se associaram à variação do preço do petróleo e se descolaram do funcionamento do mercado brasileiro, já que a Petrobrás hoje é uma empresa muito grande.
Qual será o seu destino com o novo governo? Existe a possibilidade de o senhor assumir algum cargo após as eleições?
Sou professor da Universidade Federal da Bahia. Esse é o emprego que eu tenho garantido. O que vai acontecer, se eu vou ficar ou não na Petrobrás, não tenho como antecipar, não vou ficar especulando sobre isso. Estou cuidando nesse momento de finalizar a revisão do plano estratégico, viabilizar a capitalização e preparar a Petrobrás para desenvolver o pré-sal.
A demora na aprovação da capitalização preocupa o senhor?
Nós precisamos da capitalização porque a relação entre a dívida e o capital próprio da Petrobrás está atingindo, este ano, algo em torno de 32%. Para manter a condição de ‘investment grade’ da companhia é preciso que, no longo prazo, mantenhamos essa relação abaixo de 35%. Como vamos precisar endividar mais a Petrobrás por causa dos grandes investimentos que vamos fazer, aumentar o capital é importante para garantir a manutenção da saúde financeira da companhia. As votações devem ocorrer até o final de maio, voltando à Câmara ainda no final de maio, e, em junho, deve terminar esse processo. Se não for possível realizar a capitalização com a cessão onerosa simultaneamente a ela e, ainda sim, houver a aprovação, nós vamos ter de analisar o que fazer. A capitalização nós vamos ter de fazer. Quanto mais rápido a gente fizer essa capitalização, melhor.
O senhor admite que, se a capitalização não for aprovada até junho, a empresa pode ter de rever o plano de investimentos?
Eu estou dizendo que nós vamos ter de rever a forma de realizar a capitalização, e não rever o plano de investimentos. O plano de investimentos está sob avaliação agora, mas não em função da capitalização, e, sim, em função de que nós temos muitos projetos bons e precisamos analisar.
O senhor falou em fazer essa capitalização de outra forma. Qual seria?
Não, eu não vou analisar outra alternativa antes que o Congresso se defina.
Está mais difícil nesse cenário controlar o endividamento da empresa?
Não é uma questão de controlar o endividamento da companhia. Nós estamos fazendo um investimento de até U$ 174,4 bilhões até 2013. O atual preço do petróleo permite uma geração de caixa muito grande. Mas é impossível a empresa fazer esse volume de investimentos sem se endividar.
As ações da Petrobrás sofreram bastante com as incertezas da capitalização. Qual a sua expectativa em relação ao preço dos papéis?
Eu não posso falar sobre isso, a Comissão de Valores Mobiliários não permite. O que eu posso dizer é que as ações da Petrobrás crescentemente se associaram à variação do preço do petróleo e se descolaram do funcionamento do mercado brasileiro, já que a Petrobrás hoje é uma empresa muito grande.
Qual será o seu destino com o novo governo? Existe a possibilidade de o senhor assumir algum cargo após as eleições?
Sou professor da Universidade Federal da Bahia. Esse é o emprego que eu tenho garantido. O que vai acontecer, se eu vou ficar ou não na Petrobrás, não tenho como antecipar, não vou ficar especulando sobre isso. Estou cuidando nesse momento de finalizar a revisão do plano estratégico, viabilizar a capitalização e preparar a Petrobrás para desenvolver o pré-sal.
Petrobras estuda alternativa à capitalização
A Petrobras estuda internamente alternativa à capitalização com cessão onerosa de até 5 bilhões de barris de petróleo, mas continua com a expectativa de que o processo seja aprovado no Congresso com tempo hábil para que seja concluído no primeiro semestre. A afirmação foi feita pelo presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, que participou ontem da assembleia de acionistas.
"Vou trabalhar com a hipótese de que é possível [a capitalização]. É claro que estamos discutindo alternativa, mas eu não vou discutir isso publicamente, porque não tem sentido", frisou Gabrielli, para quem há tempo tanto para a aprovação no Congresso quanto para os preparativos societários e a conclusão do processo de perfuração e certificação que determinará a área que será cedida à estatal.
O executivo explicou que a companhia trabalha com a projeção de que são necessários de 45 a 60 dias para que a capitalização seja realizada depois da aprovação da lei pelo Congresso. A matéria está no Senado aguardando votação e, devido ao pedido de urgência, está trancando a pauta de votações.
Na assembleia, foram aprovados os nomes do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como novo presidente do conselho de administração e do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimermmann, para a vaga de conselheiro. Os acionistas também ratificaram o orçamento de capital de R$ 58 bilhões da companhia para 2010.
"Vou trabalhar com a hipótese de que é possível [a capitalização]. É claro que estamos discutindo alternativa, mas eu não vou discutir isso publicamente, porque não tem sentido", frisou Gabrielli, para quem há tempo tanto para a aprovação no Congresso quanto para os preparativos societários e a conclusão do processo de perfuração e certificação que determinará a área que será cedida à estatal.
O executivo explicou que a companhia trabalha com a projeção de que são necessários de 45 a 60 dias para que a capitalização seja realizada depois da aprovação da lei pelo Congresso. A matéria está no Senado aguardando votação e, devido ao pedido de urgência, está trancando a pauta de votações.
Na assembleia, foram aprovados os nomes do ministro da Fazenda, Guido Mantega, como novo presidente do conselho de administração e do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimermmann, para a vaga de conselheiro. Os acionistas também ratificaram o orçamento de capital de R$ 58 bilhões da companhia para 2010.
Petrobras sobe sete posições em ranking da revista 'Forbes'
A Petrobras passou da 25ª posição para a 18ª posição no ranking das maiores empresas do mundo feito pela revista de negócios "Forbes". A empresa é a brasileira mais bem colocada na lista, mas está atrás de concorrentes do setor de petróleo como a americana ExxonMobil (4º lugar), Royal Dutch Shell (8º), BP (10º), PetroChina (12º) e Gazprom (16º).
Outras brasileiras que estão entre as 500 maiores do mundo (o ranking tem no total 2.000 empresas) são o Bradesco, em 51º lugar, o Banco do Brasil, em 52º, a Vale, em 80º, a Itaúsa (holding que controla o banco Itaú), em 82º, a Eletrobrás, em 235º, e a CSN, em 478º.
Ao todo, são 33 brasileiras na lista, duas a mais do que no ranking de 2009.
A lista da "Forbes" leva em conta a receita, o lucro, os ativos e o valor de mercado das empresas. A maior empresa do mundo neste ano foi o banco norte-americano JPMorgan Chase, que passou a General Electric, que levou o primeiro lugar no ano passado. Em 2009, o JPMorgan Chase estava em 16º lugar.
O conglomerado norte-americano General Electric ficou em segundo lugar em 2010, seguido pelo Bank of America, em terceiro, a ExxonMobil e o banco chinês ICBC, em quinto lugar.
Segundo a Forbes, as 2.000 empresas escolhidas neste ano vieram de 62 países, com Estados Unidos (515 empresas) e Japão (210 membros) com as maiores representações. No entanto, esses dois países tiveram 33 empresas a menos na lista do que no ano passado.
Outras brasileiras que estão entre as 500 maiores do mundo (o ranking tem no total 2.000 empresas) são o Bradesco, em 51º lugar, o Banco do Brasil, em 52º, a Vale, em 80º, a Itaúsa (holding que controla o banco Itaú), em 82º, a Eletrobrás, em 235º, e a CSN, em 478º.
Ao todo, são 33 brasileiras na lista, duas a mais do que no ranking de 2009.
A lista da "Forbes" leva em conta a receita, o lucro, os ativos e o valor de mercado das empresas. A maior empresa do mundo neste ano foi o banco norte-americano JPMorgan Chase, que passou a General Electric, que levou o primeiro lugar no ano passado. Em 2009, o JPMorgan Chase estava em 16º lugar.
O conglomerado norte-americano General Electric ficou em segundo lugar em 2010, seguido pelo Bank of America, em terceiro, a ExxonMobil e o banco chinês ICBC, em quinto lugar.
Segundo a Forbes, as 2.000 empresas escolhidas neste ano vieram de 62 países, com Estados Unidos (515 empresas) e Japão (210 membros) com as maiores representações. No entanto, esses dois países tiveram 33 empresas a menos na lista do que no ano passado.
Plataformas custarão US$ 75 bi à Petrobras
A Petrobras terá de investir ao menos US$ 75 bilhões na construção de 25 novos navios-plataforma para produção e estocagem de petróleo em alto-mar para fazer frente à necessidade de ampliar a capacidade de extração de óleo até 2020, disse à Folha o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
A estimativa leva em conta a previsão de produção de 3,8 milhões de barris/dia em 2020 --dos quais 2 milhões vão apenas compensar o declínio natural dos campos já em operação. Hoje, a estatal produz 2 milhões de barris/dia no país.
Quase metade dessas plataformas será destinada ao pré-sal da bacia de Santos --responsável por 1,8 bilhão de barris/dia de produção em 2020.
Diante da necessidade de pesados investimentos, diz Gabrielli, a Petrobras foi obrigada a mudar toda a sua lógica de contratações de plataformas e buscar a redução de custos.
A estatal decidiu deixar de fazer projetos "sob encomenda" e passou a adotar a contratar em grandes blocos.
Antes, a Petrobras comprava um navio, mandava reformular o casco e encomendava módulos de geração de energia, produção e separação de óleo, compressão de gás e outros a serem adaptados a esse casco.
Agora, todos os cascos e equipamentos serão padronizados e contratados em blocos a estaleiros e outros fornecedores.
"Vamos fazer em série com um padrão único. Isso vai reduzir muito os custos", disse Gabrielli, sem revelar de quanto será a economia.
Os primeiros oito cascos serão feitos pela empreiteira W Torre, no estaleiro Rio Grande (RS). O valor não foi revelado, mas um navio-plataforma completo custa entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões.
Gabrielli disse não acreditar que contratos maiores com uma única empreiteira vá criar obstáculos junto ao TCU -que viu indícios de superfaturamento nas obras do Comperj, do gasoduto Coari-Manaus e na refinaria Abreu e Lima (PE).
