Copom prevê inflação acima do centro da meta em 2010. O Relatório de
Inflação de março elevou suas projeções de inflação IPCA para 5,2% em 2010
e 4,9% em 2011 no cenário de referência (câmbio de R$ 1,80/US$ e Selic de
8,75% até o fim de 2011), frente 4,5% e 4,3%, respectivamente, em dezembro.
As previsões aumentaram de 4,6% para 5,2% em 2010 e de 4,3% para 4,4%
em 2011 no cenário de mercado (câmbio de R$ 1,83/US$ no 4T10 e
R$ 1,86/US$ no 4T11 e Selic de 11,14% no 4T10 e no 4T11).
Copom destaca papel da coordenação das expectativas na condução da
política monetária para justificar a manutenção dos juros em março.
Apesar de reconhecer a deterioração do balanço de riscos para a inflação, o
Copom avaliou que a manutenção dos juros em março deveu-se, também, aos
custos da “alteração de uma estratégia previamente sinalizada”. Segundo o
Copom, “não haveria elementos suficientes para justificar uma mudança na
estratégia de política monetária inicialmente sinalizada”.
Elevamos a projeção de inflação IPCA para 5,0% em 2010. Aumentamos a
projeção para a inflação IGP neste ano de 6,0% para 8,0% por conta,
principalmente, dos reajustes de preços de minério de ferro e de aço. Essa
revisão, a projeção de maior reajuste de energia elétrica e a propagação das maiores expectativas e inflação corrente para os preços dos próximos meses explicam o aumento da nossa projeção de inflação IPCA em 2010 de 4,5%
para 5,0%. Apesar dessas revisões, mantemos a leitura que uma parte da
surpresa inflacionária deveu-se a fatores temporários e/ou sazonais, sobretudo alimentos, e que parte dessa alta de preços será revertida nos próximos meses.
Copom avalia que o aumento das expectativas de inflação é o principal
risco para a dinâmica inflacionária. O principal risco para a inflação de
acordo com o Copom “está relacionado a uma deterioração das expectativas
de inflação derivada de aceleração da inflação corrente, mesmo que sob
impulsos que deveriam ser pontuais, em ambiente de intensa utilização dos
fatores de produção”. O forte crescimento da demanda doméstica e uma
eventual alta dos preços de commodities internacionais representam outros
riscos relevantes para a inflação. Expectativa de maior inflação explica aumento da nossa projeção de aperto monetário de 200pb para 250pb em 2010. Mantemos a expectativa de alta de juros de 50pb em abril. A ênfase dada pelo Copom ao canal de coordenação das expectativasreforça nossa projeção de início do ciclo com alta de 50pb. Uma elevação dos juros mais
significativa não nos parece o mais provável e dependeria, sobretudo, da dinâmica da inflação corrente e das expectativas de inflação e, menos, dos indicadores de atividade econômica.
Para mais detalhes, favor referir-se ao nosso Macro Brasil " Elevamos as previsões de inflação IPCA para 5,0% e de alta de juros para 250pb em 2010", de 31 de março.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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