O presidente da Vale, Roger Agnelli disse ontem que a demanda por minério de ferro na Europa está sendo retomada e que na Ásia, apesar do recente aumento e da proposta da Cisa (entidade que representa as siderúrgicas daquele país) de boicotar a mineradora, está cada vez mais forte.
Ele não deu números sobre a demanda que a empresa tem encontrado nesses que são seus dois principais mercados. Porém, disse que é justamente a demanda do mercado que determinará quanto deverá custar o minério de ferro em um trimestre.
O novo sistema de definição de preços, estabelecido pela companhia a partir deste mês, tem como indexador o mercado livre do insumo no mundo. Esse indicador, comentou ele, terá como baliza o equilíbrio entre a oferta e demanda.
"Saímos de um sistema que durou 40 anos e que teve seus méritos, mas que
apresentou desgaste para ambos os lados (siderúrgicas e mineradoras) nos últimos dois ou três anos", ressaltou ele.
Um desses desgastes ocorreu nas negociações para a definição dos preços dos contratos anuais de venda de minério em 2009, que no auge da crise, pela primeira vez em décadas, não terminou em acordo entre as duas partes, o que levou as siderúrgicas a comprar o minério de ferro no mercado à vista. À época, esse mercado apresentava um preço menor que o praticado nos contratos anuais, porém, valorizou-se e fechou o primeiro trimestre cotado a um valor 130% mais elevado que os estabelecidos pelos contratos benchmark.
Sobre os possíveis aumentos para o terceiro trimestre, o executivo
esquivou-se ao afirmar "não tenho a mínima ideia de como serão os preços".
Além disso, não comentou sobre quanto foi o reajuste implementado para os 97% dos clientes que a empresa afirmou ter fechado contratos para o trimestre e que respondem por 90% do volume de vendas da empresa.
Sobre as negociações com os clientes que representam os outros 10% do volume de vendas (concentrados em 3% dos clientes) ele desconversou, "o que são apenas três por cento?".
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