Segundo ele, o tribunal avalia as obras da estatal com parâmetros "inadequados" à indústria do petróleo ao utilizar, por exemplo, dados de estradas para serviços de terraplanagem. "O TCU analisa com a mesma severidade despesas [de empregados] com um ovo cozido em hotéis e grandes projetos [de plataforma e gasodutos.]"
Capitalização.
Gabrielli afirmou ainda que, mesmo sem a participação da União, a capitalização da companhia será realizada neste ano com o objetivo de evitar a perda do grau de investimento.
Disse ainda que, enquanto ela não for realizada, a estatal não assumirá novas dívidas --captação de recursos no exterior, empréstimo do BNDES ou qualquer outro mecanismo.
A capitalização será feita, diz, não porque a empresa "tem problemas de caixa de curto prazo", mas para manter a relação entre a dívida e o capital total da companhia na casa de 35% --padrão das empresas com grau de investimento.
Atualmente, a relação é de 31%, mas subirá dada a necessidade de ampliar o endividamento para fazer frente aos investimentos previstos neste ano --US$ 88 bilhões.
Pelo projeto no Congresso, a União cederá reservas não licitadas do pré-sal em troca de ações da empresa.
A estimativa leva em conta a previsão de produção de 3,8 milhões de barris/dia em 2020 --dos quais 2 milhões vão apenas compensar o declínio natural dos campos já em operação. Hoje, a estatal produz 2 milhões de barris/dia no país.
Quase metade dessas plataformas será destinada ao pré-sal da bacia de Santos --responsável por 1,8 bilhão de barris/dia de produção em 2020.
Diante da necessidade de pesados investimentos, diz Gabrielli, a Petrobras foi obrigada a mudar toda a sua lógica de contratações de plataformas e buscar a redução de custos.
A estatal decidiu deixar de fazer projetos "sob encomenda" e passou a adotar a contratar em grandes blocos.
Antes, a Petrobras comprava um navio, mandava reformular o casco e encomendava módulos de geração de energia, produção e separação de óleo, compressão de gás e outros a serem adaptados a esse casco.
Agora, todos os cascos e equipamentos serão padronizados e contratados em blocos a estaleiros e outros fornecedores.
"Vamos fazer em série com um padrão único. Isso vai reduzir muito os custos", disse Gabrielli, sem revelar de quanto será a economia.
Os primeiros oito cascos serão feitos pela empreiteira W Torre, no estaleiro Rio Grande (RS). O valor não foi revelado, mas um navio-plataforma completo custa entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões.
Gabrielli disse não acreditar que contratos maiores com uma única empreiteira vá criar obstáculos junto ao TCU -que viu indícios de superfaturamento nas obras do Comperj, do gasoduto Coari-Manaus e na refinaria Abreu e Lima (PE).
Segundo ele, o tribunal avalia as obras da estatal com parâmetros "inadequados" à indústria do petróleo ao utilizar, por exemplo, dados de estradas para serviços de terraplanagem. "O TCU analisa com a mesma severidade despesas [de empregados] com um ovo cozido em hotéis e grandes projetos [de plataforma e gasodutos.]"
Capitalização.
Gabrielli afirmou ainda que, mesmo sem a participação da União, a capitalização da companhia será realizada neste ano com o objetivo de evitar a perda do grau de investimento.
Disse ainda que, enquanto ela não for realizada, a estatal não assumirá novas dívidas --captação de recursos no exterior, empréstimo do BNDES ou qualquer outro mecanismo.
A capitalização será feita, diz, não porque a empresa "tem problemas de caixa de curto prazo", mas para manter a relação entre a dívida e o capital total da companhia na casa de 35% --padrão das empresas com grau de investimento.
Atualmente, a relação é de 31%, mas subirá dada a necessidade de ampliar o endividamento para fazer frente aos investimentos previstos neste ano --US$ 88 bilhões.
Pelo projeto no Congresso, a União cederá reservas não licitadas do pré-sal em troca de ações da empresa.
BB-BI - Cielo e Redecard - Prévias 1T10
Os resultados da Cielo e da Redecard para o 1T10 serão divulgados nas
próximas quinta e sexta, dias 29 e 30, respectivamente, e devem mostrar
consistente evolução de faturamento e receita na comparação com o mesmo
período do ano anterior. Também esperamos ganhos de margem YoY.
Lembramos que o primeiro trimestre é sazonalmente mais fraco para as
adquirentes (à exceção do produto Antecipação de Recebíveis, mais
procurado nessa época do ano). Sendo assim, na comparação com o 4T09,
imaginamos alguma perda de margem EBITDA e Líquida, em função do
menor patamar de receitas e de custos mais altos, dada a menor quantidade
de transações.
Cielo: destaque para a expansão no faturamento YoY
Projetamos expansão pouco acima do mercado em termos de faturamento de
crédito e débito YoY. Segundo a ABECS, houve crescimento de 23,1% no
crédito e de 23,3% no débito no 1T10. Em nossas estimativas, as taxas de
crescimento da Cielo são de 23,3% e de 23,7%. Consideramos um Net MDR
de 1,48% para o crédito e de 0,82% para o débito.
Estimamos evolução de 23,9% YoY na Receita Líquida Ajustada. A Receita
de Antecipação de Recebíveis deve crescer 5,1% em relação ao 4T09,
representando 5,9% do volume de crédito.
Esperamos pequena melhora no patamar de despesas operacionais em
relação à receita líquida na comparação QoQ.
Redecard: expansão mais tímida, mas evolução nas margens
YOY.
Os resultados da Redecard para o 1T10 devem ser marcados por melhora de
margens YoY, apesar de expansão mais tímida que a da principal
concorrente em termos de faturamento.
Projetamos crescimento de 21% no faturamento de crédito e de 21,3% no
débito YoY, com Net MDR de 1,46% para o crédito e de 0,79% para o débito.
Estimamos evolução de 14,4% na receita líquida ajustada YoY. A receita de
antecipação de recebíveis deve crescer 6,8% YoY, representando 24,6% do
volume de crédito no período.
As despesas com Marketing mais elevadas (5,6% da receita de crédito e
débito em nossas estimativas) puxam o total de Despesas Operacionais /
Receita Líquida para cima na comparação anual.
próximas quinta e sexta, dias 29 e 30, respectivamente, e devem mostrar
consistente evolução de faturamento e receita na comparação com o mesmo
período do ano anterior. Também esperamos ganhos de margem YoY.
Lembramos que o primeiro trimestre é sazonalmente mais fraco para as
adquirentes (à exceção do produto Antecipação de Recebíveis, mais
procurado nessa época do ano). Sendo assim, na comparação com o 4T09,
imaginamos alguma perda de margem EBITDA e Líquida, em função do
menor patamar de receitas e de custos mais altos, dada a menor quantidade
de transações.
Cielo: destaque para a expansão no faturamento YoY
Projetamos expansão pouco acima do mercado em termos de faturamento de
crédito e débito YoY. Segundo a ABECS, houve crescimento de 23,1% no
crédito e de 23,3% no débito no 1T10. Em nossas estimativas, as taxas de
crescimento da Cielo são de 23,3% e de 23,7%. Consideramos um Net MDR
de 1,48% para o crédito e de 0,82% para o débito.
Estimamos evolução de 23,9% YoY na Receita Líquida Ajustada. A Receita
de Antecipação de Recebíveis deve crescer 5,1% em relação ao 4T09,
representando 5,9% do volume de crédito.
Esperamos pequena melhora no patamar de despesas operacionais em
relação à receita líquida na comparação QoQ.
Redecard: expansão mais tímida, mas evolução nas margens
YOY.
Os resultados da Redecard para o 1T10 devem ser marcados por melhora de
margens YoY, apesar de expansão mais tímida que a da principal
concorrente em termos de faturamento.
Projetamos crescimento de 21% no faturamento de crédito e de 21,3% no
débito YoY, com Net MDR de 1,46% para o crédito e de 0,79% para o débito.
Estimamos evolução de 14,4% na receita líquida ajustada YoY. A receita de
antecipação de recebíveis deve crescer 6,8% YoY, representando 24,6% do
volume de crédito no período.
As despesas com Marketing mais elevadas (5,6% da receita de crédito e
débito em nossas estimativas) puxam o total de Despesas Operacionais /
Receita Líquida para cima na comparação anual.
BRADESCO E BB PODEM FAZER IPO DA CBSS , DONA DO CARTÃO VISA VALE
O Bradesco e o Banco do Brasil não descartam fazer a abertura de
capital da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), dona do cartão de benefícios Visa Vale. "O assunto não é pauta imediata, mas está no radar e pode vir a acontecer", disse há pouco o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo do BB, Paulo Cafarelli, em teleconferência com a imprensa. "A empresa tem histórico
parecido com a Cielo (empresa dos dois bancos que fez IPO em 2009)", complementou.
O dois bancos não descartam também a mudança na composição acionária da CBSS. A bandeira Visa tem participação de 10% no capital da CBSS - os 90% restantes estão com os dois bancos. "A prioridade foi negociar a participação do Santander. Hoje a Visa é nossa sócia. Daqui a pouco pode mudar", disse Cafarelli.
Na sexta-feira, Bradesco e Banco do Brasil fizeram proposta de compra da participação do Banco Santander na CBSS e na Cielo pelo valor total de R$ 1,6 bilhão. O Bradesco fez proposta de R$ 425 milhões para comprar 2,09% da Cielo. Também propôs a compra da participação de 10,67% do banco espanhol na CBSS por R$ 139,2 milhões. Já a proposta do BB feita ao Santander é para o pagamento de R$ 1,1 bilhão (R$ 60,8 milhões referentes a transação da CBSS e R$ 1,039 bilhão na Cielo).
O Bradesco e o Banco do Brasil passarão a deter, cada um, o equivalente a 28,65% do capital social da Cielo. Na CBSS, a participação do BB sobe de 40,35% para 45,0%; a do Bradesco passa de 34,33% para 45%.
Segundo Marcelo Noronha, diretor da Bradesco Cartões, a aquisição mostra o interesse do banco no setor de cartões, que vem crescendo 20% ao ano. "Também mostra a confiança do banco nas duas empresas", disse o executivo.
capital da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), dona do cartão de benefícios Visa Vale. "O assunto não é pauta imediata, mas está no radar e pode vir a acontecer", disse há pouco o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo do BB, Paulo Cafarelli, em teleconferência com a imprensa. "A empresa tem histórico
parecido com a Cielo (empresa dos dois bancos que fez IPO em 2009)", complementou.
