quinta-feira, 15 de abril de 2010

PIB mantém vigor e Selic deve subir 4,25 pp até 2011

O economista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, estima que a economia brasileira mantém crescimento vigoroso e não dá sinais de desaceleração. Por esse motivo, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deve subir, pelo menos, 6,5% neste ano. "Pode ser até mais", comentou durante palestra na conferência internacional Macro Vision, em São Paulo. O banco estima crescimento do PIB de 4,6% em 2011.
Segundo ele, o Brasil deve ter registrado expansão de pelo menos 2% no primeiro trimestre de 2010, em comparação ao quarto trimestre de 2009. "Vários indicadores recentes mostram que pode ser até que o PIB tenha avançado um patamar mais perto de 3% no primeiro trimestre (na margem)", acrescentou.
A contrapartida desse avanço expressivo do nível atividade é o aumento das expectativas de inflação apontadas pela mediana das projeções de analistas de mercado apurada para a pesquisa Focus, do Banco Central (BC), e pela curva de juros. De acordo com a Focus, analistas esperam alta de 5,29% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano e de 4,8% em 2011 - resultados superiores à meta de 4,5% do Conselho Monetário Nacional
Goldfajn destacou que o intenso avanço do consumo no Brasil, que conta com a colaboração de fortes impulsos fiscais do governo, deve levar o IPCA a registrar 5,3% neste ano e a mesma marca em 2011. "Essas previsões para a inflação levam em consideração um aumento de juros de três pontos porcentuais neste ano, que deve ocorrer em quatro altas de 0,75 ponto cada e que deve ter início neste mês", comentou.
"A inflação em 2011 também deve superar o centro da meta de 4,5%, especialmente porque os preços administrados serão uma herança negativa para o índice no próximo ano", afirmou. "E ainda achamos que o próximo governo terá de aumentar os juros mais um pouco em 2011, em 1,25 ponto porcentual, o que deve levar a Selic para 13% ao final do ano que vem."
De acordo com Goldfajn, serão necessárias reformas estruturais para que o País aumente o patamar de investimento, atualmente em torno de 18% do PIB. Segundo ele, a redução dos gargalos de infraestrutura e a melhora da gestão das contas públicas são essenciais para elevar o patamar de crescimento do País sem causar pressões de inflação nos próximos anos.
Os diversos projetos públicos e privados para os próximos anos, segundo Goldfajn, que têm como objetivo atender obras de longo prazo - parte delas relacionada com a Copa do Mundo de 2014 e com a Olimpíada de 2016 no Rio -, devem levar a poupança doméstica para uma marca próxima a 22% do PIB em 2012, o que colaboraria para que o PIB potencial possa atingir marca entre 4,5% e 5%.

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