A melhora do humor externo hoje repercutiu na bolsa paulista, que opera em
alta desde o início do pregão, acompanhando o movimento dos mercados europeu e norte-americano. A decisão de ontem do Copom de elevar a taxa básica de juros para 9,5% não influencia o mercado negativamente, ao contrário, chega a ser avaliada positivamente por alguns analistas, que acreditam que a alta mostra a independência do BC em relação às
questões políticas.
O principal índice da Bovespa sobe impulsionado principalmente pela Vale, que volta a ganhar o terreno positivo depois de dias sendo penalizada. Às 14h02, o Ibovespa subia 1,71%, com giro de R$ 2,99 bilhões e previsão de R$ 5,27 bilhões para o fechamento.
Até o início da tarde, segundo operadores, as compras dos papéis no mercado nacional é liderada por investidores nacionais, enquanto os estrangeiros atuam principalmente na ponta vendedora.
Vale PNA subia 2,46%, enquanto Vale ON avançava 1,79%. A manutenção de demanda forte, especialmente proveniente da China, onde os preços no mercado à vista seguem em trajetória ascendente, garante a atratividade do papel. Mas os investidores aproveitam o bom momento para a entrada, depois da queda acumulada nos últimos pregões.
Os papéis da Petrobras também sobem: enquanto a ação PN da estatal avança 1,64%, a ON ganha 1,29%, acompanhando a alta de mais 2% do barril do petróleo na Nymex. Apesar de nenhuma solução firme para o problema fiscal da Grécia ter sido divulgada, a expectativa de que um pacote de ajuda mais encorpado, de até 120 bilhões de euros, seja direcionado para o país - e cujo anúncio seria feito nos próximos dias - ameniza as tensões
dos dias anteriores e faz as bolsas europeias operaram em alta hoje.
Nos Estados Unidos, além do sinal positivo vindo do velho continente, indicadores internos favoráveis impulsionam os papéis nas bolsas do país, com destaque para a queda dos pedidos de auxílio-desemprego. S&P 500 avançava há pouco 1,40%.
"Indicadores da economia americana, seja de emprego como de balanços das empresas, vem mostrando forte recuperação nos últimos tempos", destacou o gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Cassoti, afirmando que as bolsas devem responder às perdas verificadas recentemente.
Cassoti acrescentou que a decisão de ontem do Copom de elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual já tinha sido precificada pelo mercado. De fato, entre as maiores altas do Ibovespa apareceram na manhã de hoje Natura (3,69%), Lojas Americanas (2,40%) e Lojas Renner (2,98%).
Natura também era impulsionada pelos bons resultados do primeiro trimestre, divulgados na noite de ontem. A empresa reportou lucro consolidado de R$ 141,6 milhões no período, em linha com a projeção média de R$ 141,8 milhões dos analistas consultados pela Agência
Estado (Brascan, Fator, Goldman Sachs, Itaú e Votorantim). A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 243,5 milhões, 5,5% acima das estimativas, e a receita líquida de R$ 1,014 bilhão também veio em linha com as expectativas dos analistas, que na média esperavam R$
1,003 bilhão.
Um analista destacou que a empresa apresentou bom controle das despesas, que aliado ao aumento da receita - que subiu 21,7%, para R$ 1,014 bilhão - resultou em uma melhoria das margens.
Santander e Cielo
Investidores também respondem positivamente a boa parte dos demais balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje. Destaque para Santander, que avançava 4,51%.
O Banco registrou lucro líquido de R$ 1,763 bilhão no primeiro trimestre de 2010, alta de 111,9% ante igual período de 2009, pelo padrão IFRS. Os ativos totais do banco mantiveram-se praticamente estáveis em relação a dezembro, em R$ 316,048 bilhões. O patrimônio líquido também ficou estável em relação ao trimestre anterior, em R$ 70,729 bilhões.
A carteira de crédito fechou março em R$ 139,910 bilhões, expansão de 2% em 12 meses. O crédito para pessoas físicas foi o destaque no período. As operações desse segmento cresceram 8,6% em 12 meses e encerram março em R$ 43,992 bilhões. A carteira de financiamento ao consumo somou R$ 25,509 bilhões, aumento de 4,1%.
Cielo subia 0,84%, depois que informou lucro líquido de R$ 440,213 milhões, alta de 32,12% em relação ao mesmo período de 2009. No primeiro trimestre, a receita líquida ajustada, adicionando-se a receita proveniente das operações de antecipação de recebíveis, alcançou
R$ 1,020 bilhão, avanço de 25,4%.
Analistas apreciaram, além do crescimento do lucro, a expansão das operações. Somente as receitas com antecipação de recebíveis (serviço que passou a ser oferecido no final de 2008) somaram R$ 73,254 milhões no primeiro trimestre, alta de 29,4%. O volume financeiro dessas
transações foi de R$ 2,2 bilhões, equivalente a 5,8% da carteira total de crédito da empresa.
Também apresentam alta, após balanço: Comgás (+3,06%), Fosfértil (+0,34%) e Totvs (+1,97%), enquanto Embratel cai 0,48%.
Já os papéis da Totvs caem 0,78%, após reportar queda de 4,1% no seu lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 27,851 milhões. Segundo a companhia, o lucro foi afetado negativamente pelo volume de amortização de ágio das aquisições de empresas 20,2% maior que o do primeiro trimestre de 2009.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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