O dois bancos não descartam também a mudança na composição acionária da CBSS. A bandeira Visa tem participação de 10% no capital da CBSS - os 90% restantes estão com os dois bancos. "A prioridade foi negociar a participação do Santander. Hoje a Visa é nossa sócia. Daqui a pouco pode mudar", disse Cafarelli.
Na sexta-feira, Bradesco e Banco do Brasil fizeram proposta de compra da participação do Banco Santander na CBSS e na Cielo pelo valor total de R$ 1,6 bilhão. O Bradesco fez proposta de R$ 425 milhões para comprar 2,09% da Cielo. Também propôs a compra da participação de 10,67% do banco espanhol na CBSS por R$ 139,2 milhões. Já a proposta do BB feita ao Santander é para o pagamento de R$ 1,1 bilhão (R$ 60,8 milhões referentes a transação da CBSS e R$ 1,039 bilhão na Cielo).
O Bradesco e o Banco do Brasil passarão a deter, cada um, o equivalente a 28,65% do capital social da Cielo. Na CBSS, a participação do BB sobe de 40,35% para 45,0%; a do Bradesco passa de 34,33% para 45%.
Segundo Marcelo Noronha, diretor da Bradesco Cartões, a aquisição mostra o interesse do banco no setor de cartões, que vem crescendo 20% ao ano. "Também mostra a confiança do banco nas duas empresas", disse o executivo.
Deutsche Bank venderá ações dos EUA na Bovespa
O Deutsche Bank fechou acordo com a BM&FBovespa para oferecer ao investidor brasileiro a possibilidade de comprar no País ações de empresas de primeira linha dos EUA. Se o cronograma previsto pelos executivos envolvidos no negócio se confirmar, a aplicação já estará disponível no início do segundo semestre.
No entanto, as pessoas físicas não poderão comprar os papéis diretamente no pregão da bolsa. Terão de investir por intermédio de um fundo. Isso porque as ações não chegarão ao Brasil pelas próprias empresas, mas sim pelo Deutsche Bank. Tecnicamente, o que o banco alemão fará é comprar os papéis no mercado nova-iorquino e emitir aqui um recibo correspondente (como se fosse uma ação-espelho), chamado de Brazilian Depositary Receipt (BDR).
Nesses casos, a legislação brasileira permite que a negociação direta no pregão seja feita por instituições financeiras, fundos de investimento, gestores de investimento (asset managements) e corretoras. Fundos de pensão, como as pessoas físicas, também estão impedidos de comprar e vender diretamente.
O diretor da área de custódia do Deutsche no País, Ricardo Nascimento, afirma que, em um primeiro momento, serão negociadas no pregão da Bovespa as ações de 10 companhias americanas. Ele não revela os nomes, mas diz que são do primeiro time – tanto da Bolsa de Nova York quanto da bolsa eletrônica Nasdaq. Estão na categoria empresas como Microsoft, Coca-Cola, General Electric, Wal-Mart, Intel, IBM e Boeing.
A parceria da BM&FBovespa com o Deutsche encaixa-se na estratégia da bolsa brasileira de oferecer mais opções de ativos aos investidores locais. Isso incluirá acordos com outras instituições financeiras.
Quando anunciar oficialmente o acerto com o Deutsche – o que deve ocorrer nas próximas semanas –, a BM&FBovespa abrirá uma concorrência para outra carteira de dez ações de empresas americanas. Ganhará a instituição que garantir o maior volume de negócios.
Segundo Nascimento, a liquidez das ações é um dos pontos que demandaram especial atenção do Deutsche durante os três anos que o banco levou para desenvolver o negócio.
Por isso, a instituição acertou com a BM&FBovespa de fazer o papel de market maker – na eventualidade de não haver ação disponível ou de não haver comprador para a ação no mercado, o formador de mercado (em português) se compromete a vendê-lo ou a comprá-lo. Ele ainda tem a função de negociar diariamente a ação, também com objetivo de proporcionar liquidez.
Segundo Nascimento, o Deutsche tem programas semelhantes na Bolsa de Buenos Aires (desde 1998), na Bolsa da Cidade do México (desde 2003) e na Bolsa de Santiago (desde novembro de 2009). Na Argentina, as ações americanas respondem hoje por entre 10% e 20% do volume diário de negócios. No México, por 30% a 35%. No Chile, ainda não há estatísticas disponíveis.
No caso brasileiro, Nascimento diz que foi difícil elaborar uma projeção por causa do tamanho do mercado acionário, o maior da América Latina. "O Brasil é uma economia pujante e a concorrência, aqui, é com empresas de primeira linha", observa. "Por isso, a projeção é de que o segmento responda por 10% do volume da Bovespa em três anos."
No entanto, as pessoas físicas não poderão comprar os papéis diretamente no pregão da bolsa. Terão de investir por intermédio de um fundo. Isso porque as ações não chegarão ao Brasil pelas próprias empresas, mas sim pelo Deutsche Bank. Tecnicamente, o que o banco alemão fará é comprar os papéis no mercado nova-iorquino e emitir aqui um recibo correspondente (como se fosse uma ação-espelho), chamado de Brazilian Depositary Receipt (BDR).
Nesses casos, a legislação brasileira permite que a negociação direta no pregão seja feita por instituições financeiras, fundos de investimento, gestores de investimento (asset managements) e corretoras. Fundos de pensão, como as pessoas físicas, também estão impedidos de comprar e vender diretamente.
O diretor da área de custódia do Deutsche no País, Ricardo Nascimento, afirma que, em um primeiro momento, serão negociadas no pregão da Bovespa as ações de 10 companhias americanas. Ele não revela os nomes, mas diz que são do primeiro time – tanto da Bolsa de Nova York quanto da bolsa eletrônica Nasdaq. Estão na categoria empresas como Microsoft, Coca-Cola, General Electric, Wal-Mart, Intel, IBM e Boeing.
A parceria da BM&FBovespa com o Deutsche encaixa-se na estratégia da bolsa brasileira de oferecer mais opções de ativos aos investidores locais. Isso incluirá acordos com outras instituições financeiras.
Quando anunciar oficialmente o acerto com o Deutsche – o que deve ocorrer nas próximas semanas –, a BM&FBovespa abrirá uma concorrência para outra carteira de dez ações de empresas americanas. Ganhará a instituição que garantir o maior volume de negócios.
Segundo Nascimento, a liquidez das ações é um dos pontos que demandaram especial atenção do Deutsche durante os três anos que o banco levou para desenvolver o negócio.
Por isso, a instituição acertou com a BM&FBovespa de fazer o papel de market maker – na eventualidade de não haver ação disponível ou de não haver comprador para a ação no mercado, o formador de mercado (em português) se compromete a vendê-lo ou a comprá-lo. Ele ainda tem a função de negociar diariamente a ação, também com objetivo de proporcionar liquidez.
Segundo Nascimento, o Deutsche tem programas semelhantes na Bolsa de Buenos Aires (desde 1998), na Bolsa da Cidade do México (desde 2003) e na Bolsa de Santiago (desde novembro de 2009). Na Argentina, as ações americanas respondem hoje por entre 10% e 20% do volume diário de negócios. No México, por 30% a 35%. No Chile, ainda não há estatísticas disponíveis.
No caso brasileiro, Nascimento diz que foi difícil elaborar uma projeção por causa do tamanho do mercado acionário, o maior da América Latina. "O Brasil é uma economia pujante e a concorrência, aqui, é com empresas de primeira linha", observa. "Por isso, a projeção é de que o segmento responda por 10% do volume da Bovespa em três anos."
PERSPECTIVA SIDERURGIA E MINERAÇÃO:Usiminas deve atrair China com mineração
Com a perspectiva de uma sequência de altas no preço do minério de ferro para os próximos anos, a tendência de mercado é de que mais empresas chinesas decidam aportar no Brasil em busca de ativos em mineração para garantir seu suprimento. Dessa forma, um dos próximos alvos das
companhias asiáticas pode ser a unidade de mineração que a Usiminas planeja após a segregação de seus ativos, que poderão ser melhor precificados dependendo do resultado da oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês)da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Três exemplos do apetite chinês pelos ativos minerários no Brasil foram
anunciados mesmo durante a crise. A primeira foi a Wuhan, que adquiriu 21,52% das ações da MMX, do empresário Eike Batista, por US$ 400 milhões. Outro negócio foi a venda de Itaminas à companhia chinesa Birô de Exploração e Desenvolvimento Mineral do Leste da China ECE, que pagou US$ 1,2 bilhão pelo ativo, que é composto por jazidas de ferro que somam recursos minerais estimados em 1,3 bilhão de toneladas. E por último, a Honbridge Holdings (de Hong Kong) confirmou a aquisição, na semana passada, do projeto de mineração de Salinas da Votorantim Novos Negócios por US$ 390 milhões.
Segundo o analista de siderurgia e mineração da Socopa Corretora, Marcelo
Varejão, a tendência é ocorrer mais negócios entre Brasil e China nesse
segmento. Mesmo com as tentativas de desaceleração da economia propostas pelo governo daquele país a propensão para os próximos anos é de continuidade da relação, pois a China têm um déficit grande de infraestrutura, e com o desenvolvimento há uma necessidade crescente por aço, o que traz perspectiva positiva.
Em sua análise, Varejão acredita que os investimentos chineses poderão
colocar a Usiminas como um novo alvo para parcerias como a da MMX com a Wuhan, onde a empresa chinesa não possui controle da companhia, mas uma participação relevante, de cerca de 20% a 30%.
Segundo os planos da Usiminas, detalhados pelo presidente Marco Antônio
Castello Branco, que deixa o cargo ao fim desta semana, a nova empresa de
mineração será uma S.A. de capital fechado. Subsidiária integral da siderúrgica em um primeiro momento. A meta posterior é de abrir seu capital sendo que a companhia mineira deverá ser majoritária, com pelo menos 51% de participação, e um sócio estratégico de peso que deterá 20% do capital total da nova empresa.
Dessa forma, a Usiminas pretende expandir sua capacidade de produção de minério dos 6 milhões de toneladas registrados em 2009 para 29 milhões de toneladas em 2014.
