Embora tenha adicionado três novos riscos ao seu modelo de capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) e avalie que a divulgação de sua produção referente ao mês de março não deva acarretar em qualquer reação nas ações, a Itaú Corretora revela grande otimismo sobre o desempenho futuro da estatal.
“Nós ainda enxergamos boas razões para acreditar que o resultado final (do processo de capitalização) deve trazer surpresas positivas”, argumentam os analistas, diante de sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e seu preço-alvo de R$ 53,70 - cifra que representa um potencial teórico de valorização de 59,82%, frente ao último fechamento.
Novos alertas
Os riscos adicionais observados pelo Itaú são os seguintes: a questão relacionada à isenção da taxa de participação especial; a estrutura da capitalização; e, por último, o follow-on a ser realizado.
No que tange à taxa de participação, os analistas Paula Kovarsky, Diego Mendes e Giovana Araujo – que assinam o relatório do banco -, ressaltam que é “difícil prever o resultado da discussão no plenário do Senado”. No entanto, a equipe observa que “há espaço” para a estatal barganhar taxas menores, “por meio de uma suposição mais conservadora na produtividade do pré-sal”.
O alerta para a estrutura da capitalização deriva da percepção de risco que os investidores possuem quanto ao tema. Kovarsky, Mendes e Araujo traçam os dois possíveis cenários: no primeiro, ocorreria uma oferta privada, com os acionistas minoritários recebendo subscrições negociáveis; no segundo, seria realizada uma oferta pública, na qual os minoritários teriam prioridade na alocação.
A equipe revela preferência pela segunda suposição. “Ela seria bem recebida pelo mercado, em nossa visão, trazendo mais transparência ao processo enquanto permite muito mais controle de possíveis diluições”.
Por último, quanto aos temores relacionados ao follow-on da companhia, os analistas enfatizam as dúvidas quanto a aprovação da elevação do capital da estatal. No entanto, estimam que “é improvável” que a ela não ocorra, estimando que o cenário mais propenso a ocorrer é aquele no qual a petroleira elevará seu capital após a aprovação da Lei, fato que, de acordo com as previsões do banco, deverá ocorrer apenas em meados de 2011.
Produção não afeta papéis
Quanto à produção acumulada durante o mês de março, anunciada na última sessão, a análise é de que "os números não devam disparar qualquer reação nas ações". A companhia revelou no referido mês um aumentou em 0,7%, para os 2,55 milhões de barris diários, incluindo seus campos no Brasil e no exterior.
O aumento foi causado pela melhoria dos resultados da Petrobras fora do País, onde registrou um expansão média de 10,9% em sua produção de hidrocarbonetos. Também contribuiu para a boa performance a entrada em funcionamento do campo de Akpo e de novos poços no campo de Agbami, ambos na Nigéria.
Já a produção de gás natural no exterior, concentrada na Bolívia, subiu 0,9%, para 16,53 milhões de metros cúbicos diários.
Por fim, os campos de hidrocarbonetos em território nacional obtiveram praticamente os mesmos resultados que em março de 2009, com 1,99 milhão de barris de petróleo diários e 50,13 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário