Enquanto os investidores com perfil conservador alocam seus recursos em renda fixa, os com perfil arrojado refazem as contas para identificar se a relação risco-retorno compensa.
Nesse contexto, as ações consideradas boas pagadoras de dividendos devem ser levadas em consideração. No ano passado, 76 papéis apresentaram dividend yield (dividendo pago por ação, dividido pelo seu preço) maior que a taxa Selic (atualmente em 8,75% ao ano), de acordo com estudo elaborado pela Economatica.
Dessas, 40 ações tiveram presença em 100% dos pregões realizados em 2009 (veja lista abaixo). Mesmo levando em consideração o teto das estimativas dos economistas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada na semana que vem - aumento de 0,75 ponto percentual (p.p.), que elevaria a Selic para 9,5% ao ano - ainda haveriam 35 ações que pagariam dividendos acima da taxa de juros, considerando os números de 2009.
Marcelo Pereira, sócio da Tag Investimentos, lembra que o investidor precisa ficar atento a duas variáveis importantes: potencial de crescimento da ação e distribuição de proventos. "Muitas vezes, o investidor opta por alocar seus recursos em um papel com dividend yield alto sem analisar o contexto da empresa. Casos como Agrenco e Mesbla, que pagavam dividendos altos, mas que estavam em dificuldades financeiras, reforçam essa tese", ressalta.
"Se o investidor olhar apenas a distribuição de proventos, vale a pena migrar para renda fixa", completa. Entre os 40 papéis que apresentaram dividend yield maior que a Selic em 2009, o setor elétrico manteve a tradição de boa pagadora de dividendos. "Também destacaria Cremer, BicBanco, Aços Villares e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)", aponta Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investimentos.
Papéis do setor financeiro também figuraram entre os maiores pagadores de proventos em 2009, segundo a Economatica. Além do BicBanco, Banco Pine, Indusval, Banese (Banco do Estado de Sergipe), Paraná Banco, ABC Brasil e Banrisul, Cruzeiro do Sul, Sofisa e PanAmericano, integram o levantamento.
Longo prazo
Barbarisi acredita que as carteiras que privilegiam ações consideradas boas pagadoras de dividendos devem ganhar espaço entre investidores.
"Estamos esperando uma elevação da taxa básica de juros no curto prazo. Mas no médio e longo prazo, a Selic deve voltar a cair. Sendo assim, o juro real de 4,5% ao ano faz comque ganho pífio da renda fixa atraia cada vezmais investidores para renda variável", diz o sócio e diretor de operações da Hera Investimentos.
Expectativas para Selic
O mercado financeiro está bastante dividido quanto aos próximos passos que serão dados pelo Copom - entre 0,5 p.p e 0,75 p.p., - já que os sinais da demanda agregada e dados de inflação continuam pressionados.
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