Nas contas de Rafael Weber, analista da corretora Geração Futuro, a
necessidade da Usiminas a plena capacidade é de 13 a 14 milhões de toneladas de minério o que levaria a um excedente de até 15 milhões de toneladas em 2014, um volume que deverá atrair chineses para o negócio uma vez que há necessidade de suprimento naquele país. Apesar de concordar que a nova empresa deverá atrair o capital oriental, Weber acredita que outra possibilidade para a parceria está em uma empresa de logística, um dos maiores gargalos da Usiminas para o escoamento da produção de Serra Azul.
Para ambos os analistas, o movimento das empresas chinesas reflete o momento delicado pelo qual as siderúrgicas estão passando com a alta de preço do minério de ferro em função da oferta escassa ante a demanda em alta. A tendência de entrar em mineração deverá aumentar ainda mais, pois a perspectiva é de alta nos preços para os próximos meses.
Um parâmetro dessa busca é tirado do negócio entre a Votorantim e a
Honbridge. O minério do projeto de Salinas é de baixo teor de ferro. Como é um negócio de risco a adquirente pagou uma entrada e se confirmado o potencial do local, pagará o restante. "Os chineses estão procurando fontes porque sabem que precisam de insumo em um período como este que é de alta de preços", afirmou o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Roberto Galdi.
Varejão reforça a tendência de que a oferta está limitada e a demanda
aquecida e que isso tem como conseqüência o não atendimento da crescente
necessidade por minério de qualidade. "Diante deste cenário, vemos que os
chineses poderão entrar com mais parcerias em mineradoras no Brasil, garantindo o fornecimento do insumo", afirmou Varejão para quem a Usiminas está bem posicionada para obter um bom retorno com a segregação.
Outro negócio do setor deverá ser utilizado como base pela Usiminas, é o IPO da Casa de Pedra, pela CSN. O panorama é esse, mas ainda assim, lembra Galdi, é preciso ver se a companhia liderada por Benjamin Steinbruch realmente realizará o IPO conforme está planejado.
Para o analista, mais um fato que pode ser o gatilho para que a Usiminas
acelere o processo é a própria precificação do minério de ferro, para que a empresa capture os benefícios que o ciclo de alta dos preços dos metais tem apresentado.
"Atualmente o preço do minério da Vale está em cerca de US$ 115 por
tonelada, já o preço no mercado spot já está na casa dos US$ 180 e com viés de alta, já tem até gente falando em US$ 200 por tonelada para o final do ano, se isso se confirmar será um preço recorde", explicou Galdi.
companhias asiáticas pode ser a unidade de mineração que a Usiminas planeja após a segregação de seus ativos, que poderão ser melhor precificados dependendo do resultado da oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês)da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Três exemplos do apetite chinês pelos ativos minerários no Brasil foram
anunciados mesmo durante a crise. A primeira foi a Wuhan, que adquiriu 21,52% das ações da MMX, do empresário Eike Batista, por US$ 400 milhões. Outro negócio foi a venda de Itaminas à companhia chinesa Birô de Exploração e Desenvolvimento Mineral do Leste da China ECE, que pagou US$ 1,2 bilhão pelo ativo, que é composto por jazidas de ferro que somam recursos minerais estimados em 1,3 bilhão de toneladas. E por último, a Honbridge Holdings (de Hong Kong) confirmou a aquisição, na semana passada, do projeto de mineração de Salinas da Votorantim Novos Negócios por US$ 390 milhões.
Segundo o analista de siderurgia e mineração da Socopa Corretora, Marcelo
Varejão, a tendência é ocorrer mais negócios entre Brasil e China nesse
segmento. Mesmo com as tentativas de desaceleração da economia propostas pelo governo daquele país a propensão para os próximos anos é de continuidade da relação, pois a China têm um déficit grande de infraestrutura, e com o desenvolvimento há uma necessidade crescente por aço, o que traz perspectiva positiva.
Em sua análise, Varejão acredita que os investimentos chineses poderão
colocar a Usiminas como um novo alvo para parcerias como a da MMX com a Wuhan, onde a empresa chinesa não possui controle da companhia, mas uma participação relevante, de cerca de 20% a 30%.
Segundo os planos da Usiminas, detalhados pelo presidente Marco Antônio
Castello Branco, que deixa o cargo ao fim desta semana, a nova empresa de
mineração será uma S.A. de capital fechado. Subsidiária integral da siderúrgica em um primeiro momento. A meta posterior é de abrir seu capital sendo que a companhia mineira deverá ser majoritária, com pelo menos 51% de participação, e um sócio estratégico de peso que deterá 20% do capital total da nova empresa.
Dessa forma, a Usiminas pretende expandir sua capacidade de produção de minério dos 6 milhões de toneladas registrados em 2009 para 29 milhões de toneladas em 2014.
Nas contas de Rafael Weber, analista da corretora Geração Futuro, a
necessidade da Usiminas a plena capacidade é de 13 a 14 milhões de toneladas de minério o que levaria a um excedente de até 15 milhões de toneladas em 2014, um volume que deverá atrair chineses para o negócio uma vez que há necessidade de suprimento naquele país. Apesar de concordar que a nova empresa deverá atrair o capital oriental, Weber acredita que outra possibilidade para a parceria está em uma empresa de logística, um dos maiores gargalos da Usiminas para o escoamento da produção de Serra Azul.
Para ambos os analistas, o movimento das empresas chinesas reflete o momento delicado pelo qual as siderúrgicas estão passando com a alta de preço do minério de ferro em função da oferta escassa ante a demanda em alta. A tendência de entrar em mineração deverá aumentar ainda mais, pois a perspectiva é de alta nos preços para os próximos meses.
Um parâmetro dessa busca é tirado do negócio entre a Votorantim e a
Honbridge. O minério do projeto de Salinas é de baixo teor de ferro. Como é um negócio de risco a adquirente pagou uma entrada e se confirmado o potencial do local, pagará o restante. "Os chineses estão procurando fontes porque sabem que precisam de insumo em um período como este que é de alta de preços", afirmou o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Roberto Galdi.
Varejão reforça a tendência de que a oferta está limitada e a demanda
aquecida e que isso tem como conseqüência o não atendimento da crescente
necessidade por minério de qualidade. "Diante deste cenário, vemos que os
chineses poderão entrar com mais parcerias em mineradoras no Brasil, garantindo o fornecimento do insumo", afirmou Varejão para quem a Usiminas está bem posicionada para obter um bom retorno com a segregação.
Outro negócio do setor deverá ser utilizado como base pela Usiminas, é o IPO da Casa de Pedra, pela CSN. O panorama é esse, mas ainda assim, lembra Galdi, é preciso ver se a companhia liderada por Benjamin Steinbruch realmente realizará o IPO conforme está planejado.
Para o analista, mais um fato que pode ser o gatilho para que a Usiminas
acelere o processo é a própria precificação do minério de ferro, para que a empresa capture os benefícios que o ciclo de alta dos preços dos metais tem apresentado.
"Atualmente o preço do minério da Vale está em cerca de US$ 115 por
tonelada, já o preço no mercado spot já está na casa dos US$ 180 e com viés de alta, já tem até gente falando em US$ 200 por tonelada para o final do ano, se isso se confirmar será um preço recorde", explicou Galdi.
Demanda de siderúrgicas chinesas deve crescer em 10 anos, diz economista chinês
A demanda das siderúrgicas chinesas vai aumentar na próxima década, segundo Hu Chunli, economista do National Development and Reform Commission’s Institute of Industrial Development.
Para Hu, o desenvolvimento de setores como infraestrutura e construção civil vai continuar puxando o crescimento econômico e, consequentemente, a demanda por produtos siderúrgicos chineses.
A construção civil representa mais de 60% de todo o investimento na China e mais da metade da demanda por aço no país, de acordo com o economista.
Perspectivas
“Com a pressão de manter o crescimento econômico, a estrutura deste crescimento não deve se alterar dramaticamente durante o Plano de Cinco Anos do governo para 2011 a 2015 e mesmo durante o Plano de Cinco Anos de 2016 a 2020; ou seja, basicamente pelos próximos dez anos”, fala.
Hu também comenta que o fato de o setor siderúrgico chinês ter crescido rapidamente nos últimos anos é resultado de uma demanda robusta, apesar dos esforços do governo para conter o superaquecimento da indústria.
Para Hu, o desenvolvimento de setores como infraestrutura e construção civil vai continuar puxando o crescimento econômico e, consequentemente, a demanda por produtos siderúrgicos chineses.
A construção civil representa mais de 60% de todo o investimento na China e mais da metade da demanda por aço no país, de acordo com o economista.
Perspectivas
“Com a pressão de manter o crescimento econômico, a estrutura deste crescimento não deve se alterar dramaticamente durante o Plano de Cinco Anos do governo para 2011 a 2015 e mesmo durante o Plano de Cinco Anos de 2016 a 2020; ou seja, basicamente pelos próximos dez anos”, fala.
Hu também comenta que o fato de o setor siderúrgico chinês ter crescido rapidamente nos últimos anos é resultado de uma demanda robusta, apesar dos esforços do governo para conter o superaquecimento da indústria.
Alta do minério de ferro pode reduzir déficit neste ano
O mês de março intensificou o processo de deterioração das contas externas, com recorde de déficit em conta corrente de US$ 12,145 bilhões nos primeiros três meses do ano, o pior resultado nominal da série história iniciada em 1947 para esse período. O reajuste no preço do minério de ferro, no entanto, trouxe um alento para a balança comercial e levou os analistas a uma revisão para baixo de suas projeções para as transações correntes para o fim do ano.
"Com a incorporação do reajuste do preço do minério de ferro, o saldo projetado para a balança comercial de bens passou de US$ 12,1 bilhões para US$ 19,1 bilhões. Com isso, nossa projeção para o déficit em conta corrente foi revista de US$ 48,7 bilhões para US$ 40,1 bilhões", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. Ele lembra que o mineral tem um peso de quase 10% das exportações brasileiras.
O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco vai na mesma direção e prevê déficit de US$ 47,2 bilhões (contra US$ 55,4 bilhões na análise do mês passado). "Esperamos intensificação do déficit na conta de serviços e rendas, o que deverá compensar em grande parte a recuperação esperada do saldo comercial, impulsionada, em grande medida, pela maior entrada de recursos por conta do aumento do preço do minério de ferro, que deverá ser contabilizado a partir de maio", diz em relatório.
Em março, o déficit em conta corrente foi de US$ 5,1 bilhões, acima da expectativa do mercado. A surpresa negativa veio de um déficit maior do que o esperado na conta de serviços, que pulou de US$ 2,1 bilhões, em fevereiro, para US$ 3 bilhões em março. Parte dessa alta foi puxada pelo aluguel de equipamentos (US$ 1,26 bilhão).
O Banco Central (que não revisou suas projeções e espera US$ 49 bilhões de déficit em conta corrente), não vê motivos para preocupação com a piora desse indicador. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, esse comportamento "já era esperado" por conta do nível de atividade da economia brasileira mais aquecida do que outros países, o que reduz o saldo da balança comercial.
Além disso, diz, as projeções para os investimentos estrangeiros diretos (US$ 45 bilhões) e em portfólio (US$ 35 bilhões) mais do que cobrem a previsão de déficit, com expectativa de fortes ingressos de recursos a partir de maio e também para os próximos anos. "Houve uma mudança estrutural nas contas externas", diz, já que antes o país tinha de pagar juros de uma dívida externa maior, enquanto agora o déficit é financiado por investimentos.
Essa nova dinâmica, no médio prazo, completa Lopes, leva a uma tendência de melhora do quadro externo, dado que parte importante desse investimento estrangeiro vem sendo feito no setor produtivo exportador, como mineração e agronegócio. A autoridade monetária espera que a partir de 2012 a situação comece a se reverter.
Nem todos no mercado estão assim tão otimistas. "Caminha-se rapidamente para um quadro de crescente deterioração das contas externas onde estaremos mais dependentes da entrada de capitais externos e, na eventual escassez desses, o Bacen será obrigado a utilizar partes das reservas cambiais para prover o mercado em quotas adicionais de divisas", diz relatório da Edgard Pereira & Associados.
"Com a incorporação do reajuste do preço do minério de ferro, o saldo projetado para a balança comercial de bens passou de US$ 12,1 bilhões para US$ 19,1 bilhões. Com isso, nossa projeção para o déficit em conta corrente foi revista de US$ 48,7 bilhões para US$ 40,1 bilhões", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. Ele lembra que o mineral tem um peso de quase 10% das exportações brasileiras.
O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco vai na mesma direção e prevê déficit de US$ 47,2 bilhões (contra US$ 55,4 bilhões na análise do mês passado). "Esperamos intensificação do déficit na conta de serviços e rendas, o que deverá compensar em grande parte a recuperação esperada do saldo comercial, impulsionada, em grande medida, pela maior entrada de recursos por conta do aumento do preço do minério de ferro, que deverá ser contabilizado a partir de maio", diz em relatório.
Em março, o déficit em conta corrente foi de US$ 5,1 bilhões, acima da expectativa do mercado. A surpresa negativa veio de um déficit maior do que o esperado na conta de serviços, que pulou de US$ 2,1 bilhões, em fevereiro, para US$ 3 bilhões em março. Parte dessa alta foi puxada pelo aluguel de equipamentos (US$ 1,26 bilhão).
O Banco Central (que não revisou suas projeções e espera US$ 49 bilhões de déficit em conta corrente), não vê motivos para preocupação com a piora desse indicador. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, esse comportamento "já era esperado" por conta do nível de atividade da economia brasileira mais aquecida do que outros países, o que reduz o saldo da balança comercial.
Além disso, diz, as projeções para os investimentos estrangeiros diretos (US$ 45 bilhões) e em portfólio (US$ 35 bilhões) mais do que cobrem a previsão de déficit, com expectativa de fortes ingressos de recursos a partir de maio e também para os próximos anos. "Houve uma mudança estrutural nas contas externas", diz, já que antes o país tinha de pagar juros de uma dívida externa maior, enquanto agora o déficit é financiado por investimentos.
Essa nova dinâmica, no médio prazo, completa Lopes, leva a uma tendência de melhora do quadro externo, dado que parte importante desse investimento estrangeiro vem sendo feito no setor produtivo exportador, como mineração e agronegócio. A autoridade monetária espera que a partir de 2012 a situação comece a se reverter.
Nem todos no mercado estão assim tão otimistas. "Caminha-se rapidamente para um quadro de crescente deterioração das contas externas onde estaremos mais dependentes da entrada de capitais externos e, na eventual escassez desses, o Bacen será obrigado a utilizar partes das reservas cambiais para prover o mercado em quotas adicionais de divisas", diz relatório da Edgard Pereira & Associados.
Barclays elege Vale como top pick na América Latina e vê ações descontadas
Em relatório de atualização de estimativas, o Barclays Capital elege as ações da Vale (VALE5) como top pick no setor de mineração na América Latina, com preço-alvo de US$ 41,00 para os ADRs (American Depositary Receipts) – upside de 26,9%, conforme o último fechamento.
Conforme os analistas, as ações da mineradora são negociadas com desconto em relação às rivais, dado o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre geração operacional de caixa) projetado para 2011 próximo a 5,1 vezes.
“Nos preços atuais do mercado spot (US$ 180 por tonelada métrica), calculamos que a divisão férrea sozinha poderá gerar Ebitda de US$ 40 bilhões em 2011”, discorrem os analistas, ao elogiarem a “alta geração de caixa” da mineradora.
Ainda com base no valuation, o Barclays revela sua predileção pelas ações da CSN (CSNA3) no setor siderúrgico, justificando-a pelo alto crescimento e retorno de sua unidade de minério de ferro, bem como pelo negócio rentável na produção de aço.
Mais adiante no relatório, o banco ressalta que o valuation descontado e as evoluções sequenciais nos lucros devem manter a ação em trajetória de alta. “A execução nos projetos e a internacionalização da estratégia permanecem como maiores riscos”, ponderam os analistas.
Por fim, a equipe de research lista recomendação de compra para os papéis da CSN, com preço-alvo de R$ 41,00, o que representa um upside de 20,5%, segundo o último fechamento.
Conforme os analistas, as ações da mineradora são negociadas com desconto em relação às rivais, dado o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre geração operacional de caixa) projetado para 2011 próximo a 5,1 vezes.
“Nos preços atuais do mercado spot (US$ 180 por tonelada métrica), calculamos que a divisão férrea sozinha poderá gerar Ebitda de US$ 40 bilhões em 2011”, discorrem os analistas, ao elogiarem a “alta geração de caixa” da mineradora.
Ainda com base no valuation, o Barclays revela sua predileção pelas ações da CSN (CSNA3) no setor siderúrgico, justificando-a pelo alto crescimento e retorno de sua unidade de minério de ferro, bem como pelo negócio rentável na produção de aço.
Mais adiante no relatório, o banco ressalta que o valuation descontado e as evoluções sequenciais nos lucros devem manter a ação em trajetória de alta. “A execução nos projetos e a internacionalização da estratégia permanecem como maiores riscos”, ponderam os analistas.
Por fim, a equipe de research lista recomendação de compra para os papéis da CSN, com preço-alvo de R$ 41,00, o que representa um upside de 20,5%, segundo o último fechamento.
Vale: Deutsche Bank reitera recomendação de compra e vê prêmios à frente
“Permanecemos positivos sobre o horizonte do segmento de minério de ferro”. A afirmação inicia relatório do Deutsche Bank sobre a Vale (VALE3;VALE5), no qual seus analistas listam recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de US$ 39,00 para os ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora – upside de 22,1%, conforme o último fechamento.
Para o banco, o final do sistema benchmark aliado à falta de informações sobre a nova fórmula de precificação dos contratos trimestrais elevam as preocupações do mercado sobre o horizonte. Contudo, os analistas veem somente decorrências otimistas para as projeções com tal cenário.
A primeira delas é que o prêmio pago pela melhor qualidade do minério brasileiro deverá aumentar. Segundo o Deutsche Bank, a recompensa a ser paga por tonelada do minério de ferro deverá ser de US$ 24,00 por tonelada. Além do prêmio, os analistas ressaltam a expectativa de alta nos preços das pelotas, que deverão relatar variação positiva de 130% em 2010.
Consumo de aço em foco
Em reflexo dos temores quanto à formação de uma bolha imobiliária na China, o banco destaca que alguns investidores sentem-se temerosos quanto a uma possível redução da produção siderúrgica e as decorrências de uma intervenção do governo. Vale lembrar que a construção responde por 50% do consumo de aço no gigante asiático.
Contudo, “somente 17% do consumo de aço corresponde à construção privada”, dizem os analistas, reduzindo tais receios. Por fim, o Deutsche Bank calcula que uma queda de 20% na construção privada deverá exercer impactos de “apenas 3,4%” em suas projeções de consumo de aço, e conclui que as preocupações sobre as medidas do país é exagerado.
Para o banco, o final do sistema benchmark aliado à falta de informações sobre a nova fórmula de precificação dos contratos trimestrais elevam as preocupações do mercado sobre o horizonte. Contudo, os analistas veem somente decorrências otimistas para as projeções com tal cenário.
A primeira delas é que o prêmio pago pela melhor qualidade do minério brasileiro deverá aumentar. Segundo o Deutsche Bank, a recompensa a ser paga por tonelada do minério de ferro deverá ser de US$ 24,00 por tonelada. Além do prêmio, os analistas ressaltam a expectativa de alta nos preços das pelotas, que deverão relatar variação positiva de 130% em 2010.
Consumo de aço em foco
Em reflexo dos temores quanto à formação de uma bolha imobiliária na China, o banco destaca que alguns investidores sentem-se temerosos quanto a uma possível redução da produção siderúrgica e as decorrências de uma intervenção do governo. Vale lembrar que a construção responde por 50% do consumo de aço no gigante asiático.
Contudo, “somente 17% do consumo de aço corresponde à construção privada”, dizem os analistas, reduzindo tais receios. Por fim, o Deutsche Bank calcula que uma queda de 20% na construção privada deverá exercer impactos de “apenas 3,4%” em suas projeções de consumo de aço, e conclui que as preocupações sobre as medidas do país é exagerado.
Libéria e Vale negociam concessão de minério de ferro
A Libéria está em negociação com a Vale sobre uma possível concessão para exploração de minério de ferro no país e espera fazer um anúncio em breve, disse a comissão de investimentos nesta quinta-feira.
Se a negociação avançar, segundo o presidente da comissão de investimento, Richard Tolbert, será o sexto maior acordo de produção de minério de ferro fechado com uma empresa estrangeira nos últimos cinco anos, somando-se a 10 bilhões de dólares já acertados nesse período.
O acordo destaca os esforços que o país tem feito para restaurar a sua estabilidade e atrair investidores interessados nas vastas reservas de minério de ferro de um país que permaneceu em um estado de guerra quase permanente entre 1989 e 2003.
"Como resultado da visita do nosso presidente ao Brasil (neste mês), poderemos ter a primeira mineradora do mundo aqui", disse Tolbert em entrevista na capital liberiana.
"Não vou entrar em detalhes mas estou bastante contente em ver a (Vale) chegar. Haverá um anúncio em breve."
A China Union fechou uma concessão de minério de ferro no início do ano passado. Uma delegação de autoridades chinesas liderada pelo vice-ministro do Comércio Fu Ziying deve abrir oficialmente o projeto Bong nesta quinta-feira.
Esse projeto deve custar 2,6 bilhões de dólares, o maior investimento estrangeiro no país desde a guerra.
Em janeiro, o empresário israelense Jacob Engel tornou-se o mais recente estrangeiro a investir em depósitos de minério de ferro liberianos, garantindo uma licença de 25 anos para minas com reservas de 1,1 bilhão de toneladas de minério de ferro.
"Somos bastante cuidadosos em não dar todos os nossos recursos para qualquer investidor ou país", disse Tolbert. "Dá para ver isso na diversidade de nossas concessões de mineração".
A Vale está de olho nos depósitos de minério de ferro da África conforme a recuperação econômica amplia a demanda por aço, e uma delegação da empresa se reuniu com o presidente do Gabão, Ali Bongo, neste mês.
A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, e a mineradora BHP Billiton também têm grandes concessões na Libéria.
Se a negociação avançar, segundo o presidente da comissão de investimento, Richard Tolbert, será o sexto maior acordo de produção de minério de ferro fechado com uma empresa estrangeira nos últimos cinco anos, somando-se a 10 bilhões de dólares já acertados nesse período.
O acordo destaca os esforços que o país tem feito para restaurar a sua estabilidade e atrair investidores interessados nas vastas reservas de minério de ferro de um país que permaneceu em um estado de guerra quase permanente entre 1989 e 2003.
"Como resultado da visita do nosso presidente ao Brasil (neste mês), poderemos ter a primeira mineradora do mundo aqui", disse Tolbert em entrevista na capital liberiana.
"Não vou entrar em detalhes mas estou bastante contente em ver a (Vale) chegar. Haverá um anúncio em breve."
A China Union fechou uma concessão de minério de ferro no início do ano passado. Uma delegação de autoridades chinesas liderada pelo vice-ministro do Comércio Fu Ziying deve abrir oficialmente o projeto Bong nesta quinta-feira.
Esse projeto deve custar 2,6 bilhões de dólares, o maior investimento estrangeiro no país desde a guerra.
Em janeiro, o empresário israelense Jacob Engel tornou-se o mais recente estrangeiro a investir em depósitos de minério de ferro liberianos, garantindo uma licença de 25 anos para minas com reservas de 1,1 bilhão de toneladas de minério de ferro.
"Somos bastante cuidadosos em não dar todos os nossos recursos para qualquer investidor ou país", disse Tolbert. "Dá para ver isso na diversidade de nossas concessões de mineração".
A Vale está de olho nos depósitos de minério de ferro da África conforme a recuperação econômica amplia a demanda por aço, e uma delegação da empresa se reuniu com o presidente do Gabão, Ali Bongo, neste mês.
A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, e a mineradora BHP Billiton também têm grandes concessões na Libéria.
Não chore por Wall Street
O presidente Barack Obama foi a Manhattan na quinta feira e, em seu discurso, pediu insistentemente a uma plateia vinda principalmente de Wall Street que apoiasse a reforma financeira. "Acredito", declarou ele, "que no fim estas reformas beneficiarão não apenas o país, mas também o setor financeiro".
Bem, seria melhor se ele não tivesse dito nada do tipo. O fato é que Obama deveria se esforçar para fazer aquilo que é certo para o país - e ponto final. Se os banqueiros saírem prejudicados neste processo, tudo bem.
Mais do que isso, prejudicar os banqueiros deveria ser um dos propósitos da reforma. Um número cada vez maior de analistas sugere que o crescimento excessivo da indústria financeira está prejudicando a economia como um todo. A redução das dimensões dessa indústria supercrescida não vai agradar Wall Street, mas o que é ruim para Wall Street pode ser bom para o país.
As propostas de reforma em debate - as quais eu apoio - podem acabar beneficiando a indústria financeira, além do restante de nós. Mas isso se deve ao fato de abordarem apenas parte do problema: tornariam as finanças mais seguras, mas talvez não sejam suficientes para encolher o setor financeiro.
O que há de errado nas finanças? Para começar, a indústria financeira moderna produz lucros gigantescos e contracheques gordos, mas são poucos seus benefícios concretos. Lembram-se do filme Wall Street - Poder e Cobiça, de 1987, no qual o personagem Gordon Gekko declara que a ganância é boa? De acordo com os critérios contemporâneos, Gekko seria considerado mesquinho. Nos anos imediatamente anteriores à crise de 2008, a indústria financeira correspondia a um terço do produto doméstico total - proporção duas vezes maior do que a de duas décadas antes.
A justificativa que nos foi oferecida para tais lucros estava na ideia de que a indústria estaria beneficiando a economia. Ela canalizava o capital para usos produtivos; diluía o risco; fortalecia a estabilidade financeira. Nada disso se mostrou verdadeiro. O capital não foi canalizado para os inovadores responsáveis pela criação de empregos, e sim para uma insustentável bolha imobiliária; em vez de diluído, o risco foi concentrado; e, quando a bolha imobiliária estourou, o supostamente estável sistema financeiro implodiu, e tivemos como efeito colateral o pior declínio econômico global desde a Grande Depressão.
Mas por que os banqueiros ganharam tanto dinheiro? Minha interpretação, refletindo os esforços dos economistas financeiros para compreender a catástrofe, é que a coisa toda envolveu principalmente apostas com o dinheiro alheio.
E quanto aos tão alardeados benefícios da inovação financeira? Concordo com os economistas Andrei Shleifer e Robert Vishny, que num estudo recente dizem que a inovação se restringiu à criação de uma ilusão de segurança, proporcionando aos investidores "falsos substitutos" para ativos antiquados, como os depósitos bancários. No fim, a ilusão caiu por terra - e o resultado foi uma desastrosa crise financeira.
E o mais estranho é que, depois de serem duramente atingidos na sequência imediata da crise, os lucros da indústria financeira já voltaram às alturas. Parece muito provável que a indústria logo volte a jogar os mesmos jogos que nos deixaram nesta situação.
E o que deve ser feito? Como já disse, apoio as propostas de reforma do governo Obama e seus aliados. Entre outras coisas, seria uma vergonha testemunhar o sucesso da campanha antirreforma dos líderes republicanos - marcada por desonestidade e hipocrisia.
Mas essas reformas deveriam ser apenas o primeiro passo. Precisamos reduzir as dimensões da indústria financeira. E isso não é dito apenas pelos críticos de fora (não que haja algum problema com os críticos de fora da indústria, que se mostraram muito mais corretos do que os supostamente sábios membros da indústria; como Alan Greenspan, por exemplo).
Uma proposta intrigante está prestes a ser revelada pelo mais improvável dos participantes: o Fundo Monetário Internacional. Num estudo preparado para uma reunião deste fim de semana, o fundo pede a criação de um Imposto sobre Atividade Financeira, que incidiria sobre a remuneração e os lucros da indústria financeira. O fundo diz que um imposto desse tipo poderia "desencorajar riscos excessivos". Poderia também levar a uma "tendência de redução nas proporções do setor financeiro", coisa que o fundo considera positiva.
Na verdade, a proposta do FMI é relativamente amena. Ainda assim, se der sinais de que pode se tornar realidade, Wall Street protestará. Mas o fato é que já devotamos muito de nossa riqueza e talento a um setor que projetava e vendia complexas maquinações financeiras, que apresentam a desagradável tendência de arrasar a economia. Para acabar com essa situação, teremos de prejudicar a indústria financeira. E daí?
Bem, seria melhor se ele não tivesse dito nada do tipo. O fato é que Obama deveria se esforçar para fazer aquilo que é certo para o país - e ponto final. Se os banqueiros saírem prejudicados neste processo, tudo bem.
Mais do que isso, prejudicar os banqueiros deveria ser um dos propósitos da reforma. Um número cada vez maior de analistas sugere que o crescimento excessivo da indústria financeira está prejudicando a economia como um todo. A redução das dimensões dessa indústria supercrescida não vai agradar Wall Street, mas o que é ruim para Wall Street pode ser bom para o país.
As propostas de reforma em debate - as quais eu apoio - podem acabar beneficiando a indústria financeira, além do restante de nós. Mas isso se deve ao fato de abordarem apenas parte do problema: tornariam as finanças mais seguras, mas talvez não sejam suficientes para encolher o setor financeiro.
O que há de errado nas finanças? Para começar, a indústria financeira moderna produz lucros gigantescos e contracheques gordos, mas são poucos seus benefícios concretos. Lembram-se do filme Wall Street - Poder e Cobiça, de 1987, no qual o personagem Gordon Gekko declara que a ganância é boa? De acordo com os critérios contemporâneos, Gekko seria considerado mesquinho. Nos anos imediatamente anteriores à crise de 2008, a indústria financeira correspondia a um terço do produto doméstico total - proporção duas vezes maior do que a de duas décadas antes.
A justificativa que nos foi oferecida para tais lucros estava na ideia de que a indústria estaria beneficiando a economia. Ela canalizava o capital para usos produtivos; diluía o risco; fortalecia a estabilidade financeira. Nada disso se mostrou verdadeiro. O capital não foi canalizado para os inovadores responsáveis pela criação de empregos, e sim para uma insustentável bolha imobiliária; em vez de diluído, o risco foi concentrado; e, quando a bolha imobiliária estourou, o supostamente estável sistema financeiro implodiu, e tivemos como efeito colateral o pior declínio econômico global desde a Grande Depressão.
Mas por que os banqueiros ganharam tanto dinheiro? Minha interpretação, refletindo os esforços dos economistas financeiros para compreender a catástrofe, é que a coisa toda envolveu principalmente apostas com o dinheiro alheio.
E quanto aos tão alardeados benefícios da inovação financeira? Concordo com os economistas Andrei Shleifer e Robert Vishny, que num estudo recente dizem que a inovação se restringiu à criação de uma ilusão de segurança, proporcionando aos investidores "falsos substitutos" para ativos antiquados, como os depósitos bancários. No fim, a ilusão caiu por terra - e o resultado foi uma desastrosa crise financeira.
E o mais estranho é que, depois de serem duramente atingidos na sequência imediata da crise, os lucros da indústria financeira já voltaram às alturas. Parece muito provável que a indústria logo volte a jogar os mesmos jogos que nos deixaram nesta situação.
E o que deve ser feito? Como já disse, apoio as propostas de reforma do governo Obama e seus aliados. Entre outras coisas, seria uma vergonha testemunhar o sucesso da campanha antirreforma dos líderes republicanos - marcada por desonestidade e hipocrisia.
Mas essas reformas deveriam ser apenas o primeiro passo. Precisamos reduzir as dimensões da indústria financeira. E isso não é dito apenas pelos críticos de fora (não que haja algum problema com os críticos de fora da indústria, que se mostraram muito mais corretos do que os supostamente sábios membros da indústria; como Alan Greenspan, por exemplo).
Uma proposta intrigante está prestes a ser revelada pelo mais improvável dos participantes: o Fundo Monetário Internacional. Num estudo preparado para uma reunião deste fim de semana, o fundo pede a criação de um Imposto sobre Atividade Financeira, que incidiria sobre a remuneração e os lucros da indústria financeira. O fundo diz que um imposto desse tipo poderia "desencorajar riscos excessivos". Poderia também levar a uma "tendência de redução nas proporções do setor financeiro", coisa que o fundo considera positiva.
Na verdade, a proposta do FMI é relativamente amena. Ainda assim, se der sinais de que pode se tornar realidade, Wall Street protestará. Mas o fato é que já devotamos muito de nossa riqueza e talento a um setor que projetava e vendia complexas maquinações financeiras, que apresentam a desagradável tendência de arrasar a economia. Para acabar com essa situação, teremos de prejudicar a indústria financeira. E daí?
CIELO (CIEL - NM) - Fato Relevante / Propostas vinculantes apresentadas
CIELO S.A. ("Companhia") comunica a seus acionistas, ao mercado em geral e aos demais interessados que, conforme Comunicados ja divulgados:
1) a Organizacao Bradesco, detentora de participacao acionaria na Companhia, apresentou ao Grupo Santander Espanha ("Santander") proposta vinculante para aquisicao de 2,09% do capital da Companhia; e
2) o Banco do Brasil, detentor de participacao acionaria na Companhia,
apresentou ao Grupo Santander Espanha ("Santander") proposta para aquisicao de 5,11% do capital da Companhia.
Considerando que as Propostas foram aceitas nesta data, a totalidade das acoes de emissao da Companhia detidas pelo Santander, equivalentes a 7,20% do capital social, devera ser alienada ao Bradesco e ao BB.
De acordo com os termos do Comunicado e do Fato Relevante divulgados, a
efetivacao de compra e venda esta sujeita a negociacao satisfatoria dos
documentos definitivos e ao cumprimento das formalidades legais e regulatorias aplicaveis.
Concluida a operacao, o Bradesco e o Banco do Brasil passarao a deter, cada um deles, o equivalente a 28,65% do capital social da Companhia.
A Companhia informa que referida transacao nao afeta o percentual de acoes
admitidas a negociacao no mercado.
1) a Organizacao Bradesco, detentora de participacao acionaria na Companhia, apresentou ao Grupo Santander Espanha ("Santander") proposta vinculante para aquisicao de 2,09% do capital da Companhia; e
2) o Banco do Brasil, detentor de participacao acionaria na Companhia,
apresentou ao Grupo Santander Espanha ("Santander") proposta para aquisicao de 5,11% do capital da Companhia.
Considerando que as Propostas foram aceitas nesta data, a totalidade das acoes de emissao da Companhia detidas pelo Santander, equivalentes a 7,20% do capital social, devera ser alienada ao Bradesco e ao BB.
De acordo com os termos do Comunicado e do Fato Relevante divulgados, a
efetivacao de compra e venda esta sujeita a negociacao satisfatoria dos
documentos definitivos e ao cumprimento das formalidades legais e regulatorias aplicaveis.
Concluida a operacao, o Bradesco e o Banco do Brasil passarao a deter, cada um deles, o equivalente a 28,65% do capital social da Companhia.
A Companhia informa que referida transacao nao afeta o percentual de acoes
admitidas a negociacao no mercado.
Após queda, boi tende a se firmar
Depois de a arroba do boi gordo bater R$ 82,00 em São Paulo no começo deste mês, o mercado físico perdeu força e fechou a última semana negociado entre R$ 80,00 e R$ 81,00. A razão para o arrefecimento foi o período de estiagem, que elevou a oferta, e a concorrência com a sempre mais barata carne de frango, segundo analistas.
O preço [da carne bovina] subiu e bateu no consumidor", observa José Vicente Ferraz, da Agra FNP. Segundo ele, a alta da arroba do início do mês chegou ao atacado e com isso o frango, que tem preço menor, ficou mais atrativo.
Seguindo o mercado de boi gordo, o atacado de carne bovina também já perdeu força. De acordo com a Scot Consultoria, o quilo do dianteiro avulso bateu R$ 4,40 no atacado no dia 9 deste mês. Na sexta-feira passada, foi cotado a R$ 4,00 em São Paulo.
Ferraz afirma que o período de cerca de 15 dias sem chuvas já foi suficiente para elevar as ofertas de gado para abate. "Acendeu a luz amarela para o pecuarista que vendeu animais para aliviar a pastagem", explica.
Além da estiagem, a própria alta do boi gordo estimulou as vendas, afirma Alcides Torres, da Scot Consultoria. Ele acrescenta que outro fator de pressão é a época do mês. "Nos últimos dias do mês, cai o consumo".
Mas tanto Torres quanto Ferraz acreditam que o mercado de boi gordo tende a ficar firme no curto prazo porque não há possibilidade de a oferta de gado para abate crescer muito. "Não existe rebanho suficiente para uma bolha de oferta em maio", diz Torres.
Na avaliação de Ferraz, no fim do próximo mês pode haver alguma desova de animais por causa do frio, mas o fato é que o rebanho ainda não se recompôs e a oferta só deve estar equilibrada novamente do fim deste ano para o início de 2011.
Se no boi a expectativa é de firmeza, a tendência é de um esfriamento no mercado de frango, afirma Oto Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária, por causa do excesso de oferta. Em decorrência disso, o quilo do frango vivo caiu R$ 0,10 em um mês, para R$ 1,40 na sexta-feira. No médio atacado, o frango resfriado ficou praticamente estável em um mês, saindo de R$ 2,25 para R$ 2,23 o quilo, segundo a Jox.
"O brasileiro está comendo mais frango", diz Xavier, concordando que a proteína tem atraído mais consumidores por ser mais competitiva que a carne bovina.
O preço [da carne bovina] subiu e bateu no consumidor", observa José Vicente Ferraz, da Agra FNP. Segundo ele, a alta da arroba do início do mês chegou ao atacado e com isso o frango, que tem preço menor, ficou mais atrativo.
Seguindo o mercado de boi gordo, o atacado de carne bovina também já perdeu força. De acordo com a Scot Consultoria, o quilo do dianteiro avulso bateu R$ 4,40 no atacado no dia 9 deste mês. Na sexta-feira passada, foi cotado a R$ 4,00 em São Paulo.
Ferraz afirma que o período de cerca de 15 dias sem chuvas já foi suficiente para elevar as ofertas de gado para abate. "Acendeu a luz amarela para o pecuarista que vendeu animais para aliviar a pastagem", explica.
Além da estiagem, a própria alta do boi gordo estimulou as vendas, afirma Alcides Torres, da Scot Consultoria. Ele acrescenta que outro fator de pressão é a época do mês. "Nos últimos dias do mês, cai o consumo".
Mas tanto Torres quanto Ferraz acreditam que o mercado de boi gordo tende a ficar firme no curto prazo porque não há possibilidade de a oferta de gado para abate crescer muito. "Não existe rebanho suficiente para uma bolha de oferta em maio", diz Torres.
Na avaliação de Ferraz, no fim do próximo mês pode haver alguma desova de animais por causa do frio, mas o fato é que o rebanho ainda não se recompôs e a oferta só deve estar equilibrada novamente do fim deste ano para o início de 2011.
Se no boi a expectativa é de firmeza, a tendência é de um esfriamento no mercado de frango, afirma Oto Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária, por causa do excesso de oferta. Em decorrência disso, o quilo do frango vivo caiu R$ 0,10 em um mês, para R$ 1,40 na sexta-feira. No médio atacado, o frango resfriado ficou praticamente estável em um mês, saindo de R$ 2,25 para R$ 2,23 o quilo, segundo a Jox.
"O brasileiro está comendo mais frango", diz Xavier, concordando que a proteína tem atraído mais consumidores por ser mais competitiva que a carne bovina.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
BM&FBovespa busca impulsionar produtos de opções
A brasileira BM&FBovespa, terceira maior operadora de Bolsas do mundo, quer oferecer mais opções de ações e fundos, de modo a atrair investidores mais sofisticados para o maior mercado financeiro da América Latina, disse um alto executivo na terça-feira.
A empresa, está à procura de gestores de capital para estruturar um fundo cotado em bolsas (ou ETF, na sigla em inglês) que espelhe o desempenho de um recém-lançado índice das ações bancárias brasileiras, disse em entrevista Julio Ziegelmann, diretor da unidade de ações da empresa.
Além disso, a BM&FBovespa pretende passar a negociar novas opções de ações, além das da Vale e Petrobras, afirmou ele.
Ao ampliar sua oferta de produtos financeiros, a BM&FBovespa tenta atrair investidores mais sofisticados do exterior, mas também permitir que os operadores locais diversifiquem suas carteiras. O mercado de opções e o ETF devem começar a operar até o final do ano, disse Ziegelmann.
"O Brasil precisa de mais produtos relacionados a ETFs, é uma área onde estamos ficando para trás em relação a países como o México, onde você já tem mais de 150 ETFs. Só temos sete atualmente no Brasil", disse o executivo.
ETFs em geral funcionam refletindo índices de ações ou grupos de ações correlatas. Seus títulos são listados na Bolsa e comercializados como se fossem uma ação.
Seis das sete ETFs brasileiras são administradas pela IShares, maior fornecedor mundial desse produto. O outro fundo é do Itaú-Unibanco.
Segundo dados da Blackrock, as 198 ETFs mexicanas concentram um valor de 7,7 bilhões de dólares. As sete brasileiras somam 1,7 bilhão.
A bolsa também está recrutando formuladores de mercados para as opções, que podem incluir contratos baseados no índice Bovespa ou atrelados às dez principais ações do índice.
Ziegelmann disse que o Brasil é o quarto maior mercado mundial para opções de ações. As opções da estatal Petrobras e da Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, são as duas que são negociadas mais pesadamente no mundo, segundo ele.
As ações da BM&FBovespa tiveram alta de 2,2 por cento na terça-feira, cotadas a 11,82 reais.
A empresa, está à procura de gestores de capital para estruturar um fundo cotado em bolsas (ou ETF, na sigla em inglês) que espelhe o desempenho de um recém-lançado índice das ações bancárias brasileiras, disse em entrevista Julio Ziegelmann, diretor da unidade de ações da empresa.
Além disso, a BM&FBovespa pretende passar a negociar novas opções de ações, além das da Vale e Petrobras, afirmou ele.
Ao ampliar sua oferta de produtos financeiros, a BM&FBovespa tenta atrair investidores mais sofisticados do exterior, mas também permitir que os operadores locais diversifiquem suas carteiras. O mercado de opções e o ETF devem começar a operar até o final do ano, disse Ziegelmann.
"O Brasil precisa de mais produtos relacionados a ETFs, é uma área onde estamos ficando para trás em relação a países como o México, onde você já tem mais de 150 ETFs. Só temos sete atualmente no Brasil", disse o executivo.
ETFs em geral funcionam refletindo índices de ações ou grupos de ações correlatas. Seus títulos são listados na Bolsa e comercializados como se fossem uma ação.
Seis das sete ETFs brasileiras são administradas pela IShares, maior fornecedor mundial desse produto. O outro fundo é do Itaú-Unibanco.
Segundo dados da Blackrock, as 198 ETFs mexicanas concentram um valor de 7,7 bilhões de dólares. As sete brasileiras somam 1,7 bilhão.
A bolsa também está recrutando formuladores de mercados para as opções, que podem incluir contratos baseados no índice Bovespa ou atrelados às dez principais ações do índice.
Ziegelmann disse que o Brasil é o quarto maior mercado mundial para opções de ações. As opções da estatal Petrobras e da Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, são as duas que são negociadas mais pesadamente no mundo, segundo ele.
As ações da BM&FBovespa tiveram alta de 2,2 por cento na terça-feira, cotadas a 11,82 reais.
Vale fecha acordos com todos os seus clientes
Depois de muita briga, a Vale concluiu a negociação para reajuste do preço do minério de ferro com todos os clientes, dentro e fora do Brasil. Mesmo as grandes siderúrgicas da Europa e da China, que acusaram a mineradora de abuso de poder econômico, aceitaram o aumento de cerca de 100% para todo minério comprado por elas desde o primeiro dia de abril. E, a partir de agora, esses preços serão revisados a cada três meses.
"O primeiro realinhamento, em 1.º de julho, já será automático", afirma José Carlos Martins, diretor executivo da Vale. As revisões trimestrais serão definidas pela média dos preços dos três meses anteriores, no mercado à vista. Mas a mineradora e seus clientes acertaram a criação de uma banda de flutuação de 5% para o preço. Se, ao final dos três meses, a cotação do minério subir ou diminuir dentro dessa banda, o preço não muda.
Segundo fontes do mercado, a Vale estaria cobrando de US$ 110 a US$ 115 por tonelada de minério de ferro, enquanto o preço no mercado à vista está na casa dos US$ 180. A próxima média, portanto, tende a ser maior. Martins não confirma os preços cobrados pela Vale, mas admite que eles poderão subir. "Vai depender da média até lá, mas os valores do mercado à vista estão sinalizando uma tendência de alta. Quando a cotação no mercado à vista baixar, nossos preços baixam junto."
De acordo com o executivo da Vale, algumas negociações foram fechadas com contrato assinado. Outras, principalmente, com os produtores chineses, foram feitos de maneira informal. "Eles não colocaram nada no papel. Apenas pagam o novo preço e pronto", diz Martins. Além disso, o reajuste para os fabricantes europeus foi um pouco menor que para os asiáticos.
"Essa negociação foi muito difícil no começo, por causa do salto nos preços", afirma o diretor da Vale. "O problema é que o preço antigo era irreal, foi decidido em meio à pior crise dos últimos 80 anos, e a recomposição do valor exigia esse salto no preço."
Ainda existe uma única pendência, segundo o executivo. Mas ela se refere a um acerto de contas referente ao começo do ano com uma grande siderúrgica da Europa (o nome ele não quis dizer), cujo contrato venceu em janeiro, e não em abril, como na maioria dos casos.
De acordo com Martins, a Vale pretende que essa empresa pague o reajuste desde janeiro, quando terminou o contrato antigo, mas ela quer pagar o preço novo apenas a partir de abril. Apesar disso, as novas compras dessa siderúrgica já foram feitas com base no novo valor.
Jogo de cena. O novo sistema de venda de minério de ferro da Vale acaba com um modelo que vigorou nos últimos 40 anos. Até o ano passado, as grandes mineradoras ? a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto ? negociavam o preço todo começo de ano com as siderúrgicas e esse valor vigorava pelos doze meses seguintes. Com a crise global de 2008, a demanda por aço caiu, as vendas das siderúrgicas encalharam e elas romperam seus contratos com as mineradoras.
No caso da Vale, as siderúrgicas deixaram de pagar o valor do contrato e exigiram as cotações do mercado à vista, que eram mais baixas. Quando o mercado virou e os preços no mercado à vista dispararam, foram as mineradoras que se recusaram a abandonar essa referência.
As siderúrgicas acusaram as mineradoras de abuso de poder econômico e prática de cartel. Os grupos europeus chegaram a protocolar queixas na Comissão Europeia e entidades chinesas do setor siderúrgico ameaçaram as mineradoras com um boicote.
A própria Vale, por sua vez, acusou os produtores de aço da Europa de agir de maneira orquestrada e ilegal para mantê-la em desvantagem na negociação de preços. Tudo jogo de cena. Os novos preços já estão em vigor e ninguém mais reclama.
"O primeiro realinhamento, em 1.º de julho, já será automático", afirma José Carlos Martins, diretor executivo da Vale. As revisões trimestrais serão definidas pela média dos preços dos três meses anteriores, no mercado à vista. Mas a mineradora e seus clientes acertaram a criação de uma banda de flutuação de 5% para o preço. Se, ao final dos três meses, a cotação do minério subir ou diminuir dentro dessa banda, o preço não muda.
Segundo fontes do mercado, a Vale estaria cobrando de US$ 110 a US$ 115 por tonelada de minério de ferro, enquanto o preço no mercado à vista está na casa dos US$ 180. A próxima média, portanto, tende a ser maior. Martins não confirma os preços cobrados pela Vale, mas admite que eles poderão subir. "Vai depender da média até lá, mas os valores do mercado à vista estão sinalizando uma tendência de alta. Quando a cotação no mercado à vista baixar, nossos preços baixam junto."
De acordo com o executivo da Vale, algumas negociações foram fechadas com contrato assinado. Outras, principalmente, com os produtores chineses, foram feitos de maneira informal. "Eles não colocaram nada no papel. Apenas pagam o novo preço e pronto", diz Martins. Além disso, o reajuste para os fabricantes europeus foi um pouco menor que para os asiáticos.
"Essa negociação foi muito difícil no começo, por causa do salto nos preços", afirma o diretor da Vale. "O problema é que o preço antigo era irreal, foi decidido em meio à pior crise dos últimos 80 anos, e a recomposição do valor exigia esse salto no preço."
Ainda existe uma única pendência, segundo o executivo. Mas ela se refere a um acerto de contas referente ao começo do ano com uma grande siderúrgica da Europa (o nome ele não quis dizer), cujo contrato venceu em janeiro, e não em abril, como na maioria dos casos.
De acordo com Martins, a Vale pretende que essa empresa pague o reajuste desde janeiro, quando terminou o contrato antigo, mas ela quer pagar o preço novo apenas a partir de abril. Apesar disso, as novas compras dessa siderúrgica já foram feitas com base no novo valor.
Jogo de cena. O novo sistema de venda de minério de ferro da Vale acaba com um modelo que vigorou nos últimos 40 anos. Até o ano passado, as grandes mineradoras ? a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto ? negociavam o preço todo começo de ano com as siderúrgicas e esse valor vigorava pelos doze meses seguintes. Com a crise global de 2008, a demanda por aço caiu, as vendas das siderúrgicas encalharam e elas romperam seus contratos com as mineradoras.
No caso da Vale, as siderúrgicas deixaram de pagar o valor do contrato e exigiram as cotações do mercado à vista, que eram mais baixas. Quando o mercado virou e os preços no mercado à vista dispararam, foram as mineradoras que se recusaram a abandonar essa referência.
As siderúrgicas acusaram as mineradoras de abuso de poder econômico e prática de cartel. Os grupos europeus chegaram a protocolar queixas na Comissão Europeia e entidades chinesas do setor siderúrgico ameaçaram as mineradoras com um boicote.
A própria Vale, por sua vez, acusou os produtores de aço da Europa de agir de maneira orquestrada e ilegal para mantê-la em desvantagem na negociação de preços. Tudo jogo de cena. Os novos preços já estão em vigor e ninguém mais reclama.
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